Fanfic: O Prisioneiro AyA (terminada)
Impediu-se
de pensar mais a respeito, lembrando-se de que Anahí Portilla não era a espécie de mulher por quem
devia sentir empatia... ou qualquer emoção. Tinha a intenção de usá-lo como um garanhão para servi-la na cama.
Embora quisesse filhos, não os queria desse jeito.
Uma
mosca entrou zunindo pela janela. Desta vez seus instintos de caçador funcionaram, e o gato
pulou da cama e correu para cima dela. A mosca desviou e mergulhou e o gato, na
tentativa de pegá-la, pulou sobre a mesa onde estava o tabuleiro de
xadrez, derrubando as peças.
Anahí
devia jogar xadrez, pensou Alfonso. Xadrez era o jogo predileto daqueles que
davam mais valor à inteligência e à estratégia do que à força física. Inteligência... estratégia. Alfonso abriu um
largo sorriso e sentiu o lábio machucado sangrar de
novo. Mas valera a pena. Encontrara sua resposta, e estava bem diante dele o
tempo todo. Se não conquistasse Anahí dando-lhe prazer ao corpo,
talvez conseguisse a liberdade cortejando-lhe a mente.
Segunda
semana
Anahí
ficou afastada de Alfonso durante toda a semana seguinte, embora tomasse as
providências para lhe dar conforto. Um deles foi enviar
o ferreiro para aumentar suas correntes, de modo a lhe proporcionar os meios
de atender a suas necessidades pessoais e se mover com liberdade pelo quarto.
Quando descobriu que sabia ler, enviou-lhe seu precioso volume The
Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, para se divertir.
Ficou
surpresa quando, por meio de um dos guardas, recebeu um convite de Alfonso para
visitá-lo. O pedido fez seu coração dar pulos e, para acalmá-lo, disse a si mesma que
ele pretendia apenas pedir a liberdade. Mas sua menstruação acabara e era hora de
tentar de novo conceber um bebê. Esperava que as medidas
que adotara para tornar seu cativeiro menos insuportável diminuíssem seu ressentimento.
O
convite que partira dele lhe pareceu um promissor primeiro passo nessa direção. Quem sabe, talvez, o
encontrasse disposto a se deitar com ela?
Encontrou-o
sentado na beirada da cama, o volume aberto das histórias de Chaucer nas mãos grandes, as correntes
mais longas que saíam dos grilhões em seus pulsos
enroladas no chão, junto a seus pés. A luz do final da manhã iluminava o quarto e uma
brisa marinha lhe arrepiava os cabelos.
Passou
os olhos pelo rosto dele. Os machucados e cortes mais graves haviam sarado,
deixando-lhe apenas finas cicatrizes e os hematomas estavam pálidos, quase invisíveis. Pela primeira vez, pôde ver bem como era belo.
Suas feições, não mais inchadas, eram tão perfeitas que pareciam
ter sido esculpidas por um mestre. A covinha que lhe partia o queixo dava caráter ao rosto, e Anahí
sentiu um desejo insano de beijá-la.
Algumas
peças
de roupa do pai haviam sido levadas para ele e, embora Alfonso fosse muito mais
alto e mais esguio que o pai, a camisa cor de açafrão, com gola e punhos bordados,
o gibão com botões de metal e a calça justa em tecido
castanho-claro pareciam muito bem nele.
Como
se a sentisse entrar, ele ergueu os olhos, encontrando os dela, e sorriu.
Sentindo-se feliz com o calor inesperado de suas boas-vindas, Anahí fechou a
porta e se aproximou.
- Como está se sentindo neste belo
dia, milorde? - Lembrando-se dos conselhos de Milread e Dulce,
sua voz era suave.
O
sorriso dele aumentou, o brilho chegando-lhe aos olhos, que pareciam claros
como cristais, sem sombras. Ele devia estar se sentindo melhor mesmo.
- Estou muito melhor pelo presente deste belo livro.
Obrigado.
Fechou
o livro com reverência, colocou-o sobre a mesa de cabeceira e
levantou-se.
Seu
olhar passeou pelo corpo dela numa avaliação lenta, medida, que a fez
ruborizar. Talvez fosse apenas ilusão, mas achou ter visto um
brilho de apreciação nos olhos dele quando os ergueu para seu rosto.
Achava que estava bem, se não exatamente bonita. Dulce
lhe penteara os cabelos num estilo simples, mas bonito, trançando-lhe os cabelos da
frente e prendendo a fina trança em torno da testa, como
uma coroa. Deixara o resto dos cabelos livres, os longos cachos lhe chegando
aos quadris. Lavados naquela manhã, as mechas
vermelho-douradas haviam secado ao sol e então escovadas até
brilharem.
Dulce
também se mostrara excelente costureira. Alterara o
vestido de Anahí, tornando-o mais justo. O corpete acentuava-lhe os seios, que
geralmente ela escondia, e a linha da cintura exibia o torso esguio e as curvas
dos quadris.
- E você, milady, como está? - Os olhos intensos lhe disseram
que a achavam realmente bonita.
- Estou bem, obrigada. - Inquieta, evitou olhar
nos olhos dele e mexeu na corrente de ouro no pescoço. Sem querer que a visse,
esperara que ele dormisse e a recuperara, junto com o anel. Era bom tê-lo de volta.
