Fanfic: Quem Segurα o bebê? ♥ Vondy; [terminada]
Trancar-se no quarto de Chris não a ajudou a sentir-se mais segura. Como conseguiria dormir naquela cama? Não apanhara nem o pijama!
As batidas na porta foram como uma resposta ao seu dilema.
— Vou deixar sua camisola aqui — Chris informou do lado de fora. — Boa noite, Dulce.
Atenta ao som dos passos, ela esperou ter certeza de que Chris realmente afastara-se para abrir a porta e recolher a camisola e o robe, tomando o cuidado de substitui-los pelo pijama que encontrara em uma das gavetas da cômoda. Ele que viesse buscá-lo, se quisesse.
Alguns minutos mais tarde estava pronta para ir para a cama, apesar de não saber se conseguiria dormir. Considerando como o quarto a fazia lembrar Chris... Devia ser sua maneira sutil de atormentá-la.
A pior parte veio quando ela meteu-se entre os lençóis e descansou a cabeça no travesseiro. O perfume dele impregnava as roupas de cama, intoxicando-a e recordando sensações que tentava esquecer. Chris fizera de propósito, para enlouquecê-la. Pois não daria certo!
Três horas mais tarde, e à beira da loucura, Dulce começou a cochilar. Um banque surdo pôs fim aos instantes de relaxamento. Totalmente desorientada, ela precisou de alguns segundos para perceber que o som vinha da porta. Rápida e assustada, vestiu o robe e saiu do quarto a tempo de encontrar Chris no corredor. Usando o pijama que ela deixara do lado de fora horas antes, ele foi abrir a porta enquanto ajeitava os cabelos com a mão.
— O quê... — começou.
Horrorizada, Dulce viu a dupla de policiais e a Sra. Bumgartle.
— Prendam esse homem — ela exigiu, apontando para Chris. — Prendam os dois! Esses... esses... sequestradores de bebês!
Por um momento ninguém se moveu. Em seguida Chris perguntou:
— Qual é o problema, oficial?
— Sr. Uckermann? Sou o oficial Hatcher. Nós nos conhecemos em seu escritório, há dois dias.
— Sim, eu me lembro. Algum problema?
— Seqüestrador de bebês! — a vizinha gritou. — Ele disse que a criança era sua sobrinha, filha de seu irmão, mas todos os irmãos vieram visitá-lo esta noite, e nenhum deles levou a menina. E ele os preveniu sobre não dizerem nada a ninguém, pois não podiam correr o risco de atrair a polícia!
Hatcher olhou para Chris e notou o comportamento nervoso de Dulce.
— Não acha melhor esclarecermos isso lá dentro, sr. Uckermann? Cari — disse, virando-se para o parceiro — acompanhe a Sra. Bumgartle e tome seu depoimento.
Chris afastou-se para permitir a entrada do policial. Embora permanecesse em silêncio, o músculo tenso na altura da mandíbula indicava que estava furioso com a situação. Por que tinha de ser justamente Hatcher a atender a ocorrência?
— Não há nada a esclarecer — ele indicou ao fechar a porta. — Já expliquei que estamos cuidando de minha sobrinha.
Hatcher tirou um bloco de anotações do bolso e virou algumas páginas.
— De acordo com minhas notas, disse que estava cuidando da criança por algumas horas, e já se passaram dois dias. Importa-se em explicar essa discrepância?
— Acho que mencionei a doença da mãe de minha cunhada. Meu irmão e a esposa pretendiam levar o bebê nessa viagem à Itália, mas no último instante decidiram deixá-lo conosco. Isso é um problema? — Perguntou, segurando a mão de Dulce e puxando-a para mais perto.
O oficial começou a tomar nota.
— Tem algum documento que comprove o que está dizendo?
— Não. Não imaginei que fosse necessário. Que tipo de documento?
— Uma receita médica, certidão de nascimento, qualquer coisa.
