Fanfic: Enséñame

Música: Pedazos – Christian Chávez (eu chorei ouvindo essa música
e escrevendo o cap ç.ç http://letras.terra.com.br/christian-chavez/1415332/ )

“Surpresas.
E se de uma música, você lembrar-se do momento em que foi abandonada na porta
de um... “orfanato”, por sua mãe?

Um
encontro inesperado... E, desse encontro, revelações virão à tona. Segredos.
Desabafos. E tudo isso com quem você nunca imaginaria falar algo apenas mais do
que “elogios”.

Lições.
Não julgue as pessoas. Não sem antes conhecê-las. Por que, algum dia, você irá
se arrepender de nunca ter dado aquela pessoa uma chance de mostrar pra você,
quem ela realmente era.”

Cheguei à faculdade e entrei pela porta dos funcionários, ou
seja, a porta dos fundos. Fui ao caminho da sala de música. Eu já estava perto
de lá, e ouvi uma música, que parecia ser tocada por um piano. Franzi o cenho e
me aproximei mais, a cada passo a música ficava mais alta. Com muito cuidado
abri um pouco a porta, e espiei uma loira tocando no piano. “Anahí?”, perguntei
com o cenho franzido.

Entrei na sala e fechei a porta, sem fazer nenhum barulho. A
Barbie ainda não havia percebido minha presença lá. Sentei-me em uma das
cadeiras da sala, novamente sem fazer nenhum barulho. Ela estava de olhos
fechados, tocando no piano, visivelmente concentrada.

Anahí: Fue
encontrarme en tu mirada, y sentirme enamorada... Era menos frágil junto a
ti!... Pero todo era mentira, te marchaste de mi vida. Y me perdí, y me perdí. – ela começou a cantar e pude perceber que sua voz era
muito bonita.

Mas, por algum motivo desconhecido, eu conhecia
aquela música. Eu já havia ouvido aquela música!... Mas... de onde?

Anahí: Sigue
vivo tu recuerdo, me hace daño si te pienso. – continuei ouvindo-a cantar. Sim,
eu conhecia aquela música! Anahí continuava com
os olhos fechados, dava para se ver que realmente ela entregava-se inteiramente
a música – Estoy
triste pero estoy de pie!... Aún que me hayas olvidado, sé que tarde o más
temprano vas a entender cuanto te amé. –
percebi que algumas lágrimas já rolavam por seu rosto, enquanto as minhas já
rolavam fazia horas.

Por algum motivo, a música trazia lembranças para
mim. Lembranças da qual eu lembrava-me vagamente. Fechei os olhos, porém deixei
as lágrimas caírem... E assim, algumas cenas passavam-se em minha cabeça. E eu
cantava a música, com os olhos fechados, acompanhando Anahí.

Flashback

XxX: Algún día sin pensarlo, ve vas a extrañar
despacio. Algún día, una mañana, sentirás que te hago falta. Y en tu interior,
vas a sentir amor! Nadie sabe lo que tiene hasta que al final... lo pierde... – Uma mulher cantava essa mesma música para um bebê
novinho, que encontrava-se em uma cestinha.

Eu não
conseguia ver o rosto da mulher, apenas do bebê. Ela cantava acalmando o bebê,
que chorava muito. Ela também chorava, mas
continuava cantando.

XxX: Cada vez que vuelvo a verte, no lo niego aún me
duele. Pero sé que un día estaré bien!... Nadie sabe lo que tiene hasta que al
final... lo pierde... Nooo...

Pouco a
pouco o bebê foi se acalmando. A mulher havia parado de cantar, e este já não
chorava mais, apenas tinha os olhos fechados. A mulher continuou andando um
pouco e colocou o bebê em uma porta.

XxX: Espero
que algum dia me perdoe, minha filha. Eu te amo, e isso servirá para o seu bem.
Nunca se esqueça de mim. – falou chorando muito, colocando uma pulseirinha no
bebê (da qual eu não consegui ver direito), e dando um beijo demorado em sua
testa – Eu vou te procurar filha, eu vou te procurar, não se esqueça de mim,
minha Dulce... Nunca! – ela tocou a campainha do local e saiu correndo,
chorando muito.

Fim do Flashback

Nessa mesma hora eu abri meus olhos, que estavam
arregalados.

Percebi que Anahí já não cantava mais, e ela
limpava o rosto – por causa das lágrimas –, com a palma das mãos.

Anahí: Como conhece essa música? – falou sentada no
banco do piano, mas voltada para mim.

Dulce: Minha mãe... – falei olhando pra baixo e
logo depois olhando para o meu pulso, onde estava minha pulseirinha.

Anahí: O que tem ela? – perguntou com o cenho
franzido.

Dulce: Droga Anahí! Nada! – falei chorando, com os
cotovelos apoiados nas pernas.

Anahí: Ohh! Agora você vai dar uma de coitadinha? –
perguntou debochada, eu a olhei.

Dulce: Garota, por que você não me deixa em paz? Eu
não tou mexendo contigo! Que merda garota! – falei irritada e logo depois olhando para baixo, com algumas lágrimas caindo.

“Eu vou te procurar filha, eu vou te procurar, não se
esqueça de mim, minha Dulce... Nunca!”, as
palavras daquela mulher ecoavam em minha mente. O bebê era eu, e a mulher...
Era minha mãe. Meu Deus! Minha mãe! Se eu pudesse ao menos ter visto seu rosto.
Minha mãe! Como eu queria que realmente ela tivesse me buscado e me tirado de
lá. Como eu queria que ela nunca tivesse me abandonado. Como eu queria poder
dar um abraço nela! Poder tocá-la. E, no dia das mães, poder dar-lhe os
parabéns.

Parei de pensar e olhei para o meu lado. Anahí estava sentada na
cadeira ao lado da minha, olhando-me.

Dulce: Que é? Veio aqui pra rir da minha cara? –
perguntei irritada – Olha só, me deixa em paz e... – ela interrompeu-me.

Anahí: E nada! Olha só María, eu não gosto de ver
as pessoas chorando, e... – agora foi a minha vez de interrompê-la.

Dulce: Os incomodados que se mudem. – falei
debochada.