Fanfic: .~Uma Chance para Recomeçar

32°
Capítulo: O coração traz você de volta.

Segunda feira, 02
de Agosto de 2010.    

-Deixe-me te ajudar. –Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/28waaraTLMyxQJi1ocN3UA?feat=directlink)
foi até o noivo e se postou a frente dele, arrumando sua gravata com
habilidade. –Prontinho. –ergueu os olhos, sorrindo-lhe.

Mas Christopher não lhe sorriu como de costume, tinha uma
expressão de desolação no rosto. Isso a fez rir.

-O que foi?

-Por que nós tínhamos que voltar pra realidade? –fez
drama. –Não podíamos morar naquele paraíso para sempre?

Ela gargalhou com isso.

-Sinto muito amor. –beijou-o rapidamente. –Mas não. Você
tem emprego, eu também e a Liz tem o colégio.

-É simples. –ele abriu um grande sorriso. –Eu me demito,
você administra seus negócios de lá e a Liz estuda em um colégio da região. Ela
gostou talvez até mais do que eu! –argumentou.

Dulce balançou a cabeça, voltando a rir. Seguiu para fora
do quarto com o noivo logo atrás.

-Filha está pronta? –parou na porta do quarto da menina.

-Quase, só falta arrumar meu cabelo. –estava parada em
frente ao espelho. –Pode fazer uma trança, por favor?

-Claro. –virou-se para Christopher, que estava parado logo
atrás de si. –Se gostou tanto assim de Cabo San Lucas, podemos comprar uma casa
e viajar todos os fins de semana para lá, está bem assim? –ergueu uma
sobrancelha ainda sorrindo.

Ele pensou por um segundo.

-Por isso que te amo. –sorrindo baixou o rosto, dando um
selinho rápido nela. –Estou esperando vocês na cozinha. –avisou saindo dali.

Dulce ficou olhando até que ele desapareceu de sua visão
e balançou a cabeça, entrando no quarto da filha.

-Como quer a trança? -perguntou parando atrás da menina.

x______x

Deitada no sofá, Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/e0DL1fP1Pe1sGUgLwFKguQ?feat=directlink)
tinha os olhos na televisão, mas sem de fato enxergá-la. Não prestava atenção
em nada a sua volta, estava perdida em pensamentos e lembranças.

-Sra. Alice. –a empregada chamou parada na entrada da
sala de estar.

Alice sequer reagiu.

-Sra. Alice? –chamou novamente franzindo a testa. 

 Nada.

-Sra.? –aproximou-se alguns passos, tocou-a no ombro.

A outra se sobressaiu.

-Oh meu Deus! Que susto! –ofegou levando uma mão até o
peito.

-Me desculpe. –voltou a se afastar. –O Sr. Scott está na
porta e deseja vê-la, posso deixá-lo entrar?

Alice sentou-se afastando o cabelo do rosto.

-Claro. –sua voz era baixa, cansada. Seu rosto estava da
mesma forma.

Em silêncio, a empregada se retirou. Enquanto isso, Alice
respirou fundo passando as mãos pelo rosto, sentia-se exausta e por conta do
estresse todo seu corpo doía.

-Lice? –a voz de Lucas invadiu a sala.

Ela virou a cabeça e viu o amigo de longa data e pai de
sua filha parado na porta. Lágrimas de culpa arderam em seus olhos. Escondeu o
rosto nas mãos.

-Hei! –ele sussurrou se apressando na direção dela.
Sentou-se no sofá e a puxou para seus braços. –Não chore. –pediu num murmúrio,
beijou-a no topo da cabeça.

Alice balançou a cabeça virando o rosto na direção do
peito dele, lágrimas silenciosas molharam o paletó escuro.

x______x

-Hora de acordar. –Isabella (https://picasaweb.google.com/lh/photo/bVnEHnVQbqO_zmh3dZqtTQ?feat=directlink)
sussurrou no ouvido de Christian.

Ele se mexeu, resmungando. Ela sorriu com isso.

-Amor seu despertador tocou há vinte minutos. –carinhosa,
passou a mão pelo cabelo dele. –Acorda.

Christian se mexeu de novo e se virou na cama, ficando de
barriga para cima e trazia um sorriso preguiçoso nos lábios.

-Bom dia. –murmurou rouco.

-Bom dia. –ela sorria terna. Inclinou-se e deu um selinho
demorado nele. –Seu café já está pronto. –falou se afastando.

Ele se espreguiçou, sentando-se.

-Já comeu? –coçou a barba que começava a apontar.

Ela balançou a cabeça.

-Estou te esperando na cozinha. –saiu do quarto.

Christian a viu ir em silêncio e após alguns minutos, ele
ergueu-se da cama e seguiu para o banheiro. Vinte minutos depois entrou na
cozinha e encontrou a noiva terminando de pôr a mesa. Ele sorriu e seguiu até
ela em silêncio, abraçando-a por trás e riu quando Isabella se assustou.
Beijou-a no pescoço.

-Que susto! –ela reclamou, mas ria. Virou-se para ele
envolvendo-o pelo pescoço. –Está bonito. –comentou.

Ele deu os ombros, inclinando-se para beijá-la.

x______x

-Está melhor? –Lucas murmurou enquanto Alice se afastava
de seus braços.

Ela assentiu.

-Desculpe por isso. –respirou fundo, enxugando o rosto
com as mãos trêmulas.

 -Não se preocupe.
–ele sorriu de canto passando a mão pelo cabelo dela. –Está se sentindo bem?

-Sim. –assentiu de novo. –É tudo culpa dos hormônios.
–tentou brincar, forçando um sorriso. Voltou a enxugar os olhos.

Lucas olhou em seu relógio.

-Quanto tempo leva para se arrumar? –a olhou. –Uma hora?

Os olhos de Alice se arregalaram.

-Do que está falando?

-Vamos sair. Já estou sabendo que ficou trancada nessa
casa uma semana inteira e agora, nós vamos sair para almoçar.

-Luke... –ela começou, mas foi interrompida.

-Nem Luke nem Lucas. –balançou a cabeça, decidido. -Você
é minha amiga e não vou deixar que fique enfiada dentro de casa sofrendo. Uma
semana é o tempo máximo.

Alice balançou a cabeça, um sorrisinho escapando de seus
lábios.

x______x

Anahí (https://picasaweb.google.com/lh/photo/PzOzn1wDVkTb6jgBtyprOQ?feat=directlink)
estava no chão da sala quando a campainha tocou.

-Pode entrar! –ela gritou com os olhos vidrados no
notebook.

Ouviu o barulho da porta sendo aberta e fechada.

-E aí gatona? –Gabriela (https://picasaweb.google.com/lh/photo/pLC1VtWo9NH1WXkka3gf5g?feat=directlink)
entrou na sorridente.

Anahí ergueu os olhos sorrindo para a amiga e sócia,
deixou o computador de lado e ergueu-se.

-Tudo bem?-cumprimentaram-se com dois beijinhos no rosto.

-Ótima. –piscou. –Tenho ótimas notícias, mas... Só vou
dizê-las quando você me mostrar o quadro que pintou na outra semana.