— Não... Mas os pais da criança devem retornar em breve.
Hatcher consultou as anotações mais uma vez e franziu a testa.
— Quantos anos tem sua sobrinha, sr. Uckermann? Em que data ela nasceu?
Dulce tentava impedir que o pânico a dominasse.
— Ela tem três meses — Chris respondeu. — Eu... não sei a data de nascimento.
— E quando foi que ela deixou de ser um menino? — O oficial disparou com sarcasmo.
Chris resmungou alguma coisa.
— Não sabia que ela era uma menina, sabia? — O policial insistiu. — Pelo menos ela é sua sobrinha?
— Não sabia que ela era uma menina até a primeira troca de fraldas -ele confessou. — Anahi a chamou de Toni, e como os Uckermanns só produzem meninos há muitas gerações, deduzi que... — e encolheu os ombros. — Mas ela é realmente minha sobrinha.
Hatcher voltou a consultar as anotações.
— O nome da criança é Antonia Donati... Uckermann? Ou isso também é mentira?
— Anahi e meu irmão não são casados... ainda. Mas espero que esse fato se altere em breve.
— Vamos ver se entendi. Disse que os pais haviam deixado o bebê aos seus cuidados e que retornariam algumas horas mais tarde. Mentira. Disse que a criança era seu sobrinho, mentira. E disse que os pais da criança eram casados. Mais uma mentira. Não tem autoridade legal para estar com esse bebê, tem?
Chris cerrou os punhos.
— Escute, oficial, Anahi, a mãe da criança, deixou Toni com meu irmão por causa de uma emergência familiar. Isso é verdade. E ela precisava de alguém para cuidar de Toni durante sua ausência. Isso também é verdade. Como meu irmão Alfonso é pai dessa criança, a escolha natural recaiu Sobre ele. O único problema é que Alfonso não sabia sobre a existência de Toni até Anahi surgir em meu escritório.
— E isso explica a discussão no saguão.
— Exatamente. Meu irmão seguiu Anahi para tentar esclarecer tudo entre eles, mas foi impossível... graças à intervenção da polícia.
Dulce encolheu-se.
— Chris, hostilizá-lo não vai nos ajudar em nada — murmurou.
— E daí? Se a polícia não houvesse ajudado Anahi a fugir, não estaríamos metidos nessa encrenca. Mas isso não importa. Quando Alfonso conseguir alcançá-la, certamente se casarão em seguida e voltarão para apanhar a filha. Até lá, minha noiva e eu cuidaremos do bebê. Ela está perfeitamente segura e em boas mãos.
— Não cabe a mim decidir, Sr. Uckermann.
— O que está querendo dizer?
— Vá com calma — Dulce aconselhou.
— Quero saber o que isso significa!
— Significa que qualquer decisão relativa ao bebê cabe ao pessoal da assistência social, não a mim. Legalmente, essa criança foi abandonada.
— É claro que não foi! — Chris explodiu. — A mãe a deixou aos cuidados do pai.
— Sr. Uckermann, não vou discutir a questão. Levarei o bebê, e se tentar resistir, terei de prendê-lo.
Antes que Chris pudesse reagir, Dulce perguntou:
— O que vai acontecer com Toni?
Hatcher explicou enquanto fazia mais algumas anotações.
— A lei manda que ela seja transportada numa ambulância para o hospital mais próximo. Ela será examinada e passará a noite no centro de proteção infantil. Amanhã cedo ela será transferida para um abrigo temporário enquanto as assistentes sociais investigam o caso.
— E como poderemos recuperá-la?
— Para ser honesto, não sei se poderão. Se querem um conselho, entrem, em contato com o responsável legal, a mãe, e consigam uma declaração de custódia assinada por ela e um atestado médico. A cópia da certidão de nascimento também poderá ser útil.
Dulce olhou para Chris e sussurrou:
— Acha que podemos conseguir?
— Alfonso nos enviará todos os papéis por fax.
