Fanfic: Enséñame

XxX: Oi. – limpei as lágrimas rapidamente e vi Mai sentada
do meu lado, me olhando.

Dulce: Oi... – abaixei o rosto. Não queria que ela me visse
naquele estado deplorável – Como chegou até aqui?

Maite: Meus pais já estudaram aqui, minha mãe disse que esse
era o cantinho em que ela ficava quando estava triste. – suspirei. Pais, pais,
pais. Era impossível não ouvir aquela palavra? Não, não era impossível. Mas
para mim, era impossível não sentir vontade de chorar ao ouvi-la.

Dulce: Ah... – falei segurando as lágrimas.

Maite: Obrigada por me defender. – sorriu tímida e segurou
minha mão e a apertou. Eu também a apertei passando confiança.

Dulce: Não tem o que agradecer. Sou sua amiga, e Barbie’s
como aquela loira falsificada não merecem te humilhar... Por que você não falou
nada com ela? – perguntei arqueando a sobrancelha.

Maite: Eu achei que ela estava no direito dela e... – ela
falava tímida. A interrompi.

Dulce: Mai! Você tá doida? Ela não tem direito nenhum de
gritar com você. Ela fez um escândalo por que você derramou suco na blusa dela,
mas eu tenho certeza que foi sem querer. Você devia ter se defendido! – falei
reprovando-a, ela riu e me abraçou, correspondi o abraço.

Maite: Amigas...

Dulce: Pra sempre. – completei.

Maite: Pra sempre! – confirmou. Separamo-nos do abraço e
sorrimos – Posso te perguntar uma coisa?

Dulce: Claro! – falei olhando para o céu.

Maite: Por que saiu correndo daquele jeito? – virei meu
rosto para olhá-la.

Mai era minha amiga há apenas um dia, claro que eu tinha
confiança nela, mas falar sobre meu passado só me trazia mais dor. Eu preferia
guardar comigo esses sentimentos, só para mim. Lembrar do passado não me fazia
bem.

Dulce: Eu... e-eu... – gaguejei, estava procurando uma
justificativa – Ah, nada... Só me deu uma vontade de ficar sozinha, matar
aula... – falei tentando parecer não me importar, mas tinha certeza que ela não
tinha caído nessa.

Maite: Hum... – falou olhando para o céu também, eu tornei a
olhá-lo. Com certeza ela não tinha caído no que eu disse, mas também não queria
insistir – E o tapa? – me olhou. Eu suspirei.

Aquele tapa doeu mais na garota do que em mim, e eu não sei
por quê. Fiquei arrependida de ter batido nela, mesmo sabendo que ela
merecia... Suspirei novamente.

Dulce: Desculpa... Não quero falar sobre isso... Desculpa...
– sorri tímida e olhando para ela. Pensei que ela fosse sair dali ou então
falar várias coisas. Mas não, ela apenas sorriu.

Maite: Tudo bem, Dul... “Tem coisas que só dizem respeito a
nós mesmos”! – falou repetindo o que eu disse, um tempo atrás, na sala.

Dulce: Brigada Mai! – sorri e a abracei, até que me dei
conta que ela também estava matando aula junto comigo – Você vai ficar comigo?
– perguntei confusa.

Maite: Se quiser, eu posso sair... – falou triste.

Dulce: Não Mai, não tou falando disso não. – eu ri e ela
sorriu tímida – É que você vai matar aula junto comigo? Olha, não precisa, é o
primeiro dia de aula e...

Maite: Tudo bem Dul! Você é minha única amiga aqui, a aula
sem você ficaria sem graça. – sorrimos uma para a outra.

Dulce: Então, vamos procurar um “apê”? – levantei-me e
estendi minha mão para ajudá-la, ela se levantou com minha ajuda, concordou e
fomos em direção ao portão para sair.

Depois que aquela garota saiu, os outros alunos que
estavam em volta observando a cena saíram. Só restaram o Chris e o Pollito. Eu
fui para um banco e eles vieram atrás. Comecei a chorar, eles me abraçaram, mas
eu não senti. Eu só me lembrava do rosto da ruiva, aquele tapa doeu, mas não
doeu no corpo. Doeu no coração, na alma. Era como se fossemos parentes, como se
um elo nos unisse de uma forma ou de outra.

