Fanfic: Enséñame

“Lembrar-se
do passado triste, é querer reviver épocas que apenas te fazem mal; pensar no
futuro e não enxergar o presente, é como não viver direito... Apenas viva o
presente! Viva o presente sem medo do futuro, e sem lembranças do passado.”

Tranquei-me no meu quarto e uma angústia bateu em mim. Não sei por que, mas
estava me sentindo meio mal, e sem motivo algum... Ou então talvez tivesse um
motivo. Talvez fosse aqueles malditos olhos escuros, me atormentando. Por que
aquele idiota daquele garoto teve que me beijar? Agora aquele maldito beijo não
sai mais da minha cabeça! Eu ainda conseguia sentir aqueles lábios de mel
encostando-se aos meus. Fui tomar um banho e tentar ver se eu conseguia parar
de pensar naquilo, relaxei mais depois do banho. Peguei uma toalha e sequei-me,
e depois outra e sequei meus cabelos. Fui até o closet e peguei minha camisola,
ela era branca e de seda, e bem confortável. Estava um calor enorme, fechei a
janela e as cortinas, liguei o ar condicionado e deitei-me na cama.

Agarrei o travesseiro, apertando-o bem forte. Christopher
ainda não saía da minha cabeça... Sentei-me na cama e abri a gaveta do
criado-mudo. Lá estava ele, intacto. Peguei um caderninho e abri-o; (putz!
Toda WN minha tem que ter um caderninho de canções, HAUSHAUSH xD) ele era meu confidente quando eu não tinha ninguém. Fora
Poncho que me dera assim que nos conhecemos, quando eu estava na solitária,
levava-o escondido... e uma parte da dor que eu sentia, depositava nele. Era
como se fosse um diário, mas em vez de contar os dias de tortura que eu sofria,
eu escrevia músicas. Era o que eu sabia fazer, compor músicas. Compor me dava
alegria, prazer. Fazia me sentir feliz, e não totalmente sozinha.

Fiquei folheando as folhas, até que parei em uma folha
especial, em que continha a canção mais especial para mim. “No Pares”, li o
título da música. Eu a escrevi quando tinha dezesseis anos, me lembrava
claramente deste dia. Aliás, como esquecer...

Flashback

XxX: Entra aí, menina! – e me empurrou para a
solitária, eu segurava as lágrimas perto daquela mulher asquerosa. Ela fechou e
trancou a porta da sala, e eu pus-me a chorar-me.

Deitei-me naquele chão sujo e gélido, ainda
chorando.

Dulce: Por que papais? Por que vocês me
abandonaram? Por que não me amaram?Por que me trouxeram pra esse lugar nojento?
Eu preferia morrer a ter que agüentar essas torturas dia após dia! Por quê? Eu
queria tanto saber! Eu queria tanto saber por que os senhores não me amaram...
Eu só queria ter o amor de vocês... – e fiquei chorando lá, até que eu já não
tinha mais lágrimas.

Sentei-me no chão e limpei meu rosto – que
estava debulhado em lágrimas –, com raiva. Naquele inferno eu só havia sendo
humilhada e humilhada... Onde estava meu orgulho? Onde estava minha dignidade?
Onde estava o pingo de respeito que eu ainda tinha por mim mesma? Peguei meu
caderninho e comecei a escrever nele. Lágrimas de dor e de raiva invadiam meu
rosto, sem pedir permissão alguma. Eu escrevia com dor e ressentimento, misturado
com raiva e ódio de meus pais e do inferno em que eu vivia.

Por que eles me abandonaram? Eu não tinha
pedido para nascer! Será que eles eram tão insensíveis a ponto de nem ao menos
querer saber sobre meus sentimentos? Eu preferia ter morrido ao nascer, ou pelo
menos nem ter nascido, ao ter que aturar ver as torturas que faziam a crianças
inocentes, incluindo-me.

“Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede detenerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre
Escrito en la pared, en la pared

Si censuran tus ideas ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte y sin medidas
No dejes de creer
No te quedes con tu nombre
Escrito en la pared
En la pared.

No pares, no pares no,
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no,
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida...”.

E fiquei escrevendo no papel tudo o que eu sentia naquele
momento, enquanto algumas lágrimas, que ardiam em meu rosto, molhavam a folha.
Desabafei tudo o que eu sentia naquele papel, e no final da canção, me senti
melhor. Senti-me livre. Guardei o caderno e logo a porta foi aberta, era a
outra dona do orfanato. Ela me agarrou pelo braço sem mais nem menos, enquanto
eu tentava desvencilhar-me em vão.

XxX: Pare com isso, sua malcriada! – falou com raiva.

Dulce: Não, não paro nada! – eu queria recuperar o resto de
orgulho que ainda restava em mim – Você não tem direito de fazer isso com essas
crianças! – falei olhando em volta, vendo crianças sendo chicoteadas para
limpar aquele lugar, e alguns adolescentes parecendo escravos e trabalhando. Lágrimas
queriam invadir meu rosto, mas eu as segurei, queria parecer forte na frente
daquela velha.

XxX: Hahaha, faça-me rir, Dulce María! Agora venha, tem um
homem a sua espera. – arregalei os olhos e fiquei a fitando – Ora, pare de
bobeiras! Não me diga que nunca pensou que eu ia vender o seu corpo, querida?
Faça-me o favor! – e me puxou, eu tentava não ir, mas ela era muito mais forte
que eu.

