Fanfic: Aprendendo a ser pai AyA (Terminada)

Penúltimo capitulooooooooooooo

"Onde está ela?",
Alfonso se perguntou, espiando pela janela. De qualquer maneira, não devia
tê-la deixado sair. Deveria conservá-la trancada no quarto até con­cordar em se
casar.

Errara o tempo todo. Claro que
desejava se casar, pois teria ótima ajuda no caso das crianças, mas de­veria
ter sido um pouco mais romântico. Mulheres gos­tam de coisas românticas: velas,
rosas, vinho, juras de amor de joelhos. Ele poderia ter feito tudo aquilo. Bem,
excluindo-se a parte dos joelhos. Seria ir longe demais.

Elly, que acabara de acordar da
sesta, mas ainda sonolenta, apareceu. Pegou na mão do tio, sempre abraçando seu
coelhinho inseparável.

- Onde está Annie? -
perguntou. - Quero que ela venha para casa agora.

Alfonso pegou a sobrinha e
sentou-se numa cadeira da cozinha, com ela no colo.

- Eu também quero -
sussurrou, encantado com o modo como a menina encostava a cabeça em seu peito
parecendo ter todos os motivos para acreditar que nada lhe aconteceria estando
com o tio. Por que Anahí não era assim?, Alfonso se questionou. Por que não
confiava nele como Elly confiava?

Censurou-se depois. Estava sendo
ingênuo demais. O que uma mulher adulta queria era bem diferente do que uma menina
de quatro anos desejava. Alfonso sen­tiu a garganta apertada e disse:

- Ela vai voltar logo.

- Bom - Elly respondeu, e bocejou. - Eu vi um passarinho lá
fora. Quero contar isso para Annie. Ela gosta quando lhe conto coisas.

- Eu também gosto. - Alfonso beijou-lhe o alto da cabeça. -
Conte para mim.

Elly começou a lhe contar então
uma história sobre um passarinho que ela vira na janela do quarto. Estava
perdido e procurava por sua família. Enquanto falava, Alfonso percebia os pavores
da menina de ficar sem Anahí. E faria tudo, moveria céus e terra para dar a
Elly e a Simon o lar que eles necessitavam.

Já falara com seu advogado para o
encaminhamento da adoção. Marcara também hora com um psicólogo e esperava que o
profissional lhe desse conselhos quanto ao melhor modo de dizer às crianças que
iriam morar sempre com ele. E com Anahí, esperava. E rezou, pela primeira vez
em anos, para ter Anahí como esposa, pois a desejava tanto quanto queria ter
Elly e Simon como filhos.

Elly parou de contar sua história
de repente.

- Aí vem Annie - disse,
pulando do colo de Alfonso e indo abrir a porta.

A menina foi para os braços de
Anahí. Beijou-a, ex­clamando:

- Tive tanta saudade de
você, Annie. Achei que não ia voltar nunca mais.

- Ora, não seja boba -
Anahí protestou, beijando-a com amor. - Voltei, viu? Sempre volto. Nunca iria embora
deixando minha Elly. - Ela ergueu a cabeça e viu Alfonso. O sorriso que lhe
dirigiu foi tão puro e carinhoso que ele não se considerou merecedor daquilo.

Foi naquele instante que o
desenho que carregara na cabeça por semanas foi colocado na mesa de tra­balho
do arquiteto, em perfeito alinhamento.

Até então Alfonso não sabia
exatamente o que era o amor. Por isso dissera que havia no sentimento do amor
um pouco de exagero. Não amara Judith. Casara-se com ela porque era bonita.
Nunca amara nin­guém antes. E por estar amando agora tivera ciúme de Grey, e
quisera conservar Anahí consigo para fazer amor com ela. Porque a amava.

Alfonso refletia sobre o que
dizer.

- Vou buscar Simon no
quarto - Elly comunicou. - Ele também estava preocupado com você, Annie.

A menina saiu correndo. Bem
devagar, Anahí seguiu-a, os olhos em Alfonso. Parou na porta e disse:

- Acabei de decidir,
Alfonso. - Suspirou fundo. - Sim, eu me casarei com você.

Tomando-lhe as mãos, ele falou a
única coisa que achou lógica, e ficou observando a alegria encher de luz os
olhos dela:

- Fico muito contente,
porque te amo.