Eu não entendi o porquê dela ter corrido, percebi algumas
lágrimas em seus olhos e deu-me uma vontade de chorar também. Tudo o que ela
disse sobre mim... ela não sabia nada. Nada de mim! Eu não era o que ela estava
dizendo, não era! Tornei a chorar, as lágrimas caíam sem nem eu perceber. Parei
de pensar assim que o Chris me chamou.

Christopher: Você tá bem, Any? – perguntou preocupado.

Anahí: Não se preocupe comigo, Chris! – falei forçando um
sorriso.

Pollito: Tem certeza, Loira? – um pouco mais calmo que o
Chris.

Anahí: Tenho sim, Pollis! – falei abraçando os dois.

Christopher: Aquela garota não devia ter falado com você
assim! – falou com raiva.

Christopher era meu “maninho-bebê”, ele era um irmão
considerado para mim. Eu também estava com raiva dela, por ter me julgado sem
nem ao menos me conhecer, mesmo assim tentei amenizar o clima.

Anahí: Vamos mudar de assunto, gente! Não tou a fim de
assistir aula, querem matar comigo?

Christopher/Pollito: Claro. – saímos do banco e fomos em
direção ao portão para sair. Eu e o Chris íamos o caminho rindo com as
palhaçadas do Pollito. Ele era uma graça!

Pollito: Não gente, agora falando sério, a ruiva é bem
gostosinha... Ui! – falou com uma cara abobada e andando. Eu fiz cara feia e o
Chris fechou a cara.

Anahí: Argh! Só você mesmo pra achar ela bonita, Pollis!
Ela é horrível! – fiz fazendo cara de nojo.

Odiava ter que admitir, mas ela realmente era muito
bonita. Óbvio que eu não ia dizer que achava isso dela, naquele momento ela era
minha inimiga.

Pollito: Ah, fala sério Any! Ela é mó boa, meu pai do
céu... – eu coloquei o dedo indicador dentro da boca, querendo vomitar. Chris
deu um pedala na cabeça do Pollis, esse passou a mão na cabeça – Au! Tá doido,
é? Vai me dizer que não achou ela gatinha? – falou rindo.

Christopher: Claro que não. – eu revirava os olhos com a
mentira do Chris. Estava na cara que ele havia gostado da garota! Eu fiquei
andando um pouco mais na frente deles, não queria ficar bem no meio.

Pollito: Conta outra, Chris! – falou sorrindo divertido.

Christopher: Eu não a achei bonita, Christ! – falou com
raiva. Eu estava de costas para eles, então não percebi o olhar de fúria do
Chris para com o Pollis.

Pollito: Não me diga que... – parou de andar e eu e o
Chris o olhamos. Eu não entendi a expressão do Pollis, ele estava meio confuso
e passava a mão nos cabelos – Pô cara, foi mal! – Chris arqueou a sobrancelha,
ele não estava entendendo nada, muito menos eu!

Anahí: Tou boiando aqui... – falou confusa.

Pollito: É que eu não sabia que o Chris tinha pegado a
ruiva! Se deu bem em cara?- falou sorrindo, e apertando a mão do Chris que
estava com os olhos arregalados e com raiva.

Anahí: Você já pegou ela? – levei à mão a boca.

Christopher: Claro que não! – falou irritada – Mano, você
tá fumando o quê, hein? Deve ser bem forte! – falou revirando os olhos.

Pollito: Ah, eu pensei que você já tinha pegado ela! –
falou coçando o queixo – Mas você também, tá muito interessado! Ficou todo com
ciúminho por que eu falei da mina, né garanhão? – Chris já ia falar, mas eu
interrompi. Já estava ficando impaciente com aquele papo idiota.

Afinal, por que os homens as vezes são tão idiotas, hein?  Ficar falando sobre quem pegou quem. Não podem nem ao menos deixar pra falar disso quando eu saísse! Sinceramente, eu não entendo! Aaaafe.

Anahí: Argh, vocês vão ficar falando dessa garota o dia
todo? – eles já iam falar, mas eu interrompi de novo – Quer saber? Eu mato aula
sozinha, tchau! – e fui andando, eles foram atrás.

Christopher: Puts Any, deixa a gente
falar!

Anahí: Eu já não aguento mais ouvir vocês falarem dessa
garota, afe! – falei andando e olhando pra eles dois. Nisso eu acabei
esbarrando em alguém, e nós duas caímos no chão.

XxX: Ai! Você não olha por onde anda não garota? – ela
levantou o rosto e eu a olhei.