Fanfic: A suвsтιтuтα - VONDY
Capítulo 2
Dulce jamais ouvira algo tão suavemente rouco quanto a voz de lorde Alexander.
E a sensação que a tomou, foi estranha, como se estivesse diante de algo íntimo
e, ainda assim, assustador. Como se ele fosse parte homem, parte fera… E
imaginou que a voz de um homem poderia ser assim em momentos de pura paixão,
murmurando coisas em seu ouvido…
Corou com tal pensamento, sentindo-se mais aquecida do que o normal, presa de
excitação e vergonha. Sabia que precisava manter-se sob controle diante da
situação que iria enfrentar.
Quando já estavam no meio da sala para a qual tinham seguido, ela arriscou um
olhar para cima, notando a cicatriz que ele trazia ao pescoço, uma linha fina e
macerada de carne avermelhada. Isso talvez explicasse o problema com sua voz,
imaginou. Devia ter se ferido ali, embora fosse uma cicatriz um tanto estranha,
como se ele tivesse sido pendurado pelo pescoço com uma tira fina de couro.
Mas ela não ousava encará-lo. Talvez estivesse aborrecido por não estar diante
da noiva que lhe fora prometida… Talvez, não a aceitasse, uma pobre substituta
que era, e a enviasse de volta ao convento.
Havia uma única tocha, presa à
parede, iluminando o ambiente. Entretanto, a luz que produzia não era
suficiente para mostrar os cantos da sala. Ao centro, havia uma enorme mesa de
cedro, pesada como a cadeira solitária, que ficava a sua cabeceira.
Tentando não estremecer, Dulce aguardava, ao lado do tio, numa atitude humilde,
os olhos baixos. Talvez fosse necessário pedir a intervenção divina para que
aquele homem intimidante a aceitasse.
Rezava, em silêncio, para que ele não a enviasse de volta a companhia das
freiras. Prometia ser a esposa perfeita, humilde e mansa. Só não queria tornar
a ver a reverenda madre, a qual, com certeza, a levaria a morte através de seus
castigos brutais.
Lorde Saviñón parecia inquieto. Estava mais tenso do que receoso, porém. Dulce
percebera o quanto se zangara ao olhá-la, há pouco, no hall.
No entanto, bastara-lhe olhar para lorde Alexander para saber que não deveria
mentir a ele. Muito menos sobre sua identidade. Ele dava passos largos e lentos
ao redor da mesa, agora, colocando-se do outro lado dela. Sentou-se na cadeira
de espaldar alto e encarou-os.
— Senhor — começou lorde
Saviñón, em tom de penitência. — Deve entender a situação em que eu me
encontrava. Viviana nos desgraçou, embora tivéssemos tão amigavelmente acordado
em reunir nossas famílias. Imaginei o que poderia fazer, como agir para manter
minha palavra… Então me lembrei de Dulce. Posso garantir-lhe, meu senhor, que
ela é virgem. Esteve treze anos num convento e, nesse tempo, jamais viu ou
falou com homem algum.
— Jamais? — indagou lorde Alexander na voz baixa e rouca.
— Jamais, senhor — Dulce confirmou. — Meu tio foi o primeiro homem que vi nos últimos
treze anos.
Ela ergueu o olhar para encontrar o dele, firme, perspicaz. A luz difusa da
tocha tornava seu rosto uma máscara de bronze, os contornos de seus traços mais
definidos e demarcados num jogo de luz e sombra.
O que estaria pensando? Indagou-se. Estaria notando sinais das privações pelas
quais ela passara no convento? Estaria avaliando se valeria ou não a pena
aceitá-la?
Pelo que podia dizer, Dulce concluía que aquele rosto devia ter sido feito de
pura rocha… Mas, de repente, seus lábios se moveram de leve. Um sorriso? Ou
teria sido uma ilusão provocada pelo movimento das chamas da tocha?
— Sei que Dulce, não foi sua
prometida, meu senhor — lorde Saviñón interferiu, querendo aliviar a tensão que
sentia no ar. — Mas ela também é minha sobrinha e os termos do acordo de
casamento não deverão ser alterados.
— Mas deveriam — Dulce falou mais uma vez. Não fazia a menor idéia de quais
eram os tais termos, mas não permitiria que a ambição de seu tio lhe tirasse a
única chance de liberdade que tinha. — Não sou a noiva que foi prometida a ele
e isso deve ser levado em
conta.
— Dulce, mantenha-se em seu lugar! — lorde Saviñón avisou,
alterado.