A outra mordeu o lábio, incerta.

-Sem essa! Você vai ter uma exposição daqui quatro meses,
precisa se acostumar a expor seu trabalho.

-Você tem razão. –cedeu. –Mas promete que vai ser
sincera?

Gabriela juntou seus dedos indicadores e beijou as
pontas. As duas acabaram caindo na risada.

-Vem.

x______x

-Oi gente. –Mariana (https://picasaweb.google.com/lh/photo/h-5r1lMAx2-n19yV-dkMOQ?feat=directlink)
chegou. Deu um beijo na testa do pai e soprou um beijo para o irmão enquanto se
sentava. –E a Dul?

-Já deve estar chegando. –Fernando deu um gole em seu
vinho.

-Bebendo a essa hora? –ela o olhou erguendo uma
sobrancelha.

-É o preço que se paga pela vida de executivo. –brincou.

A jovem sorriu enquanto balançava a cabeça. Naquele
momento, Dulce se aproximou.

-Oi família. –assim como a irmã fizera minutos trás,
beijou a testa do pai e soprou um beijo na direção do irmão. Sentou-se ao lado
de Mariana. –Tudo bem? –com as bochechas coradas afastou o cabelo do rosto.

-Esta tudo bem?-Poncho ergueu uma sobrancelha olhando a
irmã.

Ela assentiu.

-Ótima. –sorria. –Sobre o que falavam? –desviou os olhos
do irmão olhando na direção dos outros.

x______x

Lucas estacionou e deu a volta no carro (https://picasaweb.google.com/lh/photo/Y49t6e1t8Ng3svT-cq6Omw?feat=directlink)
para abrir a porta para Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/30ZfuqfYEKYAYhlu-lSbtA?feat=directlink)
e ajudá-la a descer do automóvel. Ele ofereceu o braço a ela e juntos seguiram
para o interior do restaurante.

-Aqui servem a melhor comida da cidade. –sorria divertido
enquanto puxava a cadeira para ela.

Alice riu sentando-se.

-Disso eu não duvido. A comida do Christian é a melhor.
–concordou. 

Ele sentou-se diante dela e fez um sinal para o garçom.
Após uma rápida olhada no cardápio, fizeram seus pedidos.

-Obrigada. –Alice agradeceu quando o garçom trouxe seu
suco.

Lucas também agradeceu e com um aceno o homem se afastou.

-Seu rosto está ganhando cor. –ele comentou observando-a.

Ela ergueu uma sobrancelha.

-Nossa! Estava tão ruim assim antes? –brincou.

Ele balançou a cabeça dando uma risadinha.

-É bom ver que está melhorando.  

-Você me faz rir. –ela disse de simples balançando os
ombros. –Sempre nos divertimos juntos.

-Isso você tem razão. A ultima fez que nos reunimos
assim, só nos dois, foi no começo no ano não foi? Bebemos todas aquela noite.

Alice, que bebia seu suco, travou.

-Você... você se lembra daquela noite? –esforçou-se para
controlar sua expressão.

-Até certa parte, depois disso minha mente... Apagou. –balançou
os ombros. –Devo ter bebido muito mesmo porque isso nunca tinha acontecido.

Ela deu um sorrisinho em sua mente agradecendo por ele
não se lembrar.

-Nós dois ficamos bêbados. –concordou.

Foram interrompidos pela chegada da comida.

x______x

-Annie aquele seu quadro está... Incrível. –Gabriela
olhou a outra fascinada.

-Sério? –duvidou.

-Com toda a certeza. Nunca tinha visto nada tão...
Profundo, acho que posso assim dizer. Suas pinturas sempre foram belíssimas,
mas dessa vez você se superou.

Anahí soltou o ar, aliviada.

-Que bom que gostou.

Gabriela passou o braço ao redor dos ombros da amiga.

-A vernissage vai ser um sucesso!

Seguiram até o quarto de Anahí.

-Se importa de almoçarmos em alguma restaurante? A comida
da empregada me dá enjôo só de pensar nela e a minha comida é horrível, você
sabe.

Gabriela balançou os ombros.

-Por mim tudo bem. O que acha de comida chinesa?

-Ótimo. –pegou sua bolsa (https://picasaweb.google.com/lh/photo/FDn0TfuGF8eMYiB8S-Yzmw?feat=directlink)
e saíram.

-Acabei esquecendo de perguntar. –a olhou. –Como andam as
coisas com o pai do seu bebê? –perguntou quando já estavam no elevador.

 -Bem, acho. Desde
aquele dia em que o mandei embora, ele não me procurou mais.

-Ele se separou mesmo da esposa?

Saíram do elevador.

-Pelo o que me contaram, sim. Saiu de casa e tudo mais.

x______x

-Tenho uma noticia a dar. –Mariana anunciou no meio do
almoço.

Três pares de olhos viraram-se em sua direção.

-Está grávida? –Fernando baixou seu garfo.

-Vai casar? –um sorriso brotou nos lábios de Dulce.

-Virou lésbica? –Poncho debochou.

-Não, não e... –olhou o irmão com uma careta. –Não.

-Então o que é? –Fernando perguntou.

-Decidi que vou deixar a dança e vou para a
universidade... em Nova Iorque.

Poncho se engasgou com o vinho enquanto Fernando e Dulce
olharam para ela, estarrecidos.

x______x

-Bom, terminamos Maite. –a enfermeira sorriu-lhe retirando
a agulha. –Esta foi sua ultima seção de quimioterapia.

-Graças a Deus. –ela (https://picasaweb.google.com/lh/photo/B_JWXeq8zasMrwdJG_OcAw?feat=directlink)
sussurrou de olhos fechados.

-Está se sentindo bem? –Alexandre tocou a testa dela
preocupado.

Ela abriu os olhos olhando-o.

-Nada que já não tenha sentido antes. –sorriu-lhe de
canto. –Obrigada por ter vindo.

Alexandre piscou virando-se para enfermeira que colocava
um pequeno curativo no braço da outra.

-Ela tem que voltar no fim da semana para os exames?

-Sim. –a mulher assentiu. –E daqui duas semanas saem os
resultados.

-Vai dar tudo certo. –Maite respirou fundo. 

-Assim que diz! –um grande sorriso surgiu nos lábios
dele. –Essa é a minha amiga!

Ela deu uma risadinha.

-Podemos ir? –olhou a enfermeira.

-Você me parece bem, mas é melhor esperar alguns
minutinhos ok?

Ela assentiu e virou o rosto quando sentiu Alexandre
enxugar a fina camada de suor em seu rosto.

-Esta bem mesmo? –murmurou.

Ela voltou a assentir.

-Já terminei, mas se precisar de algo é só me chamar.

Eles viram a mulher sair.

-Acha que vou conseguir parecer saudável no casamento da
Dul? –ela voltou a olhá-lo. –Afinal de contas, sou uma das madrinhas.

-Você não parece doente Mai.

Ela ergueu uma sobrancelha duvidando.

-Ok talvez esteja um pouco abaixo do peso e pálida,
mas... Você está bem. E já que está tão preocupada com isso toma um sol de vez
em quando e come mais. –brincou. 

