Fanfic: Corações Turvos - Savirroni [Refeita]

-Por que todo mundo se apresenta agarrando você pelo braço? – comentou Dulce, subitamente surgindo atrás dela.

Maite deu de ombros.

-Você está bem? Está estática. – perguntou a ruiva.

-Estou. É só que... Bom, nós não somos muito amigas ainda, mas... É só um favorzinho...

-Pode falar.

-Vai ao bar comigo?

Dulce arregalou os olhos e riu.

-Calma aí! Mal começamos as aulas e você já quer encher a cara?

-Não! Deus me livre! Eu não bebo! – Dulce riu mais ainda. – Do quê você ta rindo?

-Da sua cara.

-Então para, porque eu to falando sério. Eu só quero que você me faça companhia, porque eu não quero ficar sozinha com o Eugenio.

-Ah... Que pena, pensei que fôssemos nos embebedar. – Maite lhe lançou um olhar fuzilante. – Desculpa! Caramba, igrejinha chata a sua hein? Vem, vamos voltar logo antes que resolvam implicar com a gente.

As aulas seguintes não foram menos chatas; no fim do dia, Dulce já estava cansada do colégio. A sorte é que Maite a convidara para um bar, mesmo que acabasse segurando vela, pois lá pelo menos talvez se divertisse. Chamou Angelique para acompanhá-las, mas ela recusou; Pollito a convidara para jogar Wii na sala de jogos. À noite, ela vestiu uma roupa relativamente insinuante, enquanto Mai se cobriu toda, mesmo não estando tão frio. As duas desceram juntas e se encontraram com Eugenio no pátio interno.

-Ela vai com a gente. – informou Maite.

-Por mim tudo bem. – replicou ele, sorrindo. – Meu nome é Eugenio, a propósito.

-Dulce Maria. – apresentou-se Dulce. – Você tem carro?

-Modéstia à parte, tenho um Honda que ganhei por ter concluído o ano passado.

O queixo das duas caiu.

-Um Honda? – repetiu Dulce, incrédula.

Eugenio riu de novo.

-Aham. Venham, eu mostro a vocês.

Os três deixaram o colégio pelos fundos e seguiram para a garagem, onde poucos carros estavam estacionados, a maioria de professores. Eugenio aproximou-se dum Honda preto e o abriu. As duas entraram.

-Uau, é muito mais confortável que minha bicicleta. – comentou Dulce, fazendo Maite rir. – Tem rádio?

-Claro que tem! Carro sem rádio não é carro! – respondeu Eugenio.

Seguiram rumo a um barzinho com música ao vivo, localizado a dez quilômetros do colégio. Eugenio estacionou o Honda logo na entrada e, oferecendo o braço a Maite, caminharam até uma das mesas mais afastadas. O garçom entregou o cardápio de petiscos e bebidas e Dulce os analisou com muita atenção, mas Maite dispensou os dois.

-Não vai me dizer que sua religião proíbe petiscos? – perguntou a Maite.

-Não, não é isso. Eu não curto comida de bar.

-“Comida de bar” – imitou-a, irônica – é a melhor comida que existe. Veja só: bolinhos de aipim fritos, bolinhos de bacalhau, camarão...

-Eu não gosto.

Eugenio e Dulce trocaram um olhar e depois começaram a rir.

-Na boa, vocês têm algum problema? Riem de tudo!

-A gente é feliz. – disse Eugenio.