Fanfic: O Prisioneiro AyA (terminada)
Feira
do dia de são Martin, 11 de novembro de 1450. Saint
Andrews, condado de Fife, Escócia
Anahí
escapou do edifício onde a festa da feira se realizava. Embora
fosse uma estranha no local, o banquete oferecido rivalizava com qualquer um
que era servido no grande hall de seu pai. Mesmo tendo comido demais, só de pensar nas iguarias
que pesavam sobre as mesas - as maravilhosas tortas
com os mais variados recheios, doces e salgados, os molhos, as nozes, os
queijos e os pastéis - sua boca enchia de água.
Os
alimentos apimentados causaram sede e ela tomou muitos copos de leite adoçados com mel. E, agora,
sua bexiga cheia não lhe dava mais descanso. Futura laird ou não, ainda era humana. As
exigências da natureza não se importavam com títulos ou descendência nobre.
Apertando
a manta nos ombros, saiu da área do mercado e se
dirigiu para o grande portão em busca de privacidade,
os passos quase inaudíveis no caminho enlameado, iluminado por tochas e
cercado pelas bancas vazias do mercado. A música de uma flauta a
atraiu para um estábulo. A canção dolente parou assim que
ela chegou à porta entreaberta.
Concluiu
que a música deveria ter vindo de algum lugar distante,
então
olhou para trás, entrou e fechou a porta. Uma lanterna estava
pendurada num gancho na parede mais distante, a luz fraca mal dissipando as
sombras. Anahí estremeceu, a escuridão lhe despertando as
lembranças infantis de medo de bruxas com enormes narizes
com verrugas, demônios com forcados para atacá-la e duendes que roubavam
crianças mal-educadas durante a noite.
Caminhou
devagar pela escuridão em direção à luz, os braços estendidos à frente para não esbarrar em nada e cair.
As mãos encontraram a parede áspera e, parando num dos
cantos, ergueu a saia e se agachou. Ah, doce alívio...
- Você tem um jato de urina bem
forte para uma garota.
Anahí
se assustou. O coração disparado, abaixou a saia e pulou, procurando
nas sombras.
- Aqui em cima.
A
voz que a chamava de cima pertencia a um jovem, não a um homem adulto e
certamente não a uma criatura do outro mundo. O rosto
queimando, Anahí dobrou o pescoço para cima e olhou.
Um
par de pernas longas e magras balançava abaixo da viga, os pés grandes, calçados com botas, pouco
acima da cabeça dela. Os pés pertenciam a um menino
de 12 anos, mais ou menos, com cabelos escuros e ondulados que desciam até os ombros, olhos
risonhos e uma flauta de madeira numa das mãos grandes.
Do
poleiro em que estava, ele devia ter visto muito de suas partes íntimas. Seis meses atrás, não teria se importado, mas
desde que sua menstruação começara, ela se sentia mais
sensível. A vergonha lhe queimou o rosto como se
estivesse perto de uma fogueira.
Determinada
a recuperar a dignidade perdida, ergueu o queixo e o fuzilou com o olhar.
- Devia ter mostrado que estava aí...
Ele
pulou para o chão, caindo em pé sobre a palha ao lado
dela.
- Por quê? Você não se deu ao trabalho de se
anunciar. - Endireitando-se, limpou o feno de sua túnica e calça, ambas precisando muito
ser remendadas, e guardou a flauta no bolso.
- Além disso, cheguei aqui
primeiro.
Era
verdade. Entrara sem convite, embora o estábulo fosse um lugar público.
- Não tem importância. Como futura laird, minha posição é acima da sua.
Em
vez de se sentir impressionado, como ela esperava, ele jogou a cabeça morena para trás e riu. Passou uma das mãos sobre os olhos e balançou a cabeça, como se ela fosse uma
criança e ele um adulto.
- Meninas não podem ser lairds.
A
afirmação enfureceu Anahí.
- Eu posso... e serei. Meu pai jurou que será assim e, como chefe do clã, sua palavra é lei. Um dia serei
conhecida como a Portilla.
O
pai lhe dissera que não pretendia casar de novo. Tinha quatro filhos
enterrados, a mãe com o último, e acreditava que
nunca teria um filho. Antes de morrer, um acontecimento que Anahí esperava que
demorasse muito tempo para acontecer, pretendia nomeá-la herdeira como a única filha sobrevivente.
O
jovem virou os olhos, e Anahí se impressionou com sua cor - um cinzento-claro, quase
opaco - e atribuiu-a a um truque das sombras, embora não acreditasse nisso.
- Os deveres de um laird incluem a liderança de homens em batalhas.
Uma mulher não pode fazer isso.
