Fanfic: After All - AyA [Finalizada]

After All – 2ª Temporada

Capitulo 48 – Depois de Tudo I

Quando Anahí fechou os olhos, teve a sensação de ter adormecido por horas. Quando seus olhos abriram meia hora mais tarde, seu corpo estava exausto. Culpa do show, culpa do que fizera com Alfonso enquanto os outros dormiam. Apesar das dores pelo corpo, sentia-se revigorada por dentro. Uma sensação de controle e confiança se apoderava de sua mente provocando o aparecimento de sorrisos constantes nos lábios.

            — Tô podre gente! Preciso ganhar asas! – resmungou Christian enquanto dirigiam-se pra fora do avião.

            — Você não é o único! – concordou Christopher preguiçoso.

            — Vocês são um bando de velhos escancarados mesmo! A juventude não é mais como antigamente.

            — Pra quem passou a viagem inteira roncando neh! – brincou Ucker com um sorriso no rosto.

Dulce virou-se pra ele dando-lhe bons tapas.

            — Quem parece que não dormiu nada são aqueles dois – disse Christian inclinando a cabeça para Anahí e Poncho – Parecem dois zumbis!

            — Eles sabem aproveitar uma viagem, vai por mim! – disse Dulce.

Anahí paralisou os pensamentos no mesmo momento, teria ela percebido algo?

            — Acho que vocês estão sentindo falta da Maite, por isso andam tão sem graça! – desviou a indireta.

            — Estaríamos perdidos se a Mai tivesse ido nesse vôo – falou Poncho sonolento.

Anahí o repreendeu com um olhar severo.

            — Guilhermo você colocou “besteirol” na agua desses meninos? – disse Pedro sobressaltando os outros.

Guilhermo riu maneando a cabeça.

            — Vocês estão afetados pelo sono – disse ele – É culpa dos roncos da Dulce que não deixaram ninguém dormir!

            — Vocês não dormiram? – perguntou depressa assustada com a hipótese.

            — Foi ironia Anahí! – disse Poncho num tom mais baixo colocando os braços sobre seus ombros.

            — Vocês estão estranhos!

            — Estranhos ou não temos que ir. Quero minha cama de hotel longe dos roncos da Dulce – brincou Pedro.

Enquanto riam seguiram adiante rumo a mais um hotel dos tantos que já haviam passado. A noite ainda cai pelo céu e o aeroporto parecia deserto. A sexta feira do final de novembro parecia brincar com as cabeças de cada integrante que acabava o mês com a perspectiva de entrar no ultimo do grupo. Anahí, assim como os outros, havia mantido a sombra da ultima turnê no subconsciente enjaulado na antecipação de saudade. Esse pensamento pareceu libertar-se em sua cabeça quando separou-se dos outros e sua companhia foi a solidão do quarto. O travesseiro fora seu consolo já que os braços de Poncho não poderiam dar-lhe naquele momento. Do banho ao deitar-se pensou nele, de como seria depois que o grupo acabasse. Pensou que experiências como à do avião não seriam mais possíveis, vê-lo se tornaria algo raro, tocá-lo poderia transformar-se em uma lembrança. E o amor que sentia? Extinguiria-se com o grupo? Seria forte para manter uma relação firme longe dele? Sem sua presença constante e suas palavras de carinho? Tudo era difícil de se pensar. A idéia atormentava cada nervo do seu corpo, a deixava temerosa. Com as mãos trêmulas, Anahí pegou seu celular e mandou uma curta mensagem a Poncho: “Preciso de você” – escreveu ela. Precisava do seu abraço e o toque de suas mãos enquanto sua voz doce soava que tudo iria ficar bem. “Yo también, me voy jaaa” – recebeu em seguida. Esperou-o até que o relógio marcava 03:15 a.m. As batidas leves na porta soaram como sinos e ver seu rosto ao abrir a porta fora a mais bela paisagem. Deixou-o entrar e voltou pra cama encolhendo-se a sua espera. Poncho deitara ao seu lado mirando-a.

            — Que houve Annie? – perguntou deslizando a mão por seu rosto.

Depois de uma pausa apenas sentindo seu perfume Anahí criou coragem para desabafar.

            — Tenho pensado...em...como vai ser quando RBD acabar... – disse sem coragem para encará-lo.

Sabendo em qual assunto explicitaria o comentário, Poncho abraçou-a recebendo-a em seus braços. Anahí afundou o rosto em seu pescoço incapaz de dizer algo mais. Tudo era complicado, tudo era um desgaste emocional difícil demais para se pensar. Mas era um mal necessário e irrevogável. O silencio naquele momento explicava mais do que palavras. Poncho estava no mesmo barco que ela sem saber que caminho traçar, completamente perdido em relação ao futuro.

            — Queria te dar uma resposta, mas só tenho a certeza que depois de tudo quero você ao meu lado!

Anahí levantou a cabeça para mirá-lo. Seus olhos na penumbra do quarto estavam sérios e fixos nos dela. Toda segurança que precisava estavam ali, mas essa não era a questão.

            — Eu também quero Poncho, mas você já pensou como será difícil manter um relacionamento?

            — Você não acha que vale a pena arriscar?

            — Claro que vale! – calou-o colocando um dedo sobre seus lábios – Mas tenho medo do que possa acontecer...

            — Se não deixarmos nada vai passar! – segurou a mão que o calava e colocou sobre seu coração – Não pensa nisso é sofrimento por antecipação, temos muito que viver juntos, ou o que aconteceu no avião não significou nada pra você?

            — Não diga isso! Foi incrível, mas...

            — Mas nada! – interrompeu-a – Vai querer mesmo insistir nisso?

Anahí maneou a cabeça inconformada. Poncho via o lado bom das coisas e ocultava o que pudesse vir de negativo. Talvez por segurança própria fizesse isso, mas Anahí não conseguia desviar. Seus olhos começavam a ficar pesados, o sono e o cansaço do corpo não permitiria que discutisse algo a mais com ele.

            — Eu vou retomar esse assunto! – disse.

            — Eu sei que vai! – acariciou-lhe a face – Por hora esqueça e descanse meu amor!

Devagar ela fechou os olhos. Poncho alcançara-lhe os lábios para um beijo rápido aninhando Anahí em seu peito.

            — Te amo bebê! – sussurrou.