Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

Deslizei o anel no dedo anelar direito. Coube perfeitamente, era sobre medida para simbolizar o compromisso e vendo por esse lado isso não era tão mal. Não com Poncho. Minha mão parecia ter brilho com a peça, senti-me bem usando-a sabendo que era a parte dele em mim. Foi de relance entre meus dedos que vi um pedaço de papel querendo saltar da caixinha aveludada. Removi-o e revirei-o entre as mãos. As letras bem desenhadas e ao mesmo tempo rabiscadas eram fáceis de ligar a ele.

Meu coração apertou-se de imediato. Oh céus fizera eu a escolha certa? Reli dez vezes as linhas até conseguir decifrar a ligação entre o anel e o bilhete. Tudo fazia sentido. Era o modo dele de dizer que permanecia em minha vida mesmo estando longe. E era assim que eu me sentia como se ele estivesse atrás de mim apenas esperando que eu virasse e me jogasse em seus braços. Precisava ouvi-lo e precisava dizer o quanto eu o amava. Levantei, corri até o carro e peguei meu celular esquecido no banco do passageiro rezando pra que tivesse sinal. Disquei o numero assim que um único risco aparecesse no visor e esperei que ele atendesse. Uma, duas, três e na quarta chamada estava quase desistindo.

            — Bueno? – sua voz tão doce soou do outro lado.

Permaneci em silencio deixando a calmaria de sua voz me invadir. Percebi que as lagrimas ainda corriam por meu rosto enquanto eu ainda olhava o anel.

            — Hola? – chamou de novo impaciente.

            — Soy yo...– disse quase em um sussurro – Anahí.

Silencio.

            — Que pasó enana? – perguntou depois de alguns segundos embolados.

            — Nadie… quería oír tu voz!

Silencio. Suspiro do outro lado da linha. Medo por minha parte.

            — Y tu como estás? – perguntou... Enigmático.

Talvez pudesse sentir medo em sua voz, mas meu estado era tão deprimente que podia ser meu próprio. E não queria embolações, perguntas desnecessárias, queria ouvi-lo dizer que sentia saudades tanto quanto eu.

            — Poncho gracias por lo anillo... És lindo. – mirei o anel.

Mais silencio. Mais medo por minha parte e outro suspiro contido do lado dele acompanhado por uma... Risada? Feminina?

            — Demorou tanto tempo pra abrir? – podia senti-lo manear a cabeça – Não me surpreende!

Assimilei a ironia em sua voz. O que se passava?

            — Esta ocupado? – perguntei, acredite, acanhada.

            — Não foi uma boa hora Annie! – disse ele.

Maneei a cabeça pra mim mesma e... Desliguei. Não precisava de nenhuma confirmação a mais pra saber... Aliás, eu não queria saber, eu não devia ter ligado e eu não devia ter sido tão estúpida. Idiota! Rendi-me aos sentimentos no momento por me sentir frágil e abalada com o impacto do anel, mas tenho a sensação de arrependimento tão pronto que desliguei o celular e joguei-o no mesmo lugar que o pegara. Ele não teria a chance de retornar e não o daria uma chance pra me fazer de ingênua. Dois meses seriam o suficiente para ele se arrepender de tudo o que me dissera, de tudo que passamos e se envolver com outra pessoa? “Se lembre que em algum lugar do mundo um homem te ama e espera o tempo que for para estar ao seu lado”... Não tenho mais a certeza disso. Não mesmo.

Vocês tem consciência de que quando o capitulo “Diário de Bordo” aparece as coisas mudam neh ? #dik