Fanfic: .~Uma Chance para Recomeçar

30°
Capítulo: Para voltar é preciso ir.

Sexta feira, 02 de
Julho de 2010.

-Acha que sua família vai me aprovar? –Isabella (https://picasaweb.google.com/lh/photo/BrGeFp1J_8ClsebK5xh1CQ?feat=directlink)
olhou Christian, parecendo temerosa.

Ele sorriu tranqüilizando-a.

-É claro que vai. –deu um beijinho nela. –É impossível
alguém não gostar de você, meu amor. –piscou.

Ela respirou fundo.

-Não fique tensa, todos vão te adorar. –ele voltou a
tranqüilizá-la, beijando-a mais uma vez.

Naquele momento o vôo deles foi anunciado.

-E lá vamos nós. –Isabella murmurou erguendo-se.

Christian riu e passou o braço ao redor dos ombros dela.

x______x

-Ei princesinha do papai. –sorrindo bobo, Mauro tomou
Sophia em seus braços com extremo cuidado. –Como está a minha garotinha?
–beijou-lhe as bochechas rosadas.

Sophia se mexeu um pouco, mas não despertou.

-Coisa linda da minha vida. –ele sussurrou, beijando-a
mais uma vez no rostinho. –Como ela está? –olhou na direção de Sarah (https://picasaweb.google.com/lh/photo/TknfRQhh8BrtKacZw4JDoQ?feat=directlink).

-Bem. –ela ergueu-se do sofá, torcendo as mãos. –Ela é
tranqüila, você sabe. Não dá trabalho algum.

Mauro nada disse, continuando a ninar a filha. Sarah
também nada disse, continuando a andar pela sala.

-O que há de errado? –ele franziu a testa olhando na
direção da ex-esposa.

-Nós precisamos conversar. –parou de andar, encarando-o.

-Ok. –ele assentiu, deixando a filha com cuidado no
carrinho e virando-se para Sarah. –Algo de errado com a Sophia?

-Não! –balançou a cabeça. –É algo sobre mim, e é claro
que envolve a Sophia, mas… envolve você também.

-Estou ouvindo. –ele sentou-se no sofá. 

Sarah respirou fundo.

-Recebi uma ligação ontem e era de um escritório em
Miami. –começou, afastando uma mexa de cabelo do rosto.

-De um escritório em Miami? –franziu a testa.

-Sim. –assentiu. –Eles me ligaram há uns dois meses atrás
e me fizeram uma proposta de emprego, eu recusei e expliquei que eu estava me
preparando para a chegada da minha filha e… estava processando ainda o meu
recente divórcio. E ontem me ligaram novamente, dessa vez com uma proposta de
trabalho… irrecusável. –engoliu em seco.

-Irrecusável como? –ele franziu mais a testa erguendo-se.

-Se eu aceitar o cargo, eles me garantem tudo. Casa, carro, empregados e… uma
babá.

-Você não vai levar a minha filha! –ele rosnou entre
dentes.

-Eu jamais faria isso! Só que eu também preciso pensar em
mim Mauro e no que eu vou fazer da minha vida… E você sabe que esse emprego em
Miami é uma oportunidade única.

-Pois bem, você se muda para Miami. E a Sophia fica
comigo.

-Nunca! –irritou-se. –Se eu for a Sophia vai comigo.

-Eu não vou permitir, jamais.
E estou falando sério Sarah, se você insistir com essa idéia eu vou até os
tribunais.

Ela balançou a cabeça, incrédula.

-Acha mesmo que um juiz em sã consciência entregaria um
bebê recém-nascido para um cafajeste? O seu histórico te condena Mauro, ao
contrário de mim que fui enganada por três anos. –ergueu uma sobrancelha, com a
expressão dura. –Eu fui muito generosa por deixar que você participasse do fim
da minha gravidez depois de tudo o que fez, tive consideração por você.

-E você quer que eu tenha essa mesma consideração e
aceite que você a leve para longe de mim? Faça-me o favor Sarah!

-Sim, eu espero que você tenha essa consideração! Você
vai poder nos visitar sempre que quiser e entendo que você tenha medo que eu a
tire para sempre de você, mas isso seria impossível Mauro. Você é o pai dela.

Ele balançou a cabeça.

-Não é só ela que eu tenho medo de perder. –encarou-a.
–Estou perdendo você também e sei que se você for para Miami, jamais haverá uma
chance para nós.

A expressão de Sarah suavizou com as palavras dele.
Cruzou o pequeno espaço que havia entre eles, parando a frente de Mauro.

-Você sempre vai ser o meu grande amor. –tocou-o de leve
no rosto. –Mas não a mais chance alguma para nós Mauro.  –sussurrou.   

Ele fechou os olhos, engolindo em seco. Sarah também
fechou seus olhos, encostando sua testa no queixo dele.

x______x

Sábado, 03 de
Julho de 2010.

-Bom dia. –Christopher abraçou Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/JgpUbFieOeMVQRjAGmxwfg?feat=directlink)
por trás, depositando um beijo molhado no pescoço dela.

Ela cerrou os olhos, sentindo o toque dele.

-Bom dia. –virou-se, depositando um selinho nos lábios.
–Dormiu bem?

-Como um anjo, mas você não pode dizer o mesmo. –franziu
a testa, tocando as manchas escuras embaixo dos olhos dela.

Dulce forçou um sorriso, desviando-se dos braços dele.

-Tenho que preparar o café da Liz, logo ela vai acordar.
–mudou de assunto, abrindo as portas do armário da cozinha.

-Dulce María. –ele chamou sério.

Dulce respirou fundo e após alguns segundos olhou na direção
dele.

-Tenho tido problemas para dormir nos últimos dias. Está
feliz agora?

-Você não tinha isso antes. –ele protestou. –É por causa
do aborto?

Sem perceber, ela bateu a porta do armário.

-Christopher eu já disse que não quero falar sobre isso!
–alterou a voz. –Não sei porque você insiste em falar sobre esse assunto, já é
passado! Pensei que tínhamos superado.

Ele balançou a cabeça.

-Você sabe que não. É difícil para nós dois, mas eu sei,
que para você é pior.

Ela apertou os lábios, virando o rosto.

-Ele foi o terceiro bebê que você perdeu e eu entendo
que...

