Fanfics Brasil - Capitulo 9 Fanfic sem Título

Fanfic: Fanfic sem Título


Capítulo: Capitulo 9

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Capítulo 9...


 


 


Enquanto
relatava essa história horrível com a maior calma do mundo, Anahí  limpava a


parte de
baixo das unhas com um palito de cutícula que tinha pegado de cima de minha


cômoda.


— Ser
torturada faria a maioria das garotas desmaiar ou algo assim. Mas sou tão barra
pesada


que
fiquei com eles o tempo todo. Eu podia sentir os caras esfaqueando através de
minhas


costelas
e para dentro da minha barriga, até alcançar o meu coração. Ele atirou a faca
na


cachoeira...
então ela já era.


Eu a
olhei, sem acreditar.


— Eles...
eles mataram você!


— Eu tô
aqui, não estou? - discordou ela, balançando a cabeça em negativa. - Enfim,
mataram


-
concluiu. - Fizeram um sushi comigo. Eu deveria estar morta. Mas, por algum
motivo, não


estou.


— Talvez
esteja - sussurrei.


— Tanto
faz. Enfim, não lembro direito o que aconteceu depois disso. Só sei que acordei


algumas
horas depois e de algum jeito consegui voltar.


— É, eu
me lembro - disse eu, secamente. Como eu poderia esquecer?


— Eu não
poderia machucar você. Quer dizer, você é uma grande amiga. Mas sentia tanta


fome que
precisava fazer alguma coisa. Desde então, eu de certa forma soube o que era


necessário
fazer pra me sentir forte. E, quando estou cheia, como agora, eu sou...
imortal.


Posso
fazer coisas assim...


Ela
enfiou o palito de cutícula no braço e o empurrou por baixo da pele. Pulei. Era


ultranojento.


— Nada de
mais - disse ela, nem um pouco perturbada. - Olhe isso.


Ela puxou
o palito do braço e a ferida cicatrizou-se diante dos meus olhos. Estendi a mão
e


toquei
sua pele. Não havia sequer uma marca.


— Isso é
ou não é um lance de super-herói?


Eu a
olhei bem dentro dos olhos:


— O que
você quer dizer com “quando estou cheia”?


Ela deu
de ombros:


— Sei lá,
cheia. Tipo, cheia de petiscos apetitosos.


Mas eu
não entendi. Bom, não queria entender. Ela não estava sendo coerente. Petiscos


apetitosos
de quê? Eu tinha medo de saber.


— Deixa
pra lá - falou ela. - Você provavelmente iria me entregar mesmo. Não que alguém


fosse
acreditar... Mas você sempre acha que é o fim do mundo.


Ela
revirou os olhos para mim, como se eu fosse uma chorona histérica, só porque eu
me


chateava
com a morte das pessoas.


Porém eu
ainda tinha algumas perguntas para lhe fazer.


— E o
carro da minha mãe? Por que você me atacou lá na estrada? Por que você tava
coberta


de
sangue? Você nem parecia humana!Ela deu um tapinha no meu braço.


— Você
devia conversar com alguém sobre essas idéias perturbadoras que anda tendo.
Todos


nós
estamos preocupados. Principalmente Ucker . Acho que ele anda pensando duas
vezes


sobre
você.


Aquilo
foi a gota-d`água.


— Saia! -
exclamei.


— Nossa,
não somos mais do tipo “a gente se vê na terça que vem”?


— SAIA! -
berrei.


Ela
sorriu sedutoramente para mim.


— Ah,
vai, me deixe dormir aqui hoje. A gente pode brincar de namorado e namorada,
como


antes.


Recuei. Com
um suspiro, ela se levantou da cama, andou até a janela e a escancarou.


— O que
você tá fazendo? - perguntei. Meu quarto fica no segundo andar. Não é possível
sair


pela
janela.


— Você me
disse pra ir embora. Então, eu vou nessa.


Ela subiu
no peitoril e se agachou


— Vejo
você na escola.


Depois
pulou pela janela! Corri para a janela e olhei para baixo, mas o quintal estava
vazio. Ela


havia
desaparecido. Comecei a acreditar que ela realmente tinha poderes estranhos de


super-herói.