-Bobo. –riu de leve. –Mas são boas sugestões, talvez eu
as aceite.

x______x

Alice abriu a porta de casa e entrou sendo seguida por
Lucas. Virou-se para ele.

-Obrigada pelo almoço maravilhoso Luke. –agradeceu. –Eu
não me sentia bem assim há semanas.

-Disponha. –sorriu-lhe. –Fico feliz que tenha gostado, de
verdade. Me diverti bastante também.

O silêncio caiu sobre eles onde ficaram apenas se
olhando.

-Quer... beber alguma coisa? –ela quebrou o silêncio.

Ele balançou a cabeça.

-Tenho que ir trabalhar, mas... –aproximou-se dela.
–Qualquer coisa que precisar, me ligue sim? –beijou-a na testa. –Se cuida.

Alice assentiu. Lucas se afastou e seguiu até a porta.  

-Tchau. –acenou.

Ele acenou de volta e então partiu.

x______x

Quarta feira, 04
de Agosto de 2010.

 Liz saiu pelo
portão do colégio à procura do motorista, mas ao invés dele viu Christopher e
sua mãe (https://picasaweb.google.com/lh/photo/nSRagu21Ac1mejp4v0Egag?feat=directlink)
encostados no carro dele. Correu até eles.

-Pequena. –Christopher ergueu-a em seus braços,
beijando-lhe a bochecha.

-Não sabia que iam vir me buscar hoje! –ela sorria
animada.

-Quisemos fazer surpresa. –sorrindo Dulce deu um beijo na
filha. –Como foi à aula?

-O mesmo de sempre. –foi colocada no banco traseiro do
carro por Christopher. –Aonde vamos? –perguntou quando eles já estavam dentro
do carro.

-Vamos nos encontrar com a corretora, se esqueceu?
–Christopher olhou para trás piscando para a menina. –Vamos conhecer nossa
possível nova casa.

Liz se animou.

-Pode ter piscina?

Dulce sorriu enquanto Christopher assentiu.

-Não vejo problemas.

-E um quintal grande pra Lola brincar? –quase quicava no
banco de agitação. 

Dulce riu.

-Parece justo para mim. –ele concordou. Duvidava que
pudesse negar algo a Liz.

-Ai! –deu um gritinho. –Chris você é o melhor! –abraçou-o
pelo pescoço.

Sorrindo Dulce os olhou.

-Querida sente direito. –pediu.

A menina prontamente obedeceu à mãe e voltou a se
acomodar.

x______x

Em seu escritório, Poncho andava de um lado para o outro.
Sentia-se como um animal preso em uma jaula. Bateram na porta e então a cabeça
de seu pai surgiu.

-Filho, está pronto para a... –a pergunta morreu em seus
lábios ao ver a expressão do filho. –O que houve? –entrou na sala fechando a
porta as suas costas.

Ele não parou de andar.

-Estou enlouquecendo! –esbravejou com raiva. –Quero ir
atrás da Annie!

-E o que está te impedindo? Já se separou da Alice por
que não vai atrás dela?

-Na ultima vez em que nos vimos, ela brigou comigo até me
bateu quando contei que tinha me separado e depois que nos beijamos, me mandou
ir embora e nunca mais voltar. –desabafou. Tinha os olhos fixos no carpete
enquanto continuava a andar de um lado para o outro.

-Se beijaram? –surpreendeu-se.

-Sim. –suspirou parando de andar. –Depois daquele dia,
prometi a mim mesmo que daria um tempo a ela, mas eu estou... –se interrompeu
dando um murro na mesa. –Merda! –xingou.

-Não adianta perder a calma. –alertou. –Pede pra Cecília
te trazer uma dose de uísque e se controla, nós temos uma reunião muito importante
daqui a meia hora.

Poncho esfregou as mãos no rosto, bufando.

-Tinha me esquecido da reunião.

-Imaginei. –tinha a expressão séria. –Beba o uísque e se
recomponha. –apontou para o cabelo despenteado e a gravata frouxa. –Volto daqui
vinte minutos e te quero preparado. –avisou abrindo a porta.

-Tudo bem. –assentiu.

Fernando então, saiu da sala batendo a porta as suas
costas. Poncho deu mais um murro na mesa e sussurrou um palavrão quando sentiu
a mão latejar, resmungando apertou o botão vermelho no telefone em cima de sua
mesa.

-Pois não Sr. Alfonso?

-Cecília, preciso de uma dose dupla de uísque. –murmurou.
–Por favor.

-Providenciarei em um instante senhor.

-Obrigado.

A comunicação foi cortada.

x______x

Sentada em sua cama lendo, Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/aKCcKai3wLTWlD-YLrvVEg?feat=directlink)
suspirou baixando o livro.

-Que tédio. –resmungou.

Correu o olhar pelo quarto a procura de algo para fazer,
mas nada encontrou.

-Não agüento mais ler. –murmurou sozinha. Fechou o livro
e colocou-o para o lado, sua atenção foi atraída quando esbarrou a mão em seu
celular (https://picasaweb.google.com/lh/photo/YkgGR7qqH5TYgIRYAPAEdA?feat=directlink).
Encarou o aparelho por um instante e num impulso, ligou para um dos números da
agenda. Legou o telefone até o ouvido e esperou, no terceiro toque ela já estava
prestes a desligar, quando atendeu.

-Lice?

-Oi Luke. –sentia-se trêmula. –Está ocupado?

-Pode falar.
Aconteceu alguma coisa?

-Não, não. É... –pensou por um breve momento. –Liguei
para saber se está livre esta noite. –improvisou.

-Estou livre.
–murmurou.

-Ótimo. –um sorrisinho brotou nos lábios dela. –Quer vir
jantar aqui em casa? Pode trazer a María se quiser. –obrigou-se a dizer.

-Aceito o convite e
se seremos apenas nós porque ela está fora do país.

-As sete está bom para você? –mordeu o lábio inferior.

-Pode ser sete e
meia? Assim tenho tempo de ir em casa tomar banho.

-Sem problemas. Nos vemos mais tarde então sim?

-Até.

Alice desligou e soltou o ar.

-Espero não me arrepender mais tarde. –murmurou para si.

x______x

-Obrigada por ter vindo. –Mariana (https://picasaweb.google.com/lh/photo/0IaKSGQeHPX5VW1h9v5FoQ?feat=directlink)
murmurou fechando a porta.

Alexandre a olhou.

-Tenho que dizer que fiquei preocupado com o seu
telefonema. –franziu a testa.

Ela passou por ele em direção a sala, sem nada dizer. Ele
a seguiu.

-O que está havendo Lali?

Mariana o olhou, mordendo o lábio com força.

-Senta. –pediu após um momento.

Ele o fez sem tirar os olhos dela. Inquieta, ela começou
a andar de um lado para o outro. Alexandre esperou até que ela parou e foi
sentar-se na mesinha de madeira de frente para ele.

-Está me deixando preocupado. –ele murmurou pegando as
mãos dela nas suas e sentindo-as trêmulas.

-Eu... –respirou fundo, tomando coragem. –Eu vou me mudar
para Nova Iorque. –disse por fim encarando os olhos claros dele.

