Fanfic: .~Uma Chance para Recomeçar

21°
Capítulo: O que o futuro nos reserva.

Sexta feira, 04 de
Junho de 2010.

Maite (http://picasaweb.google.com/lh/photo/_2wSSw9JBoGNJmd6urbTLw?feat=directlink,
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foi até a casa dos pais aquela noite disposta a contar sobre sua doença.
Alexandre a acompanhava.

-Não consigo fazer isso. –o olhou com os olhos
arregalados.

Alexandre a olhou.

-Mai, você precisa fazer isso. Há um ano você esconde
isso deles, mas agora a situação mudou e é justo que seus pais saibam.

Ela assentiu respirando fundo.

-Vai estar comigo?

Ele sorriu de canto pegando a mão dela na sua.

-Jamais vou te deixar. –prometeu encarando-a nos olhos.
–Nem se você me mandar embora.

Ela soltou uma risadinha sentindo o pavor tomar conta de
si. Sem dar de tempo de ela ter uma crise de pânico, Alexandre desceu do carro
(http://picasaweb.google.com/lh/photo/wss-264tfpIf5T1AcsxDeA?feat=directlink)
e deu a volta no automóvel abrindo a porta para ela. Maite soltou o ar e desceu
do carro, apertando as mãos de nervoso.

Letícia os recebeu na porta.

-Filha. –abraçou Maite.

-Oi mãe. –ela forçou um sorriso.

-Alex, querido. –Letícia o cumprimentou com um beijo no
rosto. –Quanto tempo.

-O papai já chegou do trabalho? –Maite perguntou
colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha.

-Sim, está no escritório.

-Ótimo. Pode chamá-lo mãe, por favor? Quero conversar com
vocês.

Letícia assentiu percebendo o nervosismo da filha. Logo
os quatros estavam reunidos na sala de estar. Alexandre e Maite sentados em um
sofá de frente para Junior e Letícia, que estavam em outro sofá.

-Sua mãe disse que você queria conversar com nós dois.
–Junior comentou observando a filha.

Ela assentiu com os olhos baixos. Sentindo todo o
nervosismo dela, Alexandre a tocou no braço.

-Força. –sussurrou.

Ela assentiu e ergueu os olhos, encarando os pais.

-Mãe, Pai... –começou. Sua voz tremeu. –Preciso contar
uma coisa.

Os pais assentiram prestante atenção. O queixo de Maite
tremeu enquanto lágrimas brilhavam em seus olhos.

-Estou doente. –ela murmurou com a voz embargada.

-Claro que está. –Letícia falou. –Você tem trabalhado
demais e eu sempre te alertei sobre isso. Você dá a sua vida pelos seus
pacientes Mai, mas nós vamos ao médico e tenho certeza de que tudo...

Maite a interrompeu.

-As coisas não são tão simples assim, mãe.

-O que há de errado? –Junior perguntou a testa franzida.

Ela fechou os olhos, engolindo em seco quando voltou a
abri-los, uma lágrima escorreu por sua bochecha.

-Tenho câncer. –sussurrou.

Junior piscou em choque enquanto Letícia arregalou os
olhos.

-Can... Câncer? –Junior gaguejou atordoado.

Com mais lágrimas a lhe molharem o rosto, Maite assentiu.

-Tenho... –se interrompeu engolindo o choro. Enxugou o
rosto com as mãos trêmulas. –Tenho leucemia.

-ESTÁ MENTINDO! –Letícia ergueu-se de súbito. –VOCÊ É
SAUDÁVEL! –gritou com lágrimas a lhe molharem o rosto. Levou a mão até o peito,
ofegante.

-Mãe. –Maite chamou erguendo-se. –Isso não tem a ver com
ser saudável ou não. Simplesmente acontece.

-Tem cura? –Junior sussurrou para Alexandre, que se
mantinha em silêncio.

Letícia desviou os olhos do rosto da filha, olhando o
jovem médico que os observava. Alexandre respirou fundo, sabendo que o pior
viria agora.

-As chances são poucas. –foi sincero.

Junior enterrou o rosto nas mãos enquanto Letícia puxou a
filha para seus braços, abraçando-a com força. Apertou os olhos enquanto
lágrimas molhavam seu rosto. Maite se apertou a mãe se permitindo chorar sem
reservas. Ela lutava contra aquela doença a pouco mais de ano e nunca se
permitira fraquejar ou ficar vulnerável, sempre se mantivera firme, mas sentia
medo. Muito medo. E depois de tanto tempo, era bom ter os pais para lhe
confortar e dar-lhe segurança, porque ela queria acreditar... Acreditar que sobreviveria
ao câncer.

x______x

Christian foi até a casa de Dulce aquela noite e a (http://picasaweb.google.com/lh/photo/5LMnVPYvaWnX1KjLRdKJtg?feat=directlink)
encontrou preparando o jantar com a ajuda de Liz.

-Olá Dulcita. –a cumprimentou com um beijo no rosto. 

-Tudo bem? –ela sorriu para ele. –Vem, entra.

Ele entrou e ela fechou a porta, ambos seguiram para a
cozinha.