-Não, você não entende. –ela cortou, olhando-o com os
olhos avermelhados. –Você jamais vai
entender essa... dor insuportável que eu carrego dentro de mim há dois anos.
–sua voz tremeu. –Essa sensação de fracasso, de incompetência... –calou-se
cobrindo os lábios com a mão trêmula.

Sentindo a dor dela, Christopher a abraçou.

 -Não se torture
desse jeito, minha vida. –sussurrou no ouvido dela. –Você é uma vencedora Dul e
a maior prova disso é aquela garotinha incrível que está dormindo no nosso
quarto. Olhe para mim. –pediu.

Ela o fez.

-Ela é sua vitória. –murmurou olhando-a nos olhos. –E
mesmo que nós não tenhamos o nosso bebê, tudo bem para mim. –sorriu de leve,
segurando o rosto dela entre suas mãos. –Eu tenho vocês e isso já me basta.

Com o rosto molhado pelas lágrimas, ela apoiou as mãos no
peito dele.

-Você fala isso agora, mas e daqui alguns anos? Eu não
quero que você me deixe por não conseguir lhe dar um filho.

Ele franziu a testa.

-Por Deus, de onde tirou esse absurdo? Jamais te deixaria
por não conseguir engravidar!

Ela saiu dos braços dele.

-Você deixou a Lauren! Por que não me deixaria? –olhou-o
chorosa.

-Quem te disse isso Dulce? –ele tinha a expressão séria.

-Ela mesma. –passou as mãos pelo rosto, encostando-se na
pia. –Ela esteve aqui um dia depois que eu perdi o bebê, eu estava sozinha em
casa e até tentei bater a porta na cara dela como você me disse para fazer, mas
ela disse que queria conversar comigo. Fiquei curiosa e a deixei entrar...
–afastou o cabelo do rosto. –Ela soltou o veneno como sempre e nem liguei, mas
ela disse uma coisa que... Tirou a minha paz.

Christopher respirou fundo, coçando a barba.

-O que aquela maluca falou?

-Disse que você entrou com o pedido de divorcio no mesmo
dia em que ela sofreu o segundo aborto.

-Eu ainda estrangulo essa mulher! –ele irritou-se. –Quem
ela acha que é para vir aqui e... –respirou fundo, voltando a se aproximar de
Dulce. –Meu anjo, eu jamais vou deixar você por não conseguir engravidar. Na
verdade, eu nunca vou deixar você. –segurou o rosto dela entre suas mãos,
fazendo-a olhá-lo.

-Por que vocês se separaram então? –ela quis saber ainda
insegura.

Ele respirou fundo, baixando as mãos.

-Realmente, eu entrei com o pedido de divorcio no dia em
que a Lauren abortou. Só que ela não sofreu um aborto espontâneo como você, ela
abortou de propósito.

-O que? –ela arregalou os olhos.

-Isso mesmo. E ainda descobri que ela tinha feito outro
aborto no inicio do casamento.

-Não acredito nisso. –Dulce sussurrou boquiaberta.

-Entende agora? –ele a olhou.

-Me perdoa meu amor. –ela o abraçou. –Me perdoa. Me
perdoa. –sussurrou.

-Não há nada para perdoar. –beijou-a no cabelo. –Mas da
próxima vez, fale comigo primeiro sim?

Ela o olhou.

-Eu prometo. –sorriu.

Ele também sorriu e beijou-a na testa.

x______x

-Ai que vontade de cair nessa piscina. –Anahí (https://picasaweb.google.com/lh/photo/7umXAVMAvW8OKjG2BjIqeg?feat=directlink)
murmurou com os olhos na água cristalina.

-Não tem nada te impedindo. –Alexandre deu um gole em seu
suco.

-Grosso. E você está errado, tem algo que me impede sim.
–o olhou. –Estou arrumada e vou sair daqui a pouco. –rebateu.

-Sem brigas crianças. –Marichelo se aproximou deles. 

 -Não peça o
impossível mãe. –Alexandre abriu um grande sorriso na direção da mãe, recebendo
um beijo dela.

-Mas nós nos amamos assim mesmo. –Anahí recebeu um beijo
também.

-E eu não sei? –sentou-se ao lado da filha. –Vocês se
estranham desde que a Annie nasceu. –riu.

-Foi ela que invadiu meu espaço. –provocou, brincando.

-Você que sempre foi insuportável. –mostrou a língua para
o irmão.

-Eu sei fazer isso também. –ele também mostrou a língua.

-Parece que voltei vinte anos no tempo. –Enrique chegou
rindo.

-Pai. –um grande sorriso surgiu nos lábios de Anahí.

-Oi meu anjo. –beijou a testa da filha. –E aí campeão?
–bagunçou o cabelo do filho. –Fugiu do hospital?

Alexandre riu.

-Fugi da minha prisão.

-Filha, tem certeza de que não quer comer mais nada?
–Marichelo interrompeu o assunto, franzindo a testa para a filha.

Anahí balançou a cabeça.

-De jeito nenhum mãe. Já comi demais.

-Deixe disso Anahí. –a mulher a repreendeu. –Você está
grávida, deve se alimentar bem.

Alexandre ergueu as sobrancelhas, debochado.

-Mãe. -chamou.

Marichelo o olhou.

-Não precisa se preocupar porque eu posso te garantir que
a Annie não está passando fome.

Anahí acertou um tapa no ombro do irmão.

-Cala a boca imbecil!

-Filha, não bata no seu irmão. –Enrique a repreendeu.

Anahí olhou o homem, indignada.

-Pai ele me chamou de gorda!

-Não chamei coisa nenhuma! Só disse que... Você tem se
alimentado bem. Afinal de contas, sempre que te vejo você está comendo alguma coisa.

Anahí o fulminou com o olhar.

-Vai pro inferno Alexandre!

Ele riu.

-Ô maninha! –ele ergueu-se de sua cadeira e deu a volta
na mesa, abraçando Anahí pelo pescoço e beijando-lhe o rosto. –Eu estava apenas
brincando, você não está gorda.

Após alguns segundos, Anahí ergueu os olhos para ele.

-Jura?

-Juro juradinho. –beijou o rosto dela mais uma vez. –Você
está linda, na verdade, é a grávida mais linda que eu já vi.

-Mentiroso. –ela murmurou.

-Também te amo. –ele riu, voltando para seu lugar.

