Fanfic: Um elo e três destinos... (AyA - DyC - MyC)

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Dulce passara praticamente o dia todo dentro do quarto. Só desceu para almoçar por muita insistência de Lupe, mesmo assim, quase não comeu, e muito menos falou. Lupe e Maite estranharam o comportamento dela, mas resolveram deixá-la quieta em seu canto. Assim que terminou o almoço, voltou para o quarto e se trancou. Queria dormir, queria parar de pensar no que acontecera, mas não conseguia. Sempre a imagem de Chris lhe rondava. Suas palavras e a cara de decepção dele também não saiam da sua cabeça.

Virava para um lado, virava pro outro e não conseguia para de pensar. Às vezes ela tinha vontade de controlar os pensamentos, de parar de pensar por um momento, mas aquilo era impossível. Escondeu o rosto no travesseiro e algumas lágrimas começaram a invadir seus olhos.

Não se arrependera do que fizera. Isso nunca. Não tinha do que se arrepender. A única coisa de que se arrependera é como havia lidado com tudo depois. Por que ela tinha que ser tão intempestuosa? Por que não pensava direito antes de falar? Agora já era tarde. Não ia voltar atrás. Além de tudo era orgulhosa.

Jogou o travesseiro de lado e já ia levantar para tomar um banho quando o telefone tocou.

Dulce: Alô!
Rodrigo: Oi minha Ruiva! Tá com saudades de mim?
Dulce: Oi! (desanimada)
Rodrigo: Nossa! Que desânimo! Eu já estou chegando. Não precisa ficar mais triste não. (rs) Eu sei que a saudade é demais. Mas amanhã a gente se vê.

Ela sentou-se na cama e não falou nada. Estava sem paciência pra falar com Rodrigo.

Rodrigo: Eu fiz a matéria. Ficou perfeita. Minha patroa vai adorar. (rsrs)
Dulce: Que bom!
Rodrigo: A gente vai vender muito nessa nova edição.
Dulce: Humrum...
Rodrigo: E como foi a festa? Se divertiu? Espero que nenhum engraçadinho tenha dado em cima de vc.
Dulce: A festa foi legal.
Rodrigo: Só não foi melhor porque eu não estava aí. Desculpa por deixar vc sozinha. Deve ter sido chato pra vc passar a noite inteira sozinha com as suas irmãs.
Dulce: Humrum. Mas tá tudo bem. Eu entedo.
Rodrigo: Se bem que a culpa é sua. Foi a senhorita que me mandou pra fora da cidade.
Dulce: Trabalho primeiro.
Rodrigo: Ok patroa! O que vai fazer hoje além de ficar pensando em mim?
Dulce: Nada! Hoje eu vou ficar atoa. Não quero pensar em nada.
Rodrigo: É melhor ficar em casa mesmo. Fica pensando em mim, minha linda.
Dulce: Se enxerga, Rodrigo. (rs) Eu vou tomar banho. Depois a gente se fala.
Rodrigo: Tomar banho é? (rs) Nossa! Agora minha imaginação foi longe.
Dulce: Pervertido! Nem quero saber o que vc anda imaginando.
Rodrigo: Eu só penso em vc, Ruiva.
Dulce: É disso que tenho medo. Oo Deixa eu ir. Amanhã a gente se encontra lá na editora.
Rodrigo: Tá certo. Beijo! Sonhe comigo.
Dulce: Beijo!

Ela desligou o telefone e ficou olhando para o nada. Aquela situação não poderia continuar. Não poderia ficar enganando Rodrigo. O que ia fazer? Naquele momento não sabia.

Levantou-se e foi para o banheiro. Tirou a roupa e tomou um banho. Deixava a água cair sobre sua cabeça, escorrendo sobre todo o corpo, com a ilusão de que assim como a água limpava seu corpo, também poderia limpar a sua mente.

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Maite estava em seu quarto. Tinha terminado de tomar banho e pegou um livro em cima da sua estante. Deitou na cama e começou a folheá-lo. Tentava prestar atenção no que lia, mas isso estava quase impossível. Desde a tarde que estava com algumas dúvidas em sua cabeça que não a deixavam em paz.