No dia
seguinte, eu soube na escola do que aconteceu com Andy. O coitado e infeliz
Andy.


Eles
encontraram o que sobrou dele em uma construção nos limites da cidade - um
desses


condomínios
ridículos em que todas as casas são iguais e por algum motivo os empreiteiros


acham que
as pessoas vão querer morar numa caixa igual à dos vizinhos de ambos os lados.


Um
segurança que dirigia uma patrulha viu o carro de Andy estacionado na frente. Andy


havia
sido destripado e devorado, como Afonso. Ninguém sabe por que ele estava lá e
nem


quem
comeu seus órgãos.


Eu,
entretanto, estava começando a me dar conta de que tinha uma noção bastante boa
de


quem
andava saboreando esses “petiscos apetitosos” na cidade ultimamente. Anahí  havia


me dito
que precisava ficar “cheia” não é? Isso explicava por que ela ficou com uma
aparência


tão
horrorosa depois de um tempo e logo em seguida voltou a brilhar. Isso também
explicava


algumas
das coisas estranhas que eu vinha sentindo nos últimos tempos. Eu devia estar


sentindo
a fome dela, o mal-estar dela e a sua felicidade ao se saciar com carne de
garoto


adolescente.
Só que eu ainda não estava totalmente preparada para abraçar essa teoria. As


pistas,
porém, se empilhavam em um canto do meu cérebro e logo, logo eu teria de bancar
a


Nancy
Drew.


O funeral
de Andy foi no cemitério perto da Igreja de Nossa Senhora do Sangue Perpétuo.


Que nome
mais adequado. Trilhas de cascalho bem varridas serpenteavam entre estátuas de


mármore
solenes. Havia uma suave inclinação no terreno dos fundos do cemitério, e foi
ali


que a
cerimônia aconteceu.


Cheguei
cedo e esperei. Sentia-me responsável. Não sei exatamente como eu poderia tê-la


impedido,
mas tinha a sensação de que de algum jeito havia falhado com Andy. Sua família


estava
péssima. Não os culpo. Ficaram ao redor da cova com a aparência de quem tinha
levado uma surra. Havia um grupo menor de pessoas a um lado. Alguns jornalistas
estavam


lá,
também. O mundo ouviria ainda mais notícias de Devil’s Kettle.


— Estamos
reunidos aqui hoje para celebrar a vida de Andy Gray - começou o padre -, que
foi


arrancado
da primavera...


Ouvi
choros e soluços a distância. Olhei naquela direção, junto com todo mundo, e vi
várias


figuras
de preto aproximando-se do topo da colina. Uma procissão de góticos, incluindo
todas


as
Garotas Mortas da região, marchava solenemente em fila. Usavam capas pretas,
correntes,


meias
arrastão, coturnos e uma dose exagerada de lápis. Todos estavam chorando. Era
como


uma
tragédia grega, completa ao som do órgão fúnebre.


Uma das
meninas espalhava pétalas de rosa vermelha no chão. Eles andaram até a cova e
se


postaram
ao lado dos Grays.


O padre
pigarreou.


— Esses
são...?


O Sr.
Gray fez que sim.


— Os
amigos de Andy.


Um gótico
chamado Kevin atirou-se na terra fresca.


—Andy! Me
leve com você! Eu pertenço aí, à escuridão!


Esses
góticos são mesmo uns dramáticos.


Uma das
Garotas Mortas ergueu o garoto. Era Chloe, acho.


— Não,
Kevin. Esses são apenas os restos mortais dele. Ele está entre os anjos do
reino das


trevas
agora. Voe,Andy! Voe até o firmamento.


Chloe
acendeu um maço de sálvia e agitou a fumaça no ar. O Sr. Gray engasgou por
causa do


fedor. Se
achava que conhecia alguma coisa do reino das trevas, aquela garota estava


seriamente
enganada. Eu, entretanto, começava a me sentir uma especialista.


Kevin
dirigiu-se ao Sr, Gray.


— Tudo
bem se a gente acampar aqui por alguns dias? A gente quer comungar com o
cadáver


dele.


O Sr.
Gray ficou boquiaberto.


