Fanfic: .~Uma Chance para Recomeçar

23°
Capítulo: Nem sempre se tem o que se quer.

Domingo, 06 de
Junho de 2010.

Christopher e Dulce (http://picasaweb.google.com/lh/photo/QBv3qA3-xbBVDAzMxJianA?feat=directlink)
aproveitaram à tarde de domingo para levar Liz para passear e diante da escolha
da menina, foram até o shopping.

-Já sabe qual filme quer assistir? –Christopher perguntou
a Liz fechando a porta do carro (http://picasaweb.google.com/lh/photo/Qg-6XfOF7BCPsJ1Q2Q4gOQ?feat=directlink).

-Quero assistir Príncipe da Pérsia. O Tomi assistiu e
disse que é muito legal. –a menina animou-se. –Podemos mãe?

-Vamos ver a classificação primeiro. –Dulce segurou a mão
da filha.

-Quem é Tomi? –Christopher perguntou após eles entrarem
no elevador.

-Na verdade, o nome dele é Tomás e ele é meu melhor
amigo. –Liz abriu um grande sorriso para ele.

Christopher assentiu em silêncio. Logo eles desceram no
andar desejado e Liz saiu andando na frente, com o casal de olho nela.

-O melhor amigo dela é um garoto? –Christopher perguntou
com a testa franzida passando o braço ao redor da cintura de Dulce.

Dulce assentiu com os olhos na filha.

-Eles estudam juntos.

-Mas tem certeza de que ele é confiável? –ele insistiu.

Dulce desviou os olhos da filha e olhou para Christopher,
caindo na risada em seguida.

-Christopher, por Deus! –ela ria. –São crianças, eles têm
apenas oito anos. O que podem fazer de errado?

-Eu já tive oito anos e nessa época, tinha muita
curiosidade. Vai que esse decide brincar de médico com ela?

-Ai minha santa. –Dulce cobriu o rosto com a mão rindo.

-Estou falando sério!

Dulce ergueu o rosto para ele.

-Amor, o Tomás é um garoto adorável. –sorriu para ele.
–Não precisa se preocupar.

-Mãe! –foram interrompidos por Liz.

-Isso é o que nós veremos. –ele murmurou antes deles
chegarem perto da menina.

Dulce balançou a cabeça, rindo novamente.

-O que foi filha? –perguntou quando ela e Christopher
chegaram perto de Liz.

-Posso levar um presente pra Dinda?

-Claro que pode, bebê. –Dulce sorriu para a filha.

-Oba! –a garotinha comemorou já entrando na loja.

O casal riu e a seguiu.

x______x

-O que foi amor? –Alexandre abraçou Lali por trás,
beijando-a no ombro. –Está quietinha hoje. –comentou olhando-a pelo reflexo do
espelho.

Ela (http://picasaweb.google.com/lh/photo/HvnlW2Uw5pbgjB-jVqjAzw?feat=directlink)
sorriu de leve balançando a cabeça.

-Não é nada não. –assegurou. –Estou apenas com dor de
cabeça. –mentiu.

-Certeza? –ele desconfiou.

-Uhum. –ela assentiu virando-se e ficando de frente para
ele. –Você me ama? –perguntou num murmúrio abraçando-o pelo pescoço.

-Claro que sim. –sorriu olhando-a nos olhos. –E você, me
ama? –levou uma mão até o rosto dela, acariciando.

Alexandre viu o queixo dela tremer.

-Sim. –ela sussurrou abrindo um sorriso trêmulo.

Alexandre baixou o rosto tomando os lábios dela nos seus
e Lali se abraçou mais a ele.

x______x

-Por mais quanto tempo vou ter que continuar internada?
–Alice questionou sentada na cama com uma bandeja a sua frente. Comia o jantar.

-Marichelo ainda não decidiu. –Poncho estava ao lado
dela. –Mas mesmo que você tenha alta logo vai ter que ficar de repouso absoluto
em casa.

Alice fez uma careta enquanto tomava um gole do suco de
uva.

-Qualquer coisa é melhor que isso. Não agüento mais ficar
no hospital. –reclamou.

Poncho deu uma risadinha.

-Vou falar com a Marichelo e vejo o que posso fazer, sim?

Ela o olho, um sorriso agradecido nos lábios.

-Te amo. –riu se inclinando para beijá-lo.

Poncho sorriu, mas não respondeu.

-Sabe de quem estou sentindo falta? –ela comentou
voltando a comer.

