Fanfic: Enséñame

Um mês. Cinquenta e dois dias. (31 de julho + 21 de
agosto :D ) Sábado, 21 de agosto de 2010. Um mês havia se passado e eu sentia
falta de um amigo. Crist havia se afastado um pouco por causa da María – como
eu e o Ucker a chamávamos –. Ucker era meu amigo, aliás, meu MELHOR amigo... Um
irmão, praticamente. Mas eu não me sentia a vontade de falar com ele sobre
muitas coisas.

Eu não era de ter muitas amigas, todas se aproximavam por
causa de meu dinheiro. E quando eu penso que tenho uma amiga de verdade, ela me
apunhala pelas costas. Sempre foi assim.

E o pior de tudo, é que eu sentia inveja. Não uma inveja
má. Mas eu sentia inveja de ver a María, Maite, Alfonso e Crist juntos,
sorrindo, divertindo-se. O Ucker tinha os amigos dele e uma garota nova a cada
dia, então, ele não se sentia solitário.

Eu queria estar lá, naquele grupinho. E aquilo me fazia
ficar com raiva de mim mesma. Lá a María e aquele tal de Alfonso me julgavam, “patricinha
metida”, “Barbie”. Eles não me conheciam. Não tinham o mínimo direito de me
julgar. Que droga! Não eram eles que sentiam falta do pai, que eu pensava que
estava morto, mas depois descobri que abandonou a família e nunca sequer deu
uma ligação para sua filha, para saber como ela estava. Droga!

Limpei as lágrimas insistentes em cair pelo meu rosto. Levantei-me
de minha cama e fui tomar banho. Despi-me e liguei o chuveiro. A medida que a água
caía, as lágrimas rolavam por meu rosto. Deslizei na parede do banheiro e
sentei-me no chão, ainda com a água caindo sobre mim. Fiquei ali durante mais
ou menos uma hora. Percebi que já estava escuro, desliguei o chuveiro e peguei
um roupão.

Fui até meu closet e peguei um vestido branco. Peguei
sapatilhas da cor prata e fui ao banheiro me maquiar. Passei perfume, e logo
depois fechei a porta do meu quarto. Saí de casa e peguei um táxi. Eu não iria
pra uma balada, ou um shopping... não.

Anahí: Faculdade Central, por favor. – pedi ao taxista
assim que entrei no táxi.

Sim, eu iria pra faculdade. Nesse último mês, quando eu
estava triste, apenas um determinado canto de lá me deixava bem.

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Andei mais um pouco e cheguei ao meu cantinho. Sentei-me na
areia da praia, e fiquei a esperar o pôr-do-sol. Ver aquele espetáculo me
acalmava, e me fazia esquecer-me de todos os meus problemas.

Era lindo ver o encontro do sol com o mar, dando passagem
para a lua iluminar a noite. Fiquei assistindo aquele lindo acontecimento.

Por um momento, eu esqueci de que meus pais haviam
abandonado. Por um momento, eu esqueci das torturas que eu havia passado. Por
apenas um momento, eu esqueci do meu passado. Por um momento eu esqueci dos
meus amigos. Por um momento eu esqueci da Giovanna – ela inventou de me chamar
de María, então eu a chamo de Giovanna –, e do Uckermann. Por um momento eu
esqueci da faculdade. E só por um momento, minha mente estava vazia. E por um
momento, eu me esqueci de tudo.

Já havia escurecido e eu caminhava na beira do mar de pés
descalços, sentindo a água gelada do mar e o vento batendo em meu rosto. Por um
súbito momento, a única coisa que eu tinha em mente era viver o momento. Aproveitá-lo
ao máximo. Sem passado, sem futuro. Apenas o presente.

Fiquei lá um tempo, até que me deu vontade de ir na
faculdade... Já era costume meu ir lá fim-de-semana, quando eu não tava bem. Sempre
ia lá cantar ou tocar no auditório. Era bom extravasar um pouco meus
sentimentos na música. Com certeza não teria ninguém lá, já que era sábado. Calcei
meus sapatos e fui andando mesmo até a faculdade, já que a praia era perto da
mesma.