— E mesmo assim, não há nenhuma garantia de que as autoridades deixem a menina aos seus cuidados. Mas... — Hatcher olhou para Dulce. — Uma presença feminina constante na casa pode fazer uma enorme diferença a seu favor — e fechou o bloco de anotações. — Muito bem, levem-me ao bebê.
Não havia mais nada que pudessem fazer. Chris preparou uma sacola com tudo que considerava necessário, enquanto Dulce preparava a pequena para uma saída noturna. Hatcher ficou parado na porta, observando cada movimento dos dois.
— Posso preparar algumas mamadeiras extras? — Dulce perguntou com lágrimas nos olhos.
— Acho que sim — o oficial concordou.
— Chris, pode cuidar dela, por favor? Oficial Hatcher, importa-se de me ajudar?
Esperava que o policial concordasse, pois assim Chris teria alguns minutos de privacidade para despedir-se da pequena. Felizmente o oficial acompanhou-a até a cozinha.
Enquanto preparava as mamadeiras, Dulce falava sobre amenidades e rezava para que o italiano impulsivo não fizesse nenhuma bobagem. Para seu alívio, ele surgiu na porta quando já estava concluindo sua tarefa. Em silêncio, entregou o bebê e a sacola ao policial.
— Aqui está meu cartão — indicou em seguida. — O número do telefone de minha casa está anotado no verso. Espero que as assistentes sociais telefonem o mais depressa possível.
— Sim, Sr. Uckermann. Sugiro que obtenha aqueles papéis bem depressa, ou não terá nenhuma chance de recuperar a criança.
Depois disso ele partiu levando Toni.
No instante em que a porta se fechou, Chris desferiu um murro violento contra a parede, abrindo um buraco no gesso. Dulce deu alguns passos em sua direção, sem saber se devia aproximar-se num momento tão conturbado.
— Vamos trazê-la de volta — disse em voz baixa. Ele virou-se, os olhos cheios de fúria.
— Não vou deixar acontecer novamente, Dulce. Não vou permitir que separem minha família outra vez.
— Do que está falando?
Ele não respondeu. Furioso, dirigiu-se ao quarto de hóspedes, obrigando-a a correr para acompanhá-lo.
— Chris!
Ao lado do berço vazio, ele dobrou o cobertor da sobrinha com carinho surpreendente. Havia se machucado ao bater contra a parede, e uma mancha de sangue indicava o local mais atingido, próximo às articulações dos dedos.
— Eu tinha quatorze anos quando Alfonso nasceu — Chris começou. — Embora não houvessem planejado mais um filho, meus pais ficaram encantados com a chegada do temporão. Costumavam dizer que o pequeno completava a meia dúzia com que sempre sonharam. Na primeiro vez em que o vi, tive certeza de que era a criatura mais horrível que eu já havia conhecido. Eu o chamava de cura de macaco.
Dulce acomodou-se na cadeira de balanço ao lado do berço e observou-o preocupada. Estava prestes a tomar conhecimento de algo importante, e tinha a impressão de que a revelação tinha uma enorme relação com seus sentimentos por Toni.
— A aparência de Alfonso melhorou com a idade — ela comentou, tentando amenizar a tensão.
Para sua surpresa, Chris sorriu.
— É verdade. — O sorriso desapareceu. — Mamãe morreu quando ele tinha dois meses de idade.
— Oh, não — Dulce lamentou.
— Não sei se foi o desgaste do parto, já que ela tinha mais de quarenta anos quando deu à luz pela última vez, ou a pneumonia que a acometeu pouco depois, mas o fato é que ela não resistiu. Talvez tenha sido uma combinação dos dois fatores.
— Onde estava Dom?
— Papai estava na Itália, cuidando dos negócios. Tivemos dificuldades para localizá-lo. Mamãe tinha todas as informações necessárias, mas ela morreu tão depressa que não teve tempo para nos dizer...
