Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 3ª Temporada

Epilogo

Poder respirar o ar com tranqüilidade era a sensação mais abastecedora que poderia praticar. Voltava pra casa com as sacolas cheias de CD’s. Estava feliz.

            — Filha você está louca? – dona Marichelo colocou as mãos na cintura olhando-me desfazer os embrulhos – Ninguém mais vai agüentar ouvir sua voz!

Olhei-a com desconfiança, mas vi o semblante alegre e orgulhoso. Gargalhei.

            — Aliás eu tenho uma surpresa! – disse alegra apontando o canto do quarto com um olhar.

Mirei desconfiada.

            — Oh céus! – dei três passos até o bicho peludo que até pouco antes não havia notado – O que Miau está fazendo aqui?

            — Ora filha achei que você fosse mais esperta! – resmungou ela sorrindo – O dono do gato vai passar o natal conosco! – bateu uma palma sobre o peito.

            — Como? – fingi não escutá-la sentindo-me confusa.

Quando virei-me a porta tive a confirmação de suas palavras diante de meus olhos.

            — Vou passar o natal com vocês! – Poncho entrou no quarto abraçando dona Marichelo.

Um pulo errante saltou de meu peito. Ele me enganara ao dizer que iria a Monterrey visitar dona Ruth. Um sorriso estampou minha face.

            — Bom vou deixá-los porque vocês devem estar morrendo de saudade! – soltou-se de Poncho dando-lhe um beijo carinhoso na face. Fez o mesmo comigo e se foi com seu olhar maroto.

Quando o quarto ficou solitário nos olhamos com um sorriso. Dois dias sem vê-lo pareceram-me uma eternidade. Vi-o aproximar-se lentamente com aquele olhar cheio de volúpia que intuía o que faríamos a seguir.

            — Surpresa! – disse ele agarrando-me pela cintura.

Segurei-o pelo pescoço aproximando-nos.

            — Ótima surpresa eu diria! – gargalhei contornando seu rosto com as mãos.

Os lábios dele não demoraram a juntar-se aos meus. Sua língua entrelaçou-se ritmicamente a minha, sorvi do seu aroma fresco, senti sua pele quente em meus dedos.

            — Quero fazer amor com você... – sussurrou ele contra meus lábios jogando-nos na cama.

Caí gargalhando em cima da pilha de CDs sentindo seu corpo esmagar-se contra o meu.

            — Trancou a porta? – empurrei-o lentamente com um sorriso.

Ele suspirou desapontado levantando-se apressadamente. O “click” da fechadura fora certeiro. Quando virou a mim novamente seu olhar estava em chamas. Seus olhos passeavam por meu corpo fazendo-me arder por dentro. Deixei que minha cabeça pendesse ao lado oferecendo-o o colo em uma atração voluptuosa. Fechei os olhos e esperei-o.

            — Não se mova meu bem! – disse ele.

Escutei seus passos aproximarem-se. Senti algo leve pousar sobre a cama e em seguida um flash. Quando abri meus olhos me dei conta dele rindo e a gata Miau em cima da cama tentando agarrar um dos CDs.         

            — Poncho tire-a daqui! – resmunguei inclinando-me.

Ele me deteve com suas mãos prensando-as com as minhas na linha acima da cabeça.

            — Ela sabe se comportar! – riu-se beijando-me seqüencialmente a mandíbula.

Seu corpo posicionou-se sobre o meu mantendo-me sem saída. Seus lábios em minha pele faziam-me cócegas. Lutei contra o riso e contra seus braços tentando soltar-me. Quando me vi livre não tinha mais sanidade. Provia da sensação de suas mãos adentrarem a malha e alcançarem meus seios.

            — Já disse o quanto te amo? – sussurrou em meu ouvido enquanto seus dedos torturavam-me.

Neguei com a cabeça soltando um gemido rouco e controlado em seu ouvido.

            — Eu te amo!

            — Prove! – provoquei-o.

