Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 9 – As Sete P.3

Desde que desceu as escadas percebi em Anahí uma imagem diferente. Não foi a toa ficar que nem um idiota olhando-a como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte. O primeiro vislumbre foi dos cabelos, agora castanhos caindo em cachos sobre os ombros desnudos. O maldito vestido tomara que caia até metade das coxas não ajudava em nada minha situação, mas quando ela chegou perto, quando aproximei-a de mim percebi em seus olhos o tom zombeteiro e distinto que ela adotava. O brilho altamente significativo e...droga! Extremamente sensual! Poderia jurar que ela fizera aquilo pra me provocar, que instigara uma mudança pra colocar-me a culpa de tudo que acontecera ontem.

            — Meu carro está ali! – apoiei uma mão em sua cintura.

Seus olhos imensamente azuis alcançaram os meus. Frios no primeiro momento, intensos ao mesmo tempo. Encaminhei-a até o carro abrindo a porta do carona deixando-a entrar. Respirei fundo antes de dar a volta e ocupar meu lugar ao volante. No momento que eu sentei o perfume dela invadiu minhas ventas completando meus pulmões sem permissão. Inspirei-o e embriaguei-me como se nunca fizera aquilo antes.

            — Aonde vamos? – ela quebrou o silencio chamando-me a terra.

Virei à cabeça para mirá-la. Maldita hora em que resolvi fazê-lo através do cambio de marcha seguindo uma linha perigosamente lenta. Meus olhos bateram em suas pernas ofuscadas pela escuridão do carro. Uma vez ali foi inevitável seguir seu corpo. Subi o olhar delineando os joelhos, as coxas bem torneadas e o vestido que malditamente subira um tanto a mais quando ela sentou. Meus olhos fizeram uma pausa em seu quadril, subiram ainda mais lentos quando passaram pelos seios empinados querendo saltar em minhas mãos.

            — Poncho aonde vamos? – perguntou ela novamente.

Impaciente eu diria. E bastou aquilo para perder-me em seus olhos acordando do devaneio e percebendo o tom produtivo em seu semblante. Ela estava tramando alguma coisa, não era possível que me tratasse tão friamente mais cedo e não me desse nenhuma patada até agora.

            — Ao meu apartamento! – respondi ligando a ignição em seguida disposto a não olhá-la mais.

            — O que? Como assim ao seu apartamento?

Estava enganado, ali estava o tom birrento e irritado. Fiz uma careta.

            — Não quero ser “tachado” como o novo caso da famosa cantora Anahí! – provoquei-a.

No fundo sentia raiva porque era exatamente aquilo que eu queria e ela não aceitava. Esperei seu acesso de raiva chegar pronto pra rebater qualquer ironia.

            — Pensei que fosse isso que queria! – cruzou os braços sobre o colo e virou levemente a cabeça para janela.

Pegou-me de surpresa de certo modo. Esperava que ela gritasse, disse-se que sou o maior idiota do mundo, mas não. Ela apenas soltou o que eu já sabia num tom de voz totalmente duro demonstrando que ela ainda sentia-se magoada por ontem.

            — Quero, mas não desse jeito! – fiz uma pausa para fazer uma curva acentuada – Se um não quer o outro não faz! – fechei a cara.

Aquele assunto me aborrecia por todas as vezes que discutimos aquilo. Recordava-me o imbecil que eu era por tentar convencê-la tantas vezes que assumíssemos um relacionamento. Em primeiro momento não a mídia, mas a nós mesmos, por nos.

            — As coisas não funcionam assim Poncho! – olhei-a de soslaio mirar meu perfil.

            — Sim eu sei, como nas enumeras vezes que você insistiu em me lembrar.

            — Porque mesmo estamos aqui? – falou ironicamente mostrando o arrependimento.

Não falei mais nada, deixei que o silêncio tomasse conta do carro até eu pará-lo em minha vaga na garagem. Desliguei o carro e fiquei imóvel olhando o nada e pensando se fizera bem em tentar uma ultima conversa. Queria resolver as coisas, mas ela não parecia disposta.

            — Sua idéia de jantar e ficar em um carro olhando o nada? – fez uma pausa – Teria feito com o meu é mais confortável!

Maneei a cabeça deixando um sorriso formar-se em meus lábios. Sai do carro e fui rápido ao alcançar Anahí abrindo-lhe a porta. Caminhamos lado a lado sem tocar-nos, sem olhar-nos e sem nenhuma palavra. Subimos ao meu andar em igual silencio.

            — Se soubesse que viria aqui não me arrumaria tanto! – falou descontraída olhando-se no espelho do elevador.

Deslizou as mãos pequenas pelos quadris e arrumou o vestido sobre os seios movendo os dedos demoradamente por ali num gesto tão sensual é provocativo que me perguntei se estava mesmo acontecendo. Seus olhos estavam semicerrados mostrando os lábios carnudos levemente abertos num ato de voluptuosidade exposta. Meus olhos pareciam pregados em sua imagem e pela terceira vez descontrolei-me ao olhá-la daquela maneira. Deixou-me louco com aquilo. De repente o cubículo tornou-se extremamente apertado pra nós. Senti um desconforto incomodo se apoderar em minhas calças lentamente numa crescente ereção enquanto um calor sexual apoderava-se do me corpo. Deus o que estava acontecendo? Respirei fundo e soltei o ar tentando acalmar-me desviando meu olhar dela antes que me percebesse. Por sorte o elevador abriu-se ao seu destino. Sai meio apressado tentando esconder o estado agitado, por assim dizer, do meu corpo. Abri a porta com as mãos suadas e dei espaço pra que ela entrasse logo atrás de mim. Foi um motivo a mais pro seu perfume deslizar por mim e deixar-me mais borracho. Observei-a colocar a bolsa no sofá inclinando-se levemente deixando os quadris altivos pra mim. Deixou-me pior! Muito pior!

            — Vou ver o jantar! – sai apressado da sala sem dar-lhe tempo de resposta.

Antes que fizesse uma besteira, ou pior... Que ela se desse conta do quanto deixou-me aceso. Rezava silenciosamente pra que ela não tivesse percebido nada.

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