Enrique e Marichelo, que apenas assistiam a cena, riram.
Não havia satisfação maior do que ter seus filhos em casa.

x______x

-Bom dia raio de sol. –Lucas saudou María (https://picasaweb.google.com/lh/photo/tYcy_dqqPSyHz4Z_9bAtMw?feat=directlink)
com um grande sorriso.

-Bom dia. –ela sorriu preguiçosa, abraçando o travesseiro
dele. –Por que está acordado tão cedo? –escondeu com a mão um bocejo.

Ele aproximou-se da cama, dando um selinho nela.

-Tenho um convite para te fazer.

-Sou toda ouvidos. –piscou, mais desperta.

-O que acha de irmos patinar mais tarde?

-Patinar? –María franziu a testa.

-Exato. –sorria. –Acordei pensando nisso e também quero
levar a Liz.

-E a Dulce vai deixar? –sentou-se na cama, afastando o
cabelo do rosto.

-Claro que vai. Ela sabe que a patinação sempre foi uma
das poucas coisas que eu e a Liz realmente aproveitamos juntos.

María escondeu outro bocejo.

-Por mim tudo bem, então. Mas um aviso, vocês vão ter que
me ensinar porque eu não sei absolutamente
nada sobre patinação.

O sorriso de Lucas aumentou e rindo, ele agarrou a
namorada caindo por cima dela. E María deu um gritinho, rindo em seguida.

x______x

-Vai sair? –Blanca ergueu os olhos encarando o marido
pelo reflexo do espelho.

Fernando assentiu, pegando a carteira e colocando-a no
bolso da calça.

-E posso saber para onde vai tão cedo? –ela virou-se, com
a expressão dura.

Ele a olhou, erguendo as sobrancelhas.

-Resolveu se interessar pelo o que eu faço? –ironizou.
–Faça-me o favor Blanca. –deu as costas a ela, saindo do quarto.

Blanca ergueu-se no mesmo instante, indo atrás do marido.

-Fernando não me deixe falando sozinha! –elevou a voz
seguindo-o pelo corredor.

A porta do quarto de Mariana se abriu e ela (https://picasaweb.google.com/lh/photo/tM7O91nSBHQfhYLwWihT2A?feat=directlink)
apareceu ainda de pijama, com o cabelo desarrumado e olhos de sono.

-O que está acontecendo? –ela franziu a testa.

-Bom dia minha princesa. –Fernando voltou alguns passos,
beijando a testa da filha. –Desculpe ter te acordado, mas você sabe que sua mãe
adora fazer uma cena.

Lali revirou os olhos, escondendo um bocejo.

-Vou voltar a dormir antes que sobre pra mim. –murmurou
para o pai, voltando para seu quarto e fechando a porta.

Blanca permanecia parada com os braços cruzados e o rosto
avermelhado pelo nervoso.

-Você é um desgraçado! Colocando a nossa filha contra
mim.

Fernando riu, voltando a andar.

-Não é necessário, você mesma faz isso. –desceu a escada.

Blanca foi atrás e se apressou em pegar as chaves do
carro antes de Fernando.

-Pronto! –fechou a mão com a chave. –Só devolvo se me
disser aonde vai.

Fernando encarou a esposa.

-A minha paciência tem limite. –avisou ficando sério. –E
nós já somos grandinhos o suficiente para ficar com esses joguinhos ridículos.

- Só devolvo se me disser aonde vai. –ela teimou.

Já cansado daquela ceninha ridícula, Fernando apanhou as
chaves do outro carro no chaveiro.

-Tenha um bom fim de semana. –e saiu.

Blanca ficou boquiaberta com a ação do marido.

-FERNANDO! –berrou histérica.

O som que ouviu em resposta, foi a porta se batendo.

x______x

-Mãe, a Alexandra chegou. –Liz avisou entrando no quarto
da mãe.

Falando ao telefone, Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/pbQJUPdGSgxcqLHAE1I5KA?feat=directlink)
virou-se para a filha.

-Abre a porta, por favor, anjo? –pediu. –Filha, você quer
ir patinar mais tarde com o Lucas e María?

Liz assentiu no mesmo instante.

-Tudo bem então, Lucas. Ela vai. –falou para o homem do
outro lado da linha.

-Prometo que
devolvo ela a noite, inteirinha viu?

Dulce deu uma risadinha.

-Estou confiando em você. –Mas me faça um favor, não a
traga muito tarde. O Chris e eu vamos sair à noite e eu quero vê-la antes de
ir.

-Pode deixar
general. –brincou. –Prometo que a entrego antes da meia noite.

-Você está cheio de gracinhas hoje seu Lucas, mas eu
estou falando sério.

-Eu sei ruiva. Ela
vai estar aí antes das nove, promessa de escoteiro.

-Ok então. Agora tenho que desligar porque a minha sogra
chegou, nos vemos mais tarde sim?

-Te ligo quando eu
estiver chegando.

-Ok. –desligou deixando o celular sobre a mesa de
cabeceira e seguindo até a sala onde encontrou Alexandra. –Ale! –abriu um
grande sorriso.

x______x

-O Christian ligou e disse que está voltando. –Elena
comentou com um sorriso erguendo os olhos para o marido e a filha (https://picasaweb.google.com/lh/photo/K1p8ok2Al8QevzpcqvK2iw?feat=directlink).

-E quando ele chega? –Ricardo deu um gole em sua xícara
de café.

-Ele não disse. Falou que não queria que fossemos
buscá-lo no aeroporto porque ele trouxe uma surpresa para nós.

-Será alguma namorada nova? –ergue uma sobrancelha,
sugestivo.

-Espero que sim. –deu uma risadinha. Olhou na direção de
Milena. –Filha está tudo bem? –seu sorriso sumiu.

Milena não respondeu, encarando distraída sua salada de
frutas.

-Filha? –Ricardo chamou, olhando-a. 

-Milena! –Elena chamou um pouco mais alto.

A outra se assustou.

-O que? –piscou desnorteada.

-Estamos falando com você, meu bem. Em que estava
pensando? –sorriu de leve.

Milena balançou a cabeça.

-Não é nada demais mãe. Me desculpe. –ajeitou-se na
cadeira. –Sobre o que estavam falando?

x______x

Boiando na piscina sob o forte sol do meio-dia, Poncho meditava
com os olhos cerrados. Esvaziara a mente e deixara o corpo relaxar, livrando-se
de toda a tensão. Mas abriu os olhos quando sentiu uma movimentação ao seu
redor e encontrou a esposa (https://picasaweb.google.com/lh/photo/_TwkFjtzQ8VW8aMZ7DAdLg?feat=directlink)
parada na borda da piscina. Eles se encararam por alguns minutos até que ele
ficou de pé na piscina, indo até ela.