Alexandre precisou de alguns minutos para encontrar sua
voz.

-O que?!

Ela engoliu em seco.

-Estive pensando nisso nos últimos meses e tomei minha decisão.
Vou deixar a dança e... fazer a faculdade lá.

-Não pode estar falando sério. –balançou a cabeça,
incrédulo.

-Sinto muito. –sussurrou tirando suas mãos das dele.
Tirou do dedo a aliança e pegou a mão dele, depositando a jóia na palma.

Em silêncio, ele baixou os olhos para a aliança e
respirou fundo.

-Tudo bem. –murmurou após um momento erguendo os olhos
para ela. –Se prefere assim.

Sem nada dizer, ergueu-se e Mariana o seguiu com o olhar.

-Alex... –começou, mas foi interrompida.

-Boa sorte em Nova Iorque. –disse antes de dar as costas
a ela e partir, batendo a porta ao sair.

Mariana fechou os olhos.

x______x

-A casa cumpre a todos os requisitos solicitados pelo senhor.
 –a corretora comentou enquanto eles
desciam as escadas.

Christopher concordou com um aceno e olhou para a noiva
ao seu lado.

-O que acha? –levou a mão dela que estava junto a sua até
os lábios.

Dulce abriu-lhe um sorriso encantador.

-É adorável aqui. –disse de simples.

Ele sorriu também e olhou para Liz, que observava a tudo
com atenção.

-E você pequena? O que achou?

-É incrível! –estava maravilhada. –A Lola vai gostar
muito.

O casal riu.

-Também acho. –ele concordou e olhou na direção da
corretora. –Nós vamos ficar.

Um grande sorriso surgiu nos lábios da mulher, aquela
venda iria lhe garantir uma ótima comissão. Estendeu a mão.

-Fez um ótimo negócio senhor Uckermann, posso lhe
garantir. –apertaram as mãos.

-Tenho certeza que sim. –sorriu-lhe educado.

Foram interrompidos pelo som do toque do celular da corretora.
Ela olhou o visor com a testa franzida.

-Com licença. –sorriu sem graça se afastando.

-Estamos fazendo um bom negócio? –Christopher passou o
braço ao redor da cintura da noiva.

-Com toda certeza sim. –ela sorriu-lhe tocando-o no
rosto. –Seremos muito felizes aqui.

Ele estava prestes a beijá-la, mas foi impedido pelo
barulho dos saltos da mulher voltando.

-Me desculpem. –voltou para junto dos três. –Posso enviar
os papeis aos advogados?

-Ainda hoje, se possível. Nós queremos nos mudar na próxima
semana, no máximo.

-Claro. –apressou-se em concordar. –Enviarei hoje.

Eles se despediram com apertos de mãos e os três
partiram.

-Nós vamos morar naquela casa? –Liz perguntou dentro do
carro.

Dulce olhou para trás e sorriu para a filha.

-Vamos sim. Gostou mesmo do lugar?

-É enorme e meu quarto é super demais!

O casal riu da animação dela.

-Todas as peças estão se encaixando. –Christopher
murmurou pegando a mão de Dulce e beijando-a na palma.

Ela recostou a cabeça no banco e sorriu para ele.

-Sim. –concordou. –Está feliz? –sussurrou após um
momento.

Ele riu e olhou-a.

-Se ficar mais feliz, corro o risco de ser preso.
–brincou.

Ela deu uma risadinha.

-Mas é sério, nunca estive tão feliz. Tendo você e a Liz,
não preciso de mais nada. –parou no semáforo e olhou para ela, inclinou-se e
deu um beijo nela.

Liz, que observava a tudo em silêncio acabou sorrindo.
Finalmente sua família estava completa.

x______x

Alexandre dirigia em alta velocidade quando seu celular (https://picasaweb.google.com/lh/photo/83iO4Uz0aQjRSY8wYFnyeQ?feat=directlink)
começou a tocar. Ele pegou o aparelho e com uma rápida olhada no visor, viu o
nome da irmã.

-Fala. –atendeu no viva voz.

-Oi pra você também
Alexandre. –ela foi irônica.

-Desculpa Annie, é que... –respirou fundo. –Deixa pra lá.
Está precisando de alguma coisa?

-Não, eu só liguei
para te lembrar da aula de pré parto. Você disse que queria ir.

Ele bateu no volante.   

-Droga!Tinha me esquecido completamente.

-Alex o que
houve?-a voz dela tornou-se preocupada.

-Depois te conto. Olha, estou indo para casa te pegar e
nós vamos para a aula ok?

-Tem certeza? Se
não estiver bem, eu posso chamar outra pessoa.

-Não. Prometi a você que te acompanharia nas aulas e vou
fazer isso, chego aí em quinze minutos.

-Esta bem.

Desligaram. Alexandre acelerou mais, mas diminuiu a
velocidade quando passou por uma ponte, baixou o vidro por inteiro e arremessou
na água as duas alianças. E com uma ultima olhada na direção da água, ele
voltou a acelerar.

x______x

-Filha? –Letícia chamou batendo na porta do quarto de
Maite.

-Entra mãe!

A mulher entrou e encontrou-a (https://picasaweb.google.com/lh/photo/XwIoWinnSTee3cZAeygsfw?feat=directlink)
sentada na cama com as costas apoiadas num travesseiro e o notebook no colo.

-Vim ver se está se sentindo melhor. –caminhou até a cama
onde se sentou na beirada.

-Estou sim. –sorriu-lhe de canto. –Tomei o remédio para o
enjôo.

-Isso é bom. Pedi para a Alma preparar um lanche para
você. Acha que seu estomago agüenta?

-Na verdade, estou morrendo de fome. –deu uma risadinha.  

-Vou pedir para trazerem aqui. –ergueu-se.

-Não! –deixou o notebook de lado e colocou as pernas para
fora, erguendo-se. O quarto girou e alguns pontos pretos surgiram em sua visão,
mas logo ela conseguiu se estabilizar. –Quero sair um pouco do quarto.
–murmurou para a mãe.

Letícia sorriu. Era bom ver a filha com mais disposição.

x______x

Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/sILdnjCqlq_tlN1SxSO3Yg?feat=directlink)
parou em frente ao espelho em seu closet e avaliou seu reflexo. Estranhamente
não se sentia insegura com sua aparência, sentia-se... bonita. Respirando
fundo, ela correu a mão esquerda, agora com a ausência da aliança, pelo ventre
(https://picasaweb.google.com/lh/photo/68UxC0TfhtxY0ug7ekiPRw?feat=directlink)
volumoso. Foi tirada de seus devaneios pelo toque de seu celular (https://picasaweb.google.com/lh/photo/YkgGR7qqH5TYgIRYAPAEdA?feat=directlink)
em cima da cama. Atendeu sem olhar o visor.

-Alo? –sentou-se no colchão com um pouco de dificuldade.

-Lice? –era a voz
de Lucas.

-Oi Luc. –franziu a testa ao ouvir barulho de sirenes ao
fundo. –Está tudo bem?

