Fanfic: O Prisioneiro AyA (terminada)

Ucker
acabara de voltar da caça para o jantar quando um dos arqueiros de vigia
no alto de uma árvore avisou ter visto um cavaleiro solitário se aproximando.

Tinham
feito o acampamento no alto de uma montanha por razões defensivas e práticas. O lugar permitia
uma visão ampla do vale e não havia possibilidade de
um inimigo se aproximar sem ser visto. A mata próxima tinha bastante caça e havia um riacho perto.
O castelo Portilla era uma fortaleza sólida e não adiantava atacá-lo, mas se a Portilla se
recusasse a libertar Alfonso, Ucker pretendia sitiá-lo.

Alertas,
todos os homens se prepararam para a chegada do desconhecido. Ucker fixou o
olhar na figura cada vez mais próxima e finalmente a
reconheceu.

- Sangue de Deus, é meu irmão, é Alfonso - gritou para os homens
abaixarem as armas.

Alguns
minutos depois, Alfonso chegou à clareira e Ucker percebeu
que nunca o vira tão feliz. Quando se encontraram, olhou para o rosto
que era quase o reflexo do seu. Quase. Os olhos de Alfonso eram de um cinzento
muito claro e os de Ucker eram de um azul profundo.

Alfonso
olhou em torno, para o pequeno exército.

- É muita gente para trazer
para uma caçada, irmão.

- O grupo é para seu resgate.

Ucker
recuou, inquieto, perguntando-se se o irmão sofrerá
algum
ferimento na cabeça. Mas os olhos de cristal eram tão límpidos como sempre e se
sentava na sela com as costas retas. Observando o gêmeo, Ucker sentiu uma súbita dor no lado do peito.
Levou algum tempo para reconhecer a fonte... amargura. Amargura do irmão.

- Não sabia que precisava ser
resgatado. Um homem não pode sair sozinho de férias sem que um exército venha atrás dele?

- Maldição, Alfonso, você ficou fora mais de duas
semanas. Quando fui ao seu acampamento e o vi destruído, o que mais poderia pensar?
E então recebi a mensagem da Portilla dizen­do que o
havia seqüestrado...

- Anahí lhe escreveu?

- Sim, por algum motivo ela acha que matei o marido
dela.

- E matou?

- Não, nunca vi o idiota. E,
mesmo se o conhecesse, por que mataria o consorte da Portilla?

- Alguém matou e pretendo
descobrir quem foi.

Ucker
observou o gêmeo, depois estendeu a mão e apontou o bordado na
manga de Alfonso.

- Esse é o timbre dos Portilla, não é?

- Sim, é.

- Por que tenho a sensação de que há mais nessa história do que você está me contando?

O
olhar cauteloso de Alfonso encontrou o de Ucker, mas ele não negou.