Fanfic: Enséñame

Dulce: PONCHO! – gritei e me atirei nos braços dele, o
abraçando forte. Ele correspondeu meu abraço.

Poncho: Cara.... Pensei que nunca mais ia te ver, maninha! –
e me apertou mais. Eu sorri.

Em uma das minhas fugidas, fui pra uma balada e lá eu
conheci o Poncho. Começamos a conversar, e virarmos amigos, assim como eu e a
Ana. Ele se tornou meu irmão de consideração, eu contava a ele tudo o que
acontecia comigo. TUDO! Nem mesmo Ana sabia das coisas que eu havia passado,
mas o Poncho sim, ele sabia tudo sobre mim. E eu tudo sobre ele. Fora ele que me
salvara das mãos daquele homem asqueroso, e desde aquele dia, nunca mais o vi.

Dulce: Que saudades, maninho... – separei-me do abraço, e nós
sorrimos um para o outro. Ele me deu um beijo na testa e limpou meu rosto com
as mãos, já que ele estava manchado por causa das lágrimas – Ai, eu devo tá
horrível! – falei limpando o resto, ele sorriu.

Poncho: Você nunca tá horrível, Ardilla! – Ardilla, que
falta desse apelido! – Mas por que estava chorando? – ele mostrou uma cara de
preocupação.

Dulce: Ah, nada... – e sentei-me de baixo da árvore.

Poncho: Vai Ardilla – sentou-se ao meu lado –, você sempre
me contava tudo. – fingindo estar magoado, eu sorri.

Dulce: Lembrando do passado... – evitei olhar nos olhos
verde-escuros do meu amigo, pois eu sabia que ele odiava que eu falasse sobre o
orfanato. Ele odiava aquele local por tudo o que eu falava. Olhei pro lago e
com uma mão ele virou meu rosto para encará-lo.

Poncho: Dul, eu sei que é muito difícil esquecer o passado,
principalmente o seu – enfatizou “seu” – passado. Mas olha, eu odeio que
aquilo ainda te traga essas lembranças! Esquece tudo tá, eu sei que te fez
sofrer muito, e nem sei como você agüentou tudo isso, mas isso só mostra que
você é uma mulher forte, que mesmo com dezoito anos já passou por muita coisa
nessa vida. – ele sorriu ternamente, e eu sorri pela fofura dele ao falar –
Agora, você tem dezoito anos, esqueceu o que você me falava que ia fazer quando
completasse a maioridade? – sorri lembrando-me.

Poncho: Beber até cair, passar altas horas da noite na
rua... – ele sorria ao falar.

Dulce: Aprontar muuuuitas coisas! – completei – E finalmente,
poder abrir minhas asas e voar! – falava referindo-me a ter que sair do
orfanato.

Poncho: Isso aê, baixinha! – fiz uma careta, odiava que alguém
me chamava de baixinha, mesmo que esse alguém fosse o Poncho – Você ainda tem
raiva que eu te chame assim? Já devia tá acostumada! – eu ri e ele me puxou e
me deu um abraço, beijando minha cabeça – Te amo hermanita!

Dulce: Eu também, cabeção! – falei sorrindo, eu sempre o
chamava assim para irritar.

Nosso amor era incondicional, mas era de irmão para irmã,
nunca houve nada mais além disso, e era isso o que nós queríamos: ser apenas
hermanitos!

Poncho: Se prepara pra correr, sua baixinha implicante! –
falou fazendo uma careta, eu desfiz-me do abraço e corri, ele correu atrás de
mim. Óbvio que ele era mais rápido e aí me pegou. Quem nos via podia jurar que éramos
um casal de namorados super apaixonados.

Dulce: E então, fazendo o quê por aqui? – falei abraçada a
ele enquanto nos dirigíamos até a Mai e o Crist.

Poncho: Eu moro no prédio em frente a essa praça! – falou
apontando para o mesmo prédio em que eu e a Mai morávamos, eu sorri de orelha a
orelha.

Dulce: AAAAAAAAAAAAAAH! – levei as mãos à boca, sorrindo. Eu
havia gritado perto do ouvido do Poncho, ele tomou um susto tão grande que
caiu, eu ri.

Poncho: Ai sua maluca! – se levantando com raiva – Grita um
grito mais... – eu o interrompi irônica.

Dulce: Nãããão Poncho! Nós não gritamos um grito, não. Nós gritamos
uma fala, ou então falamos um grito, como preferir. – sorri com ironia.

Poncho: ¬¬’ Obrigado pela parte que me toca! – eu ri e
continuei andando, ele veio atrás de mim – Ei sua doida! Não vai falar por que
gritou daquele jeito não?

Dulce: Ah é! – falei sem parar de andar, olhei pra ele
sorrindo – Você tá morando no mesmo prédio que eu e uma amiga minha estamos! Não
é o máximo?

Poncho: Que legal Dul... – desanimado – Vou ter que te
aturar todo dia... – falou brincando, eu dei um tapa no braço dele.

Dulce: É assim, é? Pois tá bom, duvido que você saiba
cozinhar, quando quiser comer alguma coisa que preste e não tenha dinheiro, nem
venha ir pro meu apartamento ok? – falei emburrada e pisando forte, com os
braços cruzados. Parecia uma criança birrenta!

Poncho: Ô Dul! Não faz assim... – fez bico, que eu sorri ao
ver. Ele sempre fazia bico pra me fazer esquecer a raiva, e sempre escondia.

Dulce: Assim num vale, Poncho! Você é do mal! Ninguém
resiste a seu bico... – fiz bico também.

Poncho: Sério? Então você me perdoa? – olhei pra ele com uma
cara de “não sei não” – Por favor Ardilla, eu tava brincando.

Dulce: Ai, ai, ai... Quem manda minha comida ser
irresistível? – falei olhando pro céu, fingindo superioridade – Tá, eu te perdôo!
– falei sorrindo e olhando pra ele.

Poncho: Eita, a modéstia é tão grande! Nossa... – revirou os
olhos, eu dei a língua pra ele. Continuamos andando em direção a Mai e Crist.
Cheguei lá e vi Mai conversando animadamente com o Crist, sorri. O Poncho tava
meio afastado de mim, mas eu não percebi.

Dulce: Oi! – falei sorrindo.