Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 9 – As Sete P.2

06:00.

A quinze e extensos minutos eu olhava o relógio tentando decidir se eu iria ou não. Por segundos aceitava a idéia de vê-lo, mas por longos minutos minha mente dizia totalmente o contrario. Analisei as possibilidades. Com cuidado. Se eu não fosse ficaria na cama aproveitando o resto da noite pra descansar e se eu fosse... Ah se eu fosse seria uma caixinha de surpresas. Isso que eu temia. Olhei para o relógio de novo. Poderia inventar uma dor de garganta pra não ir. Idiotice, ele saberia da mentira. Droga! Estaria me comportando como a menina mimada que ele adorou jogar na minha cara. Levantei da cama apressada correndo ao banheiro. Ok, iria nesse maldito jantar, iria encará-lo com o olhar da nova Anahí, a sexy e decidida esfregando na cara dele as malditas e sádicas palavras que tanto me afetaram. E isso foi ontem, no domingo. Onde diabos em um dia eu poderia raciocinar com tanta rapidez? Só podia ser o orgulho ferido atrás de muita raiva, mas não poderia mais expressá-la de forma trágica como a antiga Anahí faria, não! Hoje ele terá o que merecia de uma forma diferente. Deveria provocá-lo, instigá-lo a perder o controle. Provar, principalmente, que eu não era aquela menina. Eu não era. Bufei no chuveiro com meu próprio pensamento. Droga! Odiava que ele pensasse aquilo de mim. Quantas vezes passamos horas juntos e essa menina aflorava, quantas vezes fora essa menina que o beijara, que fizera amor com ele. Merda!

            “— (...) Sempre pensei em você em primeiro lugar e agora você se coloca no topo do altar me ignorando! Eu cansei disso, quero uma mulher ao meu lado não uma menina que só pensa em si própria!”

As palavras pareciam ecoar em minha mente como se ele estivesse ao meu lado gritando e gritando cada vez mais.

            “— Mimada!

            — Te odeio Herrera! “

Inconseqüentemente as lagrimas misturaram-se a água que ainda corria por meu corpo. Sentia-me estúpida revivendo cada momento do dia anterior e ficar tão frágil diante daquilo. Brigara inúmeras vezes com Poncho, mas nenhuma fora tão forte quanto a ultima. As palavras de escárnio, o olhar raivoso. Meu próprio ressentimento. Um fim sem um novo começo.

            “— Que se foda sua maldita carreira! Eu cansei dos seus motivos idiotas, dos seus medos sem explicação!”

Eu cansara de sofrer por ele. Precisava de um tempo, nada mais. Será que ele não percebia que estava desesperada? Ele não podia entender que um novo começo era assustador pra mim? Sozinha? Mais lagrimas correram, mais das malditas lamúrias que eu não queria mais presenciar, não por ele. Lavei o rosto, me recompus e sai do banheiro enrolada em uma toalha felpuda. Tinha vontade de desistir dessa idéia idiota de jantar ou do famoso “quero conversar”. Não tínhamos mais o que conversar, ponto final. Carajo! Carajo!  Ele ia me pagar por tudo que falou, essa noite ele provaria a essência de “menina”. Estúpido!

Rumei ao closet e escolhi o vestido mais “comportado”, a minha maneira (risos). Sapato, cabelo, maquiagem. Tudo como a nova maneira Anahí de ser manda. Tudo, inclusive o que mais me custaria controlar. Assim eu esperava. Olhei de relance o relógio posto sobre a cômoda, 07: 17. Um atraso o deixaria agoniado, com raiva. Duas palavras Herrera: Bem Feito! Passei brilho sobre os lábios e mais uma baforada de perfume dando a pitada final ao visual e sai do quarto. O corredor que dava acesso as escadas estava escuro e pareceu a mim que tinha dobrado de tamanho. Eu sabia que ele já estava me esperando. Ao topo, no primeiro degrau olhei pra baixo em direção a sala, vi suas costas e minha mãe virada para meu lado. Desci três e tive visão completa dos dois conversando. Até que o olhar de dona Marichelo decaiu, arregalado devo acrescentar, sobre mim.

