Fanfic: Esposa por um ano - AyA

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Eu
acreditava que tinha agradado aos dois - murmurou Alfonso com tom frívolo,
arqueando uma sobrancelha.

-Não
acredito que a sua noiva goste tanto-replicou Anny.

-Eu
não tenho noiva-espetou-lhe Alfonso.

-E o
que passa com Dulce? -perguntou-lhe.

-Terminamos.

-Mas
eu acreditava... Todo mundo pensava que vocês dois... Bom, que iam se casar.

-Todo
mundo supõe muitas coisas sem saber - murmurou secamente Alfonso-. Tudo acabou
entre Dulce e eu.

-Oh!
-olhou-o fixamente, realmente surpreendida por aquela notícia-. Está muito
abalado?

-Por
quê? -esboçou uma careta-. Queres me consolar? -inquiriu com tom sardônico-.
Uns poucos beijos mais como este e acredito que poderia chegar a me sentir
muito melhor.

-Não
seja absurdo - Anny sentiu que lhe encolhia o coração. Disse-se com firmeza que
não lhe importava com quem estivesse relacionado. Isso não interessava a ela.
Mas muito no fundo seguia recordando aquele beijo... a sensação de sentir-se
segura em seus braços. Bruscamente, deu-lhe as costas-. Acredito que deveria
partir agora.

-Se
for isso o que quer... Espero que acredite em mim, Anny, quando te digo que
jamais foi minha intenção arruinar a seu pai.

A
jovem não replicou nada... Não sabia o que pensar. Sentia-se desconcertada,
assustada. E jamais em toda sua vida se havia sentido tão sozinha.

-Se
isto te servir de ajuda, quero que saiba que posso esperar o tempo que for até
que me devolva o dinheiro que me deve. Não me importa quando me pague isso.

Ao
escutar aquilo, Anny girou em redondo e exclamou, sacudindo a cabeça.

-Não
posso acreditar! Faz tão somente uns meses te pedi que prorrogasse o prazo
limite. Negou-te rotundamente. Agora meu pai está morto e você tem a ousadia de
me dizer, com toda tranqüilidade, que não te importa quando te devolva o
dinheiro...

-Quero
te ajudar.

-Bom,
pois é muito tarde - nesse momento, sua voz destilava angústia-. Sabe
condenadamente bem.

-Não
posso ficar quieto vendo como destroça a ti mesma - murmurou Alfonso.

-Com
o risco de resultar repetitiva, direi-te que isso mesmo não te importava faz tão
somente uns meses - aspirou profundamente-. Ou te atormenta terrivelmente a
consciência, ou és um ator condenadamente bom.

-Minha
consciência não me atormenta - apressou-se a replicar Alfonso-. Tinha minhas
razões para dizer a seu pai o que lhe disse. E eram muito boas.

-Tão
boas que eu não consigo compreender-las - espetou-lhe ela-. Bom, não sou tão
estúpida como para não ver o que se oculta atrás de uma oferta assim. Está
preocupado pelo que possa pensar as pessoas se chegar a lhes contar os detalhes
dos problemas econômicos de meu pai. Um homem que se apresenta como candidato a
prefeito não quereria uma mancha semelhante em sua reputação. Daí a grandeza de
seu gesto - sacudiu a cabeça -. Alfonso, não necessito de sua caridade.

-Não
te estou oferecendo caridade alguma - replicou com tom seco-. Estou-te
oferecendo ajuda como vizinho...