Fanfic: .~Uma Chance para Recomeçar

6°
Capítulo: Novos ares.  

Dulce chegou à casa dos pais e após ser recebida
alegremente pela empregada, foi levada até a sala de estar onde encontrou a
mãe.

-Boa noite mãe. –cumprimentou, deixando a bolsa (http://picasaweb.google.com.br/lh/photo/ZmChnNXEaOd6hQEQ2nFVkA?feat=directlink)
no sofá.

Blanca ergueu os olhos da revista que lia, não
demonstrando emoção alguma diante da chegada da filha.

-Boa noite filha. E antes que pergunte, seu pai está se
arrumando para o jantar, logo deve descer.

Dulce respirou fundo e forçou um sorriso. Blanca não
estava de bom humor. 

-Obrigada. –sentou-se no sofá, cruzando as pernas.
Permaneceu em silêncio, sem fazer questão de puxar assunto.

Blanca também permaneceu em silêncio. Observou à filha,
sempre tão elegante e bem arrumada, Dulce era muito bela e tinha um rosto de
boneca, desde que nascera tinha sido assim. E não havia sido a toa que
engravidara aos quinze anos, aquilo havia sido um desgosto para Blanca.

-Soube que você e Lucas terminaram.

Lá vem bomba, Dulce pensou se ajeitando no sofá.

-Sim, terminamos semana passada.

Blanca assentiu, fechando a revista e deixando-a de lado.

-Sabe, eu gostaria que você tivesse me avisado. Fiquei
com cara de idiota quando me disseram que vocês haviam terminado. Que tipo de
mãe vão pensar que eu sou?

Dulce encarou a mãe, pasma por um momento.

-Por ser exatamente o tipo de mãe que é não contei nada.

Blanca engoliu em seco, cerrando as mãos em punhos no
colo.

-O que fez de errado?

-O que a faz pensar que eu fiz algo de errado?

-Vamos lá, conheço você Dulce. Parece que você tem
tendência em afastar os bons homens que aparecem na sua vida. –alfinetou.

-Podem ser bons pra você, mas não pra mim. –rebateu.

-Não me falte com respeito, sou sua mãe.

-Não estou fazendo nada demais, apenas estou tratando-a
da mesma forma como à senhora tem me tratado.

Blanca estava a ponto de responder a provocação da filha
quando Fernando surgiu na escada.

-Minha princesa! –ele saudou a filha terminando de descer
as escadas.

-Papai! –Dulce se ergueu, esquecendo a discussão com a
mãe.

Pai e filha se abraçaram com força, Fernando tirando-a
alguns centímetros do chão. Disse algo que fez a filha rir.

Blanca observava ciumenta, o marido com a filha mais
velha. Sabia que era pecado sentir ciúmes da própria filha, mas ela não podia
controlar. Nos primeiros anos de casamento, Fernando havia sido um marido
carinhoso e atencioso, mas após o nascimento dos gêmeos, ele a havia deixado
completamente de lado. Poncho era seu príncipe, o herdeiro do império Saviñón e
Dulce era sua rainha, a menina de seus olhos. Dava-lhe rancor saber que o
marido a havia trocado pela própria filha.

-Tenho uma surpresa pra você. –Fernando anunciou,
colocando a filha no chão.

-O quê? –ela sorria curiosa, completamente esquecida da
mãe.

-Seu irmão chegou de viagem.

-Ai não acredito! Por favor, diz que ele vai vir jantar
com a gente hoje.

-Vai sim. Ele disse que está louco de saudade de você e
da Liz. E falando na minha bonequinha, onde ela está?

-Com a Lily. É aniversário da Anna e vão fazer uma
festinha, como eu não ia a deixei ir com a Lily. Se soubesse que o Poncho ia
voltar hoje...

-Não se preocupe depois ele vai ter tempo de matar a
saudade da nossa bonequinha.

 x______x

-Amor está pronta? –Poncho entrou no quarto, chamando
pela esposa. Já estava arrumado.

-Quase. –ela saiu do closet, já vestida. –Que tal? –deu
uma voltinha.

-Linda. –ele sorriu.

Alice (http://picasaweb.google.com.br/lh/photo/_IfKdIAAmU5OYG0g2z-0wA?feat=directlink)
também sorriu e levou uma mão ao ventre (http://picasaweb.google.com.br/lh/photo/rt85xtEwZPfYaNKOy7uftA?feat=directlink)
que já apresentava. Pegou a bolsa em cima da cama.

-Agora estou pronta.

Poncho riu e após um leve beijo, eles saíram.

x______x

Na sala de jantar dos Saviñón a conversa e as risadas
eram altas. Dulce, Maite, Christian, Christopher, Pedro, Marichelo e Enrique
haviam ido dar as boas vindas aos recém-casados. Anahí e Lali não haviam ido, a
primeira ligara dizendo não estar passando bem, e a irmã caçula de Poncho
estivera num ensaio o dia todo e ninguém conseguira falar com ela. Após o
término do jantar, Fernando e Enrique se fecharam no escritório enquanto Blanca
e Marichelo e subiram para os segundo andar, os mais jovens permaneceram na
sala conversando.

-A noite está bonita. –Christopher comentou parando ao
lado de Dulce próximo a janela que dava para o quintal da mansão. Tinha um copo
de uísque na mão.