-Sim, sim é que...
–respirou fundo.-Vou ter que furar com você. Sinto muito, de verdade, mas houve
um ataque e eu...

Ela o interrompeu.

-Como assim um ataque? –se assustou.

-Não precisa se
preocupar, não é nada comigo, mas tem a ver com um caso que eu estou cuidando e
uma testemunha sofreu uma tentativa de homicídio... Preciso cuidar disso. Pode
me perdoar?

-Imagina Luke. –ela forçou-se a manter sua voz normal,
sem querer demonstrar seu desapontamento. –É muito grave?

-Nada que nós não
possamos lidar. –a tranqüilizou. –Agora preciso ir, mas prometo que recompenso
depois sim?

-Não se preocupe com isso. E... boa sorte.

-Obrigado.
–desligou.

Com um suspiro, Alice deixou o celular de lado.

-Foi melhor assim. –murmurou para si. –Muito melhor.
–sussurrou tirando os sapatos de salto alto.

Houve batidas na porta.

-Entra. –autorizou.

-Desculpe incomodar senhora, mas vim avisar que está tudo
pronta. Exatamente como mandou.

Alice forçou um sorriso na direção da mulher.

-Obrigada por tudo Lurdes, mas o Lucas acabou de ligar,
houve um imprevisto e... ele não vai poder vir. Guarde tudo e quando terminar,
está dispensada.

A mulher assentiu.

-Sim senhora. –saiu do quarto.

Alice viu-a sair e após a porta ser fechada, caiu de
costas na cama. Encarou o teto por minutos a fio até o toque de seu celular
interrompeu o silêncio no quarto. Ela pegou o aparelho e olhou no visor, mas
deixou-o cair para o lado ao ver a foto do ex-marido na tela. O aparelho ficou
tocando até que por fim, o silêncio retornou. Segundo depois, Alice pôde ouvir
o telefone tocar no andar debaixo. Fechou os olhos e obrigou sua mente a se
desligar e vagar... Minutos depois sua respiração se tornou leve e ritmada.

x______x

Sábado, 07 de
Agosto de 2010.

Christian abriu a porta de seu apartamento e um enorme
sorriso surgiu em seus lábios ao ver os amigos.

-Parabéns! –Dulce (https://picasaweb.google.com/lh/photo/_Kyoa1O7ssb5S6JZny5ktA?feat=directlink),
Anahí (https://picasaweb.google.com/daianyzinha.cristina/RoupasDeGravida?feat=directlink#5397619776920614002)
e Liz cantaram em coro.

-Não sei porque ainda me surpreendo com vocês. –ele riu
balançando a cabeça.

-Meu irmão postiço ta ficando mais velho. –Anahí lançou
os braços ao redor dele, beijando-lhe o rosto. –Aqui o seu presente. –entregou
a ele uma caixa média embrulhada num papel verde chamativo. –Sei que você odeia
verde. –riu.

-Obrigado. –ria.

-Sai dá frente peituda. –rindo, Dulce empurrou a amiga de
leve. –Parabéns bebê! –assim como Anahí, abraçou-o com força dando-lhe muitos
beijos.

-Obrigado ruiva. –agradeceu quando ela lhe entregou seu
presente.

-Tio! –Liz pulou para o colo dele num salto. –Parabéns!

-Amor da minha vida! –ele abraçou a menina com força,
fazendo-a soltar um gritinho. –Obrigado anjinha. –rindo, olhou para
Christopher. –E aí cara.

-E aí. –ele ria também. –Parabéns.

-Valeu.

Os três seguiram até a cozinha onde encontraram as três
mulheres conversando e rindo.

-Pequena. –Christian falava com Liz. –Quero que conheça
uma pessoa muito importante. Esta é a Isabella.

-Oi Liz. –Isabella (https://picasaweb.google.com/lh/photo/6T43Gq5Z8tArwgur6b8MJA?feat=directlink)
cumprimentou-a com um sorriso simpático. –Seu tio me falou muito de você.

-Oi. –Liz acenou com um sorriso.

x______x

-Não acredito que está me obrigando a isso. –Maite (https://picasaweb.google.com/lh/photo/pZ26zTqVKnj0ks5K0GM3kA?feat=directlink *sem a flor no cabelo*) resmungou
olhando Alexandre com a testa franzida.

-Deixa de ser chata Mai. Você estava precisando sair de
casa um pouco, mais alguns dias e você ia criar mofo. –brincou.

-Engraçadinho. –fez uma careta. –Não vamos passar para
pegar a Lali? –franziu a testa ao vê-lo passar reto pelo caminho que levaria a
casa dos Saviñón.

-Não. –ela murmurou com a expressão fechada.

Maite observou-o por uma breve fração de segundos.

-Ok, o que eu perdi? –sentou-se de lado no banco, de modo
que pudesse olhá-lo melhor.

Alexandre bufou balançando a cabeça.

-Nada demais. Nós... Não, na verdade, ela terminou
comigo.

-Ta de brincadeira. –ficou boquiaberta. –Quando?

-Quarta feira. Ela me ligou e pediu que eu fosse
encontrá-la, quando cheguei lá ela pediu que eu sentasse e então disse que iria
se mudar para Nova Iorque.

-Mudar pra Nova Iorque? –piscou incrédula. –Por que...
Você não me ligou?

-Sinto muito, mas é que... Ainda estou com muita raiva.

-Ela vai para o aniversário?

-Não sei. Mas espero verdadeiramente, que não.

x______x

Na cozinha preparando um lanche, Pedro interrompeu-se ao
ouvir a campainha. Enxugou as mãos num pano e seguiu até a porta, abrindo-a.
Surpreendeu-se ao deparar-se com Mariana (https://picasaweb.google.com/lh/photo/r4Jz5Gco4B6PtTvUiG3ILg?feat=directlink).

-Lali?

-Oi. –cumprimentou-o, mordendo o lábio inferior com força
deixando-o quase da cor de sangue. –Podemos conversar? –perguntou ao ver que
ele não falava nada.

-Claro. –assentiu dando passagem para ela.

Mariana entrou e seguiram até a sala.

-Quer beber alguma coisa? –ele perguntou coçando a nuca,
um pouco sem jeito.

-Não. –ela balançou a cabeça. –Obrigada. Não pretendo
demorar, vim apenas... –hesitou. –Vim te devolver isso. –estendeu na direção
dele, uma caixinha de veludo preta.

Pedro pegou a caixinha com a testa franzida e ergueu a
tampa, encontrando o anel que um dia dera a Mariana em símbolo de compromisso.

-Já estava na hora de te devolver. –ela murmurou.

Ele precisou de alguns minutos para olhá-la.

-Por quê?

Ela respirou fundo, colocando as mãos nos bolsos da calça
jeans.

-Você está com a Anna e sei que o namoro de vocês é
sério. Ela está apaixonada Pedro e... você também está. Não é justo que eu
continue com algo que não me pertence mais.

-Você... está feliz com o seu namoro?

Ela balançou a cabeça, um sorriso tristonho em seus
lábios.

-Nós não estamos mais juntos.

Ele foi pego de surpresa pela informação.

-Sinto muito.

