Fanfic: Esposa por um ano - AyA

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-Um casamento
de conveniência... Um trato de negócios - murmurou ao fim-. Você consegue uma
esposa para que esteja a seu lado nos atos públicos... E eu consigo recuperar
minha propriedade ao cabo de um ano?

-Sim. Seremos
sócios durante um ano. Depois eu me tirarei como sócio de sua propriedade e
tudo ficará para ti.

O brilho de
humor que viu em seus olhos a fez fechar os punhos aos flancos.

-Será um
casamento puramente formal?

Alfonso não
respondeu imediatamente, mas sim a olhou de forma apreciativa, detendo-se
deliberadamente nas curvas de sua figura e em sua formosa juba escura.

-Não conheço
minhas limitações. Tem um corpo fabuloso e eu tenho um apetite muito são. Eu
gostaria de me deitar contigo, Anny.

Por um
momento ela ficou tão surpreendida que não pôde falar.

-Não é uma
idéia tão repulsiva, verdade, Anny? -inquiriu Alfonso-. Sei que é muito mais
jovem que eu, mas faz uns momentos, quando te beijei, desfrutou muito. Não pode
negá-lo. Estou seguro de que era desejo o que saboreei em seus lábios... E isso
me fez perguntar por que nunca antes te tinha beijado.

Anny ardia de
fúria e de humilhação. Seu orgulho nunca admitiria o fato de que o achava
atraente... Jamais. Sacudiu a cabeça.

-Isso só foi
imaginação tua. Percebeu em mim surpresa, desconcerto... Nada mais.

-Estás
segura? - arqueou uma sobrancelha -. Houve um tempo em que me perguntei se
estavas apaixonada por mim.

A arrogância
de seu comentário a impressionou até mais.

-Até quando
pensa retroceder no tempo? Não irás recordar-me a época em que te propus que
fosses comigo à festa de graduação do colégio, verdade? -sabia muito bem que
essa tinha sido uma das poucas ocasiões em que se atreveu a exteriorizar seus
sentimentos ante Alfonso, a flertar com ele -. Céus! Se não recordo mal você
pôs-se a rir; disse-me que as pessoas poderiam te acusar de pedofilia e que
tudo aquilo era absurdo - e acrescentou com tom frívolo -  Naquela época devia gostar dos homens mais
velhos.

-Eras muito
jovem - comentou Alfonso, encolhendo-se de ombros.

-Separavam-nos
os mesmos dez anos de agora.

-Não esqueci
- por um instante adotou um tom muito sério. Depois, deslizou o olhar por sua
figura com expressão apreciativa-. Mas agora tem vinte e dois e é diferente.

Só por um
segundo, Anny teve a impressão de que estava tentando convencer-se a si mesmo
mais que convencer a ela.

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-Segundo
você, não haveria nada de mal em que me explorasse dessa maneira durante um
ano, não? - espetou-lhe. Seus nervos já não podiam suportar por mais tempo a
tensão-. Preferiria vender minha alma ao diabo – tremia-lhe a voz.

-Eu não o
chamaria assim - Alfonso se pôs a rir-. E acredito que estará de acordo com
minha proposta... Porque sem dúvida será a decisão mais proveitosa que tenha
tomado em toda sua vida - voltou-se para dirigir-se para a porta-. Pensa nisso.