— Mas, meu tio, parece se esquecer de que não sou Viviana. E lorde Alexander
não está recebendo a noiva que lhe foi prometida! Acredito que o dote deva ser
aumentado, ou que deva haver algum outro tipo de compensação…
— Pelo amor de Deus, você ainda não é esposa dele para estar intercedendo a seu
favor dessa forma!
— Meu tio, não é justo…
— Justo?! - lorde Saviñón gritou,
voltando-se para encará-la e tentar de alguma forma, fazê-la calar-se. — Justo
seria aquela infeliz de sua prima ter permanecido virgem e não pular na cama do
primeiro cavalheiro simpático que encontrou! Justo seria você saber exatamente
onde é seu lugar e recolher-se à insignificância dele! Justo seria…
— Saia, lorde Saviñón — cortou a voz singular de lorde Alexander.
— Perdoe-me pela perda de controle senhor… — começou lorde Saviñón, em tom mais
baixo. — É que estivemos numa longa e difícil jornada até aqui e… acabei me
excedendo…
— Saia — ele repetiu.
— Talvez Dulce esteja com a razão.. . Talvez uma alteração no dote…
Christopher levantou-se devagar e lorde Saviñón com uma reverência, retirou-se.
Confusa e receosa, Dulce observou que lorde Alexander voltava, a sentar-se.
Seria esse um bom ou mau sinal?, pensou. Esperou por alguns instantes mais como
ele nada dissesse, decidiu quebrar o silêncio:
— Perdoe minha impertinência
por falar em lugar de meu tio, senhor — pediu num tom que julgou ser apropriadamente
humilde. Surpreendia-se com a facilidade com que conseguia mostrar-se submissa
agora, muito mais do que quando estava diante da reverenda madre. Prosseguiu,
então, em voz baixa: — Entretanto, acho que seja justo ajustarmos o dote.
— Por quê?
— Porque não sou Viviana.
— Por quê? — ele repetiu.
— Por que não sou Viviana?
Christopher negou de leve com a cabeça e esclareceu:
— Por que seria justo?
— Porque não sou a noiva que o senhor estava esperando quando fez o acordo. Não
sou igual á ela.
— Não?
Agora, ela tinha certeza de que havia a sombra de um sorriso nos lábios de
lorde Alexander. Estaria rindo dela? Teria percebido que estava desesperada e
teria achado graça nisso?
— Também quero saber por que quer se casar comigo? — observou ele.
— Sei que minha aparência
não é das melhores — ela prosseguiu, ainda mais humilde. — Portanto, se desejar
ter uma amante, não o culparei por isso.
As sobrancelhas se ergueram mais uma vez, enquanto Dulce corava diante de seu
olhar perscrutador.
Autor(a): perfectgirl
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— Eu me manterei atenta a meus serviços de casa e jamais irei interferir na administração de seus bens. Christopher continuava erguendo as sobrancelhas e Dulce buscava, no fundo da mente, as outras observações que ainda se lembrava de ter ouvido da boca de lady Ninel sobre os deveres de uma boa esposa e mãe a fim de viver ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 122
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ciitah Postado em 31/03/2011 - 10:00:56
Tava gostando, mas parece que foi abandonada D:' que pena..parecia ser boa.
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christophertaylor Postado em 15/04/2010 - 18:01:41
amei tbm...
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dulcekarla Postado em 12/04/2009 - 22:02:31
vc nau abandono abandono?? nau por favo! poxta + ta mara!!!11
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dalilagoiabeira Postado em 06/04/2009 - 02:54:27
a web tá otima, to amando!!!
posta + logo, please!!!! -
naths2vondys2 Postado em 25/10/2008 - 18:04:24
POR FAVOR VOLTE À POSTAR!
BJIX -
naths2vondys2 Postado em 25/10/2008 - 18:04:09
POR FAVOR VOLTE À POSTAR!
BJIX -
naths2vondys2 Postado em 04/10/2008 - 22:46:28
vc abandonou a web?
Diz que nao por favor!
volta a postar plix
(bjix)) -
naths2vondys2 Postado em 04/10/2008 - 22:46:27
vc abandonou a web?
Diz que nao por favor!
volta a postar plix
(bjix)) -
naths2vondys2 Postado em 04/10/2008 - 22:46:27
vc abandonou a web?
Diz que nao por favor!
volta a postar plix
(bjix)) -
naths2vondys2 Postado em 04/10/2008 - 22:46:26
vc abandonou a web?
Diz que nao por favor!
volta a postar plix
(bjix))