Fanfic: Minha vida é o inferno
Matheus chegou alguns instantes depois. E não parecia satisfeito, nem mesmo com a comida. Jogou-se na cadeira, exausto, soltando um longo e infeliz suspiro. Ah, o que eu daria por seus pensamentos (mesmo que eu já pudesse adivinha-los)!
Por fim levantou-se e tirou a camisa. Mal notei que a colocou sobre a cama, seus pés quase tocando minhas mãos branquelas; estava em transe por seu peito magistral.
Saiu do quarto, em direção ao banheiro. Esperei, impaciente. Cada minuto era uma década, e eu não podia arriscar nenhum. Queria permanecer perto dele enquanto eu fosse clandestina ali, mesmo que ele não me visse.
A porta abriu-se finalmente. Dei uma espiadinha e abri a boca, por pouco não arriscando o meu esconderijo. Vi o garoto molhado, segurando a toalha nos quadris. Os cabelos pretos estavam ainda mais escuros e pingando por causa da água. Os ombros largos à mostra eram fortes, mas relaxados. A pele parecia tão quente... Tive que reunir toda a minha coragem para não me suicidar, entrando na luz enquanto tentava toca-lo. Ele era lindo.
Quando fez o movimento, inusitado soltar a toalha, senti-me enrubescer e virei rapidamente a cara. Poderia acha-lo maravilhoso, o ser mais belo – e, de certa forma, tentador – do mundo, mas ainda não estava pronta para isso!
Continuei naquela posição, imóvel. Só me senti ‘segura’ quando o ouvi sentando na cadeira. Arrisquei um outro olhar e Matheus estava totalmente vestido, com uma camisa branca e um short xadrez e azul. Suspirei silenciosamente.
Pelo visto, ele começara a organizar-se para fazer a lição. E também parecia ser muita, mais que o normal. Ouvi um gemido vindo dele quando terminou de arrumar os livros e os cadernos, uma pequena grande montanha. Aproveitei seus estudos para dar um cochilo.
Acordei algumas horas depois. A pilha já havia diminuído bastante, só tinha um livro. Mas ele continuava igual: frustrado e nervoso.
-Ah, Valuska! – disse ele em desespero, e deu um soco na mesa. Estremeci. Até que ele era forte para um humano.
Abandonou a tarefa de matemática e deitou-se na cama, fazendo ranger as molas. Percebi que já era de noite, e que ele não fechara a janela. Logo eu iria embora, e este pensamento me entristeceu.
Pegou um IPod no criado-mudo. Pude ouvir a batida baixa e agitada de uma banda de heavy metal tocando. Em menos de duas músicas, ele já tinha adormecido, ressonando de leve.
É incrível como eu absorvo tudo, absolutamente tudo e nos mínimos detalhes. Mas deve entender, leitor(a), que eu estava ironicamente apaixonada por aquele garoto.
Minutos depois, antes que eu conseguisse sair pela janela, uma mulher entrou suavemente no quarto, trazendo uma bandeja com comida em cima. Era a mãe dele. Morena, com olhos verde-mar e cabelos castanhos que pousavam levemente nos ombros.
Num gesto totalmente maternal, desligou o aparelho zumbidor do filho, provavelmente sabendo que aquilo poderia machucar drasticamente os ouvidos de qualquer um. Cobriu-o com um lençol, mas logo depois, Matheus o retirou, inconscientemente.
Eu a olhava fascinada. Era certo que minha mãe deu a vida por mim, e eu nunca tinha visto criatura tão... mãe. Certo, eu nunca vi uma mãe antes.
Ela se afastou e sustentou o olhar, a expressão traindo certa preocupação. Será que sabia da minha presença? Será que realmente sabia ou desconfiava do perigo?
Por fim, deu de ombros, ignorando um pensamento qualquer. Abaixou-se e beijou o filho. Saiu do quarto, apagando as luzes e fechando a porta delicadamente.
Também deixei o meu esconderijo. Minhas justas protestaram, deveria estar ali debaixo umas 7 horas. Alonguei-me um pouco, tentando acabar com o incômodo.
Admirei o garoto adormecido, fazendo-lhe um carinho leve no braço. Ah! por que eu tinha de nascer amaldiçoada? Por que não podia ser normal?? Não é justo! Fechei o punho, atordoada. Estas eram perguntas reais, porém sem resposta. Lutaria por um, mesmo que fosse a última coisa que eu faça!
Lancei um ultimo olhar para o rapaz. Já era hora de acorda-lo. Pulei a janela sorrateiramente. Em compensação, fechei-a com um estrondo. Ouvi o sentar-se na cama, provavelmente assustado. Se ele fora até ali procurar o motivo do barulho, não encontrou, pois eu já estava bem longe de lá.
Cheguei em casa, receosa que a briga não tivesse acabado. Entrei e estava tudo calmo e escuro, como sempre. Silencioso demais. Só então me dei conta, a verdade terrível e assustadora.
Radolph não estava lá.
Autor(a): soborudim
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Pessoal, desculpe a demora. E desculpe de novo, pq eu não vo conseguir postar todo o cap hj. Fiquem com uma espiadinha do nono cap de `Minha vida é o inferno`!!! -Calma Valuska. E-ele não deve ter ido muito longe com meu pai. - disse para mim mesmo, tentando acalmar-me. Uma pista era tudo o que eu precisava. Um cheiro, uma pegada, um barulho, um bilhet ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 59
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loveponchitoyany Postado em 17/09/2010 - 13:52:02
voltei a postar Amor incondicional MyM e DyR (4ª temporada de Rebelde)
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loveponchitoyany Postado em 17/09/2010 - 13:51:55
voltei a postar Amor incondicional MyM e DyR (4ª temporada de Rebelde)
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loveponchitoyany Postado em 17/09/2010 - 13:51:44
voltei a postar Amor incondicional MyM e DyR (4ª temporada de Rebelde)
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:51
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:51
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:51
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:50
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:50
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:49
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viihlokita Postado em 06/09/2010 - 20:43:49
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