-De quem? –ele franziu a testa encostando-se nos
travesseiros.

-Da Annie. –distraída não viu a mudança na expressão de
Poncho ao ouvir o nome da ex.

-Por quê? –ele perguntou disfarçando.

-Ah amor. –ela deu os ombros. –Ela sumiu há semanas e
nenhuma vez ligou pra dar noticias.

-Ela deve ter um bom motivo. –ele tentou passando a mão
pelas costas dela.

Alice nada disse e continuou a comer seu jantar.

x______x

Dulce destrancou a porta e Christopher entrou trazendo
uma Liz adormecida em seus braços, o casal seguiu direto para o quarto onde
Christopher a deixou e saiu em seguida para que Dulce trocasse a roupa da
pequena.

-Acordou? –ele perguntou quando ela apareceu no quarto,
descalça.

-Nem se mexeu. –ela deitou-se ao lado dele.

-Ela realmente desligou da tomada. –Christopher riu.

Dulce deu uma risadinha e virou-se de lado, apoiando-se
num braço e encarando-o.

-Não te incomoda?

Ele a olhou franzindo a testa.

-O quê?

-Isso tudo. Choro, birras, ter que acordar no meio da
madrugada com ela invadindo a cama… Isso não tem incomoda?

Embora estivesse surpreso com a pergunta dela,
Christopher sabia o quanto a sua resposta significaria para Dulce.

-Realmente não. –foi sincero.

-Nenhuma vez? –ela insistiu.

-Admito que no começo estranhei, mas achar ruim? Nunca.

Dulce assentiu em silêncio.

-Por que essa pergunta agora? –ele questionou tocando o
cabelo dela.

Ela deu os ombros.

-As coisas entre nós parecem estar tomando um rumo mais
sério a cada dia que passa e eu queria saber como você se sente em relação à
Liz, afinal de contas, ela não é sua filha e isso pode incomodar alguns homens.
–explicou.

-Incomodava o Scott? –ele continuava com a testa
franzida.

-Algumas vezes. –ela era igualmente sincera. –Lucas
sempre foi bom pra nós duas, mas jamais viu a Liz como filha dele. Acho que ela
sempre o lembrou do… passado. –hesitou na ultima palavra.

-Está dizendo que ela sempre o lembrou do homem que te
engravidou. –não foi uma pergunta.

Ela novamente assentiu, quieta.

-Por que você nunca fala dele Dul?

-Não tem nada pra falar. –ela baixou os olhos. –Ele
apareceu na minha vida, me iludiu e me fez entregar minha virgindade, depois
sumiu no mundo me deixando grávida.

 -Você nunca foi
atrás dele?

-Na época, o meu pai até o procurou para obrigá-lo a
assumir as responsabilidades, mas não o encontrou. E eu também nunca fui atrás
porque ele sabia que eu estava grávida e se quisesse ter algum contato, teria
nos procurado.

-A Liz nunca quis que você o procurasse?

-Não. Quando era novinha, começou a perguntar dele e
sempre tentei ser honesta sobre esse assunto. Claro que nunca contei tudo, com
todos os detalhes, mas ela entende que ele nos deixou. –a voz dela tremeu.

Christopher ficou olhando-a por alguns segundos e viu nos
olhos dela uma magoa profunda, uma dor que estivera ali por muitos anos. Dulce
era uma mulher maltratada pela vida e fosse quem fosse William havia sido o
primeiro a destruir o coração dela. Para Christopher, era claro que Dulce ainda
não se recuperara totalmente do desastre deixado pelo pai de sua filha.

x______x

Segunda feira, 07
de Junho de 2010.

Anahí (http://picasaweb.google.com/lh/photo/yVsr4ksihthdUAlCZQrgMA?feat=directlink)
saiu do elevador e seguiu pelo corredor claro parando em frente ao quarto
indicado pela recepcionista. Hesitou pensando mais uma vez que talvez não
tivesse sido uma boa idéia retornar de forma tão impulsiva, mas após a ligação
de Marichelo contando a situação de Alice ela não raciocinara direito, pegando
o primeiro vôo disponível, mas havia sido justamente dentro do avião que ela
dera-se conta do que estava fazendo. Soltou o ar erguendo a mão e dando leves
batidas na porta, ouviu a voz de Alice autorizando sua entrada. Esboçou seu
melhor sorriso e abriu a porta, colocando apenas a cabeça para dentro.

-Olá barrigudinha! –saudou.

Alice, que estava deitada assistindo televisão, sentou-se
no mesmo instante.