-Realmente. –ela o olhou rapidamente, logo voltando seu
olhar para a escuridão do lado de fora.

Ficaram em silêncio por alguns segundos, mas Christopher
voltou a quebrá-lo.

-Dia difícil? –ele não a olhava.

-Semana difícil. –corrigiu. –E você? –murmurou, sem
olhá-lo.

-Meses difíceis.

 -Namorada?

-Ex-esposa. –bebeu um gole do uísque. –Longa história.
Namorado?

-Ex, na verdade. Sete anos juntos.

Eles não se olhavam, ambos encarando a escuridão da
noite.

-Complicado.

-Demais. –ela suspirou.

Num gesto silencioso de compreensão, Christopher ofereceu
o copo de uísque para ela. Sentindo o olhar dele sobre si, ela o olhou baixando
os olhos para o copo e voltou a erguer o olhar para ele, um sorriso surgindo em
seus lábios. Aceitou o copo e bebeu um gole, fez uma careta quando o liquido
queimou sua garanta. Ele sorriu também.

Do outro lado da sala, os cinco conversavam.

-Olha ali. –Maite cutucou Christian, apontando
discretamente na direção de Christopher e Dulce. Um sorriso surgiu em seus
lábios ao ver a amiga sorrir pela primeira vez em quase uma semana.

Christian ergueu uma sobrancelha, mas nada disse. Lucas
era um grande amigo, mas era bom ver Dulce sorrir.

Alice também percebeu e assim como Christian ergueu uma
sobrancelha. Eles se olhavam, trocando sorrisos enquanto conversavam apenas
entre si.

-Já está tudo acertado. –Pedro tirou um maço de Chávez do
bolso da calça jeans e as entregou para Poncho. –Meu amigo disse que já está
tudo acertado, a empregadas foi hoje fazer a limpeza e só vocês aproveitarem a
amanhã.

-Valeu cara. –Poncho pegou as chaves. –Tem certeza de que
não ir com a gente?

-Valeu, mas tenho coisas para resolver nesse feriado.
Aproveita por mim. –Pedro sorriu malicioso.

-Mais respeito hein? –Poncho riu. –Pessoal. –chamou
atraindo a atenção da esposa e dos amigos. Todos o olharam. –Adivinhem o que é
isso? –ainda sorrindo ergueu as chaves.

-Um chaveiro cheio de chaves. –Maite falou como se fosse
o mais óbvio.

Os outros riram.

-Eu sei que são chaves sua palhaça. –Poncho fez uma
careta na direção dela.

-Então pra que pergunta? –ela provou, sorrindo para ele.

-Fecha o bico Maite. –ele rebateu sorrindo de volta para
ela.

-Mas estou falando sério, essas são as chaves de uma casa
de frente para o mar em Cozumel.

-Você comprou? –Alice perguntou.

-Não, mas estou pensando. Por isso, estou chamando todos
e mais minha irmã, o Luke, o Alex e a Annie para passar o feriado lá.

-Pode contar comigo! –Christian ergueu a mão, animado.

-Vai ser ótimo. –Alice sorriu.

-Dou um jeito de me livrar do hospital, mas vou sim.
–Maite também se animou.

-E vocês? –Poncho perguntou para a irmã e o melhor amigo,
que permaneciam parados perto da janela.

-Tudo bem. –Christopher concordou sem muita animação. –E
você? –olhou Dulce.

-Não sei. Tenho uma filha pequena, não posso,
simplesmente, decidir viajar de um dia para o outro. 

-Ah ruiva. –Alice lamentou.

Maite fez uma cara triste, mas nada disse. Entendia
Dulce, ela sempre colocava a filha em primeiro lugar. Essa era uma das coisas
que mais admirava na amiga de longa data.

x______x

Dulce parou o carro em frente ao prédio onde Anna morava.
Desceu do automóvel e foi até a portaria, após falar com o porteiro e ter sua
subida autorizada, pegou o elevador e foi até o andar onde Anna morava. A
música não era alta, mas ela se aproximou da porta pôde ouvir a canção vinda de
dentro do apartamento. Tocou a campainha e esperou, mas não demorou muito, pois
a porta se abriu e Anna surgiu com um grande sorriso nos lábios.

-Ruiva! –gritou animada, se lançando nos braços de Dulce.

Dulce retribuiu ao abraço animado, sorrindo de canto.
Anna estava alta pela bebida, podia sentir o cheiro.

-Parabéns Aninha. –parabenizou quando se afastaram.
–Recebeu meu presente?

-Recebi e adorei! Vem, entra. –a puxou pela mão.

-Acho melhor não Anna, vim mesmo te dar um abraço e
buscar a Liz, já passa das nove.

-Mamãe! –Liz apareceu animada. Estava acompanhada de Lily
e Lucas.

O coração de Dulce doeu.

-Meu benzinho. –se curvou, recebendo com um sorriso o
abraço da filha. -A mamãe veio buscar você, amanhã tem aula lembra? –tocou o
cabelo da menina.

Liz assentiu, fazendo uma carinha tristonha.

 -Oi Lily. –sorriu
para a amiga. –Oi Lucas. –se esforçou para manter o sorriso nos lábios.

-Dulce. –Lucas também forçou um sorriso.

Apesar da insistência de Anna, Dulce não entrou na festa
e após parabenizar mais uma vez a irmã de Lucas, partiu com Liz.

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