-Entra um pouco, a água está gostosa. –ergueu os olhos
para ela, apertando-os um pouco por causa do sol.

Alice sorriu de leve, balançando a cabeça.

-Estou grande demais para ter coragem de usar um biquíni.
–abaixou-se com um pouco de dificuldade, sentando-se na borda e deixando as
pernas dentro da água.

Eles se olharam mais uma vez e como não acontecia em
meses, seus olhares se reconheceram. Poncho enxergou a mulher meiga por quem se
apaixonara três anos antes e Alice viu o homem para quem entregara seu coração
e sua alma.

-Você está linda. –ele murmurou aproximando-se mais e
pousando as mãos nos joelhos dela.

Convencida, Alice tirou o vestido, ficando somente de
lingerie (https://picasaweb.google.com/lh/photo/8vEHNiGdmW60NoDs0FSyoQ?feat=directlink).  Poncho sorriu, depositando um beijinho no
ventre (https://picasaweb.google.com/lh/photo/BGCYxMo-3o8yBYc0YcGwoA?feat=directlink)
dela e se esticando para dar um selinho na esposa.

-Vem. –a pegou pela mão, trazendo-a com cuidado para
dentro da água.

Alice entrou ficando com seu rosto na altura do marido. E
sem desviar seus olhos,Poncho subiu as mãos pelo corpo dela até chegar no rosto
e segurou-o entre suas mãos e ela respirou fundo, fechando os olhos.

-Não feche. –ele sussurrou.

Alice tornou a abrir os olhos e o encarou novamente,
pousando suas mãos sobre as dele e entrelaçando seus dedos. Eles encostaram
suas testas e continuaram a se encarar, olho no olho, compartilhando inúmeros
sentimentos. Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Alice e ele a enxugou
com a ponta do dedo. E com o sol como testemunha, eles se abraçaram. Carregados
de sentimentos e com a verdade ecoando em seus corações. 

x______x

Christian abriu a porta de seu apartamento e entrou cheio
de sacolas.

-Amor? –chamou seguindo até a sala. –Trouxe o nosso
jantar.

Encontrou Isabella (https://picasaweb.google.com/lh/photo/Wwq2HsUtXHYfsi42xskcnQ?feat=directlink)
deitada no sofá de bruços e o rosto afundado em uma almofada.

-Que maravilha. –ela murmurou com a voz abafada.

Christian deu uma risadinha.

-Está com muita dor? –abaixou-se ao lado dela,
tocando-lhe os fios sedosos.

Ela o olhou.

-Demais. Esse é um ótimo jeito de começar a nossa nova
vida. –tentou brincar, fracassando.

-Não se preocupe. –deu um selinho nos lábios rosados.
–Passei na farmácia e comprei um remédio para cólicas, a atendente disse que é
o melhor e comprei também um chá de camomila. –franziu a de leve a testa. –Ouvi
dizer que ajuda e... trouxe chocolate também. –abriu um grande sorriso,
piscando.

Comovida pelo cuidado e atenção dele, Isabella sorriu.

-Obrigada. –agradeceu sincera.

-Disponha. –ele voltou a piscar. –Vem, senta para tomar o
remédio. -a ajudou a sentar-se.

Ela se sentou fazendo uma careta. Rápido, Christian foi
até a cozinha e voltou com um copo d’água, entregando-o a ela junto com o
comprimido.

-Você era atencioso assim com as suas ex? –ela perguntou
após engolir o remédio junto com a água.

Ele ergueu as sobrancelhas.

-Está com ciúmes?

Ela balançou a cabeça, bebendo o resto da água.

-Apenas curiosa.

-Sei. –murmurou encarando-a com um sorriso divertido nos
lábios e fingindo desconfiança.

-Não me olha assim. –ela riu.

-Sempre fui educado com as mulheres, isso é algo que
minha mãe me ensinou desde que eu era moleque. Mas com você é diferente, desde
o começo foi e tenho certeza de que isso me faz te amar assim.

Ela voltou a sorrir e aproximou o rosto do dele.

-Te amo. –murmurou.

Ele roçou seu nariz no dela, sorrindo.

-Amo você. –sussurrou de volta, tomando os lábios dela
nos seus.

x______x

-Como está a minha garota preferida? –Alexandre entrou na
sala de estar, com um grande sorriso nos lábios e uma caixa vermelha nas mãos.

-Alex! –um enorme sorriso surgiu nos lábios de Maite (https://picasaweb.google.com/lh/photo/cL85tHb_dHVCX7Ti2n1phw?feat=directlink).
–Que bom te ver aqui. –murmurou recebendo-o com um demorado beijo no rosto e um
abraço apertado.

-Estava indo para o hospital, mas resolvi dar uma
passadinha para dar um beijo em você e entregar isso. –estendeu a caixa na
direção dela. –Seus preferidos. –piscou.

-Obrigada. –ela agradeceu ainda sorrindo. –Faz dias que
não como doces, minha mãe tem me feito seguir uma dieta rigorosa. Você deve
imaginar como estou.  –riu.  

Ele riu.

-Imaginei que ela estivesse fazendo isso, por isso trouxe
a caixa para você.

-Como você está? Já tem alguns dias que não nos falamos.
–afastou uma mecha de cabelo do rosto.

Ele deu os ombros.

-Na mesma vida de sempre. E você?

Ela imitou o gesto dele, balançando os ombros.

-Na mesma. Com a diferença de que a cada dia que passa,
perco mais cabelo. –sorriu tristonha.

-Nem dá para notar. –avaliou.

-Ainda. –ela esforçou-se para manter o sorriso.

x______x

Segunda feira, 05
de Julho de 2010.

O restaurante estava vazio por não estar em seu horário
de funcionamento e juntos, Christian e Isabella esperavam pela chegada de
Ricardo e Elena. 

-Amor, fica calma. –Christian murmurou tranqüilo para
Isabella (https://picasaweb.google.com/lh/photo/pkjnBosqHhlSeq3AVpxuPg?feat=directlink),
pegando na sua a mão que ela carregava o anel de noivado.