            — Ah ela está vindo! – disse dramática com um sorriso de canto.

Sabia bem o que ela estava querendo com aquilo e devo admitir que ela conseguiu. Explico a cena típica de novela, de filme ou de Mia Thermopolis em o Diário da Princesa: A sensação de câmera lenta fazendo os minutos seguintes decorrer a modo que permitia sentir e detalhar cada momento. Poncho levantou-se ao mesmo tempo em que virava pra me encarar enquanto eu descia alguns degraus apoiada com a mão no corrimão. Nossos olhos se bateram como um eletro choque e minhas pernas bambearam obrigando-me a parar três pulos antes do hall. Mirei-o firmemente disposta a passar um ar de superioridade, mas enganada eu estava se conseguiria. Tendo ele em minha presença percebo o quanto será difícil manter qualquer atitude ao seu lado. Um simples olhar acelerou todo meu sangue fazendo minhas veias latejaram freneticamente.

            — Oi Poncho! – falei controlada quebrando aquele silencio incomodo que sucedeu.

Apenas quebrado pelos risinhos contidos de minha mãe, que olhava de um pra outro sem conter um sorriso. Ignorei-a e observei o estilo quase relaxado dele, a calça jeans escura rente a camisa xadrez que o deixava extremamente sensual. Maldito gostoso! Mas eu tinha minhas cartadas e ele também me olhou, de cima a baixo, lentamente. Senti-me nua aos olhos faiscantes que analisavam todo meu corpo como se o conhecesse com a palma da mão. E ele conhecia como ninguém mais. Não me sentia envergonhada, pelo contrario, instigava ainda mais a Anahí sexy que eu queria mostrar naquela noite. Deixei um mini sorriso vitorioso surgir em meus lábios diante do devaneio dele sobre mim. Passo um concluído Anahí.

            — Hrum Hrum – pigarreei fazendo-o me olhar.

Seus olhos voltaram aos meus e em passos lentos ele me alcançou estendendo um braço para ajudar-me a descer os últimos degraus. Queria evitar o toque, mas era inevitável. Alcancei sua mão com a minha e automaticamente ele me puxou pra perto de si, não totalmente, mas perto. O suficiente pra eu ver como seus olhos estavam incrivelmente verdes, como seu perfume e a loção pós-barba faziam efeito ao entrar por minhas narinas.

            — Vamos? – perguntou ele um tanto quanto desconcertado.

Assenti devagar prendendo aquela ligação hipnotizadora que nossos olhos sempre trocavam. Minha mãe se aproximou, aposto que para soltar mais uma das suas tentativas frustradas de nos manter juntos.

            — Vão e não tenham hora pra voltar! – passou um braço pelo ombro de Poncho e outro pelo meu – Se divirtam e Anahí você tem minha permissão pra dormir fora de casa! – apertou a mim e ele para que colássemos os corpos.

Empurrei-o de leve fazendo-o afastar-se enquanto lançava um olhar tórrido a minha mãe.

            — Volto cedo não se preocupe. – falei quase sórdida – Tenho muito trabalho amanhã!

Caminhei logo até a porta afastando-me da tentação que ele era para meu corpo. Sem olhar pra trás sai sentindo o vento gélido da noite golpear meus cabelos escutando os quase sussurros que Marichelo e Poncho trocavam. O que ele não sabia era que nenhum plano, nenhuma idéia mirabolante de minha querida e traumada mãe funcionariam pra ele. E pode ter certeza... Ele estava ferrado, se prepara Herrera, nunca mais você me chama de mimada, menina ou qualquer adjetivo que não condiz a minha personalidade! Tu muy bien charrito!

Ér...comentários desenvolvidos por favor =)