Fanfic: Fanfic sem Título
Capítulo 3...
Corri o
caminho inteiro até minha casa. Quase caí no choro enquanto tentava enfiar a
chave
na porta.
A única coisa que eu queria era estar em casa. Só parei de correr quando
cheguei no
meu
quarto. Acendi a luz e arfei em busca de ar, enquanto ficava ali parada um
instante. Fui
até o
banheiro e tomei água direto da torneira. Foi quando me vi no espelho. Meu
rosto estava
coberto
de fuligem, flocos de cinzas caíam de meus cabelos, e minhas roupas estavam
rasgadas.
Meu cérebro começou a processar a extensão do que acontecera.
Voltei
para o quarto, agarrei o celular e apertei uma tecla de discagem rápida.
— Mrfshhh
- balbuciou Ucker. Acho que ele afinal foi dormir em vez de assistir Orca, a
baleia
assassina
sozinho.
— Ucker!
Anahí sumiu! Ela fugiu com aquela banda
de rock. E o Melody Lane pegou fogo!
Ai, meu
Deus, Ucker...
Mais
cinzas caíram dos meus cabelos enquanto eu andava pelo quarto.
— Pegou
fogo, como? Incendiou? Tá todo mundo bem?
Comecei a
rir descontroladamente, o que depois virou um acesso de soluços.
— Não,
acho que a maioria das pessoas morreu!
— Você tá
bem, certo?
— Certo -
solucei. - Saímos pela janelinha.
— O quê?
Se liga,
Ucker !
— Você
sabe! Aquela janela do banheiro por onde todas as meninas menores de idade
entram
de
penetra? Só que todo mundo tava tentando sair pela porta. Foi, tipo, um estouro
de boiada
total!
Quem desmaiou acabou sendo pisoteado, e dava pra ouvir os ossos se quebrando!
Havia
um monte
de gritos e estouros, como se um milhão de fogos de artifício estivessem
estourando
ao mesmo tempo. E as pessoas... queimando... cheiravam como...
Finalmente
calei a boca. Não conseguia respirar, soluçar e falar ao mesmo tempo.
— Que
loucura.
Novamente,
dã. Sentei-me na cama, tentando recobrar o fôlego. Olhei para a foto sobre a
cômoda,
de mim, Ucker e Anahí . Merda. O que
aqueles fracassados estariam fazendo com
ela?
— Só que
Anahí ainda tá com aqueles caras sem
noção! Eles a levaram num furgão
apavorante
com janelas pretas e...
— Você
viu a marca e o modelo?
Ah, agora
ele queria dar uma de Lei & Ordem para cima de mim? Quem é que se lembra de
coisas
desse tipo?
— Sei lá!
Um furgão de estuprador oitenta e nove? A gente precisa encontrar a Any!
— E quem
se importa com a Anahí e aqueles
retardados com cabelos retardados e rímel de
olho? Tem
gente que acabou de morrer queimada viva! Na nossa cidade!
Ah, Ucker
. Você e esse orgulho da sua cidade.
Nesse
instante, a campainha tocou. O som foi tão agudo que parecia uma sirene no meu
ouvido.
Comecei a
sussurrar guinchando ao telefone:
— Meu
Deus do céu! Tem alguém aqui! Tô sozinha, Ucker! Vou surtar!
— Cadê
sua mãe?
—
Trabalhando no turno da noite. Não desliga, tá? Tá bom?
— Tá!
Desci as
escadas correndo e depois parei no patamar. Não ouvi nada, só o nosso furão de
estimação
arranhando dentro da jaula,
— Shhh,
Spector! - pedi. Desci degrau por degrau na ponta do pé, estremecendo a cada
rangido,
depois abri devagar caminho pela cozinha escura e cheia de sombras, tateando o
balcão de
fórmica. A maldita geladeira zumbia mais alto do que uma serra elétrica. Fui até
o
corredor
e olhei na direção da porta de entrada. Não dava para ver nada pela janela da
porta.
Devagar
me aproximei dali e olhei para fora. Nada. Acendi a luz da varanda. Estava
vazia.
Apaguei a
luz.
— Certo,
não tem ninguém lá fora - disse ao celular. - Isso é... muito estranho. Talvez
eu esteja
ficando
louca. Te ligo mais tarde.
— Ei!
Fechei o
celular. Quem havia tocado a campainha? Abri o armário do corredor, enfiei a
mão lá
dentro e
afastei os casacos. Uma raquete de tênis caiu e eu pulei meio metro para o
alto, mas
não havia
ninguém escondido ali. Fechei a porta do armário com um clique suave.
Que diabo
estava acontecendo? Essa era a noite mais estranha da minha vida. Ouvi o
zumbido
da
geladeira. De repente percebi que havia mais um som na cozinha. Um ping, ping,
ping.
Virei-me.
Ninguém. Avancei alguns passos para dentro da cozinha e escutei. Agora o som
não
parecia
mais estar ali, mas de novo na porta da frente. Ping, ping, ping. Girei, acendi
a luz e
tornei a
olhar para o corredor de entrada. De pé, dentro de casa junto à porta e
ensopada de
sangue,
estava Anahí.
Ela
parecia saída de um pesadelo. A jaqueta branca acolchoada agora era vermelha
escura, e
sua bota
azul direita estava retorcida em um ângulo estranho, como se ela tivesse
machucado
o
tornozelo. O cabelo estava completamente emaranhado. Os ombros estavam
encurvados e o
rosto,
voltado para o chão.
— A-Anahí
?
