Fanfic: Triângulo Sombrio - AyA

Senti o sol bater em minha janela, me despertando de meu querido sono. Virei e encarei o relógio que estava sobre a cômoda. Seis e vinte e cinco. Droga, odeio acordar faltando poucos minutos para o relógio despertar. Joguei o cobertor azul para fora da cama e me levantei, com preguiça. Me dirigi até a janela e a abri, sentindo uma leve brisa em meus cabelos. Ouvi barulhos na cozinha, papai já devia estar de pé. Este que com a morte de mamãe, só se dedicava a mim e ao trabalho. Suspirei ao lembrar disso e fui me trocar.
- Bom dia pai. – dei um beijo em sua bochecha e ele sorriu fraco. – Acordou muito cedo hoje.
- Tenho uma viajem de negócios. – ele colocou algumas panquecas sobre a mesa. – Terei que ficar o final de semana fora. São três dias, você ficará bem aqui, sozinha? – ele deu ênfase em “sozinha”, mas tentei não me preocupar com isso.
- Claro pai, acho que sei me cuidar. – sorri tentando tranqüilizá-lo e peguei uma panqueca. 
- Se quiser pode chamar algumas amigas pra ficar aqui com você. – ele pegou o jornal e se sentou do outro lado da mesa. – Você não anda saindo muito também, seria bom se divertir. 
- Pode ser. – não, eu não chamaria ninguém. Não tinha amigas, não me sentia segura em ter amigas. Não só amigas, amigos em geral. Era afastada de todos, preferia assim.
Terminei meu café da manhã e subi para me arrumar. Sexta feira, enfim. Só mais algumas horas e eu estaria livre para dormir o fim de semana todo, como sempre.

Me arrumei rápido e em minutos já estava no ônibus, ouvindo música no ultimo volume do fundo, enquanto todos os jovens com uma mentalidade infantil pulavam a minha frente.
- Não sei por que temos que vir de ônibus, já não basta ir pra escola... – observei dois garotos sentando no banco ao lado. Ambos altos e pálidos, um com cabelos em um tom escuro com um corte curto, olhos verdes esmeralda, e uma barba rala que mal se percebia. O outro com o cabelo em um tom mais claro e mais cheio, olhos cor de mel, e sem barba, aparentando-se mais novo.Suspirei quando o mais novo olhou pra mim, e abriu um sorriso.

- Oi. Sou Christopher. – ele não estendeu a mão como de costume, apenas sorriu.
- Oi. Anahí. – não fiz questão de sorrir, apenas assenti com a cabeça e virei para o lado, dando a “conversa” por encerrada.