Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 2ª Temporada

Capitulo 43 – A Razão Desviada

As perguntas e as duvidas começaram a rodear meus pensamentos levando-me a um súbito desespero. Apertei Poncho tentando acalmar-me sentindo-o acariciar meus cabelos num gesto de conforto.

            — Não chore pelo que não vale à pena – disse em um sussurro ao meu ouvido.

Pareceu que suas palavras arderam ainda mais me fazendo soluçar mais forte. A menção de sua voz em minha mente alertou todos os neurônios de culpa, acabando-o com ela, mas no lugar disso surgiu à raiva, e no momento eu não conseguia controlá-la.

            — Você sabia! – empurrei-o num gesto brusco afastando-me da cama – Você sabia o que ele fazia e não me falou nada! – gritei tentando conter as lagrimas.

Poncho maneou a cabeça afundando uma mão sobre ela e pousando a outra na cintura.

            — Se não te falei foi pro seu bem!

            — Que bem? O de ser traída? Faça-me rir Poncho!

            — Você não entende! – resmungou.

            — Você não tinha motivo nenhum pra fazer isso!

            — Eu tinha muitos motivos!

Limpei as lagrimas do rosto com as mãos trêmulas sentindo a raiva crescer, quaisquer que sejam os motivos idiotas que ele tinha nenhum explicaria ele ter escondido isso de mim. 

            — Foi bom pra você rir nas minhas costas não é – disse dramática – deve ter sido divertido!

            — Para com isso Anahí! – ressalvou aproximando-se de mim.

            — Eu não quero falar com você – afastei-me dele jogando-me na cama e enterrando a cara nos travesseiros – Vai embora!

            — Eu quero te explicar!

            — Eu não quero ouvir – gritei virando-me a ele.

            — Você não queria uma explicação? Estou tentando te dar!

            — Não quero mais! Vai embora – lancei um travesseiro em sua direção.

Poncho desviou-o e fechou a cara cerrando os punhos, voltei a esconder o rosto e escutei quando ele bateu a porta. O silencio permitiu que meus soluços tomassem conta do quarto enquanto a todo custo tentava raciocinar. Incapaz de fazer isso e sentindo-me podre por dentro levantei com pressa e tranquei-me no banheiro. Talvez um banho pudesse lavar toda a ignorância que eu sentia. Enfiei-me debaixo do chuveiro deixando todas as roupas jogadas pelo cômodo. Optei molhar-me com água fria fazendo com que deste modo as lembranças congelassem em minha mente. Mas era impossível, nada é tão fácil. Trair, ser traída e ainda decepcionar-me. Tudo ia tão bem, tudo parecia que ficaria bem, mas parece que em minha vida sempre a um narigudo para acabar com tudo. Lembrei-me de um ditado que dizia que a vida é uma linha reta, o que irá diferenciá-la são os desvios que criamos. Depois de me acalmar e colocar os pensamentos em ordem percebi que havia muitos desvios entre mim e Poncho dando-me conta de que vários deles eram minha própria culpa. Não avaliei o lado dele ao expulsá-lo do quarto, apenas explodi o que sentia por raiva de outra pessoa. Descontei tudo nele mesmo no fundo sabendo por que esconderá de mim. Eu tinha essa resposta e os motivos dele. Eu não acreditaria na época se ele contasse, acreditaria? Com certeza não. E até mesmo foi uma maneira que ele encontrou de realmente me proteger de um escândalo maior, de poupar o meu orgulho por não admitir que ele estava certo. Droga, porque ele sempre tinha a razão e eu sempre era a boba da historia? Decidi acordar para a realidade e me vestir. Qualquer coisa que peguei na mala serviu para isso, penteei os cabelos e respirei fundo antes de sair do quarto. Bati três vezes no quarto ao lado do meu esperando aflita pra que ele abrisse a porta.

            — Annie que ta fazendo aqui? – surpreendeu-me Dulce abrindo a porta.

            — O que você ta fazendo aqui? – perguntei alarmada.

            — Por acaso esse é o meu quarto? – disse ela arqueando uma sobrancelha afirmando a própria pergunta.

Só então dei-me conta que não era o quarto que procurava. Dei um sorriso sem graça pronta para sair.

            — Que há com você? E o Rodrigo? – perguntou.

            — Longa historia Dul, preciso achar Poncho! – sai em direção contrária deixando-a pra trás.

            — Ixx deu briga neh?

            — Nem tanto – menti um pouquinho afastando-me mais.

— O quarto dele é do outro lado do seu Loira – gritou quando estava cinco portas adiante – Bebeu ou o que? Até pensei que estivesse lá!

Girei o corpo e voltei parando frente ao meu quarto.

            — Não bebi, é só cansaço. É melhor eu entrar, bye!

Deixei-a com a cara confusa e entrei novamente no meu quarto. Encostei-me na porta tentando manter a respiração tranqüila. O desvio pareceu deixar-me ainda mais nervosa. Droga! Esperei alguns minutos e sai novamente parando na porta que Dulce dissera ser de Poncho. Bati três vezes com as mãos moles, mal fez barulho. Talvez não fosse isso que eu quisesse. Bati com mais força, era isso mesmo. Esperei segundos até que ele abrisse a porta. Poncho paralisou frente a mim com os cabelos desgrenhados e sem camisa, ele nunca facilitava. Mirei-o tentando manter o pensamento certo para fazer o certo.

            — Quero falar com você! – disse com a voz tremula.

