Fanfic: Aprendendo a ser pai AyA (Terminada)

Eles passaram uma hora no parque
seguindo Elly e Simon dos balanços aos escorregadores, e aos apa­relhos de
ginástica. Quando Elly e Simon foram final­mente à caixa de areia, Anahí e
Alfonso sentaram-se num banco de uma mesa de piquenique. Alfonso esticou as
pernas numa pose relaxada que Anahí nunca o vira assumir antes.

De fato, apesar da discussão que
tiveram sobre a prometida visita ao parque, e da momentânea tensão à vista do
homem idoso, Alfonso foi se acalmando aos poucos. Anahí esperava que pudessem
fazer coisas des­se tipo mais vezes. Ela achava que era uma prova do amor que nutria
por Alfonso pensar tanto na vida dele, no temperamento, no que o fazia feliz,
no que o fazia triste. Sentia-se perdidamente apaixonada.

Sorrindo, disse a Alfonso:

-Viu? Não foi tão mau
assim, certo? Você está vivendo um dia relaxado, seus sobrinhos estão
felizes...

-Você conseguiu me trazer
aqui, portanto pare de me amolar agora - ele interrompeu-a com voz seca. -
Agora sei com quem Elly aprendeu a agir assim.

-Não estava amolando você,
mas apenas dando-lhe sugestões.

-De novo, de novo, de
novo. 

-Tive receio de que não me
tivesse ouvido.

-Ouvi-a uma centena de
vezes.

-De
qualquer maneira, não acho que isso seja amolar.

-O que é então?

- É dar mais força a uma idéia...
a uma opção.

Alfonso deu uma gargalhada
e foi cuidar das crianças.

Um sorriso suavizava seus lábios
em geral tensos. Anahí esperava que ele sentisse que Elly e Simon haviam
enchido um vazio em sua vida como encheram um vazio na dela. Alfonso também
enchera um enorme vazio em sua vida, mas isso por enquanto era segredo.

A aceitação das crianças à nova
vida foi uma lição para Anahí. Pois, embora sabendo que Elly tinha sau­dade da
mãe, considerava-a uma menina feliz.

Anahí observava Elly fazendo um
castelo de areia, concentrando-se em sua obra artística.

-Tio Alfonso, é assim que
um arquiteto faz um castelo?

-É assim mesmo, Elly - Alfonso respondeu. Anahí
surpreendia-se como uma menina de quatro anos podia ter expressão tão tranquila
em face das mudanças que sofrera na vida, tendo sido praticamente abandonada
pela mãe que correra atrás de uma aven­tura amorosa quando a maior aventura da
vida dela poderia ter sido encontrada cuidando de duas crianças maravilhosas.

Anahí reconhecia, contudo, que
não podia ser juiz de Sheila. Ela mesma se enfurecera por causa das mudanças e
circunstâncias de sua própria vida.

E o que dizer de Alfonso?, ela se
questionou. Como agira ele ante a queda em espiral de sua vida? Estaria ele
pronto, tal qual ela, a deixar o passado para trás e a construir um futuro?
Gostaria de ter coragem de lhe fazer essa pergunta.

- Algo errado? - Alfonso
lhe perguntou, fitando-a in­trigado.

Rubra de
vergonha ao se dar conta de que ficara olhan­do para ele
durante muito tempo, Anahí respondeu:

- Não... não. Acho que
vou ver se Simon precisa trocar de fralda.

Alfonso sorriu a essa desculpa.
Afinal, que bebê poderia ser tão ansioso em trocar de fralda? Anahí foi ao en­contro
de Simon que escapou dos braços dela quando agarrado. Ele não gostou de ser
interrompido em seu brinquedo, e Anahí decidiu que a fralda poderia esperar
mais um pouco.