Fanfic: Triângulo Sombrio - AyA

Isso tudo começou a dois anos atrás. Mamãe e papai já não tinham um relacionamento estável. Papai bebia muito, e mamãe já não agüentava mais. Ela então procurou refugio, com outro cara. Chegava tarde em casa, o que gerava muitas brigas. Eu já não agüentava mais.

Certo dia decidi segui-la. Não sabia o que ela fazia, nem com quem ela estava saindo. Foi um choque vê-la com outro que não fosse papai. Me revoltei.

- Como você pode fazer isso? – eu gritava enquanto colocava algumas roupas em uma mochilas, as lágrimas inundando meu rosto. – Papai sempre te amou e você dormindo com outro cara!

- O que está acontecendo aqui? – papai chegou em meu quarto, sem entender o por que de toda a gritaria.

- Pergunte a ela. – em seguida, sai do quarto, e depois da casa. Mal sabia eu que seria a ultima vez em que a veria viva.

Fui para a casa de uma amiga, Dulce. Minha melhor amiga. Contei tudo o que estava acontecendo, e ela me acolheu como sempre. Era como minha irmã, mas hoje em dia não a vejo mais. 

Sua mãe acordou com o telefone tocando de madrugada. Era papai, avisando que mamãe fora assassinada. Por nada menos que, seu amante. Papai havia colocado-a para fora de casa, e ela foi atrás de seu companheiro.  Este que, numa crueldade, lhe tirou todo o sangue, a matando por completo. Não se sabe como, pois foram achadas apenas duas marcas em seu pescoço, o cadáver deixado no lugar onde se encontravam. Me desesperei e sai correndo, no meio da noite, em busca de refugio, um lugar onde pudesse pensar e refletir, chorar. Andava perdida, quando sinto algo me puxar.

- Então é você. – um cara alto, com músculos bem definidos, meio pálido, sobrancelha grossa, olhos pretos e com dentes estranhos me segurava. 

- Quem é você? – tentei empurrá-lo, mas este era extremamente forte. 

- Não sabe quem sou eu? – ele riu sombriamente. – Sou seu papai.

- Como assim? – olhei fixamente para ele. Minha respiração falhou por alguns instantes. – Não, nunca! Não pode ser você! Você é tão... assustador.

- É de família. – ele riu novamente. – Bonito de dia, assustador à noite. – ele piscou os olhos completamente negros e eu tremi. Tentei novamente sem sucesso tirar seus braços de mim.

- Não temos tempo, você já fez sua vitima, vamos logo. – um cara alto falou atrás de nós e ele me soltou. 

- Eu voltarei, e você será minha, assim como sua mãe, eu prometo. – ele sorriu e desapareceu.

Desde então convivo com a dor e com o medo. A dor de ter perdido mamãe, e o medo dele cumprir sua promessa. Papai estava arrasado. Quando contei o que havia acontecido, decidiu que nos mudaríamos o mais longe possível e que nunca iria deixar que ele cumprisse a promessa.

Hoje estamos aqui. Não fiz mais amigos, não saio, não me divirto. É na base da casa para escola, da escola para casa, todos os dias. Não tenho mais segurança, não confio em nada e nem ninguém. E agora com papai viajando o fim de semana, será mais difícil. O máximo que ele ficou fora foi um dia, nada mais. Aqueles olhos, aqueles dentes, não saem da minha cabeça. Ele estava diferente, sombrio, não era igual ao cara que eu havia visto. E as marcas no pescoço de mamãe. Cheguei a pensar na hipótese de ... não era completamente loucura, vampiros não existem.