Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 33 — Dias Corridos

Uma viajem. Oito dias. Cinco shows e uma eternidade de afastamentos. Entrar naquele avião era como fugir dos problemas, tirar um tempo deles e viver o lado da Anahí que eu mais admirava. Quando coloquei meus fones e acomodei-me no lugar, nem Guillermo, nem Maria, nem ninguém resolveu persuadir-me a falar. Estava razoavelmente bem me lembrando constantemente do tempo. O maldito do tempo. Oito dias teriam que ser suficientes para abrandar as duvidas, sanar as feridas. Ok. Estava errada de novo. Como apagar em pouco tempo algo de anos? Teria que ter paciência, muita paciência. E acho que mais do que isso deveria ter prudência, aceitar os fatos, não cobrar nada, arriscar. Era um ciclo, uma bola de neve que parava sempre no mesmo buraco. Certo Anahí, quando você irá aprender a controlar? Penso que nunca. Aumentei o volume do Ipod e deixei a musica penetrar cada terminação que gerava pensamento. Até que chegasse ao Brasil não me preocuparia com o depois, deixaria-o para lá e viveria o agora, ou seja, meus fãs, meus shows no país da caipirinha.

Tinha acabado de almoçar. Provado uma vez mais a picanha, o aipim e o palmito. Guillermo e Maria estavam tão ou mais alegres que eu, tão ou mais nervosos para a noite do que eu própria. Conversamos sobre coisas banais, atendi alguns fãs que me esperavam no hotel e retirei-me em seguida para descansar um pouco. Pisar no Brasil era como voltar alguns anos, lembrar o RBD e viver cada nova emoção que aquilo trazia. Mas dessa vez estava sozinha. Talvez já tivesse me acostumado com a solidão, mas em todo momento queria compartilhar tudo com eles. Senti saudades absurdas de Maite naquele dia. Brigara com ela da forma mais fútil e ainda não tivera coragem ou tempo pra pedir desculpas. Seria bom naqueles momentos ter Dulce por perto, ela sempre dava um jeito de juntar-nos novamente. Horas mais tarde já estava frente ao palco pronta para apresentar-me. Os nervos subiam, o medo invadia, mas uma vez soado a primeira nota de voz tudo desaparecia. Tudo se tornava branco, os sorrisos se tornavam constantes e o resto do mundo não existia. Quando vi tudo já tinha passado, e quando me dava conta já estava dentro de um avião rumo a Miami novamente. Em um piscar de olhos os oito dias passaram correndo e minha vontade de repetir aquilo era maior que respirar. Passara-o tão bem, tão esquecida de outras coisas e quando terminou, senti-me madura. Como se outra fase da minha vida tivesse passado.

E assim foi sucedendo na medida em que o tempo foi passando. O vídeo estava pronto, o CD estava prestes a sair. Tudo estava encaminhado menos, menos meu coração. Menos minha irritante vida pessoal. O pior de tudo é que eu não tinha a mínima idéia do que seria dali pra frente. Não tinha noticias de Poncho, não sabia o que ele fazia nem o que se passava em sua mente. As saudades estavam no fundo do meu coração, onde criara um casulo protetor e afinal de contas... já me acostumara com isso.