-Não sinta. Tenho cometido muitos erros ultimamente e talvez,
o meu maior erro tenha sido dizer não a você quando veio me procurar mesmo
depois de dois anos. –respirou fundo sentindo lágrimas arderem sem seus olhos.
–Agora você e a Anna estão juntos e eu... –sua voz tremeu. –Fico feliz por
isso. –afastou uma mexa de cabelo do rosto. –Vou para Nova Iorque depois do
casamento e... vou recomeçar a minha vida lá.

Pedro deixou a caixinha de lado e aproximou-se, tomando o
rosto dela entre suas mãos. 

-Eu quero que você seja feliz. –murmurou olhando-a nos
olhos.

Ela assentiu seus olhos presos aos dele. Seu coração
doía.

-Cuida da Ann sim? –pediu com a voz trêmula. Ergueu suas
mãos e entrelaçou seus dedos ao dele. –E seja feliz. –sussurrou afastando as
mãos dele de seu rosto. De um passo para trás. –Tchau Pedro. –deu as costas a
ele e saiu do apartamento em passos rápidos.

Ele viu-a partir e com um suspiro, voltou a pegar a
caixinha de veludo. Sentou-se no sofá e ficou olhando a jóia por minutos a fio,
até que por fim, baixou a tampa.

 x______x

Os quatro homens estavam na varanda bebendo e fumando
enquanto conversavam. Foram interrompidos pela campainha.

-Já volto. –Christian murmurou apagando o cigarro no
cinzeiro.

Ele seguiu até a porta e abriu-a.

-Mai. –um sorriso de canto surgiu em seus lábios. –Que
bom que veio.

-Feliz aniversário. –sorrindo de leve, ela se adiantou e
abraçou-o. Seus olhos se fecharam quando o perfume dele lhe invadiu.
Afastou-se.

-Obrigado. Alex, fala aí cara.

Os dois cumprimentaram-se. Alexandre parabenizou-o.

-Ei! Tem uma pessoa que eu quero apresentar a vocês dois.
-contou quando já estavam na sala.

-Quem? –Alexandre franziu a testa.

-Só um instante. –ele murmurou e saiu. –Amor, pode vir um
instante comigo? -pediu com a cara na porta da cozinha. –Quero te apresentar
dois amigos.

Dulce e Anahí que estavam ali trocaram um olhar.

-Claro. –ela assentiu enxugando as mãos num pano. –Dulce
pode mexer por favor?

-Claro! –ela assentiu deixando sua taça de vinho de lado
e indo até o fogão.

Isabella agradeceu e acompanhou o noivo.

-Bella estes são Maite e Alexandre. –apresentou.

Isabella sorria e por uma breve fração de segundos, sua
expressão se congelou. Recordou-se do dia em que Elena lhe contara sobre Maite.
Rapidamente, recompôs sua expressão.

-É um enorme prazer conhecê-los. –estendeu a mão,
cumprimentando-os. –Você é o irmão da Annie não é?

-Sou sim. –Alexandre assentiu.

-Estivemos falando de você há poucos minutos. –deu uma
risadinha.

-Espero que bem. –ele riu também.

Christian sorriu, Isabella se dava bem com todas as
pessoas. Aquilo lhe fascinava.

-Essa é a Isabella, minha noiva. –anunciou, passando o
braço ao redor da cintura dela.

E por um momento, Maite esqueceu-se de como respirar. As
palavras de Christian ecoando em sua mente. Noiva? Perguntou-se em pensamento.

-Uau. –Alexandre murmurou surpreso. –Isso é realmente uma
surpresa, mas meus parabéns.

-Obrigada. –Isabella agradeceu, mas observava pelo canto
do olho Maite.

-Não vai falar nada Mai? –Christian franziu a testa.

Ela piscou, parecendo despertar.

-Claro! Meus parabéns. –forçou um sorriso. –Fico muito
feliz que você tenha... encontrado alguém.

-Obrigado. –o sorriso se abria em seus lábios não estava
presente em seus olhos. –A viagem para a Itália foi o melhor que fiz depois de
muitas decisões ruins.

Maite engoliu em seco com a indireta. Dulce lhe contara
que Christian tinha decidido partir após o encontro deles na Igreja.

-Querem beber alguma coisa? –Isabella perguntou rompendo
a tensão silenciosa que crescia.

-Pra mim pode ser cerveja. –Alexandre apressou-se em
concordar, na mesma tentativa que Isabella. –Quer alguma coisa Mai? –olhou-a.

Ela desviou os olhos de Christian, assentindo para ele.

-Pode ser. –murmurou.

-Qualquer coisa sem álcool pra ela, por favor. –ele
pediu.

-Claro. –ela assentiu. –Prefere suco ou refrigerante?
–olhou a outra, mantendo sua expressão simpática.

-Refrigerante.

-Volto num instante. –ela piscou e olhou o noivo. –Quer
mais cerveja?

-Ainda tenho a minha. –voltou a sorrir e beijou-a na
testa.

Maite desviou os olhos diante da cena de carinho.
Alexandre percebeu e em apoio silencioso, tocou-a nas costas.

x______x

-Tem certeza de que
não quer que eu vá ficar aí com você? –Milena perguntou.

Alice (https://picasaweb.google.com/lh/photo/NqnYvKjX_9JKN3m08HLj5g?feat=directlink)
deu uma risadinha, andava pelo quarto enquanto separava algumas roupas. Seu
celular () estava sobre a cama, no viva voz.,

-Já disse que não precisa Mi. De verdade. Vai pra festa
do seu irmão e se diverte sim?

-Ok, mas mais tarde
passo aí pra te ver. Não gosto de te deixar sozinha.

-Ok. –riu. –Mas relaxa sim? Não sou nenhuma suicida.
–começou a dobrar algumas roupas e a colocá-las dentro de uma mala.

-Eu sei que não é.
–deu uma risadinha. –Amiga, acabei de chegar aqui no meu irmão. Vou desligar
ok? Mais tarde nos vemos.

-Tudo bem. Dá um beijo em todos por mim.

-Pode deixar.
–desligou.

Alice também encerrou a ligação e continuou a colocar as
roupas dentro da mala.

x______x

-Hei! –sorrindo de canto, Dulce chegou por trás do noivo
e passou os braços ao redor da cintura masculina.

Um sorriso surgiu nos lábios de Christopher enquanto ele
enlaçava seus dedos aos dela em sua barriga e virava o rosto, dando-lhe um
selinho demorado.

-E a Liz? –ele perguntou trazendo-a para frente de seu
corpo.

-Ajudando o Christian na cozinha. –encostou-se nele.

-Eu odeio todos vocês. –Anahí dramatizou, sentando-se
numa poltrona próxima de Lucas e cruzando as mãos sobre a barriga.

-Por quê? –Lucas riu.

-Porque eu não posso beber. –olhou-o.

Todos riram.

-Toma. –Dulce estendeu sua taça para ela. –Só um gole.
–avisou.

-E pode? –Poncho olhou a irmã com a testa franzida.

-Em pequenas quantidades não faz mal. E também, ela não
pode passar vontade.