Dulce levantou-se e parou ao lado dele.
— O que aconteceu? — Perguntou, enlaçando sua cintura e apoiando a cabeça em suas costas.
— O mesmo que acabamos de viver — ele suspirou. — A polícia chegou para nos levar a um abrigo temporário até que papai voltasse e fosse nos buscar. Lutei contra eles. Cheguei a agredi-los fisicamente.
Parecia tão frio, tão distante das próprias memórias! Mas sabia que a impressão era falsa. Podia ouvir a respiração ofegante e as batidas aceleradas de seu coração.
— Por que enfrentou os policiais? — Dulce perguntou.
— A unidade familiar é um valor que nos acompanha desde o berço, e o último pedido de minha mãe foi que eu mantivesse todos juntos até que papai voltasse. A polícia queria nos separar, e tentei impedir.
— Você fez o melhor que pôde, Chris. Era jovem demais para cuidar de um bebê e supervisionar quatro garotos revoltados.
— Eu estava no comando. Era meu dever manter todos unidos até que meu pai voltasse. Deus sabe como tentei, mas... fracassei. Eles levaram meus irmãos. Derick, os gêmeos, Christian e Alfonso. Três policiais me seguraram durante a operação. Fomos espalhados por diferentes abrigos provisórios, e papai só retornou três semanas mais tarde.
— Ele o culpou?
— Nunca. Mas eu sabia que havia fracassado. E não vou falhar novamente. Farei tudo, absolutamente tudo, para reaver a custódia de Toni e cuidar dela até a volta de meu irmão.
— O que está planejando?
Ele virou-se para encará-la.
— Você e eu estamos oficialmente casados a partir de agora.
— O quê...? Não pode estar falando sério!
— Hatcher disse que uma presença feminina pode nos favorecer.
— Mas e quanto Will... William?
— O que tem ele?
— Preciso discutir esse assunto com meu noivo.
— Ah... Faça isso. Enquanto discute, traga todas as suas coisas para cá. Quero que a assistente social encontre um casal feliz, e quero que ela veja nossas coisas juntas em todos os armários da casa.
— Caso não tenha notado, ainda não concordei com sua idéia — ela indicou, afastando-se alguns passos.
— Vai se recusar a ajudar?
— Não, mas... temos mesmo de dizer que somos casados? A polícia acredita que somos noivos. O que faremos se eles compararem as informações?
— Mostraremos nossa certidão de casamento.
— O quê?
— Amanhã tomaremos todas as providências necessárias para um casamento, caso ele seja necessário.
— Não! Esqueça, Chris! Não vou fazer isso!
— Ah, vai. Peça o que quiser em troca, mas me ajude. Se não por mim, por Toni.
— Você tem uma maneira de colocar as coisas...
Chris respirou fundo.
— Desculpe, Dulce. Sei que não estou lidando muito bem com isso, mas preciso de você. Preciso de sua ajuda. Não posso permitir que Toni seja afastada da família.
Sabia que devia ouvir a voz da razão e recusar-se a participar dessa mentira, mas não tinha coragem de abandoná-lo num momento tão difícil.
— Está bem, vamos fazer como diz.
E então ele a beijou. Um beijo tão apaixonado e quente que silenciou a voz da razão.
O telefone a acordou ao amanhecer. Assustada, Dulce pulou da cama e sentiu o corpo dolorido, resultado da noite de insônia. Depois de vestir o robe sobre a camisola, dirigiu-se ao escritório.
— Alfonso! — Chris exclamou ao atender a ligação. — Onde você está? O quê? Épazzol. O que está fazendo na Itália novamente? Estamos enfrentando problemas sérios! A polícia esteve aqui ontem à noite e levou Toni.
Dulce encolheu-se, ouvindo os protestos furiosos de Alfonso do outro lado da linha.
— Diga a ele que precisamos de uma declaração de custódia — ela lembrou.
— Cale a boca e espere!