-Annie! –surpreendeu-se.

Mantendo o sorriso, ela adentrou no quarto e foi até
Alice, cumprimentando-a com um forte abraço.

-Que susto me deu hein? –Anahí a repreendeu com leveza,
afastando-se. –Quando soube, peguei o primeiro avião pra cá.

-Nem me fala, mas pelo menos serviu para alguma coisa
não? Você está de volta.

-Lice… –foi interrompida.

-O que aconteceu pra você sumir assim? –ela franziu a
testa chateada. –Poxa Annie, você não ligou nenhuma vez. Desapareceu por dias e
depois saiu do país sem falar com ninguém, o que aconteceu pra você fazer isso?

Anahí observou a outra em silêncio por alguns segundos e
sentou-se na cama, de frente para Alice.

-Peço desculpas por te deixar preocupada, mas eu… Eu
precisava desse tempo Lice.

Preocupada, Alice tomou as mãos dela nas suas.

-O que houve?

Anahí balançou a cabeça, aquilo estava sendo pior do que
imaginava.

-Agora não é o momento para isso. Você precisa repousar e
ficar tranqüila. –desviou os olhos.

-Não, não você vai me dizer o que houve. –Alice teimou
balançando a cabeça.

Anahí ergueu-se da cama.

-Preciso ir. –murmurou pegando a bolsa (http://picasaweb.google.com/lh/photo/UPoq4jmPRnoi1SWBnwPWZQ?feat=directlink)
que deixara ali perto. –Fique bem e descanse sim? –abriu um sorriso trêmulo na
direção de Alice e acenou, saindo do quarto.

Alice permaneceu sentada na cama, frustrada por não saber
o que se passava.

Anahí fechou a porta do quarto e encostou-se na mesma,
soltando o ar. Com as mãos trêmulas, voltou a colocar a bolsa no ombro pronta
para sair dali o mais rápido possível. Caminhou até os elevadores e apertou o
botão, aguardando. Poucos segundos depois o elevador parou e as portas se abriram
e o que Anahí viu, quase a fez desmaiar.

-Annie? –Poncho piscou, surpreso por vê-la ali.

Estarrecida, ela deu um passo para trás.

-Não… Não sabia que havia voltado. –ele gaguejou saindo
do elevador e parando na frente dela.

Anahí continuava sem nada dizer, sua voz parecia ter
sumido.

-Filha?

Os dois que se encaravam viraram o rosto no mesmo momento
vendo Marichelo aproximar-se deles em passos rápidos.

-Pela cara de vocês, acabaram de se encontrar. –ela
deduziu observando-os.

Anahí engoliu em seco.

-Sim. –pigarreou disfarçando. –Mãe, depois a gente se
fala sim? –afastou-se deles indo em direção ao elevador. Apertou o botão. –Foi
bom te ver Poncho. –murmurou após um momento olhando-o por cima do ombro.

 Poncho e Marichelo
trocaram um olhar.

-Annie. –chamou.

Ela engoliu em seco mais uma vez e olhou-o novamente.

-Precisamos conversar. –ele murmurou.

Ela franziu a testa.

-Sobre?

Poncho não respondeu, mas seus olhos responderam por si
quando descaram para o ventre dela e fixaram-se ali. Anahí levou apenas um
segundo para compreender.

-O… quê? Não! –seus olhos disparam para a mãe. –Vo… Você
contou?

Marichelo balançou a cabeça.

-Embora fosse o meu desejo, jamais quebraria uma promessa
feita a você querida. –ela falou calma.

Anahí duvidou por um instante, mas Marichelo estava sendo
sincera.

-Então, quem foi? Não é possível que você saiba uma coisa
que apenas minha… Mauro!

x______x

Christopher ergueu-se da cama e seguiu direto para o
banheiro, onde encontrou Dulce (http://picasaweb.google.com/lh/photo/2yF4yX0hAhEjLNnfYnWXPg?feat=directlink)
de banho tomado passando seus inúmeros cremes no rosto.

-Bom dia amor. –murmurou rouco.

-Bom dia. –ela sorriu de canto virando-se para beijá-lo
rapidamente.

-Acordou que horas? –Christopher perguntou após um
momento, já dentro do box. Ligou o chuveiro. –Geralmente sou eu que te acordo e
hoje você acordou antes de mim. –comentou.

Dulce levou alguns segundos para responder.

-Não dormi bem essa noite e quis me levantar antes que
acabasse acordando você. Não sei como não acordou comigo mexendo na cama.

