Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 2ª Temporada

Capitulo 33 – A Palavra Mágica

(23 de Novembro de 2008 – Domingo / 10h39min pm)

Anahí saiu do banheiro vestindo um roupão branco. Deixou os cabelos molhados caírem sobre os ombros e suspirou satisfeita. Nem mesmo terminou de bocejar duas coisas aconteceram ao mesmo tempo: Poncho entrou no quarto e seu celular vibrou sobre o bidê. Não precisou olhar o numero e nem o olhar apreensivo de que Poncho lhe lançara. O toque estridente lhe dizia quem era.

            — Não vai atender? – desdenhou Poncho – Está tocando desde que entrou no banheiro. Ele é insistente.

            — Talvez porque saiba que estou em casa.

            — Como ele iria saber?

            — Você tá sugerindo...

            — Nada! – cortou-a.

Poncho bufou. Fechou a porta atrás de si e encostou-se na mesa esperando Anahí tomar uma atitude. Lançou-lhe um olhar frígido e secreto apenas observando-a. Ela confundiu-se. Sentiu raiva dele por tratá-la assim de uma hora pra outra. O celular continuava a soltar seus urros fazendo a tensão no cômodo crescer, Annie bateu o pé e atendeu-o com raiva.

            — Alô!

A resposta trouxe um silencio momentâneo a face de Anahí torcia-se em indignação.

            — Que? Eu avisei Rodrigo! – resmungou.

A expressão de Anahí fechava-se cada vez mais e à proporção que a conversa tomava em poucas palavras não era boa.

            — Primeiro procure seu respeito ok? Eu não sou obrigada a ficar escutando suas crises...

Sucedeu uma pausa mais curta, Anahí moveu as pernas de um lado para o outro com o telefone grudado no ouvido.

            — Não eu não posso, vou viajar amanhã!

Mais uma interrupção em que Poncho movimentou-se inquieto.

            — Não – soou rápida e rígida – Isso não é momento, procure repensar e depois podemos conversar ok?! Bye.

O celular foi arremessado sobre a cama. Anahí passou as mãos pelo cabelo e encontrou o olhar de Poncho preso em frenesi no seu.

            — Eu não quero discutir isso! – falou Anahí antes de tudo.

            — Ah não? – retrucou Poncho desencostando da porta e dando alguns passos à frente – Eu adoraria saber o que ele precisa repensar.

            — Vai me jogar contra a parede é isso?

            — Porque não terminou logo com ele?

            — Muito sensato da minha parte – disse irônica – primeiro coloco dois chifres enormes e em consideração termino por telefone. Nossa que ótima pessoa eu seria!

            — Ele não merece um pingo de consideração se quer saber, devia ter mandado aquele idiota pro inferno de uma vez! – esbravejou com fúria.

            — O que você tem hein? – gesticulou – sinceramente eu não consigo entender essa raiva! – disse batendo as mãos na própria cintura.

            — Ah! Vai ser muito bom sair do país e você ainda ter vinculo com aquele... traidor!

            — Ta insinuando o que? – perguntou desconfiada.

            — Que quanto antes aquele sumir melhor.

            — Você pode parar com esse ciúme idiota?

Poncho soltou uma risada irônica agarrando os próprios cabelos num gesto de raiva.

            — Ciúmes?! Eu quero você longe dele Anahí!!

Foi à vez dela rir com ironia. Olhou o teto desviando olhar para Poncho antes que pulasse em cima dele e enchesse-o de tapas.

            — Nossa... – ressoou ela mais calma sem perder o tom irônico – ...Dá pra ver que a culpa é toda minha por ser sensata. Joguei a dignidade no lixo pra nada. Isso sim é consideração Alfonso!

            — Essa questão não entra nesse assunto – falou com o tom de voz regulado apontando o dedo.

            — Ah não? Você só enxerga o seu lado mesmo! 

Poncho praticamente pulou no lugar coberto de raiva guardando as palavras. Em sua mente a questão principal era mais simples do que complicada. Virou-se caminhando até a porta.

            — Isso vai embora! E não se dê o trabalho de voltar estúpido!

