Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

Não sei o que foi que me cortou mais. A rouquidão em sua voz, o choro embriagado, as lagrimas ou o anel brilhante em seu dedo anular. O meu anel. Uma ponta de aço atravessou meu coração. Ela estava usando-o. Como não o vira antes? Puxei-a imediatamente aos meus braços. Céus. O abraço foi tão afetuoso que meu corpo tremeu ao recebê-la.

            — Não chore, não consigo suportar!

Seus braços envolveram-me, seus soluços dobraram de tamanho. Quantas vezes aquela cena se repetia? Oras, mas quantas vezes fora tão intenso? O que podia fazer se não perdoá-la por tudo e consolá-la? Tê-la em meus braços, protegê-la?

            — Vai ser como antes? – perguntou ela em baixo sussurro.

Acarinhei-lhe os cabelos balançando-a levemente em meus braços.

— Não! – sussurrei – Não quero que seja como antes. Só erramos, saímos magoados e não quero isso novamente. – fiz uma pausa – Precisamos de tempo Annie.

Lentamente ela arqueou seu corpo para mirar-me. Os olhos inchados e vermelhos não tiravam a beleza do seu rosto delineado.

— Quanto tempo? – perguntou.

O ar soltou-se do meu pulmão como um suspiro. Nos olhamos tão intensamente que não precisei sobrepor respostas em claro. Ela sabia que tinha questões pra resolver, que de uma hora pra outra não poderia mudar minha atual situação. E eu queria tempo pra amadurecer aquele sentimento e estar preparado para dar-lhe de corpo e alma como ela desejava.

            — Algum tempo... – entoei baixo.

A resposta dela veio com o fluxo constante de lagrimas e através delas o olhar compreensivo e sensato de aceitação. Em um gesto vi-a lançar-se em meus braços e seus lábios se apossarem dos meus calidamente. Aceitei-a rodeando-a em um abraço que trouxe-a próximo do meu corpo. Nossas bocas moveram-se devagar, fora rápido e quando ela se afastou milímetros ficamos pregados em um olhar cheio de segredos mútuos.

            — Faça amor comigo... – sussurrou ela.

Palavras tão puras inundaram-me o ser. Tranquei o ar ao senti-la segurar meu rosto.

— Eu quero sentir você em mim e saber que nada mudou pelo menos... – deslizou a mão até meu peito – Aqui.

Meu coração palpitou mais forte, intensamente. Baixei os olhos e deixei-a sentir sobre a palma as errôneas batidas que ela proporcionava-me.

            — Ele é seu... – disse-lhe voltando a mirar-lhe – Sempre vai ser seu!