Ele franziu a testa tirando o xampu.

-Por que não dormiu direito?

Ela deu os ombros.

-Tinha muitas coisas na cabeça e acabei não conseguindo
dormir.

O silêncio seguiu entre eles até que Christopher saiu do
banho e secou-se, vestindo seu roupão em seguida.

-Vem cá. –a pegou pela cintura de uma só vez puxando-a
para si.

Dulce ofegou com a ‘pegada’ repentina. Não houve tempo
para se recompor, pois em seguida, ele tomou seus lábios nos dele. Mesmo sem
entender a ação repentina, Dulce correspondeu e mal percebeu quando ele a
ergueu sob a pia do banheiro, o acolheu entre suas pernas e gemeu quando os
lábios dele desceram para seu pescoço enquanto suas mãos trabalhavam para
afastar o roupão, revelando a nudez dela. Depositando beijos no ombro dele,
Dulce afastou sem dificuldade o roupão dele, Christopher voltou para os lábios
dela.

-Te amo. –sussurrou contra os lábios de Dulce.

Embora estivesse com a mente nublada pelo prazer, Dulce
travou ao ouvir as palavras dele. E Christopher notou isso afastou o rosto
encontrando os olhos arregalados dela.

-O quê? –confuso franziu a testa.

Sem nada dizer, Dulce o afastou ficando de pé e vestindo
o roupão enquanto saía do banheiro em passos apressados. Christopher imitou o
gesto dela e seguiu-a até o quarto.

-O que eu fiz? –ele quis saber.

Dulce virou-se para ele.

-Você sabe o que fez! –acusou.

-Sim, eu disse que te amo. O que há de errado nisso?

-Tudo! Eu não faço isso.

-Dul, por que tudo isso? Eu disse que te amo, e se estou
falando isso é porque sei dos meus sentimentos.

-Não tem como você saber! Nós estamos juntos há apenas
dois meses.

-Está dizendo que não acredita em mim? –ele se chateou.

Ela cobriu o rosto com as mãos e soltou o ar com força. A
discussão foi interrompida por leves batidas na porta.

-Mamãe? Chris?

Ouviram a voz de Liz.

-O que foi filha? –Dulce perguntou afastando as mãos da
face. Não olhou na direção de Christopher.

-O café da manhã já está pronto. –a pequena avisou.

-Nós já estamos indo querida. –foi Christopher quem
falou.

{Música de Fundo: http://www.youtube.com/watch?v=PqpiTc7gnsE}

Os dois ficaram em silêncio enquanto ouviam Liz se
afastar, quando já não ouviam a garotinha, Christopher voltou sua atenção para
Dulce.

-Não respondeu minha pergunta. –cobrou. –Você acredita ou
não no meu amor?

-É claro que acredito. –ela foi sincera. –Mas é cedo
Christopher.

Ele nada disse e permaneceu olhando-a por alguns
segundos, até que balançou a cabeça.

Eu
te desapontei ou te deixei triste?♫

-Chris. –ela franziu a testa.

Ele virou-se indo em direção ao closet.

-Esquece. –murmurou.

Eu deveria me sentir culpado ou deixar os juízes

desaprovarem?♫

Ela fechou os olhos lamentando em silêncio por não conseguir dizer as mesmas palavras para
ele.

x______x

-Não sei porque temos que conversar. –Anahí murmurou
deixando a bolsa sobre a mesa de Marichelo e cruzando os braços.

-É necessário Annie. Temos que falar sobre o nosso filho.
–ele fechou a porta e encaminhou-se para próximo dela.

Ela olhou-o, sentindo o coração doer diante das palavras
dele.

-Está errado Poncho, esse filho é só meu.

Poncho franziu a testa.

-O que disse?

Ela engoliu em seco, sentindo os olhos arderem.

-Isso mesmo que ouviu. Não quero que você tenha contato
algum com meu filho. –foi dura em suas palavras, embora estas mesmas lhe
partissem o coração.

Poncho precisou de alguns segundos para absorver as
palavras.

Porque eu vi o fim antes de começarmos, sim, eu vi, você
estava enganada e eu sabia, eu havia ganho.

Então eu peguei o que é meu por direito eterno

Peguei sua alma durante a noite

E talvez isso tenha acabado, mas não vai parar aí

Eu estou aqui por você, se você apenas
se importar♫

-Enlouqueceu Anahí? –a expressão dele antes calma naquele
momento era zangada. –Esse bebê de você é tão seu quanto meu, nós o fizemos
juntos! E pode ir tirando esse pensamento absurdo da sua cabeça, porque JAMAIS
vou permitir que me afaste do meu filho. –irritou-se.