-Pra você é fácil falar. –ela mordeu o lábio, ansiosa.

Ele sorriu, beijando o rosto dela.

-Eles chegaram. –ele falou no minuto seguinte.

Juntos eles se ergueram e sorriram na direção dos pais de
Christian, que se aproximaram.

-Mãe!Pai! –Christian os saudou com um grande sorriso,
recebendo um abraço de cada.

-Devia lhe dar uns bons tapas por não ter me deixado te
buscar no aeroporto. –Elena riu limpando a marca de batom no rosto do filho.

Christian riu também.

-Tive um bom motivo. –com um sorriso orgulhoso nos
lábios, ele passou o braço ao redor da cintura de Isabella. –Está é Isabella,
minha noiva.

Houve um momento de silêncio e o jovem casal manteve a
respiração suspensa.

-Não acredito! –Elena ficou boquiaberta.

-Meus parabéns filho. –orgulhoso, Ricardo deu um forte
abraço no filho.  

Isabella soltou o ar, respirando aliviada.

x______x

Quarta feira, 07
de Julho de 2010. 

-Estava maravilhoso amor. –Christopher abriu um grande
sorriso na direção da noiva (https://picasaweb.google.com/lh/photo/XdM6Qs8P1QuCGUVpIvbdVw?feat=directlink),
recebendo um beijo em agradecimento.

-E você filha? Gostou da comida? –sorrindo, ela estendeu
a mão alisando o cabelo da menina.

Liz assentiu, tomando seu suco. Christopher e Dulce se
entreolharam e juntos encararam a menina com desconfiança.

-Pode ir falando. –Dulce cruzou os braços, escondendo um
sorriso.

A menina arregalou os olhos.

-Como assim? –baixou o olhar,tomando num gole só meio
copo de suco.

Christopher ergueu as sobrancelhas diante do claro
nervosismo dela.

-Você quer pedir alguma coisa pequena? –sorriu tranqüilo.

-Na verdade, sim. –ela assumiu após um momento de
silêncio.

-Tudo bem. –baixou os braços, relaxando e deixando
aparecer um leve sorriso. –O que você quer?

-Um cachorro. –falou muito rápido, não dando para a mãe
entender.

-Você falou muito rápido, filha. –Dulce franziu a testa.
–Repete. –pediu.

Sabendo que Christopher entendera o que ela havia pedido,
Liz olhou na direção dele na busca de um incentivo e com um aceno, ele piscou
para ela.

-Um cachorro. –falou devagar.

As sobrancelhas de Dulce se ergueram.

-Não responde ainda! –ela ergueu-se rápida de sua cadeira
e ficou na frente da mãe. Juntou as mãos em suplica. –Eu sei que você não gosta
de cachorros porque eles destroem tudo, mas eu
juro que educo ele direitinho. –mordeu o lábio inferior, esperando pela
resposta. –E mais! Eu quero um bulldog, ele não cresce muito. –acrescentou.   

Dulce olhou na direção do noivo.

-Deixa amor. –ele incentivou.

-Por favor, mãe. –a menina implorou.

Mas ela pareceu não ceder.

-Vou pensar e depois decido ok? –ergueu-se de sua cadeira
dando um beijo na testa da filha. –Agora vá escovar os dentes.

Liz olhou a mãe por um breve momento, vendo pela
expressão dela que não adiantava insistir. Só restava esperar e torcer para que
ela concordasse.

-Depois posso mexer no computador? –pediu meio tristonha.

-Pode, mas só um pouco sim? Você tem aula amanhã cedo.

A menina assentiu e saiu da cozinha, seguindo para o
quarto.

-Você vai deixar, não vai? –Christopher quis saber,
pronto para defender o pedido da menina.

Ela o olhou e sorriu.

-O que acha?

Ele balançou a cabeça, rindo. Ergueu-se e junto dela,
arrumou a cozinha.

x______x

Quinta feira, 08
de Julho de 2010.

-Não sei pai. –Poncho passou a mão pelo cabelo,
bagunçando-o. –Acho que meu casamento não vai durar por mais tempo.

-Filho, você sabe que eu não gosto de me meter nos seus
relacionamentos ou das suas irmãs, mas eu tenho que dizer: não cometa os mesmos
erros que eu. Poncho franziu a testa, confuso.

-Como assim?

-Me mantenho preso a um casamento fracassado há quase
trinta anos e digo, não quero isso para nenhum dos meus filhos. –deu uma
risadinha.

-Pai, você já pensou em... se divorciar e não sei,
encontrar outra mulher?

 Fernando balançou
os ombros.

-Estaria mentindo se dissesse que não. Mas estou com sua
mãe há tantos anos e pensar em deixá-la para ficar com outra mulher... Não sei
se daria certo.

-Qual é pai! Você não está tão velho assim. –riu
malicioso.

-Não é questão de estar velho, mas por mais que sua mãe
tenha milhões de defeitos e eu tenha vontade de matá-la em noventa e nove por
cento do dia.

O filho riu.

-É verdade! Já até sonhei com isso. –riu também. –Mas ela
é a minha melhor amiga, a Blanca esteve ao meu lado sempre e também, ela trouxe
ao mundo as três pessoas mais importantes da minha vida; você e suas irmãs.
–sorriu de canto, desmanchando-o em seguida. –Mas não é porque eu fiz isso que
você tem que continuar casado só porque a sua esposa está esperando um bebê.

-Você fez isso com a gente não foi?

Fernando assentiu.

-Às duas vezes. No começo, tínhamos um casamento
maravilhoso e quando completamos três anos juntos, eu percebi que já não a
amava mais. Estava pronto para pedir o divórcio quando ela contou que estava
grávida... Vocês nasceram e eu fiquei tão extasiado com a nova função de pai
que a deixei de lado. Os anos foram passando, vocês já estavam crescidinhos e a
idéia do divórcio voltou a minha mente e então no dia em que eu a chamei para
conversar sobre esse assunto, ela falou que estava grávida novamente. Aí não
teve mais jeito, eu tinha três filhos pequenos e não havia a mínima
possibilidade de ficar longe de vocês.

-Então você só se manteve casado com ela por nossa causa?

-No começo sim, mas os anos passaram e vocês cresceram...
Eu me acomodei. –respirou fundo. –Por isso estou dizendo filho, não cometa os
mesmos erros que eu. Se você não ama mais a Alice e acha que vocês dois não tem
futuro juntos, se divorcie. Porque você vai se separar dela e não da sua filha.

