Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Capitulo 36 — Contagem Regressiva

O dia que se passara for a o mais lerdo possível. Estranhamente não conseguia deter nada em minha mente. Sentia-me leve, como se um problema tivesse sido resolvido de uma hora pra outra.

            — Guille eu acho que Anahí dormiu com o passarinho verde!

            — Acho que era moreno Maria!

Olhei os dois com as sobrancelhas arqueadas. Em um olhar de um a outro ambos começaram a rir. O travesseiro que estava ao banco ao lado voou o jatinho na direção deles. Penso que não consegui esconder a crescente alegria que me invadia. Guillermo era um dos meus melhores amigos, Maria me conhecia com a palma da mão, mesmo assim, não disse-lhes o que acontecera com Poncho, nem a eles e nem a ninguém. Talvez dona Marichelo desconfiasse, pegou-nos no quarto a ponto de nos beijarmos. Por mais que ela me aporrinhasse, colocasse lenha na fogueira entre mim e Poncho, no fundo ela sabia ser discreta. E eu também sabia Poncho muito mais. Precisaríamos daquela virtude pra levar aquela historia louca, afetivamente perigosa e atraente.

Depois de uma noite de autógrafos na velha Los Angeles, deitava-me na cama com o celular em mãos. Ele já deveria estar dormindo – pensei. Diferentemente das outras vezes, a saudade que abrangia meu peito era reconfortante. Queria falar-lhe, mas achei precipitado. Desliguei o celular e joguei-o na cômoda. Não queria cair em tentação. Deveria descansar, mas, por diabos, mesmo assim não conseguia parar de pensá-lo. Imaginava o que poderia estar fazendo, se estava trabalhando ou preguiçoso em algum canto, se pensava em mim. Oh Anahí! Parecia uma tonta apaixonada, e diabos, era isso ou não?

Sim estava louca e apaixonada. Minha cabeça andava nas nuvens em todas as direções. Dizer que eu não estava exausta poderia ser uma mentira, sim estava, mas sim, estava mais feliz que nunca. Por tudo. Não que necessariamente Poncho e eu resolvemos algo concreto, mas estávamos bem. A correria que não me permitia um descanso longo também não me permitia pensar em coisas negativas. A cada hora sentia-me mais excitada e ansiosa com a estréia do disco. Queria voltar logo a capital, matar a saudade e estar ao lado das pessoas que amo para compartilhar meu maior dos sonhos.

“Te extraño!” – A mensagem fora mais que um sinal que tudo que eu estava vivendo era real.

“Yo más y intensamente!” – respondi-o com convicção. Meu coração palpitou ao revelar algo que semanas atrás não o faria de maneira alguma. Podia morrer de saudades dele, mas o orgulho não me permitia expor, pelo contrario, bebia, esquecia e assim me confortava.

“Quero seu abraço, enquanto roubo-lhe um beijo!” – sorri lendo a frase. Poncho sabia derreter-me quando queria, pus-me a imaginá-lo comigo naquele momento, meus olhos vacilaram por um instante criando a cena em minha mente.

“Quero um beijo perto do ouvido enquanto sussurra que quer estar comigo!” – hesitei na frase profunda. Decidi apagá-la. Reescrevi-a, mudei o sentido, troquei o jogo de palavras e suspirei vencida. Não enviei. Por medo? Talvez, mas tinha o costume de entregar-me rápido demais e daquela vez iria mais devagar, aquela era a regra. Dei-me conta do celular vibrar mais uma vez, só que diferentemente de antes era uma constância. Olhei o visor vendo a chamada enumerada dele. Sorri lentamente ao atender, pressionei o viva voz e deixei que sua voz inundasse o quarto.

            — Te escuto! – disse baixo colocando o celular ao meu lado.

Virei o tronco a modo que olhava o celular, como se dali a imagem de Alfonso fosse sair.

            — Queria estar ao seu lado e sussurrar em seu ouvido o quanto quero estar contigo!

O acalorado de sua voz fez minha pele arrepiar. Um suspiro baixo saltou de meus lábios quando o termino da frase indicou a mesma linha de pensamento que queria confessar-lhe. Um mínimo sorriso de satisfação brotou em meus lábios, espalhou-se abobadamente por meu semblante deixando-me em estado de flutuação.

            — Viria a Miami se eu te pedisse?

            — Se é pra tê-la em meus braços e matar essa maldita saudade o faria! – respondeu ele.

Soltei um riso baixo diante da sua voz impaciente.

            — São mais três ou quatro dias! – disse-o acalmando-o – Logo voltarei.

Ele suspirou.

            — Estou na Argentina gravando! – disse com um ansiar desapontado.

E senti-me da mesma maneira ao saber que não o veria por mais uma semana.

As fotos sensuais em jaqueta de couro foram rápidas, descontraídas, mas sentia-me acabada. Guillermo me arrastou duas vezes ao camarim para expor aquilo e deixar-me mais mal ainda. Tinha uma dor de cabeça insuportável e não fosse mais teria que agüentar algumas horas de vôo. Ao lado bom, estaria em casa novamente mesmo que isso resultasse em certa... Solidão.

            — O que há com você? – perguntou o loiro de olhos azuis pela terceira vez.

            — Nada Guille! Estou uma pilha de nervos! – reclamei sem paciência dando-lhe a mesma resposta anterior.

Ele nutriu um olhar ameaçador a mim. Ignorei-o. Três dias. Certo, eram três não dois nem um, mas eram os dias que me separavam das coisas mais importantes da minha vida.