Algumas lágrimas já teimavam em sair do meu rosto, só de
pensar o que aquele homem iria fazer comigo...

XxX: Ta aí a garota! – me empurrou para um galpão escuro, e
saiu, me trancando lá. Eu sentia passos perto de mim, e tremia mais, até que
sinto mãos me abraçando por trás.

Dulce: Não, me solta! ME LARGA SEU NOJENTO! ME SOLTA! –
quanto mais eu gritava, mas ele me apertava – SOCORRO! SOCORRO! ME SOOLTA! – eu
já estava me derramando em lágrimas, e gritava o máximo que podia.

XxX: Shhhh! Pode gritar o quanto quiser, mas ninguém irá te
ouvir... – falou em meu ouvido, o que me fez arrepiar-me de medo.

Dulce: Não... – minha voz tremia, e minha visão estava
embaçada.

XxX: Tudo bem, não vai doer... – e beijava meu pescoço, eu
tentava desvencilhar-me, mas era inútil, ele tinha uma força muito grande.

Dulce: ME SOLTA! SAAI! – gritava o empurrando, ele me calou
com um beijo que óbvio que não foi correspondido, assim que ele terminou o
beijo eu lhe dei um tapa.

XxX: Você está sendo uma garota muito má! – e revidou o
tapa em minha cara, eu apenas chorava, pela dor tanto física como interior –
Agora vem cá! – e me agarrou, ele já passava as mãos pelo meu corpo todo, eu já
não tinha mais forças, apenas chorava, chorava muito.

Ele tirou minha blusa bruscamente e logo tirou minha calça,
eu estava apenas de calcinha e sutiã, ele passeava as mãos sobre minhas pernas
e me beijava asquerosamente.

Dulce: Por favor, não... Me solta... – foi a única coisa
que eu consegui dizer no momento, mas ele não estava nem aí, continuava
beijando meu corpo todo, e eu apenas chorava. Ele ia tirar meu sutiã, mas
consegui dar-lhe um chute nas partes baixas, e ele saiu de cima de mim, gemendo
de dor.

XxX: Ai... – gemia – Garota, você me paga! – eu corria
muito, chorando e ele vinha atrás de mim. O homem foi mais rápido e me agarrou.

Dulce: NÃO, ME SOLTA! – ele me apertava bem forte, me
machucando – Tá... me... machucando! – eu soluçava.

XxX: E daí? – e beijava meu pescoço, passando as mãos em
cima do sutiã, em meus seios. Eu esperneava muito, e ele já havia me dado vários
tapas na cara para eu parar.

Dulce: PÁRA, EU NÃO QUERO! ME SOLTA! – e cuspi em sua cara,
até que ele realmente se irritou.

XxX: AGORA VOCÊ VAI VER, SUA VADIA! – e me deu um tapa na
cara tão forte, que me fez cair no chão. (lembrei
daquilo e passei a mão no meu rosto, eu ainda me lembrava claramente do tapa,
ainda doía em mim. Ainda
me fazia sofrer.)

Aquele nojento já havia tirado meu sutiã, e ficava
brincando com meus seios, beijando-os e lambendo-os... enquanto eu não podia
fazer nada. Ele me batia tão forte, que eu já nem sentia mais meu corpo, eu
estava quase desmaiando, e ainda tinha forças para dar alguns gritos de dor, ou
para pedir ajuda, na esperança de que alguém viesse me salvar. Com uma mão ele
apertava meu pescoço, e com outra acariciava todo o meu corpo. Ele já estava
tirando minha calcinha, para acabar com aquele jogo, até que ouço um grito.

XxX: SOLTA ELA, SEU INFELIZ! – eu reconhecia muito bem
aquela voz, era o Poncho! Ele partiu para cima do homem, enquanto eu pegava
minhas roupas e as vestia, apressadamente – CORRE DUL, CORRE! – ele mandou, e
eu o fiz.

Corri até não poder mais, até que me lembrei de um lugar
que eu poderia ficar, eu não queria mais voltar para aquilo lá, nunca mais. Sei
que me procurariam até acharem-me, mas não, eles nunca me encontrariam naquele
lugar. E quando eu completasse a maioridade, os capangas das donas daquele
nojo, me deixariam em paz.
Toquei a campainha e a Ana atendeu.

Ana: Dul? – perguntou espantada pela minha aparência,
algumas lágrimas ainda caiam pelo meu rosto. Eu a abracei e ela rapidamente
correspondeu o abraço – Entra, entra. – e eu entrei na casa dela.

Sentei-me no sofá ainda tremendo e ela sentou-se ao meu
lado, viselvemente preocupada.

Ana: O que houve com você, minha amiga? – eu fiquei calada,
não queria contar para ninguém sobre o que eu havia acabado de passar, ela
entendeu e não insistiu – Não se preocupa Dul, eu e minha mãe cuidaremos de você!
Você não está sozinha, viu? – e me abraçou. Desde aquele dia, eu passei a morar
naquela casa, e recebi o amor da mãe da Ana e da mesma. (flashback
grande, mew! G_G)

Fim do
Flashback

 (putz, eu não
sabia que eu tinha talento pra escrever uma cena um tanto... um tanto... hot,
não G.G aiin, tá, vocês devem tá me odiando! Mas, pelo menos, não aconteceu
nada entre eles, então não reclamem u.u)