Chloe se
dirigiu à Sra. Gray.


— Preciso
perguntar uma coisa, Sra. Gray. Hã, o Sr. Feely, sabe, o psicólogo da escola?,
disse


que é
muito importante que eu me expresse.



Mocinha, talvez essa não seja a melhor hora... - repreendeu o padre, mas a Sra.
Gray o


afastou
com um gesto.


— Tudo
bem - disse ela.


— Certo;
então, é verdade que Colin saiu com Anahí na noite em que foi assassinado?


Chloe
pronunciou o nome de Anahí  como se fosse
um palavrão imundo.


Cobri o
rosto. Não acreditava que ela estivesse trazendo isso à tona no funeral! E para
a mãe


dele!


— Porque
vamos combinar... Anahí ? É nojento - continuou. - Ela acha que é tão


especial
só porque é popular e o que a “sociedade” considera “atraente”. Mas na verdade
ela é


só uma
megavadia genérica que ouve Fergie e compra na Hollister. Sem falar que ela tem


herpes
labial e o outro tipo.


Isso era
novidade para mim, se era verdade mesmo. Que nojo! — Então, só pra confirmar: Andy
não saiu com ela, saiu?


Os Grays
apenas ficaram olhando o chão. Chloe surtou.


— Ah, meu
Deus, eu sabia! Aquela piranha!


Amém,
irmã. Kevin tocou-lhe o braço e tentou acalmá-la.


— Hã...
Chloe? Acho que você devia ficar brava é com quem matou Andy. Anahí  só o


convidou
para ir à casa dela assistir Aquamarine.


O choro
de Chloe aumentou.


— Isso é
ainda pior! - guinchou ela, depois caiu no chão, tendo um pequeno ataque de
raiva.


A Sra.
Gray começou a chorar, cobrindo o rosto com as mãos, e o Sr. Gray a abraçou.


—Andy não
teria gostado disso - disse Kevin, balançando a cabeça.


Foi aí
que o verdadeiro show começou.


A Sra.
Gray ergueu a cabeça na hora e encarou Kevin.


— Ah,
você acha, é? - gritou ela, com sarcasmo crescente. - É, tem razão! Tenho
certeza de que


meu filho
não teria gostado de ser devorado por um canibal e ser enterrado antes de seu


aniversário
de 18 anos! Uau! Você deve ter conhecido o Andy tão bem! - Ela sacudia os
braços


e cuspia
ao falar.


— Jill...
- disse o Sr. Gray, tentando puxá-la para trás. Kevin estava branco como um
fantasma,


completamente
aterrorizado ante a harpia que libertara.


— Quando
encontraram Andy naquela casa maldita, ele parecia uma lasanha com dentes! Eu


sei,
porque fui eu que tive de identificar seus restos mortais! - Os gritos dela
foram


substituídos
por um rosnado baixo, o que era ainda mais assustador. - Meu filho não está no


reino dos
espíritos. Não está voando pelo... pelo firmamento com asas mágicas de fogo.
Está


num
caixão caro de madeira de cedro que será enterrado a sete palmos,


Ela se
inclinou ameaçadoramente para Kevin e gritou na cara dele:


— Então
você pode pegar a sua dor e enfiar no rabo! Eu tenho o monopólio da dor!


Aí ela
desabou, soluçando, nos braços do Sr. Gray.


Tive
vontade de bater palmas, mas achei que não seria muito apropriado.


 


 



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Capítulo 10...     Fizeram um memorial grandioso para Andy  na escola alguns dias depois. Tivemos de assistir a mais uma palestra sobre não ficar até tarde na rua, o sistema de apoio mútuo, como lidar com a dor e blá-blá-blá. Só que ninguém ligava mais. A tristeza tinha sido a emo&c ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • rafaelavala Postado em 18/08/2010 - 20:47:56

    oi eu sou a autora de mortos em minha casa... me coloca no seu web
    eu sou a nicole winchester
    a mesma que ta na minha web viu a mesma foto

  • paulavondysiempre Postado em 02/08/2010 - 23:35:52

    Ameiiiiiiiii o filme*-*
    Quero ver a sua vesão!!!!!!!
    D++++
    Poxta mais


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