Fanfics Brasil - O Prisioneiro AyA (terminada)

Fanfic: O Prisioneiro AyA (terminada)


Capítulo: 8? Capítulo

411 visualizações Denunciar



Por
mais inadequado que fosse, mal podia esperar para ficar frente a frente com seu
inimigo. Mas sua ansiedade se misturava a uma grande dose de incerteza. Dez
anos atrás, ele lhe dissera que era bonita, mas dez anos
era muito tempo. Quem poderia dizer se a acharia atraente agora?


Mas
a encontraria limpa. Cuidara dos dentes pela manhã com um pequeno rebento de
amendoeira, como fazia todas as manhãs, e o escovara por mais tempo do que o
costume com um pedaço de tecido mergulhado em pó para dentes, feito de
salva em pó até brilharem como mármore polido. Antes de
descer, suavizou o hálito com a mistura de erva-doce e alecrim, uma
receita de Milread.


E,
então,
havia o cabelo, um desastre desde que nascera. As mechas onduladas, vermelhas,
tinham um jeito todo especial de se livrar de qualquer penteado. Tentou alguns,
desistiu e simplesmente os trançou, como sempre.


A
batida do martelo do intendente anunciou que havia um novo caso, uma disputa
envolvendo duas mulheres que reclamavam o mesmo bebê, um belo menino de
cabelos vermelhos e rosto de querubim.


Olhando
para a criança, que se debatia nos braços da mais velha das duas
mulheres, sentiu-se tomada por um vazio desesperador. Precisava de um bebê para acabar com o feudo
san­grento e consolidar sua posição como laird, mas
também queria intensamente ser mãe.


Focalizou
a atenção nas duas mulheres em pé diante dela. A mais nova
parecia não ter ainda 16 anos e usava um velho vesti­do
amarelo vivo, a cor das prostitutas. Os olhos azuis, brilhantes de lagrimas,
eram cercados por olheiras profundas. Os braços finos estavam
pendurados, como se, sem um bebê para segurar, não
soubesse o que fazer com eles. Apesar de seu baixo status social, o cabelo
louro muito claro estava bem trançado e seus pés e tornozelos muito
limpos. Anahí sentiu grande empatia por ela.


Voltou
o olhar para a rival, mais velha e a imagem do de­coro. Uma touca lhe cobria a
cabeça e o pescoço, a testa es­tava
franzida e segurava o bebê como se fosse um saco de farinha.


A
loura caiu de joelhos.


- Minha laird, imploro que ouça minha queixa porque a se­nhora
é
minha última esperança. Quinze dias atrás, esta mulher entrou na
minha cabana e roubou meu Alasdair.


A
mulher que segurava a criança deu um passo firme à frente. Acima do choro do
bebê,
gritou:


- É mentira, minha laird. Este
é
meu doce Fearghas, a luz da minha vida e a imagem perfeita do pai, já morto. Não pode aceitar a palavra
de uma prostituta contra a minha.


Anahí
sentiu aversão instantânea pela viúva, mas, em nome da justiça, precisava ouvir os dois
lados.


- Deixe-a terminar, senhora, em breve será sua vez de falar. - Voltou-se para a jovem
ajoelhada e fez um gesto para que ela continuasse.


- Estava terminando de dar o jantar de Alasdair
quando ela entrou em minha cabana e arrancou o bebê dos meus braços. Corri atrás dela, mas o guarda
noturno me segurou e ficou do lado dela, porque é viúva de um burguês enquanto eu sou ape­nas...
uma prostituta. - A confissão terminou com um soluço e comoveu Anahí
profundamente.


- Compreendo. - Voltou-se para a viúva. - E você, se­nhora, o que tem a
dizer?


- A cadela mente. O bebê é meu filho, meu único filho e tudo o que
tenho para me consolar em meu luto. Sendo também viúva, milady, sei que
ficará do meu lado.


- Este é um tribunal, senhora,
lidamos com a verdade, não com sentimentos. Tem algum documento para provar
o que diz?


A
viúva
hesitou, o olhar matreiro deslizando para os bancos.


- Não, houve um incêndio terrível. Os registros da paróquia foram destruídos. Foi tudo muito trágico.


Anahí
não
ouvira falar de nenhum incêndio.


- Mas tenho uma testemunha do nascimento. - Er­gueu um dedo fino e
apontou para os que estavam sentados nos bancos. - Aquele monge ali dirá que estou dizendo a
verdade.


Jogou
o bebê nos braços de um guarda próximo e correu em direção aos bancos. Com a cabeça encostada num canto de
pe­dra, um monge dormia. Segurando-o, a viúva gritou:


- Irmão Bartholomew, acorde e
diga a todos que me viu dar a luz a este bebê.


Piscando,
ele se levantou e voltou o rosto gordo em direção a Anahí.


- Sim, é verdade, eu estava
presente ao nascimento.


- Um homem de Deus atendendo ao parto de uma senhora
me parece muito estranho.


- Tenho algumas habilidades em cuidar de animais e,
como não havia uma parteira, fiz o que pude.


- Compreendo. Muito nobre de sua parte, bom irmão, e fez um belo trabalho,
nunca vi um bebê tão bonito.


Observou
as duas mulheres e percebeu que a viúva a olha­va sem expressão, mas o rosto da
prostituta brilhava de or­gulho.