Poncho recostou-se na cadeira, respirando fundo.

-Tem razão. Mas a sensação de culpa é inevitável sabe?

 x______x

Sábado, 10 de
Julho de 2010.

-Dinda! –Liz pulou do carro (https://picasaweb.google.com/lh/photo/Qg-6XfOF7BCPsJ1Q2Q4gOQ?feat=directlink)
e correu em direção a madrinha (https://picasaweb.google.com/lh/photo/EyTHxuIpythpz4y6BMJPzw?feat=directlink),
abraçando-a pela cintura fortemente.

Um grande sorriso nasceu nos lábios de Maite enquanto ela
se curvava e dava um beijo demorado no topo da cabeça da afilhada.

-Estava com saudade. –sussurrou.

-Eu também. –a menina sorriu de canto, soltando-se dela.

-Obrigada por tê-la trazido Chris. –agradeceu com um
sorriso.

-Imagina Mai. –ele piscou. –Venho buscá-la lá pelas seis
tudo bem?

-Sete! –riu.

-Ok. Venho as sete então. –aproximou-se mais delas. –Tchau
pequena, se comporte sim? –de um beijo na testa de Liz. –Tchau Mai. –deu um
beijo no rosto dela.

-Tchau. –elas disseram em uníssono, acenando.

Já de volta ao carro, Christopher acenou para elas e
partiu.

-Sabe o que tem te esperando na cozinha? –Maite ergueu
uma sobrancelha, ainda sorrindo.

Liz levou um minuto para adivinhar.

-Bolo de chocolate? –um enorme sorriso surgiu em seus
lábios.

-Com calda de brigadeiro por cima. –acrescentou travessa.

Elas se encaram por um breve momento e em meio a gargalhadas,
correram em direção à cozinha.

x______x

-Bom dia. –Anahí (https://picasaweb.google.com/lh/photo/pEpW2E7K3nCCgHFRU48X3g?feat=directlink)
deu um beijo estalado no rosto do irmão.

Sonolento, Alexandre bebia seu café.

-Bom dia. –bocejou. –Acordou de bom humor foi? –ergueu
uma sobrancelha.

-Muito. –riu, tomando em dois longos goles seu suco de
laranja. –Vou sair para correr sim? –deu outro beijo nele, saindo em seguida.

Alexandre ouviu a porta bater e balançou a cabeça,
voltando a tomar seu café.

A disposição de Anahí era tanta que ela não quis esperar
o elevador e acabou por descer pela escada. Na portaria do prédio, cumprimentou
o porteiro e se alongou, pondo os fones de ouvido em seguida. Acabara de passar
pelo portão quando um carro () parou no meio fio e uma voz conhecida lhe
chamou.

-Annie. –Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/3pV4YM_qU972eU4xOUqUDA?feat=directlink)
acenou, desligando seu carro e descendo do automóvel.

A expressão alegre e tranqüila
desapareceu do rosto de Anahí.                                                                 

-Lice. -tirou os fones do ouvido. –Dois minutos a mais e
você não me pegava em casa. –forçou um sorriso.

A outra deu uma risadinha.

-Vai pra academia? –perguntou indicando a roupa dela.

Balançou a cabeça.

-Não, só correr mesmo. Parei com a academia desde que
descobri a gravidez, agora só corro no parque aqui perto.

-Sorte sua. –fez uma careta de desagrado. –Por causa do
meu problema, fui banida por completo dos exercícios.

-É verdade. –olhou em volta. –Quer subir? –perguntou por
educação, mas desejando realmente que ela recusasse.

A outra assentiu. Elas seguiram para o interior do
prédio.

x______x

-Ai minha cabeça! –Pedro gemeu. Tinha os cotovelos
apoiados nos joelhos e os olhos cobertos pelas mãos.

Com um sorriso de canto, Anna (https://picasaweb.google.com/lh/photo/dVvJTBboqiWKBjDEUIsJrg?feat=directlink)
ajoelhou-se na cama atrás dele e passou os braços ao redor dos ombros masculinos,
depositando um beijinho no ombro desnudo.

-Hei! –chamou num sussurro. –O que acha de uma aspirina,
um banho mega relaxante e um café bem forte para completar? –inclinou a cabeça
para frente, seu sorriso aumentando quando ele virou o rosto para olhá-la. –O
que me diz? –insistiu, erguendo uma sobrancelha.

-Parece muito tentador, mas só aceitarei se você me
acompanhar. –sorriu de canto, malicioso.

-Parece justo para mim. –ela riu.

O sorriso dele aumentou com a risada dela e passou o
braço pela cintura fina da namorada, puxando-a para seu colo.

-Sabia que eu amo você? –murmurou olhando-a nos olhos.

Anna ficou sem reação por um momento, afinal nem ela nem
Pedro haviam feito declarações amorosas antes e as palavras dele eram o sinal
de que estavam indo para outro nível em seu relacionamento.

-Você nunca tinha dito. –ajeitou-se no colo dele, passando
abraçando-o pelo pescoço. –Mas quer saber de uma coisa? Eu amo você também.

Eles se olharam por alguns minutos até que Pedro inclinou
o rosto e tomou os lábios dela nos seus num beijo calmo.

x______x

-Dinda. –Liz chamou sentada sobre a bancada da cozinha,
onde Maite preparava um lanche para elas.

A mulher ergueu os olhos sorridentes para a menina.

-Oi meu anjo. –parou o que fazia, enxugando as mãos num
pano.

Liz ficou muda por alguns segundos, parecendo em dúvida
sobre o assunto que queria falar. Até que ergueu os olhos para amadrinha a sua
frente, mantendo a expressão séria.

-É verdade que você está doente? –perguntou por fim.

Maite engoliu em seco.

-Quem falou sobre isso com você? –perguntou.

-A minha mãe, mas ela não falou muito. –deu os ombros.
–Mas então eu ouvi uma conversa entre ela e o Chris, eles falaram alguma coisa
sobre... Leucemia. –franziu mais a testa.

A outra respirou fundo, parando logo a frente da
afilhada.