— Eu só estava tentando ajudar.
— Não é com você, Dulce — ele desculpou-se. — Não, Alfonso. Não interessa o que ela está fazendo aqui a esta hora. O que importa é o que você precisa fazer.
Dulce fechou os olhos e gemeu. Quando já estava começando a acreditar que as coisas não poderiam ser piores, o destino, ou Chris Uckermann, provava que estava enganada.
— Sabe que a trarei de volta o mais depressa possível, mas precisamos de uma declaração de custódia assinada por Anahi e um atestado médico. Pode conseguir esses documentos com ela?
— Não esqueça a certidão de nascimento — Dulce interferiu.
— Ah, sim, e uma cópia da certidão de nascimento. Mande-me os documentos por fax assim que os conseguir, certo? Caso contrário, eles mandarão sua filha para um abrigo definitivo e vocês terão de brigar muito para recuperá-la. Sim, Alfonso. Não se preocupe. É claro que cuidarei de tudo. Mas trate de voltar para casa o mais depressa que puder. Até logo. — Chris desligou o telefone e virou-se para Dulce. — Vá se vestir. Temos uma centena de coisas para providenciar antes da volta de Toni. E espero que ela esteja de volta ainda esta noite.
A primeira prioridade era transferir suas coisas para o apartamento de Chris. Assim que esvaziaram seus armários e transferiram roupas, sapatos e objetos pessoais para o porta-malas do carro, ele anunciou a segunda tarefa: obter uma licença de casamento.
— Só preciso verificar se as janelas estão bem fechadas — ela disse, voltando ao apartamento.
Estava quase saindo quando se lembrou de verificar a secretária eletrônica. O primeiro recado era de seu pai. Ele dizia ter uma surpresa e pedia que entrasse em contato o mais depressa possível. Por maior que fosse a curiosidade, teria de esperar até que a situação voltasse ao normal. O segundo recado não era exatamente um recado, mas a conversa ridícula que mantivera com o fictício William. Nervosa adiantou a fita até a mensagem seguinte e, horrorizada, reconheceu a voz de Chris.
— Ora, ora... Que interessante...
Como pudera ser tão tola? Ele acionara a tecla de rediscagem do aparelho do escritório e descobrira para onde havia telefonado minutos antes! O que significava que agora tinha certeza de que seu noivado era uma farsa.
Por isso questionara a existência de obstáculos. Com o fracasso do disfarce e a certeza da inexistência de William, Chris devia ter imaginado que o caminho para a sedução estava livre.
— Dulce! — Ele chamou, buzinando com paciência. Inútil adiar o confronto. Melhor enfrentá-lo com o que ainda lhe restava de dignidade e torcer para que essas semanas passassem depressa. Talvez fosse melhor fingir que não escutara os recados e...
— Por que está demorando tanto? — Ele perguntou da porta. Tarde demais. Um olhar para seu rosto ruborizado e Chris deduziu que estivera ouvindo os recados.
— Esqueceu de dizer alguma coisa? — Ele perguntou.
— Não... nada. Podemos ir?
— Não enquanto não admitir que não existe nenhum William.
— É claro que existe um William. O que não existe é um noivado entre ele e eu — ela concluiu, saindo sem olhar para trás.
Chris a seguiu às gargalhadas.
As horas seguintes voaram. Depois de tomar todas as providências para um casamento de emergência, caso fosse necessário, Chris comprou uma aliança para Dulce, ignorando seus protestos veementes.
— Não tenho tempo para discutir esse assunto — ele afirmou impaciente. — Já fingiu ser noiva durante onze meses, e agora vai fingir que é casada. Qual é a diferença?
Reconhecendo que qualquer argumento seria inútil, ela o acompanhou de volta ao apartamento, onde a assistente social os encontraria por volta do meio-dia. Cinco minutos antes do horário combinado, Dulce terminou de guardar seus objetos pessoais no armário e foi juntar-se a Chris na sala, onde ele já se preparava para abrir a porta.
