Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 4 – Ressacas

Se o sonho não terminasse iria estranhar aquela realidade. Estava feliz, com Alfonso...na cama. Meus olhos se abriram lentamente piscando frente à luz que vinha da janela. Fechei-os sentindo a ardência, movi-me para o lado procurando outro travesseiro, foi quando os indícios da minha noitada fizeram-se presentes: ressaca. Merda! Minha cabeça parecia que ia explodir, alcancei o travesseiro e apertei-o sobre a cabeça tentando afastar o mal estar. Inspirei profundamente tentando recuperar sanidade, um perfume másculo, doce ao mesmo tempo misturado com xampu chocolate invadiu meu pulmão sobressaltando-o. Droga! Aquele cheiro tão reconhecível aos meus sentidos só podia pertencer a uma pessoa. Mas o que diabos o cheiro de Alfonso fazia na minha cama? Sobressaltei-me! Merda! Tirei o travesseiro do rosto e levei-o ao peito apertando-o contra mim, abri os olhos e me dei conta do que se passava: O que diabos eu fazia no apartamento de Alfonso, ou melhor, o que diabos estava fazendo em seu quarto deitado em sua CAMA? Merda, merda e merda, mil vezes merda. Levantei-me de vez sentindo minha cabeça bambolear perante a dor. Alfonso não estava ao meu lado e dei graças por isso, talvez não tivesse acontecido nada. Usava o vestido da noite anterior, uma parte dele desceu deixando-me um seio a mostra, arrumei-o rápido e joguei meus pés fora da cama. Não me lembro de ter acordado tão rápido em tempos e nem com tanta dor de cabeça. O pior de tudo e que não me recordava totalmente à noite anterior, e droga... Eu precisava de um banho urgentemente. Meu corpo parecia mole, arrastado, os músculos mal conseguiam esforçar-se. Banho gelado. Isso. Segui ao banheiro e meti-me logo embaixo. Tremi ao sentir a água gélida bater meu corpo, molhei os cabelos e senti a dor aliviar-se, mas não cessar. Quando peguei a toalha me dei conta mais uma vez que não estava em casa, que raios de roupas eu usaria numa manhã, ao que parece ensolarada, de domingo? Só tinha uma escolha. Abri as portas, gavetas de Alfonso a procura de algo. Detive-me em abrir a primeira onde normalmente ficavam as peças intimas, acabei vestindo um moletom dez vezes o meu tamanho e uma calça de agasalho vinte vezes o meu tamanho. Estava horrenda, sentindo-me péssima e ainda na casa de Alfonso sem saber o que havia se passado. E onde ele estava?

            — Alfonso? – chamei-o quando tirei apenas a cabeça pra fora do quarto – Poncho! Você está ai? RESPONDA CARAJO!

Se ele estivesse me fazendo de idiota não teria a paciência suficiente pra brincar. Sai do quarto batendo o pé procurando-o por todos os cômodos. Seu cheiro estava impregnado no lugar, mas o próprio não estava nem debaixo da cama. Poderia aproveitar-me daquilo e sair antes que ele voltasse seja lá onde fora. Não precisaria encará-lo e sentir sua presença constante, não teria tempo de brigá-lo nem de cair em tentação. Sentia medo de ver seu rosto sóbria e ressentir os medos que a bebida deixou pra trás. Olhei o apartamento silencioso, bem decorado, espaçoso. Vi minha bolsa sobre o sofá e não perdi tempo em alcançá-la. Peguei-a e segui até a porta, precisava fugir, evitá-lo. Coloquei a mão na maçaneta e estranhei a mesma se abrir para o outro lado, afastei-me da porta e bati-me de frente com uma parede solida e molhada de músculos.

            — Droga Alfonso! – reclamei afastando-me dele.

Seu corpo vestido apenas por um short minúsculo e um tênis trazia a camisa pendurada no ombro, o Ipod nas mãos e o rosto contorcido em uma careta. Meus olhos correram pelo tórax malhado escorrendo suor.

            — Parece que voltei a tempo! – comentou ele fechando a porta – Belas roupas! – sorriu sarcástico.

Bastou seus lábios esticarem-se naquele sorriso atraente para descontrolar-me. Cerrei os punhos e cruzei os braços sobre o colo raivosa.

            — Manda esse sorriso pastar Alfonso! – resmunguei – O que diabos estava fazendo na sua cama? – fui direta.

Muito direta.

            — Amor! – respondeu descontraído.

Direto... Mais muito e descaradamente direto. Fechei a cara analisando-o brincar com a minha. Descruzei os braços e mantive-os ao lado do corpo pronta pra avançar sobre ele.

            — Eu perguntei o que eu estava fazendo na sua cama! – repeti esperando a verdade.

            — E eu respondi que fizemos amor! – jogou-se no sofá em seguida e virou o rosto pra me olhar – Posso contar os detalhes se preferir...você movimentando-se em cima de mim ge...

            — Cala boca Alfonso! – postei-me a sua frente – Não adianta fazer joguinhos que eu não vou cair!

            — Foi tão bom que você esqueceu? – sorriu ele cruzando as mãos sobre a cabeça – Nossa Anahí pensei que fosse inesquecível. – falou irônico – Nem pareceu que implorou por mais!

(Continua)