Fanfic: DOCE ILUSÃO.VONDY

-Mas é a verdade!-Roberta cruzou os braços.

-Olhe lá, Roberta, tente usar a educação que seus pais te deram quando ele chegar, por favor.Não o trate mal!

Roberta girou os olhos.

-Está querendo dizer que sou mal-educada?

-Não, não.-Berta riu alegremente.-Só estou pedindo que seja uma dama.Uma ladyzinha, como seus pais ensinaram, sim cariño?-Afagou os cabelos de Roberta.

-Claro que sim.-Roberta cruzou os dedos atrás do corpo.

-Bom.-Berta sorriu.-Agora vou descer e mandar os cozinheiros logo prepararem o jantar.O senhor Bustamante chegará à noite.

Berta saiu.Roberta esperou um pouco.Logo depois tirou um saquinho de pó-de-mico do bolso.Correu até o banheiro do quarto e começou a espalhar com cuidado o pó por dentro do roupão de banho que Berta havia colocado para Diego.Passou também o pó nas toalhas e um pouco na roupa de cama.

-Prontinho!-Amassou o papel vazio, jogou na privada e deu descarga.Saiu discretamente do quarto e fechou a porta.

**

Eram oito da noite, Roberta estava se aprontando no quarto à mando de Berta.Colocou um vestido que ganhara de sua mãe, passou um perfume floral, maquiagem leve e terminava de colocar algumas jóias quando a campanhia soou.

“Quem será?”, pensou.Não podia ser Diego, porque Berta ainda iria mandar alguém busca-lo no aeroporto.Quem seria?

Dando de ombros, Roberta terminou de se aprontar.Ouviu uma voz grave no andar de baixo, e logo a voz fina e esbaforida de Berta.

Franzindo o cenho, Roberta resolveu descer para ver o que era.A escada principal da mansão dos Pardo dava exatamente na sala, em frente à porta.

Desceu lentamente as escadas, quando estava no meio dos degraus baixou os olhos e viu na porta, ao lado de Berta, um homem incrivelmente bonito e sexy.

Roberta sentiu um calor se espalhar pelo corpo ao encontrar com o olhar daquele homem.Ele tinha os cabelos castanhos claros, olhos marcantes, cílios espessos e a boca bem atrativa.O corpo era tão bem feito que os músculos sobressaíam por baixo do terno.Ele lembrava um deus grego.

-Que bom que desceu, menina.-Berta disse, parecia meio ansiosa.-Senhor Bustamante, apresento-lhe Roberta Pardo.Sua prima.

Roberta olhou os dois surpreendida.Não podia ser...aquele era Diego?

Os olhos dos dois voltaram a se encontrar.Pelo que Roberta pôde perceber, ele também parecia levemente surpreso.

“Então é ela?”, Diego pensou, observando a bela figura ruiva à sua frente. 

Não podia ser... pensava Roberta incrédula.O primo coroa, barrigudo, rabugento, carrancudo e com uma penca de filhos que ela imaginara era na verdade aquele homem belo e sensual à sua frente?

Diego, com um ar aristocrático e levemente surpreendido, passou os olhos por Roberta, de cima à baixo.Diego era uma executivo de bastante sucesso, e há anos se especializava nos EUA.Sua mãe ligara com urgência de repente e lhe incumbira de ser o responsável de uma afastada  prima menor de idade, que perdera os pais (e que no caso a mãe era irmã da própria mãe de Diego – mesmo que sempre tivessem sido afastadas, com uma morando no México e a outra em Paris) num acidente.

Seriam poucos meses, e assim que pudesse a mãe de Diego iria ao México assumir as responsabilidades.

Diego no princípio dissera à mãe que não; afinal era um homem tão ocupado, que era absurdo que a mãe lhe pedisse algo assim.Mas a mãe era a única coisa que tinha na vida, e a senhora insistira à Diego que lhe fizesse este favor.Era a única forma, já que no momento ela não poderia voltar ao México.

Diego enfim aceitou cumprir o pedido da mãe, de cuidar do conforto e tudo mais que a prima menor precisasse.Enquanto passava os poucos meses na mansão dos Pardo, continuaria trabalhando em seus projetos via FAX, internet, telefonemas, e tudo mais.Continuaria dando seus comandos no trabalho, mas de longe, até que tudo se acertasse e a mãe pudesse assumir a responsabilidade que no momento era sua.

Diego viajara de volta ao México achando que encontraria uma criança, afinal sua mãe dissera que a prima era bem jovem.Chegara à Mansão Pardo com a certeza que acharia uma menina de no máximo 14 anos de idade, e a verdade era que estava bastante surpreendido.

Ao entrar na mansão e ver aquela jovem e bela ruiva descendo as escadas, como se fosse uma deusa flutuante, o tempo parou por breves segundos.

Os cabelos eram muito ruivos, compridos e sedosos.Os grandes cachos lhe caíam nas costas.Os olhos grandes e chamativos, juntamente com a boca rosada e carnuda.A pele dourada, o corpo curvilíneo...era tão bonita!Os traços perfeitos.

A criança que ele imaginara encontrar, a prima mais nova, era na verdade uma formosa jovem à flor da idade.Uma menina-mulher que seria capaz de enfeitiçar qualquer homem.