-Você sabe que não é legal ficar ouvindo as conversas dos
outros. –sorriu de canto. –Mas o que você ouviu é verdade. –hesitou, soltando o
ar. –A leucemia é um tipo de câncer que dá no sangue e existem diversos tipos
dela, e a que eu tenho é um tipo... raro. Por isso, eu tenho que inúmeros e
fazer sessões de quimioterapia, para tentar destruir as células doentes.
–explicou tentando não confundir a menina.

Liz ficou em silêncio por um momento, absorvendo a
informação.

-E se a quimioterapia não funcionar? –quis saber.

-Existe a opção do transplante de medula. –tentou sorrir.

-E isso funciona?

Maite hesitou não querendo mentir para a filha. Não
queria que Liz pensasse nela como uma mentirosa, caso algo de ruim acontecesse.

-Na maioria das vezes sim, mas há alguns casos em que...
simplesmente não funciona.

Lágrimas surgiram nos olhos da menina.

-E com você vai funcionar? –sua voz tremeu.

Os olhos de Maite arderam.

-Não há como saber querida. –esforçou-se para manter a
voz firme. –Mas talvez eu nem precise do transplante, pode ser que a quimio
funcione e o câncer... acabe.

Uma lágrima escorreu pelo rosto da menina.

-Promete pra mim que você vai ficar bem?

A outra assentiu veemente, esforçando-se para controlar
as lágrimas.

-Vem aqui. –sussurrou.

Madrinha e afilhada se abraçaram com força.

-Dinda? –Liz chamou após um momento.

-O que foi? –perguntou sem se afastar.

-O seu cabelo. –afastou-se dos braços da mulher tendo uma
quantidade considerável de fios em seus dedos.

Maite olhou a mão da menina e as lágrimas que ela
segurava tão fortemente, escaparam de seus olhos.

-Um dos efeitos colaterais do tratamento. –explicou. –Cai
um pouco todo dia. Posso te mostrar uma coisa que não mostrei para ninguém?

A menina assentiu. Trêmula, Maite mexeu no cabelo e
mostrou para a afilhada as falhas que haviam em seu coro cabelo. A maioria
delas estava presente na parte baixa, próximo da nuca e por isso, não eram
visíveis.   

-Você vai perder... tudo? –hesitou.

Ela assentiu, tristonha.

-Na verdade, o médico aconselhou que eu raspasse para não
ficar sofrendo a cada fio de cabelo que eu perco. Só que ainda não tive coragem
para isso. –tentou sorrir, dando os ombros.

-Quer ajuda?

Com essa, Maite se surpreendeu.

-Você me ajudaria? –ergueu as sobrancelhas.

Liz deu os ombros.

-Ficaria linda com um lenço. –sorriu de leve.

Maite acabou sorrindo também e puxou amenina para mais um
abraço.

-Minha anjinha mais preciosa. –deu um beijo apertado na
bochecha rosada.

A menina riu com o apelido.

x______x

Christian terminava de se arrumar em seu quarto quando
Isabella saiu do banheiro, enrolada em um atoalha felpuda com os fios negros
presos num coque frouxo. Ele parou o que fazia e a seguiu com o olhar até o
closet, onde ela sumiu de vista. Ficou alguns minutos parado, com a expressão
abobalhada até que balançou a cabeça, recriminando-se em pensamento. Só que
antes que ele recuperasse seu controle completamente, Isabella voltou a surgir
só que dessa vez, usando somente a lingerie (https://picasaweb.google.com/lh/photo/7g3FUwZyNCcpyLSCmtNjew?feat=directlink).
E era exatamente o tipo que fazia homens terem pensamentos proibidos e ele não
fugia a essa regra. Ele puxou o ar com força quando ela apoiou um pé na cama e
colocou uma pequena quantidade de hidratante em suas mãos, espalhando o creme
pela perna bem torneada e sensual.

-Está tudo bem amor? –ela perguntou após erguer os olhos
e ver que ele a observava.

-Claro. –ele disfarçou tirando a camisa. Mas seus olhos
foram novamente atraídos pelas mãos pequenas de Isabella, que massageavam a
coxa grossa, espalhando o creme. –Preciso de um banho.

Ela riu abaixando a perna e apoiando o outro pé na cama.

-Como assim? Você acabou de tomar banho. –derrubou o
hidratante nas mãos e mais uma vez espalhou o creme pela pele.

Ele respirou fundo.

-Dessa vez, eu preciso de um banho gelado. –e partiu em
disparada para o banheiro, trancando a porta por garantia.

Isabella ficou parada por um momento absorvendo o que
acabara de se passar no quarto e caiu na gargalhada, entendo a reação de
Christian.

x______x    

Maite encarou seu reflexo no espelho e sentiu os olhos
arderem novamente, viu então, o rosto da afilhada surgir no espelho e respirou
fundo diante do sorriso encorajador que ela lhe lançou.

-Pronta? –a menina subiu no banco que trouxera junto
ficando atrás da mulher.

Após um momento de hesitação, ela assentiu. Liz então, pegou
a tesoura e começou a cortar os fios sedosos do cabelo de Maite. Os minutos
foram se passando e com lágrimas nos olhos, ela foi vendo seu cabelo diminuir
cada vez mais. Quando a menina terminou com a tesoura, encarou a mulher pelo
reflexo.

-Pronta para o passo final? –embora se mantivesse firme
pela madrinha, lágrimas ardiam nos olhos de Liz.

Maite ergueu a mão trêmula e passou pelos fios curtos,
com duas lágrimas grossas molhando seu rosto. Olhou o rosto de Liz mais uma vez
e puxou o ar com força, duas vezes. Até que por fim, assentiu.

Liz pegou a máquina e ligou, tomou cuidado com o que
fazia. Tinha certa habilidade com a tesoura, mas nunca tinha usado aquele tipo
de máquina. Maite fechou os olhos, não querendo ver o resto de seu cabelo se
esvair. Tornou a abri-los somente quando a máquina foi desligada e o banheiro
ficou em silêncio.  E ofegou com o que
viu refletido.  Mais lágrimas escorreram
e ergueu as mãos trêmulas, tocando quase que com medo, a cabeça raspada.

-E então? –questionou num murmúrio, baixando as mãos.

Liz sorriu de canto, abraçando-a pelo pescoço e apoiando
seu queixo no ombro dela.

-Linda. –disse de simples. –Exatamente como sempre foi.

x______x

Domingo, 11 de
Julho de 2010.