-Por isso que te amo. –um sorriso surgiu nos lábios dela.
Pegou a taça e deu um gole.

-Pronto. –pegou a taça de volta. –Se te ver bebendo de
novo, juro te bato peituda. –ameaçou com uma ponta de diversão na voz.

-Para de me chamar de peituda Dulce! –Anahí reclamou,
acertando um tapa na coxa dela.

Dulce gargalhou, desviando de outro tapa.

x______x

-Já está na hora de eu ir. –Mauro murmurou entregando
Sophia a Sarah (https://picasaweb.google.com/lh/photo/WSboJ0hKspKWW0M_o07_oQ?feat=directlink).
–Tchau amorzinho. –beijou a cabeça da filha.

Sarah recebeu a filha e sorriu para a pequena.

-Vem com a mamãe. –murmurou suave indo sentar-se com ela
no sofá. –Tenho noticias. –ergueu os olhos para o ex-marido, inexpressiva.

-Quais? –ele franziu a testa.

-Vou para o México na terça. –anunciou enquanto baixava
os olhos e entregava a chupeta para a filha, que estava inquieta. –Shhh. –ninou
a bebê.

-México? –ele piscou, sem acreditar.

-Isso mesmo. –ela voltou a olhá-lo. –O casamento do
Christopher é daqui duas semanas e ele e a noiva nos convidaram para ficarmos
alguns dias lá.

-Sarah... –ele começou, mas foi interrompido.

-Sabia que a sua ex é uma das melhores amigas da noiva do
meu melhor amigo? –perguntou irônica. –Pesquisei na internet. –piscou.

-Você não pode ir! –sua voz se alterou em autoridade.

Sophia agitou-se no colo da mãe. Com a expressão fechada,
Sarah voltou a ficar de pé, balançando-se num ritmo lento para ninar a filha.

-Importa-se de falar mais baixo? –sibilou num sussurro.
–E você não manda em mim. Christopher é meu melhor amigo e eu jamais faltaria
ao casamento dele por sua causa! –sussurrava furiosa enquanto ninava a filha.
Os olhos azuis de Sophia, idênticos aos da mãe, quase se fechavam.

Mauro abriu a boca para protestar, mas foi novamente
impedido.

-Quer saber de uma coisa? Não vou discutir isso com você.
–continuava a sussurrar. –Avisei somente sobre a viagem para que não venha aqui
e dê de cara com a porta. Agora, se me dá licença vou colocá-la para dormir.
–deu as costas a ele, deixando claro que já não o queria ali.

Mauro viu a ex-esposa sumir no corredor com a filha nos
braços com ar de desolação. Se Sarah e Anahí se encontrassem... Balançou a
cabeça interrompendo o pensamento.

x______x

A noite chegou e a animação no apartamento de Christian
só aumentou. A tensão que havia ele e Maite se dissipou com o passar das horas
e até mesmo Poncho e Anahí que não se falavam no inicio da tarde, brincavam e
riam juntos. O clima era leve e as risadas reinavam ali enquanto recordavam a
época do colégio, contando suas proezas da adolescência. Os dez adultos estavam
na sala espalhados pelos sofás e no chão e até Liz estava no meio, sentada ao
lado de Anahí jogava um jogo de realidade virtual no notebook do tio.

-Lembra do dia em que você entrou em coma alcoólico?
–rindo, Dulce perguntou a Christian.

Lucas gargalhou.

-Você já entrou em coma alcoólico? –Isabella arregalou os
olhos.

-Aquele dia foi histórico. –Anahí ria.

-Não sinto orgulho em admitir, mas sim. –ele murmurou com
um sorrisinho.

-Como aconteceu? –Christopher perguntou.

-Esses três anjos –Dulce apontou o irmão, Christian e
Lucas. –foram pra uma balada. Nenhuma de nós, fizemos uma festinha do pijama na
casa da Annie. –deu uma risadinha. Acho que era uma três da manhã quando o
Lucas me ligou e falou “Dul vem pro hospital. O Christian ta em coma alcoólico
e seu irmão tão bêbado que nem andar. Preciso de ajuda pra tirar eles daqui
porque os médicos não querem liberar, já ligaram pra Elena e acho que pros seus
pais também. Se virem o estado deles, nós estamos mortos.”

-Nem preciso dizer que o pânico foi geral. –Anahí
continuou. –Fomos eu, a Dul e a Mai enquanto a Lice, por ser a mais nova, ficou
em casa com a Liz. Saímos escondidas, morrendo de medo de meus pais aparecerem.
Parecia coisa de cinema nós três empurrando o carro do meu pai até o portão, a
Dul foi dirigindo sem nem mesmo ter carteira de motorista. Fomos a toda e
chegamos ao hospital em tempo recorde, encontramos o Luke e nos separamos, ele
a Mai foram buscar o Poncho que estava caído no chão do banheiro enquanto nós
duas fomos procurar o Christian. Nós entramos pela entrada de funcionários,
pegamos uns jalecos que haviam lá e saímos pelo hospital. Encontramos essa
praga na enfermaria, completamente apagado! Foi horrível carregar ele.

-Vocês duas carregaram o Christian? –Christopher
perguntou sem acreditar.

-Carregaram nada! Esses duas me deixaram cair! –ele
acusou.

As duas riram.

-Carregamos um pouco sim, mas como ele estava apagado foi
impossível... então a Dul encontrou uma cadeira de rodas e nós conseguimos
arrastá-lo até ela, claro que com muito esforço. Fiquei cheia de hematomas
depois. –Anahí afastou o cabelo do rosto. –Parecia o fim perfeito porque
conseguimos levá-lo até a saída sem chamar nenhuma atenção. Mas eu juro que até
hoje me arrependo de ter feito isso. –fez uma careta.

-Por quê? –Isabella quis saber curiosa.

-Demos de cara com o Ricardo, a Elena e os meus pais.
Acho que aquele ouvi mais do que quando contei que estava grávida. –Dulce
brincou.

-Isso que é azar hein? –Christopher riu.

-A minha mãe me ligou em Londres pra contar! –Alexandre
contou com o riso na voz.

-Teve mais. –Lucas tinha o rosto avermelhado pelo riso.
–Foi inesquecível ver a Elena discutir com o Christian bêbado! Ele não
conseguia nem falar!

-Não acredito nisso. –Isabella cobriu o rosto com as
mãos, rindo com vontade.

-Nunca vi minha mãe tão surtada como naquele dia! –Milena
murmurou chorando de rir.

-Aprontamos muito naquela época. –Maite declarou corada
pelo riso.

Os outros concordaram.

-O que é coma alcoólico? –Liz perguntou de repente.

Dez pares de olhos viraram-se para ela.

-Dul. –Poncho chamou. –Você é a mãe, você responde.

-Você é tio e padrinho! –ela rebateu. –Responde você.

-Sem chance!  Já
expliquei como nascem os bebês.

-Chris, você explica. –ela pediu ao noivo. –Fiquei
traumatizada desde o dia em que expliquei o que é sexo. –sussurrou para ele.

Christopher franziu a testa e olhou para Liz, que
esperava pacientemente. Os outros também esperavam.

