Fanfic: Esposa por um ano - AyA

-Ao menos admite sinceramente que seria um erro - afirmou com tom seco-. Não posso acreditar que esteja falando a sério. De verdade pensa que minhas opções são ficar aqui para que te aproveites de mim, ou partir a Monterrey para que outro homem o faça?

-Eu não vou me aproveitar de ti, Anny - repôs lentamente Alfonso, adotando uma expressão muito séria -. Mas não posso responder pelo outro tipo, verdade? A propósito, quem é? Não é aquele que acompanhou para casa no ano passado, depois das férias de verão?

-Não vou falar desses temas contigo.

-É uma desmancha - prazeres -Alfonso se apoiou no balcão da cozinha, pousando o olhar em seus lábios -. Suponho que você mesma terá tido que te perguntar se realmente quer conservar sua casa familiar, ou se vale a pena que sacrifique tudo por esse tipo de Monterrey.

-Oh, isto é ridículo! - Anny sacudiu a cabeça-. Não quero escutar nada mais. Não podemos nos casar. É simplesmente absurdo.

-Eu acredito que seria um bom trato para ambos.

-Um bom trato! - exclamou ofendida-. Como pode falar de um casamento nesses termos?

-Se falasse em outros termos... Se falasse de amor... Estaria mais interessada? - perguntou-lhe Brad com tom suave e um matiz de sarcasmo zombador na voz.

-Não, não quero saber nada disso - replicou, com o coração lhe pulsando acelerado.

-Então fugirá para Monterrey.

-Não vou fugir a nenhuma parte - negou Anny-. Começarei de novo.

-Pode começar de novo aqui. Sei o muito que significa este lugar para ti. No fim de um ano terá recuperado tudo e estará em uma ótima situação.

Anny se ruborizou nervosa.

-Sentirá-se muito melhor no fim desse tempo - insistiu ele.

-Ou muito pior.

-É um risco calculado - declarou Alfonso-. Ao menos conservará sua casa e sua propriedade. Não pode perder nada.

-Ao contrário, acredito que poderia chegar a perder muito. Minha liberdade... E minha prudência.

-Não acredito que viver comigo seja tão mau! - exclamou Alfonso com tom seco, arqueando uma sobrancelha.

-Isso é um problema de opiniões.

-Bom, se for isso o que pensa, terei que pedir a outra pessoa.

-Sim, faça-o - replicou ela, escandalizada por sua ousadia-. Que tal com Dulce? -queria ver sua reação, queria saber como se sentia depois de que Dulce o tivesse abandonado.

-Já lhe disse isso, Dulce já não representa nenhum papel em minha vida.

Pronunciou essas palavras com firmeza. Em seus olhos verdes não havia a menor sombra de indecisão ou de nostalgia.

-Não estará fazendo tudo isto por despeito, Alfonso?

Por um momento pareceu muito surpreso por sua pergunta. Depois se pôs a rir.

-Claro que não, Dulce desejava de mim mais do que eu podia lhe oferecer.

-Mas foi ela quem te deixou, não?

-Importa acaso quem deixou a quem? -inquiriu Alfonso por sua vez, e olhou seu relógio-. Escuta, não vim aqui para falar de minhas aventuras passadas. Estava-me perguntando se quereria comer comigo... Acredito que seria maravilhoso que nós dois nos sentássemos tranqüilamente a falar como dois seres civilizados.

-Sinceramente, não vejo a necessidade de falar de nada. Já sabe o que penso de ti.

-Você e eu sempre nos demos muito bem.

-Até que descobri como eras realmente.

-Eu, em troca, sempre te tive em muito alta estima, Anny. Eu gosto de seu caráter dinâmico, sua vivacidade... - deslizou o olhar por sua figura -. Entre outras coisas.

-Não tente me adular, Alfonso - replicou ela, estremecida-. Asseguro-lhe que não vou aceitar esse trato que me propõe. Sou uma romântica. Quando me casar, farei-o por amor, e não por negócio.

-Posso te enviar rosas.

-Necessitaria algo mais que rosas para me convencer - espetou-lhe com frieza-. Depois da maneira como que tratou a meu pai.

-Não vou colocar-me nesse tema outra vez. Os problemas de seu pai foi ele mesmo quem os criou - declarou com tom desdenhoso.

-Estou segura de que você adoraria que todos esquecêssemos o que fez - disse-lhe com tom cáustico - mas não conte com isso. Eu nunca esquecerei nem te perdoarei que apunhalasse meu pai pelas costas. Morreu amargurado e arruinado, e você contribuiu para essa situação... Odeio-te por isso e...