Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 31 — 63 Horas Depois

Trabalho. Ou melhor, voltando para ele. Dois dias lamentando-me, dois dias tentando ver o lado positivo de tudo. Dois dias de lagrimas, dois dias de saudade. Dois dias sem vê-lo. Dois dias imaginando a manhã que ele se despediu de mim com um beijo terno, dois dias revirando suas ultimas palavras “Tudo vai ficar bem”. Dois dias vendo-o se afastar, levar o calor. Dois dias que ele levou uma parte de mim. Dois dias que não consigo me concentrar, dois dias, finalmente... Que me conformei. Quase no terceiro dia agradeci por ter o que fazer. Por estar focada em meu vídeo. Por desenvolvê-lo e sair da maresia de pensamentos que me levavam a Poncho.

            — Corta! – gritou o diretor.

Os aplausos de toda equipe soaram pelo local. Sorri agradecendo a todos, feliz por um trabalho a mais que se concluía. Retiraram-me a camisa de força. Guillermo levou-me ao camarim e BJ veio ao seu enlaço para desmanchar-me o cabelo.

            — Tem falado com Christian? – perguntei-o.

Com um estalar de línguas ele maneou a cabeça negativamente.

            — Algum motivo especial para saber? – perguntou curioso e ao mesmo tempo demonstrando que não estava.

No fundo sabia que os dois ainda se amavam.

            — Quero saber de Maite! – respondi-o perdida olhando-me no espelho.

            — Não é mais fácil você ligar pra ela e saber? – perguntou quase com indignação.

Sorri fraca e decepcionada.

            — Nós brigamos BJ! E foi feio...

            — Ah já sei... – apoiou o corpo em uma perna bem no estilo... Gay – Brigaram, uma mais orgulhosa que a outra e nenhuma quer dar o pé a torcer! – suspirou – É bem a cara Portirroni mesmo!

            — É bem a cara Alfonso e Anahí brigarem também?

Droga! Quando vi a pergunta já tinha escapado. BJ riu mortificado olhando-me sobre o ombro através do reflexo do espelho.

            — O que fizeram dessa vez? O ultimo sexo dos últimos dois dias? – brincou rindo da própria piada.

Sim ele brincou, mas tinha acertado cem por cento de cada palavra. Fiquei quieta observando-o quase pasma ele aludir as linhas aos últimos acontecimentos. BJ ficou olhando-me e pouco a pouco seu sorriso foi desaparecendo constatando-a verdade.

            — Oh meu deus! – dramatizou levando as mãos ao peito – Vocês transaram faz dois dias depois da MTV no seu quarto? – falou pasmo – E deixa eu adivinhar... – revirou os olhos – Trocaram juras de amor e de um futuro melhor e o pior de tudo... Você estava bêbada! Oh deus sua bitch! – olhou-me estapeando de leve meu ombro – Como não me contou isso antes? – sem reação da minha parte – Céus eu estou certo não é?

            — Tirando a parte das juras de amor... – dei de ombros.

BJ deu um gritinho de alegria. Às vezes preferia que ele não fosse tão, gay.

            — Oh querida, brigaram?

            — Não exatamente!

Com a maior naturalidade do mundo ele voltou a arrumar-me o cabelo e limitou-se a ficar quieto.

            — Porque não liga pra ele?

            — Não! – disse automaticamente sensata.

            — Como não? – puxou meu cabelo com mais força.

Fiz cara feia a ele no mesmo instante sabendo que fora de propósito.

            — Você tem que dar-lhe uma chance! – disse categoricamente – Prepare um jantar bem romântico a luz de vê-las, chame-o pra dançar, diga o quanto você o ama e beije-o em seguida! – suspirou sonhador – Depois ele cai aos seus pés e você terminam na cama!

Olhei-o com a sobrancelha arqueada. Isso só podia ser brincadeira ou...

            — Você quer voltar com o Christian!

            — O que? Não!

Gargalhei ao constatar a verdade. Depois da descontração restou-me voltar ao hotel. O mesmo que o tivera entre os braços. Fui arrumando lentamente minhas coisas para a volta na manha seguinte. Era duro saber que o cheiro dele ainda estava ali, sobre os lençóis que proibi trocarem. Tomei um banho sentindo-me cansada. Deitei na cama e agarrei o travesseiro que emaranhava seu cheiro. Queria falar-lhe, mas ele voltara faz dois dias dos quais se arrastaram pra mim. Ligaria? Não adotamos nenhuma trégua, só nos demos tempo. Peguei meu celular na cabeceira e disquei o numero dele. Mas e se estivesse trabalhando? Ou pior, se estivesse com... Sua namorada? Droga. Agora vejo as coisas como são. Ou talvez, irônico, não sabia como seriam. Esqueci-o de contatá-lo, mas não detive-me em teclar uma mensagem.