Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 12 – O Que Era Dela Agora É Meu

Não sei dizer o que minha vida fora nesses dois meses. Resumiria a trabalho. Talvez um pouco de diversão entre amigos, mas essa diversão era apenas pra me distrair. Esquecer dos problemas. Do coração é claro. Automaticamente Anahí era a primeira pessoa que invadia sem nenhuma permissão minha mente cutucando a ferida. Não podia esquecer a ligação do dia anterior, Damayanti estava comigo, Marisol estava ao meu lado e Hool batucava o computador. Momento inoportuno pra me dizer o que eu esperara desde a nossa ultima noite. Passara tanto tempo que nem esperava mais. Fora de certo modo uma surpresa, fora uma ironia de minha parte tratá-la como a tratei, mas em pensamento perceber que ela demorara tanto tempo abrir a caixinha dera-me raiva. Automaticamente pensara o tempo que ela demoraria pra abri seu coração, largar seus medos. E o que acontecia comigo enquanto ela cometia erros? Amava-a mais. E cada pensamento fortalecia o sentimento que queimava meu peito.

Droga!

Abri meu apartamento e encostei-me na porta respirando fundo. Nem uma manha de trabalho poderia exigir forças do meu corpo. Precisava de alguma bebida forte e era isso que faria se eu não tivesse escutado uma movimentação fora do meu apartamento. Por curiosidade olhei o “olho-magico” e me deparei com cabelos negros e lisos diante da porta, tentei decifrar quem era e o que fazia a minha porta, mas fora inútil até o momento que olhos azuis me encarassem. Não era tão intenso quanto o de Anahí, mas despregavam um ar descontraído e alegre. Marichelo. O que ela fazia? Apertei o olho e fiquei imóvel tentando não ser descoberto através da porta. Tinha certeza que se ela soubesse que eu a observava não estaria fazendo o que no momento fazia. Largara algo sobre os pés e ia em direção ao elevador quando voltou de repente revirando a bolsa. Dela retirou um frasco de perfume e reconheci-o na hora como o de Anahí. Duas borrifadas se espalharam pelo ar e ela novamente seguiu ao elevador. Batendo os pés ela voltou até a porta uma vez mais e dessa vez retirou um bilhete amarelado colocando-o chão.

            — Tchau Pancho! – sussurrou audível suficiente para eu ouvir.

Perguntei-me se ela me vira através do olho-magico, mas falou olhando os próprios pés. Depois de um suspiro finalmente ela entrou no elevador e sumiu deixando-me como um idiota confuso. Afastei-me da porta com as mãos na cintura perguntando-me o que fora aquela cena. Seria engraçada se não fosse tão intrigante. Abri a porta e olhei diretamente pro chão tendo uma surpresa de imediato. Um gato. Um gato. Sim um gato dormindo em uma caminha retangular na minha porta. Mas o que... ? Miau!

O primeiro miado e o olhar daquele gato invadiram meus sentidos. Como se fosse treinado ou me conhecesse há anos o pequeno gatuno deslizou entre minhas pernas. Olhei-o atônito sem saber me expressar. Porque, veja bem, porque Marichelo colocara um gato na minha porta? Só me dei conta da resposta quando o perfume de Anahí invadiu minhas narinas. Era obvio. Ela mandara a mãe e forjara sua própria vinda. O que ela não contava era que eu pudesse descobrir. Soltei um riso baixo maneando a cabeça. O gato ronronou alto chamando minha atenção, peguei-o entre as mãos quase cobrindo-o em um palmo.

            — Você até que é bonitinho! – consegui sorrir.

Miau. Sorri mais forte. A pelagem branca com algumas falhas pretas. Miau. Aconcheguei-o em meus braços e puxei a caminha com o pé pra dentro do apartamento, então me dei conta do bilhete amarelo ao chão ofuscando meus olhos como se fosse ouro. Peguei-o, coloquei o gato sobre o acolchoado e sentei-me no sofá.

Ri com a menção de fofinho e birrento olhando o gato sentado pacientemente onde o colocara, fitando-me. Mexi os dedos sobre as pernas chamando-o e prontamente ele correu até mim. Miau. Miau.

            — O que você quer gato? – perguntei coçando-lhe as orelhas.

Miau, miau. Aquele som poderia me irritar em outros tempos, mas agora preenchia os ouvidos e fazia-me sorrir. Gostara da idéia de ter um bicho de estimação para fazer-me companhia. Ainda mais se fora um presente dela. Miau. Miiaaau.

            — Esse é o seu nome? Miau? – o gato ronronou alto esfregando a cabeça em minha mão.

Parecia sorrir.

            — Miau me parece um bom nome o que acha?  – acariciei-lhe a cabeça até o rabo.

Miau. Ele concordou, ao meu modo de entender é claro, empinando seu corpo em meus dedos. Inclinei-me no sofá descansando a cabeça no encosto. Fechei os olhos sentindo Miau aconchegar-se em meu peito. Um gato, oras um gato! Ri sozinho pra depois cochilar algumas horas antes de voltar ao resumo da minha vida: trabalho.