Um
silêncio
vazio se instalou. Nervosa, interrompeu-o:
- Se soubesse que podia ler, teria mandado o livro
antes.
Ele
deu um passo em direção a ela, as correntes batendo no chão de pedra. Um rápido olhar pelos quatro
cantos do quarto lhe mostrou que ele não perdera tempo em usar a
nova liberdade... a bacia com água e sabão sobre o lavatório, a escova de prata na
penteadeira com fios de cabelos negros misturados aos fios vermelhos. A visão lhe causou um estranho
aperto na garganta.
- Há muita coisa que ainda
precisa descobrir sobre mim. Não sou um selvagem como você parece pensar.
Sangue
de Deus, ao lhe fazer um elogio, parecia que o ofendera... de novo.
- Não pensei que você fosse... oh, esqueça. Gosta?
- Milady?
- Do livro.
Não se lembrava de ter tanta
dificuldade de se comunicar com Derrick, mas recordou que, além de seu marido, haviam
sido criados juntos como irmãos. Ele nunca a fizera
perder a fala, ou o fôlego ou lhe fizera os joelhos parecerem feitos de
algodão. Mas um olhar de Alfonso Herrera era suficiente
para fazê-la sentir todas essas coisas.
- Muito, é divertido.
Anahí
tivera uma reação semelhante quando lera o livro pela primeira
vez. Mais velha, se não mais sábia, porém certamente mais
desiludida, ela não se sentia mais disposta a rir.
Seus
olhos caíram no tabuleiro de xadrez do pai. Embora soubesse
que não jogaria de novo tão cedo, não conseguira guardar o
jogo. Um olhar rápido lhe mostrou que as peças haviam sido movidas dos
dois lados do tabuleiro. Aproximou-se da mesa.
- Você é cheio de surpresas,
Alfonso Herrera. Não só lê como também joga xadrez... embora
contra si mesmo, o que é um desafio e tanto.
O
barulho das correntes mostrou que ele a seguira.
- Sim, é, mas há algumas... diversões que exigem um parceiro
para serem realmente satisfatórias, mesmo se o parceiro é
um oponente.
A
cabeça de Anahí se ergueu rapidamente do tabuleiro que
fingia estar estudando. Era evidente, pela expressão dele, que não estava falando de
xadrez. Seu coração deu um pulo e o calor lhe tomou o baixo-ventre.
O lugar sensível entre suas coxas ficou apertado e úmido.
- Você joga?
- Sim, meu pai me ensinou. Passamos muitas noites
de inverno nesse quarto até tarde, com as cabeças curvadas sobre o
tabuleiro.
Aquelas
noites longas eram mais dedicadas à preparação de Anahí como a futura laird do que ao xadrez.
Como a Portilla, seu dever era manter a divisa do clã e "segurar
firme"... seus princípios, mesmo quando os outros os abandonavam, fazer
a coisa certa e não a coisa fácil, ter sempre em mente
que sua obrigação para com o clã vinha em primeiro lugar e
seus desejos pessoais no último.
Isso
significava esquecer sua adorável lembrança daquele dia na feira e
se casar com Derrick, seu primo pelo lado da família da mãe, os McBride. Com a morte
de Beatrice, um casamento entre os membros da geração seguinte era necessário para manter o vínculo de sangue com um clã maior, mais poderoso.
Olhos claros como o cristal, uma boca ágil com lábios que pediam beijos e
cachos negros como as asas de um corvo, que se curvavam sobre o colarinho, eram
uma bela lembrança, mas o casamento de uma laird precisava
ser tão cuidadosamente, tão estrategicamente
decidido como um jogo de xadrez.
Autor(a): annytha
Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
- Você joga bem? - Sim, jogo, ganhei do meu pai algumas vezes, mas apenas no fim da vida dele. - Dizem que sou um bom jogador. Acha que pode me vencer? - Seu sorriso meio torto era acompanhado por um olhar malicioso. Ela sentiu a boca ficar seca e forçou a atenção de volta ao tabuleiro. - Não posso dizer, milorde, já q ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 69
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
bela Postado em 12/12/2010 - 14:56:37
maaiissssssssss posta maiiiisssssss
to adorando essa web -
mandinha Postado em 26/11/2010 - 18:19:12
Posta maisssssss
-
mandinha Postado em 17/11/2010 - 15:37:25
postaaaa
-
mandinha Postado em 14/11/2010 - 18:20:47
Sou leitora nova!
Estou amando sua web!!! Posta maissssss. -
ciitah Postado em 10/11/2010 - 12:40:03
POOSSSSTTTTTTTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAA
PEDRO MALDITO AFF¬¬' -
ciitah Postado em 08/11/2010 - 12:13:19
[AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAA]
morri loucamente...
como vc para assim?
POSTA -
rss Postado em 20/10/2010 - 14:39:45
AINDA TOU ME ATT NA WEB
POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAA -
ciitah Postado em 19/10/2010 - 10:38:26
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA depois de um ano hein? demorou pra postar rsrs'
poosta +++++++++++++++++ -
liarj12 Postado em 19/10/2010 - 01:31:08
uh adorei , muito quente.bjs
-
ciitah Postado em 06/10/2010 - 09:58:50
KKKKKKDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDD:'
CARAMBA KD OS POSTS? to chorando ja, quero post Rum'