-Bom, coma alcoólico é... –hesitou, coçando a barba.
Pensou um pouco.  –Coma alcoólico é
quando uma pessoa bebe muito, mais do que pode realmente agüentar e quando isso
acontece, essa pessoa precisa ir até o hospital e tomar uma injeção para ficar
bem. –resumiu. Olhou a noiva, incerto sobre sua explicação.

Ela piscou, orgulhosa.

Liz absorveu a explicação.

-Mais o que precisa beber pra ficar assim? –quis saber.

Ele respirou fundo antes de falar.

-Bebida de adulto.

Liz virou-se para Anahí. 

-Você já ficou em coma alcoólico tia?

x______x

Christina e Isabella despediram-se com beijos e abraços,
ele sussurrou um “Obrigado por ter vindo” no ouvido de Maite quando se
abraçaram. Ela apenas sorriu-lhe e se afastou, partindo com os outros.

-Me diverti muito hoje. –Isabella comentou voltando para
a sala e sentando-se no tapete, com as costas apoiadas no sofá. Tirou as
sandálias de salto e voltou a pegar a taça de vinho, dando um pequeno gole.

Christian trancou a porta e juntou-se a ela.

-Acho que posso afirmar que esse está no topo da minha
lista de aniversários. –sorriu para ela.

Sorrindo, Isabella passou para o colo dele. Sentou-se de
lado ficando com as pernas esticadas sobre o tapete, ele passou o braço em
volta da cintura dela ficando a mão em sua cintura.

-Sério? –olhou-o.

Ele assentiu pegando uma mexa do cabelo escuro e sedoso,
colocando-o atrás da orelha.

-Sim. –murmurou. –Apesar de ter sido algo simples, passei
o dia com as pessoas que amo e principalmente, você está aqui. É isso que conta
para mim.

Sem nada dizer, Isabella inclinou-se para beijá-lo e ele
correspondeu, mas aos poucos o beijo foi tornando-se sério, sensual e exigente.
Isabella soltou um leve gemido abraçando-o pelo pescoço enquanto ele apertava-a
contra si, excitando-se ao ter o corpo frágil dela espremido contra o seu.
Christian interrompeu o beijo, afastando-se gentilmente com os olhos nublados
de desejo.

-É melhor pararmos. –murmurou um pouco ofegante.

Ela mirou-o em silêncio.

-E seu eu não quiser parar? –sussurrou descendo as mãos
pequenas pelo tórax masculino, sentindo os músculos dele rígidos.

Ele pegou as mãos dela, parando-as.

-Essa não é você falando. –ainda segurando as mãos dela,
beijou-as na palma. –É o vinho.

Ela mordeu o lábio inferior deixando-o avermelhado.

-Talvez... Mas estou com plena consciência dos meus atos.
–voltou a inclinar-se, encostando seus lábios aos dele. -Sei o que quero.
–sussurrou sensual mordendo o lábio dele em seguida.

{Música de Fundo: http://youtu.be/p4LOQlusc1w}

Ele encarou o azul dos olhos dela com atenção, como se
procurasse pelo menor sinal de dúvida ou hesitação. Não encontrou, muito pelo
contrário, o que viu nos olhos dela foi desejo puro e simples... e  viu também amor e confiança. E aquilo bastou
para ele. Tomou os lábios dela nos seus com ânsia e ela correspondeu da mesma
forma, agarrando-se a ele. Beijaram-se por minutos inteiros, mas seus pulmões
reclamaram por ar e quando se afastaram ambos ofegavam.

-Tem certeza que quer isso? –ele sussurrou afagando o
rosto dela.

Você salvaria minha alma esta noite?♫

Isabella nada disse, apenas assentiu com os olhos presos
aos dele. Cuidadoso, ele a deitou sobre o tapete macio e inclinou-se sobre ela,
precisando lembrar-se de que aquele momento pertencia a ela e não a ele.
Beijou-a devagar enquanto sentia as mãos pequenas tocando-o por cima da
camiseta. Quase gemeu ao sentir as mãos quentes tocarem sua pele... minutos
depois sua camiseta foi jogada em algum lugar da sala.

-Te amo. –ele murmurou nos lábios rosados.

Prenda-me em seus braços esta noite.♫

-Eu também. –ela sussurrou de volta sentindo cada músculo
sob a ponta de seus dedos.

Eu posso ser seu herói, baby♫

Christian foi subindo o vestido dela e logo a peça
perdeu-se também, deixando-a somente de lingerie (https://picasaweb.google.com/lh/photo/03oNMnPUCMZvGeQoIENEnA?feat=directlink).
Ele afastou-se um pouco para admirar o corpo bem feito e sorriu de canto ao
vê-la corar diante do olhar dele.

-Você linda. –sussurrou voltando a beijá-la.

Você pode me deixar sem fôlego♫

Sentindo-se trêmula, Isabella desceu as mãos pelo peito
dele até chegar ao cinto, abriu-o assim como fez com a calça jeans. Eles se
encararam por um tempo que pareceu interminável até que ela sorriu de canto e
ele correspondeu, tocando-a na face. Olharam-se, cúmplices.

x______x

Você juraria

Ser para sempre minha?♫

Descalça, Dulce(https://picasaweb.google.com/lh/photo/tSS3D950SZfTTW7bjwfAWA?feat=directlink)
parou na porta da cozinha e observou o noivo em silencio.

Sentindo-se observado, Christopher virou-se e sorriu de
canto ao ver Dulce e envolveu-a pela cintura quando ela se aproximou. Dulce
ficou na ponta dos pés para beijá-lo ao mesmo tempo em que ele curvava o rosto,
apertando os braços em sua cintura, ergueu-a com um único movimento sentando-a
sobre o gabinete da cozinha, deixando seus rostos na mesma altura.

-Sabia que te amo Dulce María Saviñón? –ele murmurou
olhando-a nos olhos enquanto tocava-a na face.

Ela sorriu de leve abraçando-o pelo pescoço.

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Eu perdi minha mente ?

Bem, eu não me importo, você está aqui esta noite.♫

 Dirigindo pela
estrada quase deserta, Alice (https://picasaweb.google.com/daianyzinha.cristina/RoupasDeGravida?feat=directlink#5512018607528372434)
estendeu a mão e pegou o celular que vibrava no banco do passageiro. Sem olhar
o visor  apertou “Ignorar”, desligando-o
em seguida. Jogando-o para o lado ela voltou os olhos para estrada escura e
pouco iluminada, uma lágrima escapou sem permissão pelo canto de seu olho
enquanto ela baixava uma das mãos e tocava o ventre dilatado.

x______x

Alexandre acompanhou Maite até a porta de entrada.

-Não quer mesmo entrar? –ela perguntou virando-se para o
amigo.

Ele balançou a cabeça e aproximou-se, abraçando-a. Maite
correspondeu ao abraço, seus olhos fechando-se.

Eu vou te esperar pra sempre♫

Dentro do carro, Anahí observava a cena e sorriu de
canto, tocando o ventre sem perceber. Mas sua atenção foi atraída por um leve,
quase imperceptível, movimento sob suas mãos. Ela ofegou, surpresa.

x______x