Fanfic: Enséñame

“É
melhor valorizar o que se tem, e não procurar o que te abandonou.... Porque às
vezes, é preciso pensar muito bem antes de tomar uma atitude precipitada, da
qual você poderá se arrepender amanhã... Ou então pelo resto de sua vida.”

Eu e a Mai chegamos em “casa”. Larguei minha
mochila no sofá, o que me fez Mai me dar uma bronca. Eu ri, ela parecia mais
uma mãe pra mim, pro Poncho e pro palhaço do Pollito, principalmente! Super
protetora, madura... mas também dócil, serena, encantadora, e com um senso de
humor que até hoje eu ainda não tinha percebido! Depois da bronca, fui pro meu
quarto tomar um belo banho, eu estava realmente precisando.

Relaxei bastante na meia-hora de banho. Vesti
uma roupa confortável e simples: um short jeans claro curto; uma blusa rosa
bebê e umas sapatilhas. Pretendia passar na casa do Poncho e conhecer seu apê,
não tinha tido tempo ainda de vê-lo. E o apartamento dele, era de frente ao
meu... Ahh, e com certeza, estaria uma bagunça aquilo.

Fui até a cozinha beber um pouco d’água, e vi
Mai sentada na mesa, lendo um livro de romance.

Dulce: Oi Maizita! – falei pegando um copo e
colocando em cima da mesa, e logo abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de
água.

Maite: Oi Candy! Vai pra onde? – falou tomando
um pouco do seu suco, e olhando para mim.

Dulce: Vou na casa do Ponchito... Quer ir
também? – perguntei logo depois de ter bebido minha água.

Maite: Claro! Eu ainda não fui lá conhecer,
com a faculdade e tudo mais, nós estamos muito ocupadas, né? – ela levantou-se
da mesa, e guardou o livro.

Dulce: Pois é! Tou atolada em trabalhos! –
falei entediada e andando com ela até a porta.

Maite: Nem me fale! – rimos e fechamos a porta
do apartamento, nos dirigimos até a porta em frente, e tocamos a campainha.

Dulce: Ponchooo! Abre logo essa porta,
cabeção! – falei rindo junto com a Mai. Depois de alguns segundos, ele abriu a
porta e nós entramos.

Poncho: O que estão fazendo aqui? – perguntou
meio surpreso.

Dulce: Uau! Valeu pela recepção, melhor amigo.
– falei com deboche.

Poncho: Ah meninas, desculpa! E aí, vieram
conhecer? – falou se esparramando em seu sofá, entretanto nos olhando. A Mai se
sentou no outro sofá, e eu fiquei em pé mesmo.

Maite: Pois é, estávamos sem nada pra fazer...
– eu e a Mai rimos, o Poncho fez uma falsa cara de ofendido.

Poncho: Valeu! Eu não valho mesmo nada pra
vocês, não é? Tudo bem, eu posso suportar! – fazendo-se de que ia chorar, eu
sentei ao lado da Mai no sofá, peguei uma almofada e joguei nele, o que o fez
rir.

Maite: E então Ponchito, tava fazendo o quê?

Poncho: Tava revisando aquele livro que o
professor Martín passou... – apontou para um livro na mesinha de centro da
sala.

Maite: Pois é, eu tava lendo esse livro, mas
aí a Dul falou que vinha pra cá, aí eu vim também.

Dulce: Então, eu ainda não toquei nesse livro.
– fiz uma careta, e eles sorriram – É sobre o quê mesmo?

Maite: O livro fala sobre a história de uma
mulher... Ahn... Como é o nome dela mesmo?... – perguntou olhando para Poncho.

Poncho: Estefânia Collins! – completou – Ela
era uma mulher que amava a música, compunha, cantava, tocava...

Maite: A vida dela era a música! Mas, os seus
pais não sabiam, pois ela sabia que os pais dela não aceitariam...

Poncho: Já que ela era uma princesa! E, como
princesa, ela ia ter que se casar,  e
assim, assumir o reino no lugar dos pais, e dar herdeiros também... Realmente,
seu sonho estava fora de cogitação! – eu ouvia tudo atentamente.

