Fanfic: Paixão Oriental
Mas havia uma diferença. A jovem Anahi tinha saído correndo. Mas a versão mais amadurecida era feita de um material mais forte. Deu-se a volta, enfrentou-se a ele e lhe disse:
-Tenho que te dizer algo importante.
-Não tenho vontade de ouvi-la.
-É possível que te arrependa de dizer isso.
-Saia, Anahi. -insistiu ele.
-Não, até que me escute.
Alfonso a olhou com uma mescla de frustração e fascinação. De onde lhe vinha aquela obstinação? A velha Anahi era difícil que discutisse. E agora não podia fazer que se calasse?
O telefone soou. Alfonso se alegrou da interrupção. Era Nadia para lhe informar de que acabavam de chamar para cancelar a entrevista que tinha naquele momento.
-Obrigado -disse. Logo olhou Anahi e adicionou: - Sinto muito, mas chegou a pessoa com quem tinha uma reunião. Assim não há mais tempo.
Anahi o olhou. Ele notou em seus olhos que a tinha ferido.
-Nunca quis me dar uma oportunidade, não é verdade
-Até sob o nome de senhora Portreath? -elevou uma sobrancelha. - Não, desagradam-me as mulheres manipuladoras, já vê. Só em usar o Randal Soames para te colocar em meu escritório não te dá direito a mais tempo que se tivesse entrado com o nome de Anahi Leggett.
Ela se deu conta de que tinha fracassado em sua missão até antes mesmo de chegar ali. Era uma brincadeira, uma triste brincadeira da vida. Ela ficou uns minutos olhando àquele homem moreno de traços árabes, aqueles olhos frios que podiam transformar um deserto em gelo, e não viu sinal algum de que pudesse apelar a nada.
-Sabe o que penso, Alfonso? -perguntou serenamente. - Acredito que acaba de perder a única possibilidade em sua vida de te transformar em um ser humano.
E dito isto, deu-se a volta para partir. Sentiu vontade de chorar, porque sabia que era a única oportunidade para o Robbie, e para ela também. A única oportunidade de fazer compreender àquele homem a verdade a respeito dela.
"Fui uma estúpida ao acreditar que poderia fazê-lo", disse-se. Alfonso necessitava de um coração para poder escutar. Robbie não precisava de um homem sem coração. Tinha conhecido ao melhor dos homens. E seria um insulto à memória do William Portreath oferecer a seu filho o pior dos mortais.
-Espera...
Anahi tinha agarrado o trinco, e ficou imóvel como uma estátua.
Ele não voltou a falar, não se moveu. E enquanto o silêncio anterior tinha enchido a atmosfera de um sentimento de fracasso, aquele silêncio pareceu gritar esperança, uma fraca e penosa esperança.
Ela estava tremendo. Alfonso o viu. Estaria a ponto de chorar? Ele suspeitava que sim... Do mesmo modo que suspeitava que acabava de cometer o maior engano de sua vida detendo sua saída.
Mas seu último comentário lhe tinha tocado mais profundamente. Recordou-lhe outra ocasião, aquela vez em que se arrependeu de não escutá-la. Aquilo do ser humano lhe tinha tocado, porque ninguém melhor que ele sabia que só era um ser humano pela metade. Mas aí estava a mulher a que ele culpava por isso.
Por que a tinha detido então? sentiu-se confuso.
-Me conte a história do William Portreath -convidou-a.
Ela baixou a cabeça. Ele estendeu as mãos em cima da escrivaninha. Logo apertou os punhos. E olhou a mão do Anahi apertada ao trinco. Como ele, ela não sabia se continuava com aquilo.
O silêncio se fez tenso e o coração de Alfonso começou a pulsar rapidamente. Quando soou seu celular, alegrou-se tanto que o atendeu sem pensar.
Era Serena novamente. Acabava de lembrar-se de quem financiava sua excursão, e queria usar sua voz mais sedutora para fazê-lo entrar em razão.
No final, Anahi soltou o trinco e caminhou de volta para o escritório. Ele a viu.
Serena pareceu reunir coragem ao dar-se conta de que não tinha desligado. Queria que seguissem como estavam. Queria que ele não se esquecesse do muito que tinham desfrutado juntos.
Mas ele estava recordando sua relação com Melanie. Observou-a aproximar-se dele com aquele elegante traje, mas imaginou seu jeans ajustados e uma simples camiseta, viu-se a si mesmo tirando-lhe a roupa com mãos cheias de desejo. Imaginou seus seios belamente modelados, com auréolas rosadas em seus mamilos perfeitos, aqueles que ficavam duros com suas carícias. Sua respiração se entrecortou ao recordar seu ventre liso, seu formoso umbigo. A tímida Anahi, a virginal Anahi, com uma boca suave e trêmula por desejá-lo. E aqueles olhos de topázio brilhando de desejo e dispostos a lhe oferecer seu mais precioso presente. Não lhe havia dito mais que mentiras em todo o resto, mas a entrega de sua virgindade tinha sido o ato mais autêntico de sua vida.
Autor(a): karoles
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 7
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melhordeaya Postado em 21/05/2008 - 23:16:51
Posta mais!!!
Tá muito legal!
Bj -
karoles Postado em 16/05/2008 - 16:53:04
Postei em PAIXÃO ORIENTAL!
Web AyA!!!
x) -
karoles Postado em 12/05/2008 - 21:32:53
Raissar: Já postei!!! =)
Leiam gente! Paixão oriental, AyA =D -
raissar Postado em 11/05/2008 - 19:57:54
é bom tbm, posta mais!
bjos! -
karoles Postado em 11/05/2008 - 16:14:28
Postei a parte 2 do capítulo de Paixão Oriental!
Comentem =D -
karoles Postado em 11/05/2008 - 06:59:03
Postei as duas introduções de Paixão Oriental AyA
Comentem!!! -
karoles Postado em 10/05/2008 - 19:47:14
Amanhã
Estréia de Paixão Oriental, web adaptada p/ AyA =)
Leiam tbm Paixão Fatal, web adaptada p/ DyU =)