            — Assim que estivermos nus! – beijou-me os lábios com pressa – Dentro de você!

A voz tenra sobre minha pele fez meu corpo tremer, envolvi-o com as pernas afundando as mãos entre seus cabelos. Nos beijamos com sofreguidão, deixando que os movimentos falassem pelos desejos. Tirei-lhe a camisa passeando meus dedos por seus músculos, passei-a sobre a cabeça e lancei-a pelo quarto. Um barulho abafado fez-se quando, ao mesmo tempo, batiam a porta.

            — Casal sabemos que estão ai! – ouvi a voz de Dulce através da porta.

Olhei para Poncho ao mesmo tempo que ele olhava-me.

            — Droga! – resmungou ele levantando-se.

— Abram logo! – Christian quase riu – Temos uma surpresa!

            — Porque eles sempre aparecem na hora errada? – resmunguei baixo saltando da cama.

Poncho colocou sua camisa fazendo uma careta.

            — Lide com eles! – disse-me com os braços soltos.

Apagar a chama depois de acessa não era fácil. Olhei seu estado com desanimo. Amigos, quem precisa de inimigos se têm a eles?

            — Deixe-os em paz... – ouviu-se Christopher – Estão na rapidinha! – gargalharam.

Lancei um olhar a Poncho correndo até seus braços.

            — Isso não termina aqui gatito... – beijei-lhe rápido nos lábios.

Ele sorriu marotamente.

            — Ah não, não mesmo! – girou-me em seus braços apertando-me com força.

Soltou-me e foi ao banheiro acalmar os ânimos. Segui a porta tentando ajeitar os cabelos, a blusa torta e o olhar de insatisfação dos olhos.

            — Mas que tanto fazem ai dentro? – Dulce resmungou sorrindo.

Fiz cara de pouco caso. Fora quando me dei conta das quatro pessoas que ali estavam. Chris, Ucker, Dulce e... Maite.

            — Eu acho que deveríamos fingir que nada aconteceu, nos darmos um abraço cheio de saudades e saimos logo pra farrear! – disse ela sobrepondo os olhares tensos dos outros.

Sorri-a abaixando os olhos. A culpa no final das contas era minha, eu que deveria ter pedido desculpas. O faria.

            — É bom ter você de volta! – alcancei-a para um abraço.

            — Só não chore que eu não quero borrar minha maquiagem! – riu-se envolvendo-me.

            — Dessa maneira sinto ciúmes! – Christian falou convencidamente imitando um fungo choro.

Soltei-me de Mai tentando conter as lagrimas que queriam cair.

            — Deixem o meu delírio! – Poncho alcançou-me abraçando-me por trás.

            — Voltamos aos velhos tempos! – Ucker riu-se.

            — No tempo que eu peguei os dois no camarim? – Mai arqueou uma sobrancelha provocadora.

            — Acho que foi no banheiro da boate Mai! – Dulce mirou-a segurando o riso.

            — Hey como eu não sei dessas historias? – Christian perguntou quase indignado.

            — Não sabe e não vai saber! – Poncho puxou-me para fora.

Enquanto eles discutiam descemos as escadas rindo-se. Não podia, em nenhum momento de minha vida, lembrar-me que fora mais feliz depois do termino do RBD.

            — Eu a amo! – Poncho sussurrou em meu ouvido.

Virei o rosto para receber seu beijo.

            — Eu também! – sussurrei sobre seus lábios.

Sim. O amava com todo meu coração, amava meus amigos e agradecia por ter uma família como a minha. Tinha uma carreira agora, uma chance de construir minha historia, a minha felicidade. Era um novo desafio que estava proposta a aceitar. Preparava-me para os desvios, mas com ganas de ultrapassá-los. Sorri contra os lábios de Poncho, o sol estava se pondo do lado de fora e já podia escutar os comentários dos quatro descendo para juntar-se a nós. Seriam longos dias, prazerosos, alegres. Acredite, depois de tudo, ainda há muita história.

FIM