Poncho saiu batendo a porta. Anahí ficou paralisada no mesmo lugar assimilando o acesso de raiva que se abateu sobre eles. “Por acaso ele não se dá conta que é mais difícil do que parece?” – pensou Anahí. A questão não envolvia apenas palavras, Annie tinha receio. Afinal ela era culpada por trair. Ele não tinha que carregar esse peso, era mais fácil, pra ela mais complicado. Anahí sentou-se na cama e enterrou a cabeça nas mãos. Segundos depois seu celular deu um breve bip. Podia ser uma mensagem de Poncho pedindo desculpas. Pegou o celular e decepcionou-se em ver que era de Rodrigo. 

Não preciso repensar Annie, não vejo problemas em ir com vocês. Mas se prefere assim...

Desculpe se fui grosso, estou com saudades gatinha. TQ.

A mensagem foi excluída tão rápido quanto a lera. Percebeu em seguida as tantas ligações perdidas que ele tinha deixado. Mas foi outra coisa que lhe chamou a atenção, uma outra mensagem na verdade. De Rodrigo, enviada meia-hora atrás e marcada como lida: 

Annie me mata de saudades, quero te ver logo. Você sabe o quanto!

“Então era por isso a raiva de Poncho? Por uma mensagem sem fundamento que ele teve a cara de pau de ler? Por achar que eu sentia a mesma saudade que Rodrigo?”

Anahí apertou o celular nas mãos e desligou-o em seguida. Jogou na gaveta mais próxima e deitou-se na cama encolhida sem ao menos pentear os cabelos. A raiva aflorada transformava-se em lagrimas que começavam a cair por seu rosto, pela desconfiança e ciúmes de Poncho. Ela não deu motivos pra isso e odiava que ele gritasse com ela. Já provara a ele que Rodrigo não lhe importava, traí-lo fora a maior amostra disso. Apagou as luzes do quarto e voltou-se a se encolher na cama. Minutos extensos passaram-se, e nada saia de sua mente, o ciúme cego de Poncho e algo que ele com certeza esconderá dela por trás daquilo. “Vai ser muito bom sair do país e você ainda ter vinculo com aquele... traidor!”. A ultima palavra ecoou por sua mente repetidas vezes causando efeito transverso. Parou de perguntar-se a si mesma o significado daquilo quando escutou a porta do quarto abrir. Não teve coragem de olhar quem era. Levou as mãos rapidamente as bochechas e secou as poucas lagrimas que ainda escorriam. As luzes continuaram apagadas, mas um peso repentino sobressaltou-se sobre a cama. Sua mãe não poderia ser e o perfume irreconhecível de Poncho foi inalado por suas narinas dando-lhe a certeza de que ele voltara. Annie continuou imóvel tentando ignorar sua presença. Sentiu-o envolvê-la em seus braços e seu peito grudarem em suas costa em um abraço. Anahí imediatamente relutou tentando tira-los de cima de si, mas Poncho insistiu em mantê-los sobre ela.

            — Vá embora – disse ela com a voz embargada.

            — Eu sei que sou idiota – disse próximo ao ouvido dela em um sussurro.

Parecia mais calmo, mas não menos apreensivo.

            — Você é um ogro estúpido e ciumento! – disse ela tentando livrar-se dos braços dele novamente.

Poncho os manteve firmes em volta dela, apertou-a ainda mais contra si sentindo os cabelos molhados roçarem seu peito e as costas colarem seu tórax.

            — O ogro ciumento quer pedir perdão. – disse ele beijando-lhe a face e mantendo seus lábios ali perto – Desculpe Annie.

Anahí retraiu-se em silencio.

            — Quero ficar sozinha!

            — Não até você fechar os olhos e esquecer o que passou. Depois vou embora.

            — Isso é um aviso?

            — Se vê assim, é... é um aviso. 

            — Eu ainda tenho muita coisa entalada pra te dizer.

            — Guarde pra amanhã. Só durma.

            — Não pense que vou esquecer isso Poncho.

            — Por isso irei embora quando dormir.

Anahí soltou um suspiro de repulsa servindo apenas para Poncho abraça-la ainda mais deslizando seu nariz sobre os cabelos molhados parando em seu pescoço e descansando sua cabeça ali. O carinho passou a acalmá-la e aos poucos o cansaço foi tomando todo seu corpo fazendo-a adormecer. Poncho permaneceu em silencio apenas observando-a e quando teve a certeza do sono pesado levantou-se com cuidado. Pegou sua mochila parada um canto e deixou a casa em silencio.  

*Liguem-se na data. Espero que estejam entendendo minha confusão.