Fanfic: Enséñame

Antes de o Christian falar qualquer coisa,
a Dulce já havia corrido dali. Eu e a Mai nos entreolhamos ainda de boca
aberta, tentando raciocinar tudo. Ouvimos toda a conversa... toda.

Maite: Poncho! – chamou-me, olhei para ela
– Fica com o Pollito, eu vou ver a Dul... – ela já ia saindo, mas eu segurei
seu braço.

Poncho: Deixa ela Mai, ela precisa de um
tempo pra pensar... – ela já ia falar alguma coisa, mas eu fui mais rápido – Sozinha!
– ela suspirou vencida, e fomos até o Christ.

Maite: Christ... – chamou. Ele levantou a
cabeça e nos olhou.

Christian: Vocês ouviram tudo, não foi? –
perguntou fungando e com a voz embargada.

Poncho/Maite: Sim... – respondemos em
coro, sem-graça. Sentamo-nos no banco, eu ao lado esquerdo do Christ, e a Mai
ao lado direito

Christian: Ela tá certa... – falou de
cabeça baixa, olhando o chão, e com os cotovelos apoiados nas pernas.

Maite: Ela quem, Pollis? – perguntou confusa.
Eu já sabia a quem ele se referia.

Christian: Dul... – respondeu a pergunta –
Ela tá certa sobre tudo. Eu sou um idiota! Graças aos meus pais eu sou o que
sou hoje. – antes de dissermos qualquer coisa, ele já havia levantando-se do
banco – Falem pra Dul que eu agradeço ela, ok? – e antes de fazermos qualquer
coisa, ele já estava correndo feito um maluco.

Olhamo-nos e rimos do jeito do Christian. Ficamos
conversando ainda no mesmo lugar, a Mai insistia em ir procurar a Dul pra saber
se ela estava bem ou não... Mas eu não deixava.

Eu mais do que ninguém sabia que naqueles
momentos só o que ela queria era ficar sozinha, e ficar refletindo sobre o
sofrimento que ela passou. Eu odiava que ela lembrasse aquele maldito passado
dela, era triste ver minha melhor amiga sofrendo por coisas que já passaram. Mas
era difícil pra ela esquecer-se de tudo, e eu a compreendia.

Maite: ALFONSO HERRERA! – Mai gritou em
meu ouvido, o que me deu um tremendo susto.

Poncho: Mulher, tu tá maluca? – perguntei com
a mão no peito – Quer me matar do coração? – perguntei ainda assustado.

Maite: Faz horas que eu te chamo, menino! –
falou emburrada – Vamos logo pro apê, você não me deixa ir procurar a Dul
mesmo... Acho que eu vou estudar. – falou caminhando junto comigo, a caminho do
apê.

Poncho: Você não pensa em outra coisa não?
Eu hein! – arregalei os olhos, entrando no elevador junto com ela.

Maite: Estamos na faculdade, Poncho! –
falou apertando o botão para o sétimo andar – É preciso estudar muito para
poder passar, e eu quero passar. – falou séria, eu repreendi a cabeça
negativamente e passei o braço em volta de seu ombro.

Poncho: Mai, Mai... – falei ainda
balançando a cabeça – Somos maiores de idade, Maizita do meu coração!

Maite: Sim, eu sei! – falou dando de
ombros.

Poncho: Então? Estamos na época de curtir,
zoar, viver a vida intensamente! – falei sorrindo pra ela – Se diverte mais,
Maizita! Vamos beber até cair, levantar e beber novamente, vamos dar uns
amassos, vamos ficar com os nossos amigos, vamos conversar até altas horas da
noite, vamos viver a vida intensamente, vamos... – eu já estava empolgado
falando, e olhando para cima, sonhando acordado, até que sinto uma mão batendo
em minha nuca – Au!

Mai apenas riu e se justificou:

Maite: Você não parava de falar, sonhador!
– eu ri – E nós já chegamos! – apontou para a porta aberta do elevador,
descemos do mesmo e fomos para nossos respectivos apês.

Poncho/Maite: Tchau! – sorrimos e
entramos.

Entrei no apartamento e fechei a porta. Sentei-me
no sofá e liguei a tevê, passava um seriado de comédia. Fiquei a assisti-lo, até
que aparece uma atriz... Loirinha, corpo bonito... MUITO bonito, melhor
dizendo. Olhos azuis e expressivos. Passei as mãos no cabelo. Ela me lembrava
Anahí. Aquela loirinha não saía de meus pensamentos.

Poncho: Droga! – murmurei irritado,
olhando para o volume que havia se formado abaixo de minhas calças. E isso tudo
por causa de pensamentos pervertidos com aquela garota – Se controla Alfonso,
se controla! Merda! – falei dando um murro no sofá – Ela é só uma garota
riquinha, fútil, patricinha, que só pensa em que roupa irá vestir no dia
seguinte.

Em meio a esses pensamentos fui para meu
quarto tomar um banho, para tentar acalmar-me. E, para minha felicidade,
funcionou. Saí do banheiro apenas de bermuda, peguei meu violão e coloquei-o em
cima da cama. Sentei-me na cama e abri a gaveta do criado-mudo, a primeira
coisa que eu vi foi um caderno, que na verdade eu nem usava. Tirei dele uma
folha, guardada com muito carinho. Guardei o caderno no mesmo lugar em que
estava, e abri a folha. Sorri relendo o que estava escrito nela.

Aquela folha fora um presente da
Ardilla... Não a folha, mas sim o que havia escrito nela.

Poncho: Uma canção... – falei sorrindo
relembrando todos os momentos com aquela maluca.