-Oi amor. –Christopher recebeu Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/TvMv2EPgSSE8sRUe0zgFrw?feat=directlink)
no aeroporto com um beijo.

-Oi. –ela sorriu.

-Como foi em Nova York?

-Exaustivo. –suspirou. –Desacostumei por completo com o
ritmo de lá. Fiquei somente dois dias e me senti completamente exausta. –riu.

Ele riu também. Juntos eles pegaram a mala dela.

-Vamos? –ele chamou.

-Falta pegar o presente da Liz. –contou.

-Ãh? –ele franziu a testa.

x______x

 Liz dormia no sofá
quando Christopher e Dulce chegaram. Logo um sorriso surgiu nos lábios da mãe
coruja e ela foi até a filha, acordando-a com beijos e carinhos. Enquanto isso,
Christopher foi dispensar a babá.

-Hei anjinho. –Dulce beijou o rosto da filha. –Acorda meu
amor. –chamou num sussurro.

Liz se mexeu e abriu os olhos, piscando algumas vezes.

-Mamãe? –coçou os olhos, manhosa.

-Sou eu. –sorriu abertamente para filha. –Trouxe um
presente para você. –piscou travessa.

-O quê? –escondeu um bocejo.

Dulce olhou sob o ombro e piscou na direção do noivo.
Christopher então se aproximou delas, trazendo nas mãos o presente (https://picasaweb.google.com/lh/photo/sMRDxUBPzcVuxcXMfpLusQ?feat=directlink)
de Liz.

-Eu não acredito! –ela soltou um grito fino, jogando-se
nos braços da mãe e dando um abraço apertado nela. –Obrigada mamãe. Obrigada.
–deu um beijo no rosto dela. Em seguida, ela pulou do sofá e correu em direção à
cachorrinha que Christopher trazia nos braços.

-Imaginei que você preferisse uma fêmea. –ela indicou o
laço rosa em volta do pescoço do animal.

Liz olhou a mãe com os olhos brilhantes e cheios de
alegria. Para Dulce não havia felicidade maior do que ver a filha daquele modo.

-Você é a melhor mãe do mundo! –deu um outro beijo na
mãe.

Christopher sorria diante da felicidade da menina.

-Que nome você vai dar para ela? –perguntou,
aproximando-se e parando ao lado da noiva.

A menina ergueu a cachorrinha a frente de seu rosto e riu
quando esta lambeu a ponta de seu nariz.

-Você vai se chamar Lola. –decidiu. –Lola Saviñón.

-von Uckermann.  –Christopher completou, piscando para a pequena.

-Lola Saviñón von Uckermann. –Liz tinha nos lábios um
sorriso que quase não lhe cabia no rosto.

x______x

Quinta feira, 15
de Julho de 2010.

Deitada em uma maca na sala de exames do consultório de
sua mãe, Anahí tinha as mãos apoiadas na parte superior de seu ventre (https://picasaweb.google.com/lh/photo/5c3DxXGUhEI6xCMUxV0e9g?feat=directlink)
enquanto sua mãe espalhava um gel incolor em sua barriga. Minutos depois, a
imagem surgiu na tela e elas sorriram.

-É ele mesmo? –Anahí se emocionou. –Parece tão diferente
desde a última vez em que o vi.

Marichelo deu uma risadinha.

-Sua gravidez está avançando meu bem.

O silêncio reinou na sala enquanto Anahí admirava seu
bebê.

-Está tudo bem com ele? –perguntou após um momento.

-Saudável como a mãe. –a mulher olhou a filha. Voltando
sua atenção em seguida para o neto. –Hei! Quer saber o sexo? –Marichelo exibiu
um grande sorriso.

-Já para saber? –surpreendeu-se, arregalando os olhos.

-Às vezes não dá para identificar com quatorze semanas,
mas pelo jeito o meu netinho é apressado e resolveu se revelar logo. –riu.

-O que é mãe? –quis saber, ansiosa.

Marichelo ficou em silêncio por alguns segundos, fazendo
suspense.

-Mãe! –ela reclamou.

A mulher riu.

-Parece que vamos ter mais um homem na família. –olhou a
filha, sorrindo de orelha a orelha.

Anahí precisou de alguns minutos para absorver as
palavras.

-Um menino? –sussurrou.

A mãe assentiu.

-Um menino? –repetiu, ainda sem acreditar.

Marichelo voltou a assentir. Os olhos de Anahí brilharam
e ela voltou os olhos para a tela.

-Meu filho. –sussurrou para si, deixando cair duas
lágrimas.

x______x

Ansiosa e com um enorme sorriso, Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/QNtoHGgoPFMY1O7WxOFJbA?feat=directlink)
deu duas batidas na porta do escritório do irmão e entrou em seguida, fechando
a porta a suas costas.

-Adivinha com quem eu acabei de falar. –ela se aproximou
da mesa dele.

Poncho deu os ombros.

-Não tenho a menor idéia.

-Não seja chato. –ela fez uma careta. –Tente adivinhar e
eu te dou à boa noticia. –ergueu uma sobrancelha.

Poncho ajeitou-se na cadeira.

-Está bem. –pensou por um momento. –Com o Christopher?

A irmã balançou a cabeça.

-Bárbara?

Ela novamente negou.

-Maite?

-Qual é Poncho! –bateu o pé. –Ultima chance.

-Ok. –pensou novamente. –Anahí? –arriscou.

-Em cheio! –ela comemorou.

Poncho riu disso.

-O quem tem de tão importante para me contar sobre a
Annie?

-Na verdade, é sobre o bebê de vocês. –afastou o cabelo
do rosto.

Poncho ergueu-se de sua cadeira.

-Aconteceu alguma coisa com eles?

-Eu disse que era boa noticia. –ela lembrou revirando os
olhos.

-Tem razão. –voltou a sentar-se.

Ela revirou os olhos.

-Posso falar ou não?

-Claro, fala.

Dulce deu a volta na mesa do irmão, parando logo atrás
dele. Pousou as mãos nos ombros dele.

-Ela conseguiu ver o sexo do bebê. –contou.

Ele a olhou no mesmo instante, ansioso.

-Sério?

-Uhum. –assentiu ainda sorridente. –E com muito orgulho,
comunico a você, que será papai de um garotão. –anunciou quase quicando de
felicidade.

Poncho precisou de um minuto.

-Um menino? –olhou a irmã.

Dulce voltou a assentir.

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