-Olha só quem chegou filha! –anunciou animada.

Liz abriu um grande sorriso ao ver o tio.

-Tio Christian! –ficou de pé na cadeira e riu quando ele
a tomou num abraço apertado.

-Bonequinha. –deu um beijo apertado no rosto dela. –Você
está enorme hein?

-A mamãe disse que eu já sou uma moça. –contou orgulhosa.

Christian e Dulce trocaram um sorriso.

-E ela tem toda a razão. –beijou o rosto da menina mais
uma vez.

Logo Liz saiu para o banho deixando a mãe e Christian
para conversar.

-Vai ficar pra jantar não? –ela perguntou mexendo na
panela. –A comida está quase pronta e o Chris já deve estar chegando.

Ele sentou-se a observando com as sobrancelhas erguidas.

-A coisa está mais séria do que eu imaginava. –sorriu
divertido para ela.

Dulce deu uma risadinha, tirando os pratos de dentro do
armário.

-Não posso negar que está sendo melhor do que eu
imaginava. –sorriu de canto olhando-o. –Não sei... é fácil como respirar.

Christian avaliou-a por um momento.

-Está apaixonada. –constatou.

Dulce foi pega de surpresa pela constatação do amigo.

-Não estou. –baixou os olhos arrumando os pratos na mesa.

-Você nunca foi boa pra mentir. –ele riu.

Dulce soltou o ar, derrotada.

-Ok, está certo. Estou completamente apaixonada pelo
Christopher.

Christian franziu a testa, o sorriso sumindo de seu
rosto.

-Fala como se estar apaixonada fosse algo ruim.

-Vamos combinar que as minhas experiências amorosas, não
foram às melhores.

-Dul, você só namorou três caras durante a sua vida. –ele
protestou.

-E o único de quem eu realmente gostei, tirou a minha
virgindade e me abandonou grávida. –ergueu uma sobrancelha. –Já não é o
bastante?

Christian coçou a testa.

-Isso já tem muito tempo, nove anos já. Não acha que esta
na hora de abrir o coração de novo?

Ela mordeu o lábio, pensativa.

-Ai! Lá vem você confundir a minha cabeça. –resmungou
passando a mão pelo cabelo longo e solto jogando-o para trás.

x______x

Escondido próximo a entrada da cozinha, Christopher ouviu
o fim da conversa entre Dulce e Christian. Ouviu passos no corredor e rápido,
fez sinal de silêncio para Liz. Na ponta dos pés voltou até a porta e a abriu,
batendo-a em seguida. Liz olhava a tudo com a testa franzida, sem entender
nada.

-Dul? –chamou em voz alta.

-Aqui na cozinha! –ela respondeu. –Esse assunto morreu
aqui. –ela sussurrou para Christian terminando de arrumar a mesa.

O amigo caiu na risada.

Enquanto isso, Christopher pegou Liz no colo beijando-a
no rosto.

-Você não viu nada. –sussurrou no ouvido dela e a
garotinha assentiu.

Seguiram até a cozinha onde encontrou Christian sentado
enquanto Dulce servia a comida.

-E aí cara. –cumprimentou Christian após deixar Liz no
chão. –Oi amor. –inclinou o rosto beijando-a.

Dulce foi pega de surpresa pelo “amor”, Christopher nunca
a chamara assim. Mas apesar de ser estranho, lhe agradou.

-Oi. –sorriu para ele.

x______x

Poncho chegou em casa em seu horário habitual e estranhou
ao encontrar a residência silenciosa.

-Lice? –chamou trancando a porta.

Mas não houve resposta. Ele franziu a testa e saiu
andando pela casa, um som baixo vindo da sala lhe chamou a atenção. Caminhou
até lá e encontrou Alice (http://picasaweb.google.com/lh/photo/t13RXlld0e7tgg-rz5ey9Q?feat=directlink)
adormecida no sofá com a televisão ligada. Sorriu de canto enquanto deixava a
maleta no outro sofá e em silêncio, desligou a televisão aproximando-se dela em
seguida. Sabia que deveria levá-la para a cama, mas Alice parecia tão relaxada
e tranqüila, que ele não queria perturbar seu sono. Ela mexeu-se no sofá e tal
ato fez sua blusa subir, revelando o ventre dilatado. Cuidadoso levou a mão até
o ventre da esposa e seu sorriso aumentou ao sentir um movimento da filha sob
sua mão, e em como em todas as vezes que sentia a filha, Poncho pensou no bebê
que Anahí carregava em seu ventre.

-Está tudo bem? –Alice perguntou num sussurro com os
olhos pequenos de sono.

Surpreso, ele desviou os olhos para ela e se obrigou a
sorrir.

-Está sim. –curvou-se a beijando de leve. –Desculpe se te
acordei.

Alice balançou a cabeça sentindo-se sonolenta.

-Já estava na hora de eu acordar, passei a tarde toda
dormindo.

Ele franziu a testa.

-Não foi trabalhar? –estranhou.

Alice mordeu a língua sabendo que havia falado demais.
Poncho não sabia que ela estava afastada no trabalho por causa da gravidez.