A Sra. Cartwright era uma profissional séria e agradável, e Chris precisou de exatamente três minutos para envolvê-la com seu charme, apesar dela estar em torno dos quarenta anos de idade e ser evidentemente madura e experiente.
No primeiro minuto trocaram cartões e nomes. Chris apresentou Dulce como sua esposa e agradeceu a Sra. Cartwright por ter encontrado tempo para ir visitá-los, apesar de sua agenda cheia.
No segundo minuto ele disparou uma infinidade de perguntas sobre o bem estar de Toni.
No terceiro minuto ele relaxou, desculpou-se pela ansiedade e ofereceu um de seus mais radiantes sorrisos.
— Como já deve ter compreendido, Toni faz parte da família. Diga-me o que devo fazer para tê-la comigo até que seus pais retornem da Itália, e eu farei. Qualquer coisa.
— Por favor, Sr. Uckermann, entenda que não estamos tentando separar sua família. Só queremos o que é melhor para a criança.
— Então partilhamos o mesmo objetivo. Vai acabar compreendendo que o melhor para Toni é voltar para junto de seus familiares. Deixe-me mostrar o apartamento enquanto falamos sobre isso.
A Sra. Cartwright inspecionou cada centímetro do apartamento com atenção irritante.
— É um lindo quarto — disse, sorrindo ao ver os brinquedos perto do berço de Toni. — Fez tudo isso só para hospedar sua sobrinha?
— Bem, na verdade espero lhe dar primos em breve.
— Vejo que são recém-casados — ela deduziu, sorrindo para Dulce. — O oficial Hatcher referiu-se à noiva do Sr. Uckermann em seu relatório. Casaram-se recentemente?
— Há pouquíssimo tempo — Chris respondeu.
A assistente social fez uma anotação rápida em sua prancheta.
— É bom saber disso — comentou. — Não costumo aprovar um lar onde os principais responsáveis pela criança não são legalmente casados. E quem ficaria com Toni durante o dia?
— Nós dois. Fiz alguns arranjos para trabalhar no escritório do apartamento até meu irmão e a esposa retornarem.
— Esposa? Pensei que Anahi Portillo fosse mãe solteira. Na verdade, fiquei preocupada quando soube que havia dito à polícia que seu irmão era casado com ela para depois confessar que havia mentido.
Uma variedade de emoções passou pelo rosto de Chris. Frustração, Raiva, e finalmente resignação.
— Para ser honesto, Sra. Cartwright, teria dito qualquer coisa para manter Toni com a família. Sei que é uma terrível admissão, mas meu irmão confiou a filha aos meus cuidados, e não queria desapontá-lo.
— Entendo seus sentimentos, mas insisto na necessidade da mais absoluta honestidade de agora em diante. Mentir para a polícia ou para o serviço social é uma ofensa grave. Se descobrirmos outras... discrepâncias desse momento em diante, não terá nenhuma chance de cuidar de sua sobrinha, nem de imediato, nem futuramente. Estamos entendidos?
Dulce sentia-se prestes a desmaiar de medo e vergonha, mas Chris enfrentava a situação sem perder a pose.
— Sim, Sra. Cartwright.
— Ótimo. Também estou preocupada com a mãe dessa criança.
— Anahi é jovem, inconseqüente... Teve um filho fora do casamento, algo que a família e a religião condenam, e recentemente soube que a mãe estava às portas da morte. Ela não teve outra alternativa senão deixar a filha com meu irmão.
— Mas ele também deixou o bebê.
— Aos meus cuidados. Sou o mais velho, e todos os irmãos recorrem a mim quando precisam de ajuda. Tenho certeza de que eles se casarão e esclarecerão toda essa confusão em breve. Se o serviço social quer investigar minha vida para ter certeza de que sou um guardião temporário adequado para a criança, que investiguem. Se quiserem acampar na minha porta para manter-me sob vigilância constante, não me importo. A única coisa que quero é cuidar de Toni até meu irmão voltar da Itália.