Impressionou-me o quanto parecia nervosa. A indiferença de Poncho deixando-me entrar mais ainda. Vi-o trancar a porta diferente do erro de mais cedo. Caminhei até chegar ao meio do quarto e virei para olhá-lo. Ele fez o mesmo, mas não proferiu nenhuma palavra sequer, apenas lançou-me um dos seus malditos e penetrantes olhares dos profundos olhos verdes. Mil vezes droga!

            — Eu...eu quero...eu sei que...– comecei mais era impossível – Quer parar de me olhar desse jeito? – resmunguei batendo o pé.

Poncho segurou um riso no canto dos lábios e aproximou-se de mim com rapidez, antes que assimilasse qualquer coisa ele me prensava contra a cama e cobria sua boca na minha. Parei minha mão em seu peito e meus lábios moveram-se sobre os deles em um beijo apressado, a maciez do toque parecia ter dobrado de tamanho e a tensão pelo que precisava dizer, perguntar ou argumentar dissipou-se. Ele tinha esse poder em mim e o adorava por isso. Quando nos afastamos para recuperar o ar seu olhar encontrou o meu com a mesma intensidade que me deixava tão nervosa.

            — Você veio até aqui me dizer que estava errada e que pensou melhor...

            — Você é um convencido! – cortei-o.

Poncho abriu um sorriso.

            — Um dos motivos pra não ter contado foi sua reação – disse ele sem se importar – Foi exatamente o que eu pensei.

            — Isso não significa que me conhece! – retruquei um tanto birrenta.

            — Conheço tão bem que você deve ter imaginado os outros motivos pra eu não te contar... – fiz um bico enorme demonstrando meu desagrado por ele me conhecer tão bem.

Poncho pareceu rir mais e depositou um beijo sobre meus lábios. Afinal fora mais fácil do que eu temia.

            — Você não está chateado? – perguntei desviando o olhar dele.

            — Porque eu estaria?

            — Por eu ser uma idiota e descontar tudo em você?

            — Sou seu saco de pancadas eterno! Não é um motivo – disse maroto.

Fez-me rir sem mesmo querer.

            — Nem por eu ter gritado, jogado um travesseiro e te expulsado do quarto?

Ele maneou a cabeça negativamente.

            — Nem por eu ficar falando essas besteiras?

            — Não – disse sorrindo – era um direito seu depois do que aconteceu.

            — Depois de eu descobrir que sou a maior cor...– Poncho selou nossos lábios calando-me.

            — Esqueça esse assunto, acho que já passou.

            — Me abraça? – pedi baixinho sendo a única coisa que veio em resposta.

Poncho caiu na cama ao meu lado e puxou-me ao seu peito envolvendo meu corpo em seus braços. Descasei a cabeça em seu pescoço inalando o perfume fresco tentando esquecer as ultimas horas. Uma ultima pergunta veio em minha mente quando retrocedi os acontecimentos.

            — Como você sabia que ele me traia? – perguntei levantando a cabeça para olhá-lo.

            — Eu vi – respondeu-me.

            — E o que você...

            — ...Estava fazendo lá? – terminou por mim. Assenti. – Eu o segui depois que vi saindo do hotel. Foi no primeiro show da turnê.

Assenti decidida a não saber mais detalhes, apesar de não sentir nada por Rodrigo fui traída, e em qualquer lugar do mundo isso me afetava. Descasei minha cabeça novamente e abracei-me a Poncho o mais forte possível. Senti suas mãos deslizarem por meu braço num gesto de conforto acalmando-me.

            — Como vai ser amanhã? – perguntei.

            — Como se nada tivesse acontecido – respondeu calmo.

            — Brasil inesquecível? – sorri com minhas próprias palavras.

            — Inesquecível – consagrou.

Virei a cabeça e alcancei seus lábios juntando com os meus. Levei as mãos ao seu rosto tocando-o com o mesmo carinho que nossas línguas trabalhavam. Na medida em que os movimentos iam parando trazia a parte inferior entre os dentes. Via agora a minha frente tudo o que eu queria sentir e viver. A intensidade do olhar dele, o meio sorriso nos lábios e os batimentos do seu coração sobre o meu.

            — Você devia me odiar mesmo!

            — Posso saber por que? – indagou confuso.

            — Por não dizer todos os dias que te amo!

Poncho fechou os olhos intensificando o sorriso nos lábios. Beijei-lhe a ponta do nariz mantendo meu rosto perto ao dele observando sua expressão.       

— Repete?

— Eu Te amo

— Acho que não ouvi direito – disse fingindo seriedade.

— Te Amo – repeti.

            — É tão bom ouvir isso! – abriu os olhos me encarando.

            — Achei que ia pedir mais.

            — Não seja por isso! – disse sapeca – Eu Te Amo

Desci um pouco meus lábios até sincronizá-los sobre os dele abrindo um largo sorriso enquanto nossos olhares se encontravam.

            — Demorou – brinquei.

            — O que eu posso fazer pra me redimir?

            — Dizer de novo – revirei os olhos como se fosse obvio.

            — Eu Te Amo Anahí!

Depositei um beijo sobre sua boca invadindo-a com todo o efeito que as palavras traziam. Poncho rodou-me na cama até ficarmos em uma posição confortável sobre os travesseiros. Abracei-me a ele e deixei que o sono chegasse.

Meninas  quem ainda não votou para melhor web de 2010 ainda dá tempo ajudem?

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P.S: Precisa entrar na comunidade para o voto ser computado =)