A cada minuto que passava ficava mais intrigada com a vida de Crist. Começava a pensar mil e uma besteira já. Depois tentava dizer para si mesma que nada daquilo tinha a ver, mas era difícil conseguir isso.

Resolveu afastar definitivamente esses pensamentos de sua cabeça. Se concentrou no livro. Depois de algum tempo resolveu ligar pro namorado pra saber como fora seu dia.
Crist:senti sua falta, minha linda
Maite: também senti sua falta. Deu tudo certo la nas gravações?
Crist: sim. Atrasou tudo por causa de uma atriz que passou mal, mas graças a Deus deu pra gravar tudo
Maite: e o que você vai fazer hoje?

Crist lembra que prometera a prima que iria no hospital ver a tia: eu acho que vou tomar um banho e cair na cama. To cansadão
Maite: hum...tudo bem – fala chateada
Crist: hei...senti uma leve decepção na sua voz
Maite: não é nada. É que queria te ver hoje
Crist: ô gente. Eu também queria te ver hoje, mas eu to um bagaço...precisando da minha cama
Maite: tudo bem, eu entendo
Crist: mas olha aqui...eu prometo que amanhã te pego pela manhã e passamos o dia todo juntinhos
Maite: promete?

Crist: prometo (rsrs) amanhã meu dia é todo seu. Não sairei do seu lado nenhum segundo se quer
Maite: exagerado (rsrs)
Crist ri: então estamos combinados?
Maite: sim senhor
Crist: te pego amanhã as 8, tá?
Maite: estarei te esperando
Crist: então até amanha..te adoro
Maite: até amanhã...bjim

Maite desliga o telefone e fica pensando no te adoro que Crist disse a ela. Ela bem que tentou, mas não conseguiu dizer o mesmo a ele. Não que ela não gostasse dele, pelo contrario, gostava demais, mas ela simplesmente travara e não conseguiu pronunciar tais palavras. Deixou o corpo cair sobre as almofadas na cama e abraçou um travesseiro.

Crist desligou o telefone e foi direto pro banheiro. Não queria deixar pra ir muito tarde no hospital, senão não poderia entrar pra ver a Tia. Pensou em Maite. Não gostava de mentir pra ela. Queria ter um relacionamento legal com ela. Sem mentiras. Se dependesse dele, ela saberia da verdade, de onde ele realmente iria naquela noite, mas não podia falar. Não falaria pela tia e por sua prima. Ninguém sabia do que tinha acontecido com Mari.

Vivera com a Tia todo seu sofrimento e sabia como ela se incomodava quando alguém sabia de sua condição. Mari ainda não tinha aceitado, como aceitar isso? Impossível. E parecia aceitar menos ainda, quando algum estranho chegava perto dela e ficava a olhando. Sempre julgava aqueles olhares como sendo de pena.

Só não entendia porque Anny não confiara ainda nas irmãs e contara sobre sua mãe. Poncho já sabia, que mal havia em revelar a verdade a elas?

Mas ele não iria se meter nisso. Essa decisão cabia a Anny e ela que resolvesse o que achava melhor. Só queria que isso não causasse futuros problemas no seu relacionamento com Maite.

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Anny estava no quarto com sua mãe. Esperava o medico chegar e dar o resultado dos exames. Sua mãe dormia. Anny estava em pé perto da janela. Se virou quando ouviu o barulho da porta abrindo. Viu a imagem do medico na porta e foi até ele angustiada. Como Mari dormia, ele a chamou para conversar la fora.