Ela não
disse nada, mas eu continuava a ouvi-la pingando. Percebi que era sangue e que
pingava
dela, caindo da manga da jaqueta e fazendo uma poça no chão de linóleo. Ela
ergueu
um pouco
o rosto. Fiquei arrepiada ao ver que estava sorrindo.
— O que
aconteceu? - sussurrei.
Silêncio
ainda. Ela olhou para baixo, para os pingos, como se contemplasse o fato de que
o
sangue
estava deixando seu corpo. Depois olhou para cima e voltou a me encarar.
— Any?
Ela
passou por mim abruptamente e foi até a geladeira. Pulei quando ela se mexeu e
automaticamente
recuei. Era como se uma assombração tivesse resolvido me visitar. Só que a
assombração era Anahí. Minha BFF. Minha mente disparou. Eu precisava fazer
alguma
coisa.
Precisava ligar para Ucker, para minha mãe, para a mãe de Anahí, para a
emergência...
para
alguém! Ela estava obviamente machucada e precisava de um médico já!
Só que aí
Anahí fez algo inesperado, como se alguma coisa pudesse ser esperada a essa
altura.
Ela abriu a geladeira, e, pela luz da lâmpada do interior, eu a vi tirar um
frango assado e
soltá-lo
no chão de linóleo verde. Ela se agachou e começou a arrancar pedaços do frango
e a
enfiá-los
na boca. Aquilo dava um significado completamente novo à expressão lanchinho
noturno.
Eu disse a primeira coisa que me veio à cabeça.
— Hã, Any...
Minha mãe comprou esse frango no mercado de Boston. Eu não posso...
Ela
gritou. Estou falando sério, gritou. Fiquei arrepiada, e eu meio que desabei na
mesa da
cozinha.
Estiquei o braço para trás e agarrei uma cadeira cromada para me apoiar.
Aí a
coisa piorou. Ela vomitou - e não era frango. Uma gosma preta jorrou de sua
boca,
fazendo o
corpo dela inteiro recuar com a intensidade do vômito. Aquilo não era só bile.
Anahí
expeliu a substância mais nojenta e horrorosa que já vi. Era espessa, negra e
oleosa, e
cheirava
como um gambá morto que tivesse apodrecido em um tonel de lixo cheio de Molho
Badger
durante uma semana. Havia uma tonelada daquilo, no mínimo quatro litros, talvez
doze.
Então a
gosma preta começou a se... mexer. Não sei, acho que estava escuro ali, mas
posso
jurar por
Deus que aquela meleca se mexeu. Pequenos espinhos surgiram ao longo dela, e a
coisa
deslizou pelo chão e para cima das paredes. Para ser completamente exata, ela
ondulou.
Estava
viva. Comecei a me sentir tonta, mas entrei em ação. Agarrei Anahí e tentei
tapar a
boca dela
com a mão. Eu não ia deixá-la emporcalhar ainda mais a cozinha retro kitsch da
minha mãe
com aquela gosma preta. Minha mãe tinha levado semanas para achar o tom exato
de tinta
verde que combinasse os armários com a cor original do linóleo.
Escorreguei
um pouco naquela meleca ao agarrar Anahí. Aí ela caiu de joelhos, levando-me
para
baixo com ela, e começou a rir compulsivamente. Tentei me afastar, mas Anahí de
repente
se virou e me empurrou contra a parede, me prendendo ali. Ela estava tão forte!
Eu
não
conseguia me mexer. Deslizei as mãos pelos braços dela e agarrei seus pulsos.
Comecei a
entrar em
pânico, achando que ela iria vomitar mais um pouco daquela coisa nojenta bem na
minha
cara. Fechei os olhos com toda a força, e a boca também, tentando imaginar um
jeito
de, além
disso, tapar meu nariz.
Levei
vários segundos para perceber algo estranho. Ao segurar-lhe os pulsos, vi que a
pulsação
dela
estava, tipo, extremamente lenta.
— O
qu...?
Anahí aproximou o rosto do meu, depois inclinou a
cabeça para acariciar meu cabelo e o
lóbulo da
minha orelha. Não me entenda mal aqui. Não foi nada lésbico. Foi completamente
diferente.
Era como um animal preparando seu jantar. Senti os lábios dela em meu pescoço,
e
minha
própria artéria pulsar enquanto meu coração acelerava. Senti os lábios dela se
entreabrirem
e a ponta de seus dentes na minha pele. Mas então seus dentes inferiores se
prenderam
na corrente de metal ao redor do meu pescoço - a do coração dourado onde estava
escrito
BFF. Ela hesitou, ainda me prendendo naquele abraço esquisito. Ficou tão imóvel
que
eu sequer
tinha certeza se ela estava ou não respirando.
Aí ela me
empurrou e saiu correndo pelo corredor até a porta de entrada. E sumiu.Não consegui
acreditar no que havia acabado de acontecer. Quer dizer, sério, o que é que
tinha
acabado
de acontecer? Será que tinha sido um sonho? Uma alucinação? Eu me belisquei.
Hã-hã, eu
estava acordada.
Virei
para olhar a cozinha e vi a montanha gigante de gosma preta no chão. Aquilo
estava
mesmo
ali. E alguém precisava limpar aquela droga antes de minha mãe chegar em casa.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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rafaelavala Postado em 18/08/2010 - 20:47:56
oi eu sou a autora de mortos em minha casa... me coloca no seu web
eu sou a nicole winchester
a mesma que ta na minha web viu a mesma foto -
paulavondysiempre Postado em 02/08/2010 - 23:35:52
Ameiiiiiiiii o filme*-*
Quero ver a sua vesão!!!!!!!
D++++
Poxta mais