Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

Mirei seu rosto envolvendo-lhe com meus braços, obriguei-o a movimentar-se comigo, seguir o ritmo da musica. Seu corpo roçava ao meu, meus seios atritavam com seu tórax enquanto seus braços começavam a tomar controle dos meus quadris. Tinha tanta gente a nossa volta que ninguém parecia perceber-nos ali. O empurra-empurra exercia apenas a função de aproximar-nos mais e sentia que de alguma forma o gesto dele em envolver-me era segurança e domínio. Por ele sim, apenas por ele gostaria de ser dominada. Sem me dar conta, quebrara a barreira que havia entre nós, seduzira-o. Parei estupefata mirando-o, tentando decifrar seus olhos diante das cores brilhantes da pista de dança. Podia acreditar que voltamos no tempo e que não havíamos se separado por tanto tempo.

Tu boca no se ha dado cuenta aun

De que mis labios son un motor para arrancar

Yo se que tu eres el color para mi

Matiz que pinta todo lo que llevo gris

Lentamente delineei seu rosto até mirar-lhe os lábios. Deslizei uma mão para tocar o contorno carnudo a passo. Sua boca separou-se me dando um atrativo para o que tanto desejara-lhe fazer. Beijá-lo. Afastei os dedos com precisão, fechei os olhos e deixei-me levar. Aproximei o rosto e obriguei nossas bocas encostarem-se. Fora lerdo e demorado, mas aproveitamos o contato macio de nossos lábios. Naquele momento éramos apenas eu e ele sem ninguém ou alguma magoa para atrapalhar. Nos separamos vagarosamente. Mantive os olhos fechados provendo a proximidade de nossos corpos, o calor e o sabor de seus lábios fazendo-me efeito.

            — Sim eu preciso beijá-la... – disse ele em meu ouvido mencionando minhas próprias palavras.

A musica alta não era capaz de abafar sua voz atraente. Era como se as baforadas de ar que batiam em meu ouvido fossem o motor para arrancar. Sim, exatamente como a musica, parecia que cada verso acontecia naquele momento. Talvez tê-lo pensado no momento de escrever fizesse algum sentido agora. Senti-o envolver-me, sentia-nos envoltos. Era uma aproximação forte e aconchegante. Apoiei-me em seus ombros e inclinei o queixo levemente. Esperei seu contato quase desesperadamente. Seu nariz deslizou por minha mandíbula devagar contornando com imprudência a linha do maxilar até estar próximo de meus lábios. A respiração calma e quente bateu em meu rosto, mantive os olhos fechados e envolvi seu pescoço colando meus seios em seu peito permitindo o máximo de aproximação. Traguei a saliva, empurrei levemente a cabeça dele em direção a minha e finalmente ele me beijou. Entreabri os lábios dando-lhe livre acesso a minha boca. Por mais que nossa vontade de contato fosse esmagadora o beijo fora terno, nossas línguas se encontraram devagar, moveram-se demoradamente provendo e matando a saudade do toque. O aroma alcoólico fazia rebuliço, deixava-me tonta diante da caricia e o sabor de sua língua. Suguei-a, apertei seus cabelos e propus mais daquele beijo. Poncho segurou-me os quadris e fez do impossível em colar-nos mais, queríamos fundir naquela dança das bocas e contato dos corpos. Investi a língua com mais força arrastando-a sobre a dele. Propositalmente um gemido abafou-se.