Anny: e então?
Medico: já temos o resultado dos exames
Anny: e como a minha mãe está?
Medico: a nossa suspeita foi confirmada. O tombo lesionou ainda mais a coluna dela. Mas foi mais grave do que pensávamos. A dor que ela ta sentindo, foi porque uma das vértebras, que antes tinha sido apenas parcialmente atingida, foi totalmente lesionada com a pancada
Anny: e o que isso quer dizer? – pergunta preocupada

Medico: sua mãe precisa ser operada novamente
Anny: de novo? – ela sente os olhos marejados
Medico: é estritamente necessário. Se ela não for operada agora, pode ser que daqui algum tempo, isso lhe ocasione ainda mais problemas sem contar que ela ficara sentindo essa dor pra sempre
Anny: doutor...isso quer dizer que minha mãe perdeu as suas chances de voltar a andar?
Medico: pra dizer a verdade, as chances dela se recuperar agora, desaparecem quase por completo
Anny sente as lagrimas percorrer por sua face: nem mesmo com a fisioterapia?
Medico: olha, não posso te afirmar isso. Só depois da cirurgia poderei de dar algum prognostico da sua mãe. Pode ser, que com o reparo dessa vértebra lesionada, ela tenha melhoras no tratamento ou piora. Tudo vai depender de como essa vértebra, antes pouco lesionada, estava atrapalhando nos movimentos de sua mãe
Anny: ela precisa voltar a andar, doutor. Eu prometi isso a ela – fala triste
Medico: estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. Mas não sabemos se todos os nossos recursos são o suficiente para devolver o movimento das pernas de sua mãe
Anny: e não tem mais nada que eu possa fazer?
Medico: eu recebi o prontuário completo da sua mãe, desde que ela sofreu o acidente. Eu o analisei antes de vir falar com você. Esse tratamento que ela estava fazendo, estava sendo muito bom pra ela, só que agora...ele não tem praticamente nenhum resultado. Depois da cirurgia, caso ela tenha um resultado positivo na operação, ela terá que entrar em novo tratamento, dessa vez mais intenso
Anny: e esse tratamento pode ser realizado aqui no México?
Medico: sim, aqui na clinica nós temos toda a cobertura a esse tratamento. Mas adianto que ele é um tratamento longo, as vezes doloroso, alem de não darmos 100% de chance de melhora, ele é muito pouco acessível – fala se referindo ao dinheiro
Anny: eu só quero que a minha mãe melhore. E sei que ela também quer isso, ela precisa disso pra voltar a ser feliz.

Anny conversou mais um pouco com o medico e depois ele saiu. Pedia todas as informações possíveis sobre o caso de sua mãe. Ela ficara desconsolada com algumas coisas. Prometera a mãe que faria tudo pra ela voltar a andar e queria cumpri isso. Mas agora...agora ela via sua promessa escorrer por suas mãos. Sentou no sofá, levou as mãos a cabeça e apoiou os cotovelos nas pernas. Fitou o chão e deixou as lagrimas rolarem por sua face. Como entraria no quarto da mãe e diria a ela tudo que o medico falara? Como diria a mãe que não sabia se conseguiria cumprir sua promessa?

Não sabia como fazê-lo e nem queria. Fez Marichello aceitar a fisioterapia aos poucos e quando isso acontecera, ela teria que sair dessa e ir pra um tratamento ainda mais intenso. Sabia que a mãe queria voltar a andar, mas não sabia se ela estava disposta a passar por esse tratamento. O medico lhe explicara detalhadamente como era o tratamento. Era realmente longo e principalmente, doloroso.

Se viu perdida quando a enfermeira chegou até ela e disse que sua mãe acordara e chamava por ela. O que faria? Como encararia a mãe? Não ia conseguir, mas precisava. Se não fosse ao quarto, ai sim sua mãe desconfiaria de algo. O medico ficou de ir mais tarde ao quarto de Mari falar com ela e Anny decidiu que esperaria ele falar, não teria coragem de dar tal noticia a mãe. Passou o dorso na mão no rosto e depois foi em direção ao quarto. Quando estava prestes a girar a maçaneta, olhou pro lado e parou. Seus olhos marejaram novamente e ela não conseguiu segurar as lagrimas.


Poncho se aproximou dela e tocou em seu braço: hei...o que houve?

Sem dizer uma só palavra, Anny abraçou Poncho. Ele a aconchegou em seus braços, também em silencio. Alguma coisa tinha acontecido com a mãe de Anny, mas não queria perguntar agora. Queria que Anny se acalmasse primeiro.