— Defendeu seu ponto de vista com eloqüência, Sr. Uckermann.
— Era essa minha intenção.
— Muito bem. ainda tenho de fazer alguma investigação de rotina sobre sua situação. Seria útil se pudesse fornecer referências financeiras e pessoais.
— Isso é fácil. Mais alguma coisa?
— Também seria ótimo se pudesse me entregar uma carta de consentimento da mãe, uma cópia da certidão de nascimento do bebê e um atestado médico até o final do dia. Se conseguir reunir todos esses documentos, recomendarei que a custódia de Toni lhe seja entregue.
— E ela voltará para casa ainda esta noite?
— Farei o possível — ela sorriu. — Sabe que esse caso não será encerrado com a volta de Anahi Portillo, não é? Aos olhos da lei, ela abandonou a filha, e isso é algo que as autoridades não aprovam.
— Ela terá todo o apoio da família Uckermann. E o do marido, também.
— Para o bem dela, espero que esteja certo.
Alguns minutos mais tarde a Sra. Cartwright partiu e Chris abraçou Dulce, tirando-a do chão e girando como um maluco.
— Conseguimos! — Anunciou eufórico, antes de colocá-la no chão. — Não disse que tudo acabaria bem?
— Sim, você disse — Dulce murmurou, apoiando-se em seus ombros.
Mas não sentia a mesma confiança. As mentiras aumentavam a cada hora, bem como seu compromisso com Chris e o bebê. Como poderia encarar Dom e afirmar que cumprira sua parte no acordo, se estava cada vez mais envolvida com Toni? Toni! E Chris? Tinha de admitir que estava mais envolvida com ele do que jamais estivera com outro homem!
Se não saísse dessa situação rapidamente, perderia tudo... A Baby Dream, para começar, e seu coração.
Autor(a): moonstarwebs
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Toni voltou naquela noite, são e salva, e todos os irmãos de Chris reuniram-se no apartamento para comemorar seu retorno. O jantar foi uma ocasião festiva e barulhenta, e a pequena divertia-se muito com os tios. Os problemas só começaram quando os convidados já estavam se preparando para partir. — Isso tudo &ea ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 8
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paulinha Postado em 05/07/2008 - 15:33:20
vem k, vc n tem amor a vida n ne? so pode, é capaz de vc acordar de noite com alguem puxando seu pé, mas n se assuste n, vai ser eu kerendo saber a continuaçao da web. se n kiser q isso acontess, é bom vc poxtar, se n vai ser uma pessoa MORTAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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paulinha Postado em 04/07/2008 - 20:21:54
pelo love de God, da pra poxtar logo, ou vc que q eu tenha um infarto precosse?
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paulinha Postado em 03/07/2008 - 19:32:36
ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, tú q me dexa lok ne? pq tu fica 2 dias sem poxtar e eu fico quase careca. pelo amor de Deus, poxta logoooooooooooooooooooo.
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paulinha Postado em 02/07/2008 - 16:29:26
ah, ja ia me esquecendo! continua q a web ta super Fashion! estou esperando ansiosa pelo resto.
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paulinha Postado em 02/07/2008 - 16:27:59
ai desculpa n ter comentado antes. mas é q o cp deu uma doida e eu n consegui fazer o login. mas eu to acompanhando a web desde o seu nascimento.
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gabybrody Postado em 22/06/2008 - 18:00:58
Amo essa web!!!!
É perfeita!
Posta mais!!!!!!!!
Bjos! -
gabybrody Postado em 15/06/2008 - 17:09:47
AMEI!!!!
Posta Mais!!!
Bjos! -
ardillita Postado em 12/06/2008 - 20:44:56
mais uma linda WN sua!!!
Ameeiiii!!!
++++++++++++++++++!!!