Anahí encolheu-se com as palavras dele. Uma lágrima
escapou e ela apressou-se em enxugá-la.

-Me parte o coração fazer isso, acredite em mim, mas é
necessário Poncho. –a voz dela estava embargada. –Você está casado com a Alice
e vão ter um bebê e… –interrompeu-se, engolindo o choro. –Eu não vou destruir a
sua família. –mais uma lágrima
escapou.  

Você tocou meu coração, tocou minha alma.

Você mudou minha vida e meus objetivos

E o amor é cego e eu soube disso quando

Meu coração foi cegado por você♫

Poncho viu a luta que ela travava consigo mesma para
segurar o choro, podia ver a fragilidade nos olhos dela. E isso lhe doeu, doía
saber que era ele que estava causando
dor a Anahí. Em duas passadas rompeu o pequeno espaço que os separava.

-Você não vai destruir nada. –a voz dele era suave. –Porque
as coisas entre eu e a Alice já terminaram.

Ela balançou a cabeça, fechando os olhos.

-Não. –sussurrou.

Poncho pegou as mãos dela nas suas e levou-as até seu
peito.

-Eu te amo e quero que sejamos uma família; eu, você e o
nosso bebê. –murmurou com ansiedade.

Lágrimas molharam o rosto dela.

-Para. –implorou mortificada. –Para, por favor.
–sussurrou apoiando a testa no peito dele.

Beijei seus lábios e segurei sua cabeça.

Compartilhei seus sonhos e a sua cama.

Te conheço bem, conheço o seu cheiro.

Eu estive viciado em você♫

Ao senti-la tão próximo de si e tão frágil, Poncho não
resistiu e a abraçou. Envolvendo-a com força entre seus braços, sentindo aquele
perfume tão feminino dela, beijando os fios macios com o cheiro conhecido de
morango. Apertou os olhos.

Senti-lo tão próximo de si fez a dor no coração de Anahí
aumentar. Sentir aqueles braços fortes e protetores lhe envolvendo e saber que
eles não lhe pertenciam era doloroso e doía ainda mais saber que seu filho não
conheceria a proteção dos braços de um pai.

Adeus meu Amor.

Adeus minha amiga.

Você tem sido a única

Você tem sido a única para mim♫

-Nós não podemos fazer isso. –ela murmurou saindo dos
braços dele. Fungou, enxugando as lagrimas. Olhou na direção de Poncho. –Você
está casado com a Alice e o seu lugar… –sua voz falhou. –O seu lugar é ao lado
dela.   

Ele abriu a boca para protestar, mas ela o impediu.

-Não diga que não a ama porque eu sei que está mentindo.
–enxugou novas lágrimas. –Vejo nos seus olhos. –soluçou enxugando novamente o
rosto. Aproximou-se dele, tocando seu rosto com carinho. –Vai poder vê-lo
sempre quiser. –murmurou chorando. -Não é justo que você abandone a sua família
por minha causa, eu vou ficar bem. –tirou a mão do rosto dele levando-a até o
ventre. –Nós vamos ficar bem sozinhos. –abriu um sorriso trêmulo na direção
dele. –Precisa confiar em mim. –sussurrou.

Adeus meu Amor.

Adeus minha amiga.

Você tem sido a única

Você tem sido a única para mim♫

Emocionado diante das lágrimas dela, Poncho balançou a
cabeça.

-Não vou deixar vocês. –sussurrou.

De repente, eles foram interrompidos por leves batidas na
porta e em seguida, o rosto de Marichelo apareceu.

-Desculpe interromper, mas Poncho a Alice está perguntando
por você. –ela murmurou.

Poncho que tinha os olhos na mulher fechou-os ao ouvir o
nome da esposa, voltou seus olhos na direção de Anahí.

-Vai. –ela abriu um sorriso trêmulo na direção dele. –Vai
que ela precisa de você. –fungou dando um passo para trás.

Poncho assentiu e voltou a se aproximar dela, lhe
beijando a testa enquanto uma mão pousou sobre o ventre dela.

-Amo vocês. –sussurrou somente para ela ouvir.

Anahí fechou os olhos, tocando a mão dele em seu ventre.
Trêmula, o afastou.

Com os olhos baixos, Poncho saiu do consultório.

x______x