Anahí
não
era Salomão, mas soube logo quem era a mãe do bebê. Como laird, sua
palavra era a lei, mas não podia mandar que o bebê fosse dividido em dois...
ou podia?


Esperando
que o espírito sábio do antigo rei a
ajudasse a ser­vir à causa da justiça, dirigiu-se às duas queixosas:


- Vocês devem partilhar o bebê.


- Partilhá-lo? - As sobrancelhas da viúva ergueram-se.


- Sim, na primeira quinzena de cada mês ele ficará com você, viúva. -
Virou-se para
a jovem mulher ajoelhada. - E na segunda quinzena
de
cada mês ele ficará com você, senhora. A primeira
mulher que deixar de entregá-lo na data marcada perderá todo o direito a ele.


A
viúva
deixou escapar uma respiração pesada, então deu de ombros.


- Bem, suponho que meio pão é melhor do que pão ne­nhum.


Voltando-se
para a jovem mãe, Anahí suavizou o tom e perguntou:


- E o que diz desse arranjo, menina?


A
jovem se levantou lentamente e lançou um olhar ansioso para a
criança, que lutava para se libertar dos braços do guarda e estendia as
mãos
para ela.


Os
olhos cheios de lágrimas, olhou para Anahí.


- Sinto muito, mas minha resposta é não, milady.


- Tem certeza? Saiba que a resposta que der hoje
será
válida
por todos os longos e solitários anos do futuro.


A
expressão desesperada, a jovem acenou.


- Sim, entendo muito bem, mas um menino criado por
duas mães será um adulto dividido.
Ansiará por saber a quem pertence e quem é. Como sou mãe dele e o amo mais do que
minha vida, não posso condená-lo a um destino assim por
egoísmo.


Emocionada
pela demonstração de amor maternal e sabedo­ria em alguém tão jovem, Anahí disse:


- Menina, suas palavras simples, saídas do coração e de seu amor sem egoísmo, provaram que o bebê é seu. - Voltou o olhar para a viúva e disse: - Se algum dia mostrar seu
ros­to amargo em meu tribunal, tenha a certeza de que a mandarei para a minha
cozinha para uma longa e desagradável lição em humildade... depois que mandar lhe cortar a língua. Agora leve seu falso
monge e suas falsas palavras e saia antes que mude de idéia e lhe aplique o castigo
agora mesmo.


A
viúva
não
precisou ouvir de novo. Os olhos arregalados, segurou as saias, virou-se e
correu o mais depressa que pôde, o monge gordo atrás.


Sorrindo,
a jovem mãe se voltou para Anahí.


-
Oh, obrigada, milady, obrigada. - Correu para o guarda, que
lhe entregou o bebê.


A
criança parou de chorar no momento em que os braços finos da mãe a envolveram e, com um
suspiro, aninhou o rosto louro no ombro dela e dormiu.


Anahí
engoliu para desatar o nó que se formara em sua garganta. Ocupar o lugar do
pai não era fácil, mas momentos como
este lhe davam a recompensa, mais preciosa que as jóias da família.


A
menina fez uma reverência desajeitada, voltou-se e come­çou a andar em direção à porta.


Anahí
adotou uma expressão solene.


- Pare, senhora, ainda não terminamos nosso
assunto.


Ela
parou e se virou, o sorriso desaparecendo enquanto dizia:


- Milady?


- Você não me disse seu nome.


- Dulce, milady.






 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): annytha

Este autor(a) escreve mais 30 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

- Bem, Dulce, você e o bebê ainda precisam de comida na mesa e um teto sobre suas cabeças. Sem marido, como pretende cuidar de seu filho? Os ombros delicados de Dulce caíram. - Sou jovem e dizem que sou bonita. Os homens parecem gostar de mim. Para manter meu bebê alimentado e vestido, posso suportar o toque de estranhos. Por Alasdai ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 69



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • bela Postado em 12/12/2010 - 14:56:37

    maaiissssssssss posta maiiiisssssss
    to adorando essa web

  • mandinha Postado em 26/11/2010 - 18:19:12

    Posta maisssssss

  • mandinha Postado em 17/11/2010 - 15:37:25

    postaaaa

  • mandinha Postado em 14/11/2010 - 18:20:47

    Sou leitora nova!

    Estou amando sua web!!! Posta maissssss.

  • ciitah Postado em 10/11/2010 - 12:40:03

    POOSSSSTTTTTTTTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAA

    PEDRO MALDITO AFF¬¬'

  • ciitah Postado em 08/11/2010 - 12:13:19

    [AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAA]

    morri loucamente...

    como vc para assim?

    POSTA

  • rss Postado em 20/10/2010 - 14:39:45

    AINDA TOU ME ATT NA WEB
    POSTAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • ciitah Postado em 19/10/2010 - 10:38:26

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA depois de um ano hein? demorou pra postar rsrs'
    poosta +++++++++++++++++

  • liarj12 Postado em 19/10/2010 - 01:31:08

    uh adorei , muito quente.bjs

  • ciitah Postado em 06/10/2010 - 09:58:50

    KKKKKKDDDDDDDDDDDDDDDD DDDDD:'
    CARAMBA KD OS POSTS? to chorando ja, quero post Rum'


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais