Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

— Fique aqui... – sussurrou ela – Comigo.

A baforada de seus lábios chocou-se contra o meu abrasante como fogo. Era pedir demais algum controle. Fechei os olhos e envolvi seu rosto com a outra mão. Tudo o que mais queria era ficar ali, aproveitar-me da sua presença e tê-la em meus braços velando seu sono.

            — Não posso, sabe que não... – neguei com a cabeça.

Era mais uma suplica pra mim mesmo, pra entender definitivamente que precisava deixá-la. A cabeça dela pendeu em minhas mãos. Mirei-a vendo o semblante alterar-se e seus olhos inundarem-se de lagrimas. Contornei-lhe as pálpebras e sequei-as com toda a paciência do mundo. Odiava vê-la chorar e saber que isso era tristeza. Bêbada Alfonso, ela estava bêbada.

— Céus, tem consciência do que faz comigo? – roguei mantendo seu rosto ao meu enlaço.

            — O faço sofrer... – respondeu decidida tentando desviar-se – Eu sei disso.

Mantive-a firme mirando-me.

            — Sim, o faz... Mas sofro mais por amá-la tanto...

            — Não minta pra mim! – afastou minhas mãos e encolheu-se.

Sentei-me mais perto dela, não queria que ela se afastasse um centímetro a mais.

            — Não se dá conta não é? – voltei a tocar-lhe o rosto.

Ela não desviou-me, manteve seu olhar ao meu com sofreguidão.

            — Você me rejeita! – disse com pesar.

Neguei.

            — Eu já lhe disse antes e repito agora. Seu erro é não me entender... – disse-lhe calmo.

Ela desviou o olhar e manteve-o grudado a distancia.

            — Como posso entendê-lo se não me olha... – soluçou – Se suas palavras me ferem a cada murmurada, mal me toca Poncho! – fungou mirando-me.

Aquilo chocava-me. Feria-me. Não ela não conseguia me entender. Pensei que ela soubesse que a única razão para afastar-me era sua condição. Não queria machucar-nos mais, não queria aproveitar-me dela estando embriagada. Diabos! Ri de canto. Ah complicada Anahí, entendera tudo errado. De novo. Consegui rir uma vez mais atraindo um olhar raivoso dela. Seu punho fechou-se acertando-me o peito sem força. Entendi aquilo como uma impaciência da parte dela.

            — Não se dá conta que não consigo te tirar da cabeça? – perguntei mantendo o sorriso nos lábios.

Ela ficou imóvel segurando minha camisa sobre o peito. Sabia que o que iria dizer a seguir era o que ela queria escutar, que me poria em suas mãos e me entregaria. Corria o risco dela nem se lembrar daquilo no dia seguinte, mas... O que me importava? Tomei seu rosto entre as mãos afundando os dedos nos cachos macios e obriguei-a a me olhar.

            — Não consigo pensar em ninguém que não seja você, não posso raciocinar, mal consigo respirar se não sei noticias suas... – pausei olhando seus olhos brilhantes com intensidade – Ninguém me olha como você Annie, nem ninguém me beija melhor ou faz meu corpo pulsar como você o faz... Só posso sentir seu toque, só posso ouvir sua voz eu... – me aproximei mais dela descendo uma das mãos até sua cintura – Só posso sentir prazer com você, só posso amá-la não se da conta disso?

As lagrimas brilhantes escorreram por seu rosto. Levei os lábios a cada gota e beijei cada ponto de sua face até perceber que o fluxo diminuía.

            — Porque nunca demos certo? – indagou com debilidade.

— Porque nunca aprendemos a lidar com nossos erros.

            — Amar não é o suficiente?

            — Não Anahí, amar não basta. – suspirei sentindo a dor da minha própria conclusão – É preciso arriscar e você mais do que ninguém sabe disso!

Seus olhos lacrimosos desviaram-se dos meus. Não estávamos preparados, não ainda.

            — Eu sei... E não fui capaz! Oh Poncho... – suspirou levando a mão a boca segurando os soluços, não mirou-me – Doí, dói tanto!