Maite: Ela não queria se casar, principalmente
por que naquela época, eram os pais que escolhiam o noivo ou a noiva para
casarem os filhos. E, como quem mandava eram os pais, os filhos tinham que
aceitar... E bem, ela queria muito menos assumir o reino como rainha. O sonho
dela era cantar, nada mais...

Poncho: Até que um dia, seus pais a obrigam a
casar, depois de descobrirem que ela queria cantar, em vez de assumir o reino,
como toda obrigação de princesa. Sem escolhas, a não ser aceitar, ela decidiu
fugir para bem longe...

Maite: E depois disso, ela sofre muito! Cara,
ela sofre muito, você não acha? – perguntou olhando para Poncho.

Poncho: Concordo! Os pais descobrem onde ela
tá, ela se casa obrigada, tem um filho obrigada pelo marido e pelo pai, o
marido maltrata ela...

Maite: Eu parei na parte em que o marido batia
nela... Você já terminou de ler?

Poncho: Terminei sim, tava só revendo mesmo,
porque achei o livro bem interessante.

Dulce: Uau! Agora até eu me interessei pelo
livro, parece realmente ser muito bom... – ficamos mais um tempo conversando
sobre o livro e outras coisas.

Ficamos falando sobre a faculdade, professores
chatos, micos, músicas, cantores de que gostamos... Enfim, tudo que você possa
imaginar relacionado a música.

“Nada es para siempre amor, hoy nos
toca compartir la misma luna. Y mañana quién sabrá si hay una separación o
habrá fortuna...” -  meu celular tocou,
tirei-o do bolso e olhei pelo identificador de chamada, era o Crist.

Dulce: Oii Pollis! – atendi-o sorridente, Poncho e Mai
pararam de conversar e ficaram ouvindo a conversa.

Pollito: Dul... Posso... – ouvi um fungado pelo celular, e
meu sorriso pouco a pouco desvaneceu – Te pedir... um... favor? – a voz dele
estava meio embargada. Podia jurar que o Christian havia chorado... Só não
sabia qual o motivo.

Dulce: Claro Pollis, fala! – perguntei um pouco preocupada.

Pollito: Pode vir... – ele deu outro fungado – aqui na
pracinha? – ele se referia à praça em frente ao meu prédio – Queria... conversar
com você... – estranhei muito.

Por que ele tinha vestígios de ter chorado? Por que ele
queria conversar comigo?... Ou melhor, O QUE ele queria conversar comigo?
Preocupei-me com o meu amigo e lógico, aceitei. Queria ver o motivo dele estar
chorando.

Dulce: Claro Pollis, tou indo já... Tchau, beijo!

Pollito: Tchau.. Ah... não fala pra ninguém, tá?. – e desligou,
eu também desliguei e olhei pra Mai e pro Poncho que estavam meio que
boiando...

Dulce: Gente, eu vou lá na pracinha tentar tirar aqueles
trabalhos da minha cabeça! – revirei os olhos fingindo tédio – Aquilo tá me
sufocando! – menti, e eles riram, deviam ter acreditado, eu sorri amarelo.

Eu era boa pra inventar desculpas, e menti. Havia tido anos
de prática no Inf. Não que eu gostasse, apenas fazia quando necessário.

Poncho: Nós vamos com você, Dul! Também precisamos
espairecer um pouco... – falou sorrindo, já se levantando junto com a Mai.

Dulce: Afe Poncho! Vai roubar minha ideia? – fingi estar
emburrada, eles riram – depois vocês vão lá, aliás... Mai, você não tinha
pedido pro Ponchito – apertei as bochechas dele –, te ajudar no dever sobre o
livro?

Maite: Ah é, tinha até me esquecido! Me ajuda Ponchito? –
perguntou sorrindo.

Poncho: Claro Maizita! Então Dul, vai lá que depois quando a
gente terminar isso aqui vamos lá...

Dulce: Ok! – e sai. Peguei o elevador e fui para o térreo.

Chegando lá, saí um pouco apressada, atravessei a rua e de
longe avistei o Pollis em um banquinho da praça. Fui até lá meio preocupada.

Dulce: Pollis?