Fanfic: Benditα Tu Luz ~♥

- Não, não o diga, por favor. – se apressou em dizer. Não queria ouvir o que ele diria... Não podia ouvir o que ele diria.

- Sim...

Christopher
retirou sua mão do rosto dela, tragando a saliva um pouco frustrado.
Mas foi melhor assim... Não poderia se envolver mais do que já estava. E
nisso era o que ela pensava. Dulce não suportaria escutar todas essas
coisas e nunca mais voltar a ouvi-las. Então era preferível que ele não
falasse nada. Não era preciso dizer nada agora. Pois em algumas
horas...eles diriam sim... Adeus.

Christopher também pensou
nisso. E não soube explicar porque seu coração parecia bater lentamente
ao pensar que quando o sol raiasse Dulce não estaria mais com ele... Que
nunca mais a veria, nem mesmo de longe... Tragou a saliva mantendo-se
calado. Mas ao vê-la tão desprotegida assim, não evitou erguer seus
braços a ela...não evitou envolvê-la em um abraço, talvez um dos últimos
abraços...

Suspirou,
apertando-a ainda mais em um abraço. Logo se moveu para trás, colando
as costas no colchão, sentindo como a cabeça dela se recostava em seu
ombro. Ele abriu os olhos e ficou olhando para o teto... Dulce havia
pousado a mão em seu coração... e ele sentiu como se ela o tivesse
mudado de lugar. Tragou a saliva se recordando de tudo o que passaram, e
também do que já não passariam mais quando o sol raiasse... Ele iria
embora. Voltaria a sua vida, a sua casa, a sua noiva... Se casaria, e a
lembrança de Dulce seria só mais uma entre tantas já perdidas em sua
memória. Talvez se lembrasse dela de vez em quando... Talvez alguma vez
sentisse por outra mulher o que estava sentindo agora. Mas Dulce não era
para ele... E nunca poderia ser.

Foi fechando os olhos devagar, sentindo como o cansaço tomava conta de si...

Mas
Dulce seguia desperta, apesar dos olhos fechados. Não conseguia tirar
da cabeça que em algumas horas acordaria desse sonho... Sentiu seus
olhos úmidos, e inspirou com o nariz colado no peito dele. E sabia que
nunca esqueceria de seu cheiro... Nem do toque dessas mãos, de seus
lábios, de sua pele...

- Christopher – indagou Dulce com a voz quase inaudível para se certificar que ele estava mesmo dormindo.

Suspirou
fechando os olhos. Deveria encarar essa separação como uma coisa
normal. Ela era jovem, e aproveitou seu tempo como qualquer outra jovem
faria. Mas uma coisinha em seu peito teimava em dizer o contrário. Seu
coração parecia murchar quando pensava que não mais o veria. Queria
ignorar essa sensação ruim, mas simplesmente não podia, ela estava ali, e
podia senti-la naquele momento.

Estava com os olhos fechados,
mas permaneceu desperta por horas e horas seguidas... Apenas vendo-o com
suas mãos, memorizando cada rastro de sua pele...

Até que o sono
se fez mais forte que sua angústia e ansiedade, abduzindo-a para um
mundo paralelo... Um mundo repleto de cheiros, de sons, mas de nenhuma
imagem... Um mundo sem rosto... Um mundo sem cor... Um mundo de
sombras... Seu mundo.

E
lá havia um homem. Sim, ali estava ele! Podia senti-lo com suas mãos,
podia ouvir sua respiração acelerada, podia sentir seu cheiro másculo
entranhar em suas narinas. E ele a acariciava tão suavemente, que não
podia evitar esboçar um sorriso, enquanto suas próprias mãos se
recusavam a ficar quietas. Pôde sentir seu alento acariciar seu rosto,
pôde sentir como estava a centímetros de beijar sua boca... E pôde
sentir também, como as mãos dele separavam suavemente...suas pernas. E
quando ele se alojou entre elas, sentiu seu corpo nu se chocar
diretamente com o seu, também nu. Subiu as mãos por suas bochechas, logo
descendo a seu pescoço, entranhando a metade dos dedos em seus cabelos
que lhe cobriam a nuca. Tragou a saliva, sentindo a mão daquele homem
subindo por sua entre perna, arrepiando toda sua pele... E quando a
mesma mão roçou sua feminilidade, puxou o rosto dele para o dela,
buscando sua boca... E ao mesmo tempo em que suas bocas se entrelaçavam
em um beijo sensual, convidativo e bastante molhado, a mão dele alcançou
o seu objetivo principal. A acariciava lento, quase parando, o que a
fazia enlouquecer de ansiedade e de excitação.

O beijo sugava a ambos...

Ela
aumentava as investidas de sua língua, incitando-o a fazer o mesmo com
seus dedos. O que ele não fez. Continuou com aquela lenta e prazerosa
tortura, derretendo-a nas pontas de seus dedos. Arqueou os quadris, e
sentiu sua virilidade lhe roçar a virilha. Ofegou excitada e quase
choramingou quando ele retirou os dedos. Por pouco tempo, para o alívio
dela... Pois logo o sentiu introduzir-se em seu interior úmido e
escorregadio. A boca dele vagava pelo seu pescoço na medida em que
arremetia suavemente contra seu corpo.

Novamente
suas bocas se encontravam, no mesmo jogo da paixão de suas partes
inferiores. Tudo era tão pausado, tão suave, tão desfrutado... As mãos
corriam livres pelo corpo um do outro. As bocas resvalavam por outros
lugares buscando incrementar o prazer... Mas logo se encontravam,
querendo o afago que somente suas línguas poderiam dar. Não era preciso
dizer nada para demonstrar o quanto se deleitavam com essa majestosa
união, não só de corpos, mas de almas. Duas almas que clamavam
silenciosamente por afeto, por um afago...por uma demonstração de
carinho.

Os movimentos pausados os faziam conhecer onde começava um e terminava o outro.
Os
lábios inexperientes buscavam retirar o máximo daqueles lábios espertos
que beijavam a boca doce com brandura, com sabedoria...com carinho.
Beijavam a boca que parecia ter sido feita sob medida para a sua. As
línguas se compaginavam, procuravam, conheciam, estudavam...memorizando
para sempre o doce gosto desse paraíso de sensações que suas bocas
traziam juntam.

As mãos também buscavam o mesmo conforto.
As dela...eram seus olhos...
As dele...eram seu guia...
Dedos
resvalavam, dedos se encontravam, dedos se entrelaçavam, fazendo com
que as palmas se chocassem para criar uma força magnética que os
impediria de lutar, momentaneamente, contra os sentimentos criados ali,
naquela união e nas anteriores, de bocas e de corpos, assim como das
almas. Estavam nos braços um do outro, e por mais que não quisessem
sentir nada...sabiam eu aquela conexão não era uma coisa fugas, era mais
que isso...não era amor, mas não era só sexo. Era um encontro... um
encontro mais que especial.

Christopher
abriu os olhos por primeira vez...e a primeira coisa que viu foi o seu
rosto tranqüilo, imerso em um mar de sensações, notando a paixão
ali...em suas bochechas ruborizadas...

- Abre os olhos, Dulce... – parou de mover seu corpo e a encarou.

A
viu pestanejar um pouco, para logo depois começar a abrir os olhos
lentamente. Dulce subiu as mãos para o rosto dele, tocando-o.

- Eu pensei que estivesse sonhando...