-Fui, mas saí cedo. Não estava muito bem. –mentiu.

-Algum problema?

Ela novamente balançou a cabeça.

-É só cansaço. Tenho me sentido exausta ultimamente. –foi
sincera.

Ele acariciou o rosto dela, a expressão preocupada.

-Temos que falar com a Marichelo sobre isso.

-Não é necessário. –ela tentou sorrir para
tranqüilizá-lo. –Nós duas estamos bem. –garantiu.

Ele a olhou por um momento e acabou sorrindo enquanto se
curvava e a beijava na testa.

-Janta comigo?

Alice assentiu erguendo-se do sofá com a ajuda do marido.

x______x

-Então quer dizer que você vai pra Itália? –Dulce
perguntou dando um pequeno gole no vinho.

Christian assentiu deixando sua taça de lado.

-Sim, provavelmente. Recebi o convite há alguns meses e
acho que esse é um bom momento pra aceitar.

-Onde vai ficar? –Christopher perguntou.

-Veneza, se não me engano.

-Bom, se decidir visitar Verona, tenho um chalé lá. Posso
emprestar, sem problema algum. –ele ofereceu.

-Valeu cara. –agradeceu sincero.

Dulce sorriu para o namorado e esticou o rosto beijando-o
no pescoço. Christopher a olhou, sorrindo em sua direção. E foi vendo a troca
de olhares entre eles que Christian teve a certeza de que Christopher também
estava apaixonado por Dulce e talvez, já a amasse. Sorriu para si contente pela
amiga, pois conhecia Dulce há tempos e sabia como ninguém, o quanto ela merecia
ser feliz.

x______x

Sábado, 05 de Junho
de 2010.

Alice (http://picasaweb.google.com/lh/photo/1OXKuGYY9c8qPnYJhWbaCg?feat=directlink)
despertou no meio da madrugada sentindo-se zonza e fraca. Sentia calafrios e
suas mãos tremiam, respirou fundo sentando-se e acendendo a luz do abajur na
mesa de cabeceira ao seu lado. Fechou os olhos enquanto apertava as mãos contra
a barriga, gemeu de dor.

-Poncho. –chamou com a voz rouca. –Poncho. –voltou a
chamar abrindo os olhos e olhando o marido adormecido ao seu lado.

Voltou a gemer e uma úmida entre as pernas despertou-lhe
a atenção. Franziu a testa enquanto levava uma mão até o meio das pernas,
arregalou os olhos horrorizada quando recolheu a mão e viu a ponta de seus
dedos sujas de sangue.  

-Poncho! –chamou mais alto.

Ele despertou no mesmo instante sentando-se na cama
assustado.

-O que foi? -olhou a esposa com os olhos arregalados.

Em pânico, Alice nada conseguiu dizer apenas baixou os
olhos para sua mão e Poncho fez o mesmo, sentindo o coração falhar uma batida
quando viu a mão de Alice suja de sangue.

-Me ajuda. –ela conseguiu implorar num sussurro quase
inaudível.

 x______x

Acompanhada
de William, Anahí (http://picasaweb.google.com/lh/photo/Y6k_coKnwyUVZTiSQ-Tz1w?feat=directlink) saiu para tomar o café da manhã.

-Minha mãe
me ligou ontem de novo. –ela comentou. -Me pressionando de novo pra voltar pra casa.

-Você já é
uma mulher, não precisa fazer o que sua mãe manda. –William opinou com a testa
franzida.

Ela deu uma
risadinha.

-Mas ela
está certa. Já estou aqui há quase um mês e por mais que eu queira adiar, tenho
que voltar pra casa. Preciso arrumar um emprego, encontrar um lugar pra morar e
o principal de tudo, me preparar pra chegada do bebê.

William
segurou a mão dela por cima da mesa.

-Sabe que
por mim, você ficaria aqui. Adoraria tê-la como minha hóspede e ao bebê também.

Ela sorriu
para ele.

-Obrigada,
de verdade. Mas preciso parar de fugir e voltar pra realidade, e a minha está
no México. –sorriu para ele.

-Sabe que
se quiser voltar, será sempre muito bem vinda em minha casa. –ele insistiu
apertando os dedos dela entre os seus. Sorria para ela.

Anahí nada
disse apenas lhe sorriu.

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Poncho
parou o carro em frente ao hospital e saltou do automóvel, indo ajudar a esposa
que sangrava no banco do passageiro.

-Poncho.
–ela chorava.

-Fica
calma, vai ficar tudo bem. –ele sussurrou para ela beijando-a na testa.

Naquele
momento, dois enfermeiros e Marichelo se aproximaram apressados com uma cadeira
de rodas. Poncho passou o braço por baixo dos joelhos de Alice erguendo-a em
seu colo, com cuidado colocou a esposa na cadeira.

-Vai dar
tudo certo amor.

Com o rosto
molhado de lágrimas, ela assentiu.

-Eu te amo.
–ela sussurrou.

Ele se curvou
beijando-a rapidamente nos lábios e então, a equipe médica não perdeu tempo levando
Alice às pressas.

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