O
comentário atingiu seu ponto fraco. Antes da viagem, ouvira
os velhos conselheiros do pai dizerem a mesma coisa.
- Acho que nunca ouviu falar de Joana d`Arc,
imbecil.
Ele
deu de ombros, largos para um menino.
- Isso é diferente, ela tinha visões de santos... Não me parece que você receberá visitas divinas.
Anahí
mordeu o lábio. Não podia argumentar, estava
sempre se metendo em encrencas praticamente desde o dia em que começara a andar.
Aproveitando
a vantagem, o menino continuou:
- Além disso, você irá casar e ter bebês. Sua barriga vai ficar
do tamanho de uma barrica e será gorda demais para liderar
seus homens numa batalha, a menos que queira que eles andem como patos. Seus
inimigos chamarão o clã Portilla de clã Quaque-quaque.
Anahí
bateu o pé na palha.
- Não chamarão.
- Chamarão sim.
Anahí
ficou tão zangada que fechou os dedos em punho, ergueu-o
e atacou. O punho bateu com força na barriga do menino,
dura como pedra apesar de sua estrutura frágil. O murro teria derrubado
outros garotos da mesma idade, mas ele nem se moveu.
- Ouch! - Passando a mão na barriga, olhou-a
fixamente, a pureza cristalina do olhar quase fazendo-a lamentar o que fizera.
-
Vejo que tem um temperamento que combina com seus cabelos.
Ignorando
a referência aos cachos louro-vermelhos, no momento presos
numa única trança que se desmanchava, Anahí
cruzou os braços e fixou-o.
- É um castigo por falar o
que não deve, já que não é meu igual. - Passou o olhar pelas
roupas comuns com atenção deliberada.
Ele
a olhou de volta, os olhos escurecendo.
- Você não sabe se sou um futuro
chefe de clã.
Ela
observou a manta gasta sobre os ombros e o peito dele. Apesar de desbotada,
percebeu o padrão de escarlate brilhante entremeado por verde
floresta, as cores dos Herrera.
Anahí
deu um passo atrás. Os Portilla e os Herrera não eram exatamente
inimigos, mas também não eram amigos. Nos últimos anos, um número razoável do gado Portilla havia
"desaparecido". Anahí sabia que o laird dos Herrera tinha
filhos gêmeos, Ucker e Alfonso, dois anos mais novos que
ela e nascidos com a diferença de apenas minutos.
Imaginando
qual dos irmãos estava diante dela, perguntou:
-
Bem, você é?
Ele
sacudiu a cabeça, os olhos perdendo o brilho.
-
Não,
meu irmão Ucker é mais velho que eu dois
minutos. Sou Alfonso, o filho mais moço. Ela estendeu a mão.
- Sou Anahí, única filha do meu pai.
Mesmo disposta a ser amigável, parecia incapaz de deixar de lado o orgulho.
Ele
lhe tomou a mão, os dedos longos envolvendo-a, o aperto firme,
mas gentil e agradavelmente quente.
Autor(a): annytha
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capitulo dedicado ao meu primeiro comentário de unposed, besos e continue lendo! - Prazer em conhecê-la, Anahí Portilla. E o que traz a filha de um laird... desculpe, uma futura laird... a uma feira tão distante de nossa ilha natal? - Estou ajudando meu pai a levar nosso gado para o mercado, mas paramos aqui para ver a feira e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 69
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bela Postado em 12/12/2010 - 14:56:37
maaiissssssssss posta maiiiisssssss
to adorando essa web -
mandinha Postado em 26/11/2010 - 18:19:12
Posta maisssssss
-
mandinha Postado em 17/11/2010 - 15:37:25
postaaaa
-
mandinha Postado em 14/11/2010 - 18:20:47
Sou leitora nova!
Estou amando sua web!!! Posta maissssss. -
ciitah Postado em 10/11/2010 - 12:40:03
POOSSSSTTTTTTTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAA
PEDRO MALDITO AFF¬¬' -
ciitah Postado em 08/11/2010 - 12:13:19
[AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAA]
morri loucamente...
como vc para assim?
POSTA -
rss Postado em 20/10/2010 - 14:39:45
AINDA TOU ME ATT NA WEB
POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAA -
ciitah Postado em 19/10/2010 - 10:38:26
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA depois de um ano hein? demorou pra postar rsrs'
poosta +++++++++++++++++ -
liarj12 Postado em 19/10/2010 - 01:31:08
uh adorei , muito quente.bjs
-
ciitah Postado em 06/10/2010 - 09:58:50
KKKKKKDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDD:'
CARAMBA KD OS POSTS? to chorando ja, quero post Rum'