Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

Meu coração apertou-se como se formasse nós. Suspirei tentando acalmar a ignorância que nascera em mim.  Amar é sacrifício. Anahí tinha medo e só agora entendia isso e o porquê. Ela era tão frágil, tão propensa aos sentimentos. E eu ignorara isso. Mais uma vez como fizera anos atrás provando que eu ainda era o moleque irresponsável. Todo sofrimento pra reconquistá-la não valera, deveria ter sido mil vezes pior pra que talvez eu me desse conta o quão idiota fora.

            — Nós dois erramos... – disse ela intensificando o abraço – Te amo, isso que importa pra mim!

Virei o rosto e modo de alisá-lo no dela, confortei seus braços a minha volta e fechei os olhos deixando que minhas emoções se acalmassem.

            — Também te amo “enana”! – alisei a lateral do meu nariz na ponta do dela – Espero que saiba o quanto!

De leve ela beijou-me a face deslizando uma mão até meu rosto. Acariciou-me a bochecha livre e manteve os lábios sobre a outra dando pequenos e lerdos beijos. Aquela era a forma consentida que trocamos em que nos entendíamos. Finalmente conseguimos explorar os sentimentos, desfazer as dúvidas e compreender-nos. Partilhamos o silencio e o carinho afável que ela fazia em minha face por alguns instantes. Devagar ela foi empurrando meu tronco pra trás deitando-nos na cama. Descansei a cabeça em seu colo e abracei-a o máximo que pude colando a lateral do seu corpo em meu peito. Não queria mais solta-la sabendo que depois dali tudo seria diferente. Uma ânsia, uma vontade imensa de chorar pôs-se em mim e só eu sei o quanto esforço foi segurar. Fechei os olhos com força, Anahí levou os dedos aos meus cabelos afagando-os enquanto seu braço envolvia-me e sua cabeça descansava no topo da minha. Como poderia viver sem isso? Sem esse contato, sem seu cheiro, seu carinho... Seu amor. Era dor demais pensá-lo. Ouvia o coração que a tanto tentara conquistar batendo forte em seu peito. Era o som mais intenso e belo que poderia ter dela e era essa batida calma e frenética que queria escutar... Para o resto da vida.

            — Não durma bebe! – sussurrou meiga deslizando o nariz por meus cabelos – Terá que me levar pra casa.

            — Não levarei! – apertei-a mais.

Ouvi o riso baixo quase inaudível saindo de sua boca. O carinho de sua mão, o deslizar dos seus dedos em meu braço num vai e vem seqüente... Não queria soltá-la.

            — Mais cedo ou mais tarde você fará! – parou as mãos – Se não pegarei um taxista qualquer no meio da noite que pode me seqüestrar, me bat...

            — Entendi Annie! Dramática! – cortei-a sorrindo percebendo seu tom descontraído – Te levo pra casa sã e salva, mas só na hora que eu quiser.

            — Isso não é justo... Tenho que trabalhar cedo!

            — Eu também!

            — Chato! – reclamou voltando a alisar meus cabelos.

            — Não negue esse tempo... – falei baixo quase como um pedido.

            — Não o faço... – levantou meu rosto com a mão obrigando-me a olhá-la – O quero também!

Os olhos dela mostravam o duplo sentido da frase. Estávamos envoltos ao lençol, pregados em uma cena de erotismo. Era mais do que possível eu a desejá-la tão rápido. Inclinei meu corpo até alinhar nossas cabeças e nossos lábios ficarem sincronizados. Nossas pernas se entrelaçaram com intimidade obrigando meu corpo a quase cobri-la. Fluí a palma da mão pela lateral do seu corpo, rocei os dedos em seu seio deslizando-os as costas e colando-a em mim. Anahí abraçou-me com volúpia pedindo por aquilo. Quando o beijo iniciou-se fora pouco pra nós amarmos novamente. Dessa vez com mais calma, mas não menos prazer. O clímax não demorou a apossar-se dos nossos corpos deixando-os mais cansados, quase esgotados.

            — Vai querer ir depois disso? – mordi-lhe o lóbulo deixando meu rosto afundar-se em seus cabelos.