Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

Grunhi alto pegando a primeira almofada sobre o sofá e avancei nele investindo em acerta-lhe. Aquilo era provocação e se ele queria me atiçar tinha conseguido. Nunca implorara por sexo por mais que o quisesse e considerando meu estado Poncho deveria ter me ignorado, não levado aquilo adiante.

            — Anahí pare com isso! – disse ele esquivando-se.

Finalmente ele segurou meus punhos e imobilizou-me, o movimento fez-me cair em seu colo mantendo nossos rostos frente a frente. Não fosse minha cabeça latejar insistentemente arranjaria alguma forma de sair dali. Respirei fundo sendo observada atentamente por ele. Não podia acreditar que havia me deitado com ele.

            — Que merda Poncho! – tentei socar-lhe o peito – Porque fez isso!?

O esforço causou uma tontura resplandecente em minha cabeça. Apertei os olhos ignorando-o por um momento e concentrando-me em afastar a dor.

            — Teimosa! – disse ele baixando o tom de voz – É tão ruim assim aceitar que fez amor comigo?

Abri os olhos encarando-o. Um brilho despregava-se de seus olhos tão intenso e ao mesmo tempo tão ressentido. Encarei-o por segundos eternos, soltei o ar que segurava desde a pergunta e apoiei a testa em seu ombro.

            — Não é isso... – baixei a voz como ele – ...Você sabe que não...

            — Não eu não sei... – cortou-me desapontado.

            — Sabe sim! – voltei a olhá-lo – Só não posso acreditar que você se aproveitou enquanto estava bêbada!

Poncho sorriu irônico soltando-me as mãos. Descansei-as sobre o peito nu e úmido esperando sua resposta.        

            — Acredita mesmo que faria isso? – perguntou sorrindo, neguei com a cabeça – Só queria te provocar!

Estapeei-lhe o tórax rígido com um sorriso controlado nos lábios. Ele retribui o sorriso deixando-me ajeitar-se em seu colo. Fiquei intrigada por estar naquela situação depois de tudo: do mês que se passara, da minha aventura “borracha” e por ser birrenta logo cedo. Penso que poderiam passar-se anos que o nosso reencontro seria como em horas.

            — Onde estava? – perguntei mudando o assunto.

            — Era melhor eu perguntar onde você se meteu ontem à noite! – arqueou uma sobrancelha.

            — Eu fiz a pergunta primeiro, se não quer responder não responda. – retirei as mãos de seu peito.

Fingi emburrar-me por aquilo, movimentei as pernas imitando minha saída de seu colo e Poncho rapidamente recolocou-me no lugar.

            — Estava na academia, satisfeita? – fingiu estar serio.

Percebi o sorriso formando-se no canto de seus lábios. Observei-o com o olhar perdido na barba por fazer e os cabelos mais curtos por conta do filme. Tentei guardar na memória aqueles traços que me fizeram falta por cada dia que não podia vê-lo. Culpa minha, sabia disso, mas me pergunto o que seria da nossa vida se assumíssemos um relacionamento. Toquei-lhe o rosto ternamente sentindo minha cabeça latejar em contragosto, tracejei seus traços fazendo-o fechar os olhos em resposta.

            — Senti saudades! – confessei baixinho.

            — Não foi o que pareceu! – retrucou.

            — Vai vir com patadas? É isso? – emburrei novamente sentindo o rumo que a conversa iria tomar – Porque se for assim acho melhor desistirmos antes de começar!

Poncho apertou seus braços em minha cintura mantendo-me em si. Sinal que não me deixaria sair até que puséssemos um ponto final naquela historia.